sábado, 18 de dezembro de 2010

Carlos Pinto Coelho





Carlos Pinto Coelho foi vítima de um ataque cardíaco, aos 66 anos de idade, tendo falecido em Lisboa, a 14 de Dezembro de 2010!

Foi uma grande perda no mundo cultural português. Era conhecido pelo senhor "Acontece". Jornalista, apresentou diariamente na RTP2 (entre 1994 e 2003) um magazine cultural e terminava sempre o programa com a frase "E assim, Acontece!"  

Foi um dos fundadores do diário “Jornal Novo”, foi redactor da Agência de Notícias portuguesa ANI e director executivo da revista “Mais”.

Trabalhou como locutor na TSF, Rádio Comercial, Antena1 e Teledifusão de Macau. Foi chefe de redacção do Informação/2, da RTP2. e director-adjunto de Informação; trabalhou durante quatro anos como director de programas da RTP!

Isabel Coutinho e José Mateus, escreveram no Jornal Público, de 15.12.10:

"Na opinião de Joaquim Vieira, que com ele trabalhou, o que mais o distinguiu foi a projecção que deu à cultura. “Era a menina dos olhos dele. E sempre acreditou que viesse alguém que o chamasse a fazer de novo o “Acontece”. É curioso, há hoje na RTP2 uma tentativa de fazer um “Acontece”, o “Câmara Clara”, sem ser um “Acontece”. É o reconhecimento de que o programa fazia sentido e havia necessidade dele. É uma homenagem indirecta a ele”, acrescenta o jornalista Joaquim Vieira.
Pelo programa “Acontece” – que chegou a ser o mais antigo jornal cultural da Europa e acabou depois de uma polémica com o ministro Morais Sarmento que afirmou que seria mais compensador oferecer uma volta ao Mundo a cada espectador - recebeu o Prémio Bordalo e o Prémio do Clube de Jornalismo.
Foi condecorado com o Grau da comenda da Ordem do Infante D. Henrique por Jorge Sampaio, em 2000, e era oficial da Ordem das Artes e das Letras de França (2009).
Carlos Pinto Coelho nasceu em Lisboa mas viveu em Lourenço Marques (agora Maputo, Moçambique) até aos 19 anos, altura em que regressou a Portugal. Daí vinha certamente o seu grande interesse pela África lusófona (teve um programa que se chamava “Em Português nos Entendemos”). Outra das suas paixões era a fotografia. Começou a expor em 1992 e ao longo da vida lançou vários livros de fotografia “A Meu Ver” (editora Pegasus, 1992), foi co-autor “Do Tamanho do Mundo” (Ataegina/1998), publicou “De tanto Olhar, fotografias e textos seus e com um prefácio de Lídia Jorge na editora Campo das Letras. E “Assim Acontece - 30 Entrevistas Sobre Tudo... E o Resto”, livro publicado em 2007.
Era professor de jornalismo na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Tomar desde 2003 e estava a preparar uma série de entrevistas a personalidades para o programa “Conversa Maior”, a emitir na RTP Memória."

http://www.publico.pt/Sociedade/morreu-o-jornalista-carlos-pinto-coelho_1471172

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ceia de Natal na escola onde trabalhei tantos anos!

Fui convidada para a Ceia de Natal da escola onde trabalhei durante vinte e três anos, como professora de  Língua Portuguesa e Língua Estrangeira (Francês).

O facto de ali me encontrar de novo e para um convívio, suscitou em mim muitas recordações, não só de um passado mais distante, como de um outro mais recente.

Senti-me muito feliz não só por rever o espaço físico onde, outrora, todos os dias dava o meu contributo para a sociedade, principalmente na formação e aprendizagem de que necessitavam muitos dos nossos queridos jovens portugueses, como também, por rever todos os colegas e funcionários que fizeram parte do meu dia-a-dia, durante tanto tempo, o que, com a ajuda deles, me permitiu concretizar esse papel  com o máximo de dedicação!

Sim, porque eu adorava a minha profissão - SER PROFESSORA! Quando alguns colegas, às vezes, me perguntavam se ainda me faltava muito para a aposentação, a minha resposta era sempre: "Eu, aposentar-me? Nunca! Hei-de "cair" em frente aos alunos, numa sala de aula, já bem velhota e de bengala...".

Isto, porque sempre achei que ia mesmo continuar a ser professora, indefinidamente, a dedicar-me por inteiro aos alunos, à preparação das aulas, à lecionação, às atividades que adorava desenvolver com as turmas, enfim, a transmitir saberes e valores - ser professora e educadora, em sentido lato! 

O que aconteceu foi que, a dada altura, a burocracia excessiva, os papéis, os relatórios, as reuniões constantes, as estatísticas... soaram mais alto; quer dizer, tiravam-me muito daquela concentração, atenção e dedicação que se exige numa profissão deste género, em detrimento do público-alvo mais importante -  os alunos!


Comecei a sentir que aquilo que era o essencial para mim, me estava a fugir, acompanhado de um grande vazio e desencantamento;  tive ainda tempo suficiente de permanência na profissão, para perceber que a situação era irreversível e cada vez piorava mais!  

Por isso, após reflectir muito, resolvi pedir a aposentação. Foi há quinze meses. Nos últimos anos,  a situação que se gerou no ensino, imposto pela tutela, e acompanhada de múltiplas directivas em catadupa, algumas delas quase impossíveis de as aplicar na prática, ocasionando imensos conflitos na classe, nos pais e nos alunos, fez com que eu optasse por me afastar, pois começou a instalar-se dentro de mim, um grande mal-estar - era algo contra-natura! E como eu estava dentro das condições que a lei exigia  para me poder aposentar, decidi fazê-lo!

Sei que a sociedade evolui e arrasta transformações. Tem de haver mudanças e estas trazem sempre alguma dor. Nessas alturas, há sectores que sofrem mais do que outros - o da Educação foi um deles. Reconheço, no entanto, que houve algumas medidas positivas.

Agora, mais do que nunca, penso que toda a sociedade tem um dever importante e prioritário a cumprir - contribuir para ajudar a melhorar a educação/o ensino, as condições nas escolas, para bem das gerações futuras, vítimas das grandes convulsões que se estão a sentir no nosso país.

Dei comigo a fazer estas reflexões, ao mesmo tempo que, com alguma intensidade,  revia as salas, os recreios, os pavilhões, e toda aquela massa humana! Fora ali que eu trabalhara oficialmente. Tantas saudades! Tantas recordações!

Mas também dou comigo a pensar  que, particularmente, continuarei a ser professora, para o resto da minha vida; sim, continuo ligada ao ensino, ao estudo, aos saberes. Ensino sempre que mo solicitam, e também estudo e frequento estabelecimentos de ensino que me fazem manter atualizada em relação às áreas em que me licenciei; e aproveito para alargar os meus horizontes, inscrevendo-me noutras que muito me interessam: com isso, também estou a fazer e a aprender coisas diferentes. Logo, ESTOU OCUPADA!

Pois é: não consegui impedir que tudo isto afluísse ao meu espírito, ao mesmo tempo que convivia com todos os que se encontravam na Ceia de Natal; e garanto que éramos umas largas centenas: os mais recentes na escola e os da "velha guarda" que respondem sempre à chamada - estávamos todos juntos falando de tudo: dos alunos, das famílias, da escola, dos nossos filhos e já dos nossos netos! E houve recordações de tempos tão bons, que fizeram assomar algumas lágrimas aos nossos olhos...


Houve alguém que me disse estar felicíssimo de ali ver os "mais velhos" da casa, a maior parte já aposentados, porque ao ter regressado, depois de alguns anos de ausência, sentira, nos primeiros dias, que não reconhecia a sua escola; para essa pessoa, esta estava como que descaracterizada, pois só vira caras novas, desconhecidas para ela, e não era assim que se lembrava daquele espaço, para onde sempre quisera regressar. Onde estavam  os mais velhos, os mais antigos da casa? Procurou-os, mas veio a saber que já se tinham retirado... Só sabe que lhe custou muito  a "re-ambientar-se". Isto é bem significativo do que começou a passar-se nas escolas, a partir de certa altura! Era mesmo preciso que isto acontecesse? Ficou-se melhor?

Bem, já me alonguei muito com este desabafo, provocado por esta visita   à "casa-mãe". É altura de referir que, apesar de tudo, o sentimento do Natal esteve sempre presente nesta grande Ceia; cada ano pode ser diferente, as dificuldades e os obstáculos podem surgir, mas o sentimento da quadra natalícia entre os professores nas escolas, permanece o mesmo - um sentimento de união e de fraternidade que lhes dá força para enfrentar duros obstáculos e  continuar na profissão!

No grande refeitório, os alunos dos Cursos de Cozinha, ajudados pelos seus professores, uma vez mais brilharam na confeção de tão variado menu, já muito empenhados nas suas novas responsabilidades! Não tiveram mãos a medir.

E não posso deixar de referir quão linda estava a sala onde decorreu o convívio desta grande família, finamente ornamentada por algumas das professoras de Educação Visual. O ambiente estava inundado de uma média luz, em tons lilás e violeta, com o brilho e a cintilação das velas dentro de peças envidraçadas; e que dizer dos arranjos florais, do pormenor dos guardanapos enrolados e presos com alfinetes de cabeça pérola? e os carnets com o menu completo? Quelle finesse!


No final, o habitual espetáculo de variedades também não faltou.

Estão todos, uma vez mais, de parabéns: direcção, professores, alunos, funcionários... não só por conseguirem reunir tão grande família, como também pela riqueza da decoração e deliciosas iguarias que nos fizeram degustar!

Parabéns e até para o ano!


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Enrique Morente


Foi noticiada na televisão a morte de Enrique Morente, um dos "mestres mais criativos" e um dos "maiores responsáveis por uma nova leitura do flamenco" (1942-2010). 

O cantor já se encontrava há uns dias em estado de coma, tendo falecido em Madrid, a 14 de dezembro. Foi um grande inovador na história do flamenco, impondo-se com a sua obra "Omega".  

O seu último álbum tem o título de "El Barbero de Picasso" e ainda em setembro, atuara em Lisboa (teatro S. Carlos).

Até há bem pouco tempo continuou a cantar, tendo projectos para se apresentar em palco, mas teve de cancelar os espetáculos: no Auditório Kursaal, em San Sebastian, no Arriaga em Bilbao, no Gayarre em Pamplona, e no Teatro Principal em Vitoria. Era músico e produtor dos discos da sua filha.

Recebeu vários galardões, entre eles a Medalha da Andaluzia, em 2005, e a Medalha de Ouro ao Mérito das Bellas Artes, no ano de 2006.
Pode ler-se no jornal "El País": "a ousadia e a provocação marcaram uma carreira dedicada a estabelecer a fusão do flamenco tradicional com outros géneros musicais possíveis. Junto com Paco de Lucía, era considerado uma das figuras mais emblemáticas de uma música que também pode se identificarcomo uma maneira de viver".

Era marido da bailarina Aurora Carbonell e pai de Estrella Morente (cantora).
Esta, em 2008, actuou  em Lisboa e no último ano fez-se acompanhar de Dulce Pontes, numa digressão por terras de Espanha.


Fonte: Jornal Expresso, de 16.12.10 Maria Luiza Rolim(www.expresso.pt), Agências 17:56 Terça feira, 14 de Dezembro de 2010  





quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Exercícios práticos do Acordo Ortográfico (III)

4 - Sequências de consoantes:

. os exemplos que se seguem são palavras que se apresentam com nova grafia nos 8 países lusófonos:

acão, coleção, ata, contração, ativo, correto, ato, descontração, ator, didática, atriz, direção, atual, direto, adjetivo, distração, antártico, efetivo, arquiteto, efetuar, atração, inspeção, batizado, ereção, caquético, espetáculo, coação, exato, exceção, subtração, extração, tração, injeção, trajeto, objeto, trator, ótimo, x-ato, predileto, sujetivo, projeção, retração, proteção, reta, reação, refletor, reator, redação...

. palavras com nova grafia em Portugal: abjeto, confeção, aceção, conjetura, adoção, contraceção, afetar, deceção, afeto, desinfetar, anorético, deceção, aspeto, dialeto,bissetriz, elétrico, caraterização, estupefação, cato, exceto, ceticismo, fação, circunspeção, fator, coartar, fatura, coletânea, fletir, coletivo, fração, conceção, fratura, impercetível, retidão, infeção, rutura, infrator, sintático, intercetor, suscetível, jato, tática, letivo, tato, manufaturar, teto, objetivo, torrefação, olfato, transato, ótico, vetor, retângulo, percetível, perspetiva, respetivo, prospeção,  recetivo, receção...


  

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vamos consumir mais produtos nacionais?


Estima-se que se cada português consumir 150€ de produtos nacionais, por ano, a economia cresce acima de todas as estimativas e cria mais postos de trabalho.

Vamos dar preferência aos produtos de fabrico Português. Se não sabe quais são, verifique no código de barras. Todos os produtos produzidos em Portugal começam por 560 ........

A propósito do Natal: pais natais ou pais natal?




Como se forma o plural de pai natal?

A forma correcta é pais natais.

Natal é um adjectivo que concorda com o nome pai.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Festas Felizes! Joyeux Noel! Merry Christmas!


   A Sagrada Família, de Michelangelo
(Tondo Doni, c.1504. Galleria Degli Uffizi, in Wikipedia)
A todos... um Bom Natal!

Que a Paz e a Alegria encha os corações de toda a humanidade! 

Que esta se torne mais sensível aos problemas que afectam tantos seres deste mundo. Pensemos mais neles que em nós próprios!

Que acabem os desentendimentos, as guerras, os ódios!

Que haja um entendimento maior entre aqueles que têm de partilhar as suas vidas com os outros!

Votos de Festas Felizes com muito amor e muita partilha!


domingo, 12 de dezembro de 2010

Exercícios práticos do Novo Acordo Ortográfico (II)

3 - Consoantes com o mesmo som - Há consoantes que são diferentes, mas representam o mesmo som; isso deve-se à origem das palavras e à sua história.

CH X
exemplos: achar, mexer, bruxa, colchão, deixar, ficha, tacho, baixo...

S SS C Ç X     (no príncípio de uma sílaba)  
exs: seara, açorda, asseio, cereal, auxílio, serralheiro, alicerce, atenção, cebola, conversão, gesso, benesse, mossa, seda, imenso, açúcar, máximo, próximo, ganso...
S X Z: em início de sílaba:
exs: azedo, aceso, blusa, defesa, brasa, exemplo, exuberante, deslize, búzio, besuntar, beleza, azar,exibir...
S X Z: em fim de sílaba: esplanada, explicar, espontâneo, têxtil, estender, infelizmente, esgotar, extensão, extraordinário...
S X Z: em fim de palavra: dez, gás,quis, assaz, giz, atrás, após, Fénix...

G J: laranjeira, ferrugem, hoje, girafa, gengiva, ajeitar, jejum, sujeito...