segunda-feira, 23 de março de 2015

Expressão Curiosa: "Guerras de Alecrim e Manjerona"

(António José da Silva)
in www.infopedia.pt
"Conta uma obra de António José da Silva, do século XVIII, que houve uma guerra para os lados de Sintra. De um lado estavam os defensores do alecrim, do outro os da manjerona. Por causa do gosto por uma ou outra planta, o ambiente azeda e os adeptos de um e outro lado radicalizam posições e envolvem-se em confronto. Foram as Guerras do Alecrim e da Manjerona." in http://expresso.sapo.pt/
"Representada no teatro do Bairro Alto, esta ópera lírico-jocosa é considerada a obra-prima do comediógrafo António José da Silva. A peça satiriza a rivalidade existente entre ranchos carnavalescos, o "Alecrim" e a "Manjerona", que animavam Lisboa na época. Apesar da estrutura ainda ser um pouco deficiente, esta obra constitui um progresso assinalável em relação às obras anteriores do autor. Nota-se uma maior comicidade, resultante da linguagem, das situações, dos caracteres, etc., da definição de tipos e acima de tudo da sua coesão. Da peça em questão fazem parte cinco sonetos barrocos recitados e 20 árias cantadas.
O enredo inicia-se com o desejo de conquista de Gilvaz, um peralta, que quer ser amado por Clóris, uma donzela rica, e com os diversos estratagemas que o seu criado, Semicúpio, arranja para infiltrar o amo em casa da donzela. Caso o enamorado não conseguisse alcançar o seu objetivo, Semicúpio ficaria sem os ordenados atrasados. Entretanto Nise, a irmã de Clóris, aceita a corte de Fuas que, tal como Gilvaz, não tem dinheiro e acaba também por beneficiar da ajuda do criado deste e de uma criada das raparigas, Fagundes. O principal obstáculo desta trama amorosa é D. Lançarote, o pai das donzelas, que, além de avarento, pretende casar uma das filhas com Tibúrcio, um sobrinho seu. Para complicar um pouco a situação, os peraltas têm ciúmes um do outro por se julgarem rivais e Semicúpio apaixona-se por Sevadilha, outra criada da casa por quem Tibúrcio igualmente suspira."
in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-03-27 18:31:41]. Disponível na Internet: 
Sobre o autor 
"António José da SilvaPoeta, comediógrafo e advogado, dito o Judeu, nasceu em 1705, no Rio de Janeiro, e veio a ser executado em 1739, em Lisboa. É considerado o dramaturgo português mais importante entre Gil Vicente e Almeida Garrett.  Originário de uma família de cristãos-novos, perseguida pela Inquisição, facto que lhe valeu a alcunha de "o Judeu", chegou do Rio de Janeiro a Portugal, com 8 anos, para o julgamento de sua mãe. Este incidente permitiu-lhe estudar em Lisboa e mais tarde em Coimbra, onde se formou em Direito (1728). Em 1726 foi preso pelo Santo Ofício juntamente com a mãe e libertado meses depois. Pouco tempo após a sua estreia no teatro, em 1733, o comediógrafo casou-se com uma prima judia de quem teve uma filha. Quatro anos depois, foi novamente encarcerado com a família, acusado de judaizante. A mulher e a filha foram libertadas e refugiaram-se na Holanda, mas A. J. da Silva foi garrotado e queimado em auto de fé, sob acusação de judeu convicto, negativo e relapso.
As suas comédias foram escritas em prosa, embora com alguns recitativos poéticos, e destinavam-se à representação essencialmente por bonifrates. Situa-se a sua obra na transição da comédia espanhola para o melodrama italiano. Calderon, Tirso de Molina e Lope de Vega foram algumas das influências sofridas.
No Teatro do Bairro Alto foram representadas algumas das suas comédias, em que incluía números musicais: Esopaida ou Vida de Esopo (1734), Os Encantos de Medeia (1735), Labirinto de Creta(1736) e Guerras do Alecrim e Manjerona (1737)."
    in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-03-27 18:40:07]. Disponível na Internet: 

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