sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ainda o "adeus" a Georges Moustaki...

imagem obtida em: urania-josegalisifilhoblogspot.com


Biografia sucinta de Georges Moustaki


A minha pesquisa: Georges Moustaki (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

Georges Moustaki (Alexandria, 3 de maio de 1934 - Nice, 23 de maio de 2013), nascido Giuseppe Mustacchi, foi um compositor e cantor francês. 

Nascido no Egito, de pais judeus gregos originários de Corfu, cresceu em um ambiente multicultural (judeu, grego, italiano, árabe, francês) e cedo se apaixonou pela literatura e pela canção francesas - particularmente por Édith Piaf. 

Transfere-se para Paris em 1951, onde trabalha como jornalista e depois barman em um piano-bar, o que o leva a conhecer personalidades do mundo musical da época, como Georges Brassens, que terá grande influência sobre sua carreira e de quem adota o nome. 

Em 1958, encontrará Édith Piaf. Para ela escreverá uma das suas canções mais conhecidas - Milord - e com ela viverá um rápido e intenso romance. 

É autor da canção "Abril em Portugal". (wikipedia)

E agora, em homenagem ao seu amor por Édith Piaf: "Milord"



Homenagem a Georges Moustaki, um dos "monstros" da música francesa...


quinta-feira, 23 de maio de 2013

"Angola Saudosa", um poema de José Carlos Moutinho

                          

Angola Saudosa


Angola...
Terra quente, de chão vermelho
Como o sangue da vida,
Onde proliferam cores candentes,
De corações alegres
E almas ardentes!
Flora de deslumbrantes miragens,
Fauna de pujante riqueza!

Ah...Angola de tantos encantos,
Que se perdem nas planícies do tempo
E se reencontram nas montanhas,
Sob mantos de luar!

Angola...
Terra que vibra a cada instante,
No nascer da alvorada,
De sol escaldante...
Que nos sorri, em cada momento do nosso sentir!
Angola, país de tantos dialetos e contrastes,
De um povo forte, de místicas crenças!

Angola, filha da Mãe África,
Transbordante de saberes e feitiços,
De extensões que se perdem no infinito,
Das ilusões que se inventam misteriosas,
Nas noites de batuques,
Despertadas nas madrugadas,
De Acácias em flor,
Inebriadas pelos cheiros raros,
Desta Angola amada,
Incrustada, paradoxalmente
Numa África bela e sacrificada.

José Carlos Moutinho

imagem obtida em: visahunter.com

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Homenagem a Colin Davis, um maestro inglês da Orquestra Sinfónica de Londres


Colin Davis nasceu a 25 de setembro de 1927.

Foi um maestro inglês que dirigiu a Orquestra Sinfónica de Londres (LSO). O seu grande ídolo era Hector Berlioz. É conhecida a Symphonie Fantastique Op. 14, Épisode de la Vie d'un artiste en cinq parties, de Berlioz, interpretação do maestro Colin Davis, com a LSO. 

Com efeito, durante duas dezenas de anos foi visto a presidir à referida Orquestra, tendo tido uma carreira internacional digna de nota, editando discos que venceram alguns Grammys.


Quando era rapazinho, gostava de ouvir música no gramophone que havia lá em casa e foi uma vez, ao ouvir a 8ª Sinfonia de Beethoven que decidiu qual a carreira que queria seguir. 

O pai era bancário e tinha sete filhos, mas o seu benfeitor foi um tio-avô que o ajudou e apoiou, permitindo-lhe, aos 16 anos, estudar no Colégio Real de Música. Ali aprendeu a tocar clarinete. Teve de fazer uma auto-aprendizagem dos movimentos de maestro, uma vez que, como não aprendera piano, viu  recusada a inscrição em aulas de direção de orquestra. Como bom observador que era, e com a experiência de dirigir coros, fez várias tentativas e acabou por conseguir tornar-se Assistente na Orquestra Sinfónica da BBC escocesa (1957).

Mais tarde, em 1959, destacou-se, quando teve de substituir o famoso Maestro Otto Klemperer, no Royal Festival Hall.  

Hoje, é conhecido por Sir Colin Davis, uma vez que foi ordenado Cavaleiro pela Rainha Isabel II, em 1980.

Mas...tudo isto é bom de ser escrito, só que é obrigatório que se refira que Colin Davis era uma pessoa que tinha muito mau feitio, era arrogante, e zangava-se com frequência com os instrumentistas. 

Chegou ao ponto de tratar mal o público, quando dirigia a Orquestra na Royal Opera House: quando foi vaiado, deitou-lhe a língua de fora...!!!

Também trabalhou na Orquestra Sinfónica da BBC, bem como na Sadler's Opera House e ainda na Royal Opera House. Mais tarde, escolheu viver na Baviera e depois, em Boston. Sentiu que tinha de se modificar e tornar-se outro homem.

Regressou a Londres 30 anos depois, em 1995 e foi para Regente Principal da Orquestra Sinfónica de Londres. Tinha sido casado com a soprano April Cantelo, de quem se separara; agora, casara com uma mulher persa, de quem teve cinco filhos, e estava completamente diferente!

Aprendeu a acalmar-se e, segundo o que li na Revista Sábado, fumava cachimbo, fazia malha (quando era pequeno, era ele que confecionava as roupas para as bonecas das irmãs), e é interessante referir que aos 80 anos, tricotava as suas próprias camisolas. Tinha um animal de estimação com quem brincava: uma iguana! Também gostava muito de ler: era um profundo conhecedor de música clássica!

No concerto do dia dos seus 80 anos, escolheu o "Requiem de Mozart"! 

Há várias semanas que se encontra à venda o disco "Grande Messe des Morts", obra escolhida por ele quando conduziu a Orquestra Sinfónica de Londres, pela última vez. 

"Partiu" há pouco tempo, com 85 anos, a 14 de abril de 2013!



domingo, 19 de maio de 2013

Miguel Torga atualíssimo...



Triste Fado tem o País das Caravelas

Triste fado tem o país das caravelas
Das descobertas,do nónio, do poeta cantado
que morreu de fome...
neste país!
do povo
que baixa a cabeça
em vénia subserviente
obediente servil,
qual podengo sem dono,
boi manso cangado
que puxa o arado em terra que não é sua
incapaz de gritar!
Herois do mar de onde?
Fazem de ti o  que querem
e tu aguentas sem um lamento.
triste é uma nação que chega a nada
levantai hoje de novo ?
que esplendor?
onde a corrupção impera
 a finança manda
e possui o poder!
Até quando?

 MIGUEL TORGA

"Ninguém me encomendou o sermão, 
mas precisava de desabafar publicamente. 
Não posso mais com tanta lição de economia, 
tanta megalomania, tão curta visão do que fomos, 
podemos e devemos ser ainda, e tanta subserviência
às mãos de uma Europa sem valores"
Miguel Torga - 1993