sábado, 15 de setembro de 2012

Um Papa da Frente, por Anselmo Borges

Para quem gosta de pensar...
Resolvi transcrever um texto interessante que li hoje na imprensa escrita e que achei que o devia partilhar aqui e agora, neste meu post ...
"Um Papa da frente
por ANSELMO BORGES
Segundo o protocolo, um cardeal é tratado por Eminência. O cardeal Carlo Maria Martini recusava esse tipo de tratamento: "Chame-me Padre Carlo Maria Martini."
Até nisto era eminente. Por isso, denunciava vícios impregnados na Igreja. Para ele, "o vício clerical por excelência" é a inveja. Mas há outros pecados capitais na Igreja: a vaidade e a calúnia. "Que grande é a vaidade na Igreja! Ela tem essa tendência para a ostentação, o alarde." E há o "terrível carreirismo" clerical, especialmente na Cúria Romana, "onde todos querem ser mais". Precisamente por causa do carreirismo é que muitos se calam: "certas coisas não se dizem, porque se sabe que bloqueiam a carreira." Isso é "péssimo na Igreja". A verdade brilha pela ausência, pois "procura-se dizer o que agrada ao superior e age--se como cada um imagina que o superior gostaria, prestando deste modo um fraco serviço ao Papa".
Especialista em ciências bíblicas, Martini era um intelectual reconhecido mundialmente, com vários doutoramentos e falando muitas línguas. Foi Director do Instituto Bíblico de Roma e Reitor da Universidade Gregoriana. Depois, esteve à frente da arquidiocese de Milão durante 22 anos e presidiu ao Conselho das Conferências Episcopais da Europa. Quando completou 75 anos, retirou-se para Jerusalém - não quis ficar perto do Vaticano: "Jerusalém é a minha pátria. Antes da pátria eterna."
Falava com liberdade interior limpa, em sincera sintonia com os problemas dos homens, das mulheres e dos jovens, e tinha convicções e coerência de vida. Não receava discutir com Deus e fazer-lhe perguntas - não disse Heidegger que "a pergunta é a piedade do pensamento"? "Como bispo, perguntei frequentemente a Deus: porque não nos dás ideias melhores, porque não nos fazes mais fortes no amor, mais corajosos ao lidar com as questões actuais?" Não conseguia compreender porque é que Deus deixou morrer o seu Filho na cruz. "Combati com Deus", "porque, quando vejo o mal do mundo, fico sem alento e entendo os que chegam à conclusão de que Deus não existe".
Não era de modo nenhum partidário de propostas tíbias, e criticava a nossa sociedade, que não sabe viver com a dificuldade e, "no fundo, se baseia no espectáculo e no aparecer", mas ousou enfrentar com realismo e valentia questões de ética, nomeadamente no domínio sexual, como a homossexualidade, a contracepção, o preservativo, o problema dos divorciados recasados -"prevejo que a Igreja deva encontrar soluções para estas pessoas"-, e propugnava reformas profundas na estrutura da Igreja, como mais participação de todos, fim do celibato obrigatório, ordenação de mulheres - "os homens de Igreja têm de pedir perdão às mulheres".
Era um místico, que confiava radicalmente em Deus. "Talvez, ao morrer, alguém segure a minha mão. Desejo nesse momento poder rezar. Durante toda a vida reflecti sobre Deus e sobre o além; neste momento, não sei nada a não ser que eu próprio na morte também me sinto acolhido. Isto é também a minha esperança." No seu último escrito no Il Corriere della Sera, escreveu: "Deus quis que passássemos por esta 'dura viela' que é a morte e que entrássemos na escuridão que mete sempre um pouco de medo. A morte obriga-nos a confiar totalmente em Deus."
Gostava da expressão "a concupiscência da criatividade" e declarava-se um enamorado da justiça, "o atributo fundamental de Deus." Reclamava coragem para si e para Igreja, também porque "a vida me demonstrou que Deus é bom", um Deus que sentia "nas estrelas, no amor, na música, na literatura e na palavra da Bíblia". "O assombro pode levar a Deus."
Homem de diálogo, criou em Milão a "Cátedra dos não crentes" e, reportando-se a um pensamento de Norberto Bobbio, dizia: "O que me interessa é a diferença entre pensantes e não pensantes. Quero que todos vós sejais pensantes. Depois, escutarei as razões de quem crê e as de quem não crê."
A quem o acusava de ser anti-Papa, respondia: "Serei um 'ante--Papa' (um Papa da frente), alguém que se adianta ao Santo Padre como seu colaborador e que trabalha para ele." "

Carlo Cardinal Martini

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Para dispor bem: "Portugueses Felizes"...vê-se logo que é para rir...!

Diz o Primeiro-Ministro para o Secretário:

- Vou atirar esta nota de 100€ pela janela e fazer um português feliz.

- Dr. Passos Coelho, não acha preferível atirar 2 notas de 50? Assim, já fazia 2 portugueses felizes - diz o Secretário.

- Não faça isso, sr Primeiro-Ministro. Atire 20 notas de 5€ e faça 20 portugueses felizes - diz o Escriturário lá do canto.

Ouvindo isto tudo, a senhora da limpeza resolveu reagir:

- Oiça lá, Senhor Primeiro-Ministro,  por que é que o senhor que não se atira da janela e faz 10 milhões de portugueses felizes???!!!


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Significado e origem de "macambúzio"

Esta expressão refere-se a alguém que está tristonho, sorumbático, taciturno...

consultar este interessante site: http://mocambicanismos.blogspot.pt/2009/01/m.html 

macambúzio adj. triste, taciturno; mal-humorado


Pode parecer-vos estranho que apareça aqui como moçambicanismo uma palavra tão comum nas outras variantes do português, mas é realmente possível que a palavra seja de origem moçambicana. É essa a proposta de Nei Lopes, no seu Novo dicionário banto do Brasil (Rio de Janeiro: Pallas Editora, 2003), que é suficientemente credível para ver aprovadas pelo Houaiss 250 das suas propostas.

Segundo Nei Lopes, a palavra viria do nhúnguè makambuzi, “pastor de cabras”, porque “para o cafre da Zambézia, o símbolo da tristeza é o pastor no isolamento da campina distante, vigiando o rebanho”. Segundo este autor, o termo macambúzio teria, em Moçambique, outro significado, o de “jovem guardador de gado”.

Os moçambicanos com quem eu falei acerca desta questão desconhecem este significado, mas é verdade que o termo makambuzi aparce registado no Minidicionário de Moçambicanismos, de Hildizina Dias, com o significado de “pastor de cabritos” (do chuabo, segundo esta obra). Nei Lopes relaciona o termo com os termos nhúnguè imbuzi, “bode”, mukumbuso, “memória, lembrança, recordação”, os termos nhanja m'busa, “pastor”, e kukumbutsa, “recordar”, e o suaíli kukumbuka, “recordar”. A hipótese aqui fica, para debate.



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Chimborazo, no Equador, um pico bem alto...

 O Chimborazo

Chimborazo está localizado em: Equador
  Coordenadas 1° 28' 2" S 78° 49' O


Altitude 6267 m (20560 pés)

Proeminência 4122 m

Posição: 17

Cume-pai: Monte Aconcágua

Coordenadas 1° 28′ S 78° 49′ W

Localização Equador

Cordilheira Andes

Primeira ascensão 1880 por Edward Whymper, guiado por Louis e Jean-Antoine Carrel

Rota mais fácil Geleira


Segundo pesquisa minha efetuada na Wikipedia, (http://pt.wikipedia.org/wiki/Chimborazo), a montanha mais alta no que se refere ao centro da Terra, não é o Everest, mas sim o Chimborazo, no Equador.

Isto deve-se ao facto da Terra não ser exatamente esférica, sendo o seu raio no Equador 21 Km maior que nos Pólos, por causada sua rotação.

Chimborazo é um estratovulcão do Equador situado na província de Chimborazo, culminando a 6267 m de altitude e situado perto de Riobamba, a cerca de 180 km ao sul de Quito. É o pico mais alto dos Andes equatoriais, dominando uma região de 50000 km² e apresentando uma base de 20 km de diâmetro. É o 17º monte de maior proeminência topográfica do mundo.


Até o início do século XIX, Chimborazo era considerado a mais alta montanha da Terra (a partir do nível do mar), e tal reputação levou a diversas tentativas de escalada. Em 1802, o naturalista alemão Alexander von Humboldt tentou escalá-lo, acompanhado por Aimé Bonpland e pelo equatoriano Carlos Montúfar, mas teve que abandonar a empreitada a 5875 m por causa da rarefação do ar. A essa altura, eles alcançaram a maior altitude confirmada jamais atingida por um ser humano. Assim, é ao britânico Edward Whymper e aos irmãos Louis e Jean-Antoine Carrel que cabe a honra, em 1880, de serem os primeiros a atingir o pico do Chimborazo. Diversas pessoas duvidaram de tal feito, e Whymper escalou o vulcão mais uma vez no mesmo ano em companhia dos equatorianos David Beltrán e Francisco Campaña.

O Chimborazo inspirou, mais tarde, o libertador Simón Bolívar, que compôs um poema sobre o vulcão.

Sua última erupção data de mais de dez mil anos, sendo assim considerado extinto.

Ele é apelidado de Taita Chimborazo, ou seja Papai Chimborazo, a mãe sendo Mama Tungurahua.

O Chimborazo como extremo da Terra

O pico do Chimborazo é o ponto da Terra mais afastado do seu centro, pois ela é mais larga na Linha do Equador.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bagão Félix reage às novas medidas de austeridade anunciadas há dias por Passos Coelho


"Acho que se deu a machadada final no regime previdencial. Não estou a dizer na Segurança Social, estou a dizer no regime previdencial, que é aquele em que há uma relação directa entre o esforço que os trabalhadores fazem e os benefícios que têm", afirmou hoje à agência Lusa o conselheiro de Estado, apontando o caso das pensões e dos subsídios de desemprego e doença, que têm vindo a ser reduzidos.

"E porquê? Porque os benefícios decrescem, mas há um aumento de sete pontos percentuais no desconto do trabalhador", justificou.

Na sua opinião, o desconto feito pelos trabalhadores para a Segurança Social, "no fundo, não é uma taxa. É um verdadeiro imposto. Deixou de ser uma contribuição [para um seguro] social para ser um imposto único".

Quanto à descida dos encargos das empresas para a Segurança Social, o antigo ministro das Finanças e da Solidariedade Social realçou que a mesma "já estava prevista no memorando de entendimento com a troika", mas entende que a diminuição de 23,75% para 18% "não vai trazer grandes benefícios ao nível da geração de emprego" em Portugal.
"Não é por causa desta diminuição que vai haver um aumento de contratações. O que vai acontecer é que estas medidas, que diminuem o rendimento disponível das famílias, vão diminuir o consumo e, diminuindo o consumo, provavelmente é atacada a saúde das empresas e o desemprego tenderá a subir", concluiu.
Passos Coelho anunciou na sexta-feira um aumento de 11% para 18% da contribuição para a Segurança Social dos trabalhadores dos sectores público e privado e a redução de 23,75% para 18% da contribuição das empresas.

PUB

Com as novas medidas de austeridade os funcionários públicos continuam a perder o equivalente ao subsídio de natal e de férias, cuja suspensão tinha sido considerada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional.

Para os funcionários do sector privado, o aumento da comparticipação para a Segurança Social equivalerá à perda de um salário por ano. Os pensionistas continuaram sem subsídios de natal e férias.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Eduardo Góis Lobo - Música Popular Brasileira

Edu Lobo

A minha pesquisa teve como fonte a Wikipédia:

Informação geral

Nome completo

Eduardo de Góes Lobo

Nascimento

29 de agosto de 1943 (68 anos)

Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ

País Brasil

Ocupação
cantor, compositor, arranjador, instrumentista

Instrumentos
voz, violão, piano

Eduardo de Góes Lobo, conhecido como Edu Lobo, (Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1943) é um cantor, compositor, arranjador e instrumentista brasileiro.
Música

Filho do compositor Fernando Lobo, começou na música tocando acordeão, mas acabou se interessando pelo violão, contra a vontade do pai. Iniciou a carreira nos anos 60 fortemente influenciado pela bossa nova, quando então numa parceria com Vinicius de Moraes, compôs Só Me Fez Bem. Porém, com o decorrer do tempo adotou uma postura mais político-social, refletindo os anseios da geração reprimida pela ditadura militar brasileira. Nesta fase surgiu uma parceria com Ruy Guerra e as composições engajadas Reza e Aleluia.

Ao mesmo tempo em que participava de vários festivais de música popular, obtendo o primeiro prêmio em 1965 como Arrastão (com Vinicius de Moraes) e em 1967 com Ponteio (com Capinam), e que venceu o Terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, Edu dedica-se a compor trilhas para espetáculos teatrais, entre eles o histórico Arena Conta Zumbi, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri. Depois de uma temporada nos Estados Unidos, Edu volta ao Brasil e retoma várias parcerias, entre elas a com Chico Buarque, e compõem a música de novas peças e balés.

O Grande Circo Místico

Pensado originalmente para o ballet teatro do Balé Teatro Guaíra, e inspirado no poema homônimo do parnasianista/ modernista Jorge de Lima (da obra A Túnica Inconsútil, 1938), o espetáculo estreou em 17 de março de 1983, mesclando música, balé, ópera, circo, teatro e poesia. Tamanho o sucesso, originou uma turnê de dois anos pelo país, assistida por mais de duzentas mil pessoas, em quase duzentas apresentações. Consagrou umas das mais completas obras já apresentadas no país, lotando o Maracanãzinho e o Coliseu dos Recreios, em Lisboa. As canções foram interpretadas por Milton Nascimento,Jane Duboc, Gal Costa, Simone, Gilberto Gil, Zizi Possi, entre outros. O disco coletivo foi lançado pela Som Livre.

Nordeste já

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da uma versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

Premiação

O disco Meia-noite recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco de música popular brasileira do ano de 1995. O disco Cambaio, gravado com Chico Buarque, recebeu o Grammy Latino de melhor álbum de MPB (2002).

domingo, 9 de setembro de 2012