sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

No Novo Acordo Ortográfico, quando se eliminam as consoantes?

Nas palavras em que não pronunciamos as consoantes c e p, estas são eliminadas na escrita.

Alguns exemplos: lecionar (dantes, leccionar); infeção (dantes, infecção); atual (dantes, actual); dececionar (dantes, decepcionar); adoção (dantes, adopção); batizar (dantes, baptizar)

Verifica-se assim que as regras a aplicar são:
  • cc>c
  • cç>ç
  • ct>c
  • pc>c
  • pç>ç
  • pt>t
É de referir que, se as consoantes c e p forem pronunciadas, deverão ser mantidas. É o caso de convicção, pacto, facto, apto, egípcio... (mantêm-se porque se pronunciam).

Quando se admitem duas grafias? Quando se verificar oscilação de pronúncia. Exemplos vários: setor ou sector; perfecionismo ou perfeccionismo; expectativa ou expetativa...

3 comentários:

Antístenes disse...

O critério: «se se diz escreve-se, senão, não se escreve» depende da forma como cada qual fala!
Como eu digo infecção; decepcionar; adopção; Egipto; então continuarei a escrever como «dantes» (usando a sua palavra)!
Este «Acordo Ortográfico» é «à vontade do freguês»!

Unknown disse...

Caro Antístenes, falta por exemplo "ceptro", que o AO pretende que seja "cetro", coisa que NUNCA JAMAIS EM TEMPO ALGUM (excepto na mente dos acordistas) se disse. Mas porque no Brasil assim é, toca a tirar o "p".
E falta o h- inicial, que NUNCA JAMAIS EM TEMPO ALGUM, desde o latim, se pronuncia, mas sempre tem sobrevivido.
Façamos como o Correio daa Manhã: o nosso acordo pessoal… O meu segue a grafia de 1945.

Antístenes disse...

Caro Rui Duarte, tem toda a razão!
Eu não mencionei essa palavra para me cingir àquelas que estavam listadas.

Quanto à minha norma pessoal, tento que seja a anterior à de 1945, mas com trema.
Na minha opinião a de 45 errou ao eliminar os acentos circunflexos de, por exemplo, «flôr», «côr», «Pôrto»; e os acentos graves de «sòzinho», «tàcitamente», etc.

Não estou a ver como se justificam, fonèticamente, aquelas palavras, se retirarmos aqueles acentos, ou o trema.
Mais, na minha opinião, o AO45 foi a antecâmara da catástrofe do AO90.

Há uma coisa que cobre os acordeiros de ridículo: serem contra a grafia pré-republicana, mas, ao escreverem em Inglês, escrevem-la!

O «-la» é propositado!
Usar o «-na» poderá ser «muito bonito» fonèticamente - para alguém, pelo menos -, mas não faz sentido etimològicamente, pois não estou a referir-me a «nós» mas a «eles»!

Um exemplo extremo:
imagine-se 2 exércitos, e um observador da batalha diz: «eles matam-nos»...
A quem se referia ele?
Aos espectadores - isto supondo que haveria mais alguém -, ou ao outro exército?