sábado, 17 de abril de 2010

Ser Feliz...



"Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver



apesar de todos os desafios,


incompreensões e períodos de crise.


Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas


e se tornar um autor da própria história.


É atravessar desertos fora de si,


mas ser capaz de encontrar um oásis


no recôndito da sua alma.


É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.


Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.


É saber falar de si mesmo.


É ter coragem para ouvir um "não".


É ter segurança para receber uma crítica,


mesmo que injusta.


Pedras no caminho?


Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."


Fernando Pessoa

A origem da expressão "O Pomo da Discórdia"


Ser "o pomo da discórdia" é ser a causa de uma disputa.

Esta locução é de origem mitológica. Tem por base uma lenda grega: Tétis e Peleu não convidaram Éris, a deusa da discórdia, para o seu casamento; esta apareceu na cerimónia com o objectivo de se vingar, perturbando a festa ao atirar para cima da mesa uma maçã de ouro e exclamando: "Para a mais bela".

As deusas Vénus, Minerva e Juno reclamaram cada uma o fruto. Com esta atitude, gerou-se obviamente a dúvida e coube a Páris tomar uma decisão. Este concedeu a maçã de ouro a Vénus.

Juno e Minerva não se conformaram com esta escolha, enchendo-se de ira e vingança, atribuindo-se-lhes a queda de Tróia.













sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um Poema de Alexandre O'Neill

Amigo


                                                                                               

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.


«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!


                                         
Alexandre O’Neill, in No Reino da Dinamarca                              


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dr. Daniel Sampaio insurge-se "contra a escola-armazém"

Ao ler um artigo do Dr.Daniel Sampaio no PUBLICO.pt, em que este comenta a proposta da CONFAP Confederação Nacional das Associações de Pais) a propósito da sugestão que esta faz para que a escola funcione a tempo inteiro (7.30 - 19.30 ?), não posso deixar de estar de acordo com os argumentos que ele apresenta contra "a escola-armazém".

O Dr. Daniel Sampaio declara que compreende a proposta, pois todos sabemos que os pais passam o dia inteiro a trabalhar, considerando-se a escola como um espaço seguro para lá deixarem os filhos.

Refere que quando citou o filme Paranoid Park, de Gus Von Dant, no PÚBLICO, de 7 de Fevereiro, teve apenas a intenção de referir que, tanto em casa, como na escola, as crianças não criam laços de afecto com os mais velhos, porque estes não se disponibilizam para tal. O Dr. Daniel Sampaio declara: "É que não consigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem".

Chegado a este ponto, o médico argumenta que, ao  desejar-se que a escola funcione a tempo inteiro, vai resultar que as crianças ali passem muitas horas, pedindo aos professores para serem substitutos das famílias. E vai mais longe: por que razão as associações de pais não lutam por melhores condições laborais a atribuir aos pais, para que estes tenham mais tempo para os filhos?

Hoje em dia os professores têm um papel decisivo junto dos seus alunos. Dão-lhes instrução, ensinam-lhes regras de convivência com os outros, transmitem-lhes valores. São os docentes que orientam os estudantes para que estes abarquem o mundo que os envolve. Acha que já se pediu demasiado à escola e aos professores: "... não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional."

Daniel Sampaio observa que o convívio dos adultos com os mais novos e a vida em família estão afectados, não podendo ser substituídos pela escola. Os pais têm de lutar junto das instituições/entidades competentes para terem mais tempo para os filhos "depois do seu nascimento"...

Termina a sua reflexão com um conselho aos professores:  "... (...) ... conviria que não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desresponsabilização dos pais."



quarta-feira, 14 de abril de 2010

A história de Monsieur Larousse


Larousse sempre se mostrou, desde muito novo, um grande amante da leitura. Sendo filho de uma mulher que dirigia uma estalagem, comprava e lia sofregamente os livros que os vendedores ambulantes vendiam, quando por ali passavam.

Foi "mestre-escola" (mestre de meninos a quem ensinava as primeiras letras) aos 20 anos, mas desiludido, abandonou o ensino, pois os métodos da época baseavam-se mais na memória do que na inteligência. Contribuíu para reformar os métodos pedagógicos. Foi gramático e lexicógrafo.

Editou um "Novo Dicionário da Língua Francesa", em 1856. Na verdade, o que ele mais queria era publicar um Grande Dicionário Universal do século XIX, abrangendo todos os conhecimentos do tempo em que vivia.

Conseguiu concretizar o seu sonho, trabalhando afincadamente com colaboradores de grande valor, publicando os 17 volumes da sua obra (o último foi publicado a título póstumo).

Foi assim que LAROUSSE  se tornou sinónimo de dicionário.

Para aprofundar a vida de Larousse, consulte:

terça-feira, 13 de abril de 2010

Poesia para os "maduros"

Um Poema de Mário de Andrade






"O valioso tempo dos maduros"



Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.


Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias
que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram
pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.


"As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência,
minha alma tem pressa...


Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços,
não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade.


Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Calendário Histórico !!!


Clicar sobre uma data do calendário,

por exemplo o dia do vosso aniversário,

e mostram-se acontecimentos de há séculos

até ao dia de hoje -

- é uma verdadeira enciclopédia.



 

domingo, 11 de abril de 2010

Pascoela


A Pascoela é uma festa religiosa que se comemora no domingo imediato ao da Páscoa dos Cristãos (Domingo de Pascoela). Também temo nome de Quasímodo (do latim quasi modo, palavras do intróito, na festa desse dia), indicando o primeiro domingo depois da Páscoa. 

 Os franceses chamam-lhe Pâques Closes (Páscoa concluída).

Pascoela é um derivado de Páscoa+ela (diminutivo, com o significado de pequena Páscoa). Simboliza a continuação do domingo de Páscoa. Também é conhecido pelo Dia da Misericórdia de Deus.

No desejo de continuar a festejar a Ressurreição de Jesus, os cristãos chamaram Pascoela ao domingo da oitava. O tempo pascal, porém, prolonga-se ao longo de cinquenta dias; termina com o Pentecostes, que é, ao mesmo tempo, ponto de chegada (Cristo cumpriu a sua missão) e começo para uma nova caminhada (tornar os homens semelhantes a Jesus Cristo). 


É de lembrar que a quadra da Páscoa é uma altura privilegiada para se celebrar o ritual do baptismo, uma vez havia a tradição dos primeiros cristãos se baptizarem quando ocorria a vigília pascal, mantendo-se ainda nos dias de hoje essa tradição, em que as famílias gostam de baptizar as suas crianças entre o domingo de Páscoa e o da Pascoela.

O Período Pascal é uma época de muita espiritualidade. Por isso, há a necessidade de a prolongar com celebrações. A visita pascal ou o "compasso", continua a ter lugar,  principalmente nas zonas rurais,  pois nas suas casas, as famílias gostam de receber o pároco e os acólitos, beijando a cruz, e festejando assim a ressurreição de Cristo.