sábado, 3 de outubro de 2015

Nestes últimos anos, o povo português aprendeu uma lição demasiado cara...

Concordo em absoluto com o artigo que vou aqui partilhar neste post do dia de hoje, e que penso que serve de reflexão em relação ao que temos vivido e aprendido nestes últimos anos - os anos da crise que se instalou em Portugal!

imagem in: pt.linkedin.com 
"O Povo é sereno", por Paulo Ferreira em 02.10.2015, in observador.pt

"Faço parte do grupo de eleitores que olha com algum espanto para o que as sondagens nos dizem, apontando todas elas para uma vitória confortável mas minoritária da coligação PàF. Não porque considere, na minha avaliação pessoal, que o Governo deva ser severamente penalizado — o que foi feito teria que ser feito por quem quer que estivesse a governar, mais por aqui ou mais por ali — mas porque nunca imaginei que esse pudesse ser também o julgamento de cerca de 40% do eleitorado. O eleitoralismo, as promessas perigosas, o facilitismo e o clientelismo sempre pagaram. O maior monumento que erguemos a esse fenómeno aconteceu não há muitos anos. Foi nas eleições de 2009, um ano depois da crise financeira e já com todos os sinais de alarme a disparar. José Sócrates apresentou-se ao eleitorado depois de ter aumentado a função pública em 2,9%, com um défice assumido de 5,9% mas na realidade já a caminho do dobro desse valor e com promessas de atirar mais dinheiro — leia-se mais défice e mais dívida — para cima dos problemas, com um programa de obras faraónicas para concluir — TGV, novo aeroporto, nova travessia do Tejo, uma dezena de novas auto-estradas. Era o progresso em forma de betão. Bateu Manuela Ferreira Leite, que foi avisando que não havia dinheiro e que as propostas socialistas eram o caminho para o desastre. A então líder do PSD tinha razão, como qualquer cidadão informado e desprovido de clubite partidária já conseguia perceber e todos viemos tristemente a confirmar um ano depois. A “compra” de votos com dinheiro dos contribuintes das gerações presentes e futuras — aumentos salariais, subsídios a pessoas ou empresas, obras vistosas e outras desgraças com tiques de novo-riquismo — sempre funcionou como trunfo eleitoral. Tal como sempre foram eficazes as promessas de pão e circo, ainda que muitas se percam depois nos caminhos tortuosos da governação quando esta se confronta com a realidade. O país tinha mordido estes iscos há apenas seis anos e nunca imaginei que em tão pouco tempo, tanta gente tivesse aprendido tanta coisa. A lição foi demasiado cara mas, aparentemente, parece estar a ser assimilada: não se distribui dinheiro que não temos. É isso que indicia a aparente resistência eleitoral — estamos a falar de dados de sondagens que vão ser submetidas ao soberano “fact cheking” no domingo — da coligação PSD/CDS, que deve descer substancialmente em relação à votação de 2011 mas que pode ser, ainda assim, a candidatura mais votada. Um povo que, na sua maioria, foi habituado à miragem dos almoços grátis só podia penalizar duramente quem executou o mais duro programa económico da democracia — o ajustamento de Mário Soares em 1983-85 foi também violento, mas a ilusão monetária permitida por uma inflação próxima dos 30% suavizou a sua percepção, embora nem assim o PS tenha escapado nessa altura à mais pesada derrota da sua história. O mesmo povo, perante uma proposta alternativa muito mais simpática e rápida no desmantelamento das medidas de austeridade, como é a do PS de António Costa, seria certamente tentado a ir inequivocamente por aqui. Mas, aparentemente, nem uma coisa nem outra. Nem os fantasmas levantados nos últimos anos sobre um alegado extremismo ideológico do governo fizeram caminho. Neo-liberais? Ultra liberais? Radicais de direita? Desmantelamento do Estado? Fim do Estado Social? Só por distração se pode acreditar nisso. Só por ignorância ou má-fé argumentativa se podem tentar colar essas etiquetas. Se há área onde o governo PSD/CDS falhou e ficou muito aquém do que podia e devia foi na reforma do Estado e na redução do seu peso na economia — coisa que, aliás, o próprio programa eleitoral do PS agora prevê, e bem. Promover a confusão entre esta necessidade e a destruição dos serviços públicos é que enfraquecerá ainda mais o Estado. Também fomos ouvindo, ao longo dos últimos quatro anos, lamentações várias sobre a pacatez do país na sua oposição à troika, à austeridade e, claro, ao Governo. Que não havia protestos ruidosos nem violentos, como muitas vezes se viram em frente ao Parlamento grego. Houve a enorme manifestação de 15 de Setembro de 2012, onde se matou a mudança na Taxa Social Única, momento raro de cidadania que o Governo terá levado em boa conta. Para além disso, restaram as dezenas de arregimentados da Fenprof de Mário Nogueira e a sempre forte capacidade organizativa da CGTP, presenças regulares nas ruas e nas televisões. E, claro, as habituais greves dos transportes públicos. Agora percebemos porque é que estas árvores não representavam a floresta. E não foram os nossos míticos brandos costumes a manter a serenidade nas ruas. Apesar de muito dolorosa, de ter sido executada com erros, com mais cortes cegos do que estruturais e com enormes aumentos de impostos, uma fatia importante da população terá entendido a austeridade como um mal necessário e, tudo pesado, bem sucedida nos seus propósitos principais: recuperar a soberania financeira. A comparação com a caótica aventura grega, fortemente mediatizada em Portugal, terá também ajudado o Governo nesta percepção.Independentemente do vencedor no próximo domingo, esta eleição confirma o país que se posiciona esmagadoramente ao centro, que não gosta de aventuras e que foi confrontado com uma coisa nova: pagoudemasiado caras as ilusões das últimas décadas e agora perdeu-as." 
Jornalista, pauloferreira1967@gmail.com

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Lorie (Laure Pester)

Neste Dia Mundial da Música, presto aqui uma homenagem à canção francesa:

"Lorie, cujo verdadeiro nome é Laure Pester, é uma famosa cantora e atriz francesa, nascida em 2 de maio de 1982 em Plessis-Bouchard, Val-d’Oise. Aos 17 anos Lorie gravou sua primeira canção, “Baby boum”, mas foi aos 19 que foi reconhecida por seu 1º single oficial, “Près de moi”, conseguindo um contrato com a Epic Records e lançando seu primeiro album em 2001, “Près de toi”, vendendo mais de 1milhão de cópias só na França. Em 2008 Lorie dá início a sua carreira como atriz, e faz o papel principal do filme “De Feu et de Glace”, além de dar sua voz à personagem Sininho, dos Studios Disney. Considerada a “Britney Spears francesa”, Lorie atualmente trabalha na divulgação de seu ultimo album “2lor en moi?”." in http://www.letras.com.br



quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Benefícios do manjerico


in: aguidaequesabe.com
"Origem
Sul da Ásia (Índia e Indonésia), mas aclimatou-se muito bem na Europa.
Influência da Luz - Muita luz
Altitude Baixa

Características / Efeitos Terapêuticos
O manjerico tem folhas grandes e extremidades floridas, ovaladas e dentadas, de 3 a 5 cm, de comprimento, de cor verde brilhante, com flores pequenas brancas ou rosadas em forma de cachos e floresce no fim do verão. Desenvolve-se em solos argilosos com húmus bem regados e drenados.
O manjerico é anti-espasmódico, analgésica, anti-febril, anti-séptico, aromatizante, calmante, dispepsia nervosa, diurético, estimula o aparelho digestivo, expectorante, excitante, hidratante, relaxante, revigorante e sedativo.O manjerico actua no sistema digestivo como anti-séptico. Contém propriedades calmantes e anti-stress, combatendo a insónia, fadiga mental e enxaqueca. É rico em vitaminas A e K, cálcio e ferro.

Curiosidades de Utilização

Alimentação - Os manjericos podem ser combinados com omeletas, ovos mexidos, carne, peixe, saladas, massa e tomates, a partir da ebulição das folhas. Na Itália, o manjerico é utilizado para substituir a salsa e o limão, mas combina com a pimenta, a salsa ou o rosmaninho. Aromatiza os pratos de cozinha tailandesa e a provençal. Muito utilizado em molhos, saladas, pizzas, queijos, massas, ovos e pães. O manjerico, na cozinha, deve ser utilizado fresco numa salada de tomate, nas massas ou na sopa, mas perde todo o gosto na cozedura.

O manjerico facilita a digestão dos alimentos e serve como calmante.

Perfumes - Serve para óleos aromáticos. Utilizado em fragrâncias masculinas. Óleos para fabrico de sabonetes, pasta de dentes, colírio e perfumes. O manjerico exala um perfume suave, sobretudo à noite."

domingo, 27 de setembro de 2015

Agora a sério, existe mesmo a expressão "à séria"?

professordiegolucas.blogspot.com 
Tendo pesquisado a razão de cada vez mais se ouvir a expressão "à séria", e de tentar saber se ela é correta, encontrei várias respostas à minha dúvida:

1ª pesquisa efetuada em: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa:
"À séria e à balda, por Ana Martins  09 de junho de 2007 

O leitor Rui Henriques fez-nos chegar uma observação justa relativamente ao uso da expressão "à séria", em vez de a sério, e deu um exemplo: «os alunos prepararam-se à séria para o evento» (Sol, 2-6-07).
Quando falamos (ou escrevemos), fazemos escolhas — de palavras, de expressões, de combinatórias de grupo de palavras, etc. Essas escolhas fazem-se, em grande medida, em função dos contextos. Em registo familiar, podemos ouvir dizer que alguém ou alguma coisa «trabalha à séria», «funciona à séria» — com o sentido de «sem facilitar»; «com profissionalismo e eficácia». Algum dia havia de aparecer uma expressão que permitisse o contrapeso das coisas feitas à baldaà toaà maluca ou à bruta.
Portanto, se admitirmos a integração de "à séria" na língua, é imperioso atender às restrições fortes de registo ou nível de língua.
Ora, acontece que "à séria" circula à vontade no discurso dos media:
«Arraiais à séria só em Alfama» (Diário de Notícias, 10-6-06);
«Emissão da TV Net arrancou ontem "à séria"» (Jornal de Notícias, 12-12-06);
«Uma semana para cinéfilos à séria» (Sol, 8-2-07).
Mais do que classificar "à séria" como erro absoluto, é de condenar a sua presença nos jornais — que estão obrigados à activação do registo corrente — e, sobretudo, assinalar que muitos falantes do português (nos dois pólos da chamada comunicação de massas) apresentam um défice acentuado no seu arquivo vocabular, que os impede de, em função dos contextos, substituir "à séria" e a sério por expressões alternativas, como com empenhocom determinação; ou aficionadocompetenteprodutivoconsequente, etc., etc. 
Fonte Artigo publicado no semanário Sol, de 9 de Junho de 2007."
2ª pesquisa efetuada em: FLIP dá a volta ao texto
"à séria [Locuções]

A utilização da expressão à séria nunca foi tão utilizada. Quanto a mim esta expressão não faz qualquer sentido. Porque não utilizam a expressão a sério?

Álvaro Vieira (Portugal)

A locução à séria segue a construção de outras tantas que são comuns na nossa língua (junção da contracção à com uma substantivação feminina de um adjectivo, formando locuções com valor adverbial): à antiga, à portuguesa, à muda, à moderna, à ligeira, à larga, à justa, à doida, etc.


Assim, a co-ocorrência de ambas as locuções pode ser pacífica, partindo do princípio que à séria se usará num contexto mais informal que a sério, que continua a ser a única das duas que se encontra dicionarizada. Bastará fazer uma pesquisa num motor de busca na internet para se aferir que à séria é comummente utilizada em textos de carácter mais informal ou cujo destinatário é um público jovem; a sériocontinua a ser a que apresenta mais ocorrências (num rácio de 566 para 31800!).
Pedro Mendes, 23/06/2004  in flip.pt"

3ª pesquisa efetuada em juris coisas e loisas da língua portuguesa
http://doc.jurispro.net 

"À SÉRIA ou A SÉRIO?
À SÉRIA é um modismo perfeitamente desadequado. O que deve dizer-se é A SÉRIO.

A locução A SÉRIO significa seriamente, com ponderação, com gravidade, sem gracejos ou deveras, realmente, seguramente e, claro, é também antónimo de a brincar .

Estás a falar a sério ou a brincar?
Do programa Cuidado com a língua"