quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Parlamento: "palavra de deputado faz fé"...

Depois de ter lido esta notícia escandalosa, resolvi partilhá-la no meu post de hoje, para que todos constatem como as injustiças no nosso país são cada vez mais acentuadas.

Não me regozijo minimamente com o sucedido à senhora deputada, nem me considero juiz em causa própria, mas penso que os cidadãos deveriam ser todos tratados do mesmo modo: "ninguém está acima da lei" é o que costumamos ouvir da boca dos nossos dirigentes políticos. 

E também estamos habituados a ouvir dizer que "o exemplo vem de cima"! Para quando? Os mais jovens vão continuar a  ler e a escutar notícias destas? É assim que vão crescer? No meio das desigualdades? 

Isto é uma discriminação autêntica, pois se for o "Zé Povinho" a cometer um ato destes, é logo punido... Ai, mas dos que me estão a ler, tenho a certeza que, disso ninguém tem dúvidas! 

E com mais uma agravante em relação à senhora deputada Glória Araújo: "De acordo com o regimento da Assembleia da República, ao deputado que "deixe de comparecer a quatro reuniões do plenário por cada sessão legislativa" é retirado o mandato, "salvo motivo justificado". Sem as razões agora apresentadas, Glória Araújo teria acumulado as quatro faltas que levariam à perda do mandato." Jornal i
 
Com que direito um ser humano como nós, só porque é deputado, pode escapar às imposições das leis que vigoram no nosso país? Segundo Couto dos Santos (Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República), sofrerá apenas "uma condenação política" aplicada pelo próprio partido (?) ... 

Ficarei à espera de conhecer essa sanção...

Vamos então ler a notícia:

Parlamento 
Socialista alcoolizada dispensada de apresentar atestado porque "palavra de deputado faz fé"

Porque “a palavra do deputado faz fé”, a deputada do PS Glória Araújo, detida pela PSP por conduzir com excesso de álcool, não precisa de apresentar um atestado médico para provar o motivo de doença declarado na justificação entregue nos serviços da Assembleia da República, devido às faltas que deu ao plenário.
Socialista alcoolizada dispensada de apresentar atestado porque palavra de deputado faz fé

DR

POLíTICA
Depois de ter sido detida pela PSP, no passado dia 4 de Janeiro, por conduzir com excesso de álcool, a deputada socialista Glória Araújo faltou ao plenário, tendo posteriormente entregue nos serviços da Assembleia da República uma justificação dessas faltas que indicava motivo de doença.
Mas não foi apresentado qualquer comprovativo e as regras do Parlamento também não obrigam os deputados a fazê-lo. O mesmo não acontece, por exemplo, com os funcionários públicos, cuja falta por motivo de doença tem de ser comprovada “mediante declaração passada por estabelecimento hospitalar, centro de saúde, incluindo as modalidades de atendimento complementar e permanente, ou instituições destinadas à prevenção ou reabilitação de toxicodependência ou alcoolismo”, salienta o i.
Porém, no caso da deputada do PS, “este tipo de justificação não necessita de relatório médico”, esclarece fonte oficial dos serviços da Assembleia da República, remetendo para uma resolução sobre o regime de presenças e faltas ao plenário, aprovada em 2009, e que define que “a palavra dos deputados faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais”.
No mesmo sentido, o presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, Couto dos Santos, defende que não faz sentido obrigar os deputados a apresentarem atestados médicos em caso de doença porque são “responsáveis pelos seus actos” e é preciso ter “confiança em quem elegemos”.
Ainda na opinião de Couto dos Santos, a consequência deverá passar por uma “condenação política” aplicada pelo próprio partido pela “exposição à vergonha pública”, escreve o i.
Entretanto, Glória Araújo continua sem fazer qualquer comentário, mas já regressou aos trabalhos no Parlamento.

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