sexta-feira, 22 de julho de 2011

Qual o sentido da expressão: "Não fazes farinha comigo.."

"FAZER FARINHA, COMIGO NÃO!"

Significa: não se entender com essa pessoa
Ele não faz farinha com ela= ele não se entende com ela


No fundo, significa, "nem penses em abusar de mim!" (não, que eu não sou tola...)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dois lindíssimos poemas de Florbela Espanca



Lágrimas Ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras


Em que rí e cantei, em que era querida,

Parece-me que foi outras esferas,

Parece-me que foi numa outra vida...


E a minha triste boca dolorida

Que dantes tinha o rir das primaveras,

Esbate as linhas graves e severas

E cai num abandono de esquecida!


E fico, pensativa, olhando o vago...

Toma a brandura plácida dum lago

O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,


Ninguém as vê brotar dentro da alma!

Ninguém as vê cair dentro de mim!



A Mulher

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosas duma imagem
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém.
Doce alma de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
                            Florbela Espanca
                      

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pensamento do dia



"A infelicidade no coração é como traça no pano". Camões

terça-feira, 19 de julho de 2011

"METADE", Um Poema de Ferreira Gullar


Metade

Que a força do medo que eu tenho,

não me impeça de ver o que anseio.


Que a morte de tudo o que acredito

não me tape os ouvidos e a boca.


Porque metade de mim é o que eu grito,

mas a outra metade é silêncio…


Que a música que eu ouço ao longe,

seja linda, ainda que triste…


Que a mulher que eu amo

seja para sempre amada

mesmo que distante.


Porque metade de mim é partida,

mas a outra metade é saudade.


Que as palavras que eu falo

não sejam ouvidas como prece

e nem repetidas com fervor,

apenas respeitadas,

como a única coisa que resta

a um homem inundado de sentimentos.


Porque metade de mim é o que ouço,

mas a outra metade é o que calo.


Que essa minha vontade de ir embora

se transforme na calma e na paz

que eu mereço.


E que essa tensão

que me corrói por dentro

seja um dia recompensada.


Porque metade de mim é o que eu penso,

mas a outra metade é um vulcão.


Que o medo da solidão se afaste

e que o convívio comigo mesmo

se torne ao menos suportável.


Que o espelho reflita em meu rosto,

um doce sorriso,

que me lembro ter dado na infância.


Porque metade de mim

é a lembrança do que fui,

a outra metade eu não sei.


Que não seja preciso

mais do que uma simples alegria

para me fazer aquietar o espírito.


E que o teu silêncio

me fale cada vez mais.


Porque metade de mim

é abrigo, mas a outra metade é cansaço.


Que a arte nos aponte uma resposta,

mesmo que ela não saiba.


E que ninguém a tente complicar

porque é preciso simplicidade

para fazê-la florescer.


Porque metade de mim é platéia

e a outra metade é canção.


E que a minha loucura seja perdoada.


Porque metade de mim é amor,

e a outra metade…

também.

julho 5, 2007 in Ferreira Gullar



Mais sobre Ferreira Gullar em





















































































































segunda-feira, 18 de julho de 2011

Para quem se interessa por Arte, em tempo de férias, no Algarve

Se se encontra de férias no sul, mais concretamente, em terras algarvias, poderá visitar na Gare do Aeroporto Internacional de Faro, "Tutti Frutti", de Joana Vasconcelos, até 30 de Setembro.
               
No Cerro da Vila, em Vilamoura (Loulé), estão expostas dez esculturas britânicas (Berardo Collection), que poderá ver até 10 de Setembro.

http://www.google.com/search?hl=en&q=The+Berardo+Collection%2C+Cerro+da+Vila

 

Serão decerto experiências agradáveis, pois a cultura também faz parte das nossas férias de verão; e uma vez que temos mais tempo e estamos mais descontraídos e predispostos a visitas diferentes, acabamos por apreender  bem o que visualizamos...

É uma questão de organização dos nossos tempos livres!