quinta-feira, 20 de março de 2014

"Famílias perderam mil milhões em deduções fiscais desde 2011...!!!"

"O maior impacto foi sentido em 2012, por exigência da troika, e alarga-se a todos os impostos pagos por particulares e empresas

Famílias perderam mil milhões em deduções fiscais desde 2011

18/03/2014 | 00:00 | Dinheiro Vivo
O reembolso de IRS, que até há pouco tempo era sinónimo de alívio para as famílias - muitas vezes utilizado para ajudar a pagar seguros ou créditos à habitação -, está cada vez mais curto. A explicação está na redução dos tetos para isenções e deduções, que estão em queda desde que a troika chegou a Portugal e que em 2014 serão mil milhões de euros inferiores ao disponível em 2011. 
Os números fazem parte do Relatório da Despesa Fiscal que o Governo tornou ontem público. Para as famílias, são notícias pouco animadoras: em quatro anos, o valor disponível para despesas caiu 1015 milhões de euros, o que representa menos devoluções de IRS e, na prática, mais imposto efetivo pago pelas famílias. 

A maior redução nas deduções foi sentida na saúde, que conta agora com menos 433 milhões de euros do que em 2011. Ou seja, com menos 67% da verba disponível há quatro anos. Logo atrás vêm as verbas previstas para o crédito à habitação, que caíram 62% relativamente há quatro anos (365 milhões). Na educação, a redução das despesas previstas foi de 11%, menos 32 milhões de euros.
Este ano, quando os portugueses começarem a fazer a declaração deste imposto, relativa a 2013, que começa para as entregas em papel já este mês, também vão sentir a diferença. “É possível que haja alguém a ter surpresas, mas, regra geral, as famílias vão receber menos”, afirmou ao Dinheiro Vivo Serena Cabrita Neto, da sociedade de advogados PLMJ. É que “ ao nível fiscal um casal com um rendimento de 40 mil euros é considerado rico” e “o valor disponível para deduções é muito limitado”, deixando de fora grande parte das despesas feitas, por exemplo, com os colégios dos filhos.

A despesa fiscal prevista para este ano, ou seja, o valor que é atribuído em benefícios fiscais, cai 236,2 milhões de euros, com as deduções à coleta a recuarem 241,1 milhões de euros. E na altura de fazer as contas às despesa, os portugueses vão contar com menos deduções possíveis quer para a educação quer para a saúde.
No total dos vários impostos diretos ou indiretos, a despesa fiscal do Estado foi reduzida em 35% em quatro anos. Isto significa que o Estado poupou 4,81 mil milhões de euros com o corte de isenções, deduções e benefícios.
A maior diferença foi sentida pelos particulares e pelas empresas entre 2011 e 2012, quando houve menos 778,9 milhões de euros disponíveis para deduções e benefícios.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO330773.html?page=0

Guia do IRS
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