sábado, 6 de março de 2010

Português correcto

Vamos estudar um pouco de Português?

Com o objectivo de enriquecermos os nossos conhecimentos sobre Língua Portuguesa, proponho que, de vez em quando, nos debrucemos sobre algumas questões que, muitas vezes nos confundem e nos deixam inseguros na resposta que devemos dar. A nossa língua materna é difícil, mas se tentarmos perceber o modo como ela funciona, talvez se torne mais fácil...

Apresento aqui algumas das referidas questões com as respostas correctas e suas explicações:

Qual a forma correcta?

1 -  "impor limites ou impôr limites"?
A forma correcta é impor uma vez que esta palavra é um composto do verbo pôr. Este verbo tem acento circunflexo para se distinguir da preposição por. Os derivados do verbo pôr não apresentam acento circunflexo na última sílaba, pois, nesse caso, já não há necessidade dessa distinção.

2 - "inclusive ou inclusivé"?
O que está correcto é dizer-se inclusive, embora normalmente se pronuncie com o e final aberto; a palavra é grave, com acento tónico na penúltima sílaba (- si -); em geral, as palavras graves não levam acento gráfico.

3 - "Santo António é o padroeiro de Lisboa ou Santo António é o patrono de Lisboa?
As duas formas estão correctas, porque padroeiro e patrono significam protector.

4 - Qual é o plural de pão-de-ló? pães-de-ló? pão-de-lós? ou pães-de-lós?
A resposta correcta é pães-de-ló. E isto, porque, segundo as regras das palavras compostas, quando estas são constituídas por nome+preposição+nome, só o 1º elemento é que toma a forma do plural.

Até à próxima!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ser MULHER e MÃE!


in: biblideols.wordpress.com

Comprei há dias uma revista francesa, a "Femme Actuelle"  e nela encontrei uma entrevista muito interessante, focando um tema sempre actual, que gostaria de partilhar com os leitores.

Elisabeth Badinter é uma escritora e filósofa francesa. A "Femme Actuelle" entrevistou-a a propósito do que se passa com a MULHER nos nossos dias...; é uma feminista convicta e denuncia, num livro seu, aquilo que ela considera como uma regressão para o estatuto das mulheres: "Trabalho, filhos... a pressão sobre as mulheres é demasiado forte".

Alerta para o problema com um novo ensaio "O conflito, a mulher e a mãe" depois de, há 30 anos, ter escrito "L'amour en plus, histoire de l'amour maternel". Hoje, para ela, é urgente parar de glorificar a mãe perfeita!

Esta intelectual denuncia o regresso da maternidade, em grande, ao seio da identidade francesa. Explica que houve várias correntes de pensamento vindas dos EUA que "reinstauraram" a imagem da mulher como mãe, acima de tudo. O que não se pode esquecer é que, simultaneamente, as obrigações maternais tomaram uma enorme dimensão, com um peso tremendo!

Hoje, a MÃE é responsável por  tudo o que diz respeito aos seus filhos, pois tem de olhar pelo seu bem-estar físico e psíquico, dar-lhes educação, acompanhá-los nos estudos,  levá-los às variadíssimas actividades... Se nos conformarmos com essas regras "impostas", então uma "boa mãe" terá que ser uma mãe a tempo inteiro!

Quando a entrevistadora lhe perguntou se não era o que já se passara anteriormente, Elisabeth Badinter referiu que, antes dos anos 80, a maternidade na mulher dos países industrializados, era um factor essencial nas suas vidas mas, de modo algum, o único; essas mulheres trabalhavam mas desejavam também o seu próprio bem-estar físico e intelectual, ocupando-se ainda dos filhos.

Segundo a entrevistada,  elas conseguiam conciliar tudo;  achavam normal "dar o biberão" aos filhos ou entregá-los a uma ama; o "biberão" era o símbolo de uma certa liberdade; o pai tinha a possibilidade de partilhar desses momentos, chegando, mesmo, a substituir a mãe.

A dada altura, a entrevistadora questiona-a sobre a crítica de o  biberão marcar o regresso da maternidade a tempo inteiro. Elisabeth Badinter, argumenta que, por exemplo, em Espanha, em Itália, na Áustria ou até na Alemanha, "o biberão é sinónimo de egoísmo maternal"; tudo isto faz com que muitas mulheres não tenham outra opção, senão a de amamentar por um período de seis meses, chegando ao ponto de ficarem  em casa durante dois anos.

Acrescenta que se passa o mesmo nos países escandinavos, em que é apresentada "...uma taxa de amamentação de 70%, sob uma pressão "écolo-morale". Para aquelas que recusam, é o julgamento e a culpabilização assegurados! A França, graças a Deus fica como a má aluna (taxa de aleitamento inferior a 20% depois dos três meses). Mas por quanto tempo?"

Esta filósofa refere que há correntes de pensamento que aos poucos conseguiram impor a ideia de que era preciso voltar às normas da natureza, com uma desconfiança pelo não-natural...

Em relação à amamentação, defende que as mulheres devem ser livres na escolha da alimentação que facultam aos filhos,  "sem pressão culpabilizante".

A propósito do preço alto que a mulher tem de pagar por ter de conjugar  marido, filhos, trabalho, esgotando-se completamente, Elisabeth Badinter confessa que ficou "assombrada", quando ao trabalhar no seu ensaio, constatou que nos desembaraçámos de uma grilheta - a do patriarcado milenar - para a partir dele receber uma nova, que é a sobrecarga de deveres que a mulher tem de assumir em relação aos filhos.

É, sem dúvida, uma pressão muito forte e  a mulher sente-a em casa e no trabalho. Leva a vida num corropio e ainda tem de pensar em tudo o que tem de fazer antes de regressar a casa; são as novas regras da sociedade, exigindo que a mulher faça de tudo para que seja a mãe perfeita...de filhos perfeitos...

Ela explica que pode parecer que era o caso das nossas mães e avós, mas não o é: não se pode comparar a pressão de agora com a de outrora. Basta referir que uma socióloga americana, Michele Stan Worth, em meados dos anos 80, calculou que para educar duas crianças, era preciso tempo e energia como se se educassem seis, nos anos 50; claro que 20 anos mais tarde, é bem pior!

No final da entrevista, muito oportunamente Elisabeth Badinter refere que os seres humanos têm limitações;  a sobrecarga  sobre os ombros da mulher traz como consequência que esta não possa investir tanto no trabalho como o homem...a menos que as mulheres resistam à grande pressão da pretensão da "mãe perfeita"... Se assim for,  decerto que a vida do casal  correrá melhor.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nomeações para os Óscares

Em tempo de atribuição de nomeações para os Óscares no cinema, é curioso conhecer a verdadeira origem do nome ÓSCAR, esse prémio tão apetecido, concedido anualmente pela Academia de Artes e Ciências de Cinema de Hollywood, para premiar os actores, os realizadores, os filmes...

Porquê Óscar? Por que razão uma pequena estatueta de metal dourado, com 34 cm de altura, tem este nome?

Começo por lhes contar (e muitos já o saberão, pois tem sido sobejamente divulgado durante o tempo publicitário que antecipa a visualização dos filmes nos cinemas) que foi desenhada por Cedric Gibbons e executada por George Stanley (escultor), em 1929, data em que os Óscares foram atribuídos pela 1ª vez.

A verdade é que nessa altura a estatueta ainda não tinha nome. Mas, por mero acaso,  passou a tê-lo, quando a Bibliotecária da Academia, Margaret Herrick a viu e comentou: "Parece mesmo o meu tio Óscar".

Pronto, a partir daí, o destino dos Óscares ficou traçado...; são famosos a tal ponto que, todos os anos, por esta altura,  depois de assistirmos na televisão à Cerimónia das Nomeações, corremos para as salas de cinema para ver os filmes, aguardando, ansiosos pela decisão final da Academia, ficando a conhecer os nomes dos vencedores.

Se quiser consultar as Nomeações para os Óscares de Cinema do ano de 2010,  clique aqui.

Bons filmes!