sábado, 13 de março de 2010

A origem dos brincos



Há uma lenda árabe que conta que Brahmi era casado com Sara, mulher muito ciumenta.

Esta deu conta de que o marido tratava com especial atenção uma escrava, de nome Hadjer.

Furiosa, cheia de ciúmes, mandou furar os lóbulos das orelhas daquela que considerava sua rival.

Brahmi, quando soube do que se passara, resolveu tratar das feridas infligidas à bela escrava; e fê-lo com o maior carinho...

Quando estas cicatrizaram, ele reparou que havia um furo em cada orelha.

Tentando consolar a escrava, ele arranjou dois aros de ouro que enfiou através dos furos das orelhas dela, tornando-a ainda mais bela.


Ainda...Rosa Lobato de Faria!

Mazela: um dos últimos textos assinados por Rosa Lobato de Faria



"AS MAZELAS

Aos 77 anos, como é natural, aparecem-nos todas as mazelas. Insignificâncias, uma dor aqui, uma dor ali, nas costas, na perna, na cabeça, uma pequena coisa na pele, na unha, no olho. Não ligo nenhuma. Porque a minha pior mazela é não acreditar que tenho 77 anos.

Eu bem me farto de dizer aos quatro ventos a minha idade para ver se interiorizo esse facto, mas, por dentro, estou na casa dos trinta, vá lá quarenta, e não passo daí. Setenta e sete anos? Que loucura!

Tenho sempre tanta coisa para fazer, para acabar, para ler, para escrever, tanto lugar para visitar. Tanto Museu para ver e depois as mazelas - ai!-, mas vou, porque tenho trinta anos e, evidentemente, tenho que ir.

Não tenho a noção de ser uma senhora velha. Digo "estava lá uma velhota", ou "imaginem que uma velha"...Estou a falar de pessoas provavelmente mais novas do que eu, mas não me enxergo. Até quando irá durar esta idade subjectiva que não me deixa envelhecer tranquilamente.

Só quando me oferecem o braço (já caí na rua e parti a perna, mas nem assim...), quando não me dirigem galanteios (que estranho!), acordo para a realidade, ai, é verdade, tenho 77 anos, que maçada...

Ultimamente, tive (ou tenho, ainda não percebi) cancro de mama. Como acho que Deus não me ia mandar esta doença só para me chatear, abri uma campanha de sensibilização (televisão incluída), para que as mulheres façam mamografias, transformei a porcaria da doença numa coisa positiva.

Passei os trâmites habituais operação, radioterapia, etc. tudo pacífico.

Ainda por cima, o médico disse-me que era pouco provável que o cancro me matasse, porque, na minha idade, as células já não são o que eram...

Ai, sim?

Tenho 77 anos, que alegria!"

Aqui fica mais uma homenagem a essa grande senhora das letras!

sexta-feira, 12 de março de 2010

A origem da expressão "O.K." !

Talvez não saiba que a expressão americana "O.K." que corresponde em português a "está certo", tem uma origem engraçada...

Consta que certos funcionários alfandegários norte-americanos, quando verificavam mercadorias e estas estavam em ordem, escreviam a giz "O.K.", pois como não tinham instrução suficiente, pensavam que eram as iniciais das palavras "All corretk" (!!!).

O erro acabou por entrar bem no ouvido das pessoas e, por influência do cinema, a expressão acabou por se generalizar.

Assim passou a ser utilizada em todo o mundo...!!! 


quinta-feira, 11 de março de 2010

Leandro, uma vítima do "bullying" na escola...

imagem in br.pinterest.com


Este "post" tem por objectivo prestar homenagem a um menino de Mirandela, com 12 anos de idade, que terá sido vítima de bullying por parte de alguns colegas, na escola que frequentava.

É, realmente, com muita dor no meu coração que tenho acompanhado o caso desse aluno que, desaparecido nas águas do Tua, a 2 de Março, ainda não foi encontrado. Presto aqui também homenagem a toda a sua família, que se encontrará num sofrimento indescritível.

Apesar de toda a comunicação social referir que há um pesado silêncio por parte da Direcção da Escola, eu posso imaginar o que esta não estará a sofrer com um caso desta gravidade.

Não nos podemos esquecer que, para além de ser uma situação muito delicada, por dizer respeito a uma criança, o que logo nos deixa constrangidos e de cabeça perdida, há ainda a agravante de muitas escolas não possuírem meios para enfrentar os novos problemas que nelas surgem nos dias de hoje.

Leccionei até há pouco tempo, e sempre me incomodou  a violência a que assistia durante os recreios, por parte de alguns alunos sobre outros; em todas as escolas onde trabalhei, constatei haver sempre grandes esforços dos Conselhos Executivos, aliados aos do restante corpo docente; não posso deixar de referir ainda a preciosa colaboração dos Auxiliares de Acção Educativa, não me esquecendo das Associações de Pais - enfim,  todos nós totalmente empenhados  em querer debelar esse grave problema.


A verdade é que todos os que estão ligados ao ensino, sabem que apesar dessa violência sempre ter existido em maior ou menor grau, cresceu de uma forma desmesurada nos últimos anos. Foi-se generalizando e piorando, chegando ao ponto que todos nós  hoje conhecemos.

Constatei sempre que, tal como eu, ninguém conseguia ficar indiferente a esse tipo de situações, não só pela violência a que assistíamos, como também pela injustiça que elas geram, pois normalmente, os mais fortes subjugam os mais fracos, tanto a nível físico, como psicológico. E isso, revolta-nos! Por isso, as nossas palavras de ordem eram sempre: "intervir" e "corrigir"...

Perante esta notícia que a todos nos atordoou e que tanto nos inquieta, dou  por mim a perguntar-me:

- que medidas concretas vai o Ministério da Educação tomar em relação ao caso do Leandro?

- e como vai gerir os casos de violência nas escolas de que vamos, cada vez mais, tomando conhecimento?

Só espero que tudo tenha um final diferente daquele que já estou a temer!

segunda-feira, 8 de março de 2010

HOMENAGEM: 8 de Março, Dia Internacional da Mulher!





Endechas a Bárbara


Aquela cativa
que me tem cativo,
porque nela vivo,
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,
nem no céu estrelas,
me parecem belas
como os meus amores:
rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar;

Uma graça viva,
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa;
pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.

Pretidão de amor!
Tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão,
que o siso acompanha,
bem parece estranha,
mas bárbora não.

Presença serena,
que a tormenta amansa:
nela, enfim, descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo;
e, pois nela vivo,
é força que viva.


            in Luís de Camões, Líricas      
         (Selecção, prefácio e notas
      de Rodrigues Lapa)



domingo, 7 de março de 2010

É bom estar em forma...


Penso que hoje em dia já não há qualquer dúvida sobre os efeitos benéficos da prática do exercício sobre a nossa saúde física e mental.

Com efeito, médicos e professores/monitores de Educação Física, não se cansam de nos aconselhar a praticar uma actividade física, falando-nos dos benefícios que dela podemos colher.

Ajuda-nos a escapar à rotina e ao stress do dia-a-dia, a encarar a vida com mais alegria e a adquirir uma maior consciencialização corporal.

No entanto, é importante que cada um de nós esteja ciente das suas possibilidades e/ou limitações. Devemos estabelecer os nossos objectivos e delinear as estratégias para os alcançar.

É bom sentirmo-nos motivados e presos aos nossos treinos diários, sem ambições de competição, levando-nos ao ginásio, onde participamos e convivemos com os outros colegas; há pessoas com um nível semelhante ao nosso, o que nos leva a trocarmos impressões com elas.



Acho interessante o desenvolvimento de actividades de carácter lúdico, levando a uma interacção e trabalho em equipa, incutindo  em todos nós um certo espírito de aventura; é igualmente bom competirmos com nós próprios, com o rigor necessário para sermos mais exigentes no exercício físico e o aperfeiçoarmos: para tal, é preciso sabermos auto-avaliarmo-nos.

Os ensinamentos que vamos adquirindo, levam-nos a saber gerir o nosso esforço e a tornarmo-nos pessoas de espírito aberto, adquirindo conhecimentos e métodos para despertar em nós a conquista da paz interior, que se repercutirá ao longo do dia.

Temos de transpor os desafios e pensar que temos de alargar o objectivo de vida saudável. Li numa revista de desporto que, uma pesquisa efectuada em Dezembro de 2008, para uma marca de bebida energética, conclui que os portugueses dedicam pouco tempo à prática desportiva. Num leque de  11 actividades de ocupação de tempos livres, o exercício físico ocupa a 8ª posição.  
      
Para manter uma MENS SANA IN CORPORE SANO,
pratiquemos exercício físico, façamos caminhadas!



"Deitar Pérolas a Porcos"

Por que razão ouvimos dizer com alguma frequência, em conversas do nosso quotidiano, expressões como: "...isso é o mesmo que DEITAR PÉROLAS A PORCOS"? 

Ora, esta expressão, segundo uma pesquisa que fiz, tendo como base a obra "Uma mão cheia de curiosidades", de Nunes dos Santos, tem várias explicações: quando oferecemos algo delicado a alguém que é rude ou não sabe apreciar, por ser ignorante, ou ainda por não saber agradecer; e também quando dirigimos palavras amáveis a pessoas que as não entendem, por serem insensíveis, por isso se diz que tudo isto é o mesmo que "deitar pérolas a porcos".

Há, no entanto, uma outra explicação que o referido autor apresenta: esta expressão é de origem bíblica. No Evangelho, segundo São Mateus, cap.7, no sermão da Montanha, Jesus disse: "Não deis as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos porcos, para não acontecer que as pisem com os pés e, acometendo-vos, vos despedacem".

Provavelmente, esta sentença significa que é desperdício anunciar o Reino aos que não estão preocupados com ele; poderia significar que é inútil e até perigoso anunciar os princípios evangélicos àqueles cujo deus são as riquezas.

Não tenho dúvidas que a nossa língua merece que continuemos a conhecê-la cada vez melhor.

Para isso, devemos estar atentos a todas as expressões que ouvimos e utilizamos, tentando descobrir a sua origem.

Já Fernando Pessoa dizia:"A minha Pátria é a Língua Portuguesa".

Boas Pesquisas!