domingo, 25 de junho de 2017

Neste domingo, um poema de Maria Helena Soares Reis Horta

Escolhi um poema desta poetisa setubalense, que despertou para a poesia, incentivada por Sebastião da Gama, seu amigo e professor.

Como professora associada há mais de 30 anos da ASSP (Associação de Solidariedade Social dos Professores) recebo regularmente o Boletim Informativo e, foi com alegria que deparei com este poema maravilhoso no BI nº 203, 2º trimestre 2017 e cuja leitura ofereço a quem me "visita" neste espaço de partilha.

Então, aí vai:

Arrábida Serra e Mar

Minha serra
Verde verde
Tão verde de olhar o mar
Que dia e noite
A seduz
Com cantigas de embalar

Canta a onda no rochedo
Alegre pela tardinha
Acordando o rouxinol
Poeta cantor
Presságio
Da noite que se avizinha

E a noite
Abraça e protege
Carreirinhos peregrinos
Onde se escondem segredos
De frades arrabidinos
E a noite 
Tem a frescura
De rosmaninho a florir
De alfazema perfumada
De medronho a colorir

Tem o travo de Saudade
Aroma de rosas mil
Rosas bravas albardeiros
Rainhas do mês de abril
E a noite 
Guarda o mistério
Do passado a renascer
Guarda o Sonho do Poeta
E os poemas por escrever

Minha serra
Verde verde
Encanto dos olhos meus
Na Mata do Solitário 
Fico mais perto da Vida
Fico mais perto de Deus.

(in "Traços da Memória")

imagem obtida in: http://a-ler-em-voz-alta.blogspot.pt 

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