sábado, 1 de julho de 2017

Poesia para o fim de semana

Trago nos olhos o Rio

Trago nos olhos o Rio
que me embalou
ao nascer
Na voz, 
requebros de onda
que na praia 
vem morrer

Trago nos dedos
a espuma, 
nos cabelos
os sargaços, 
no meu corpo
eta ansiedade
de adormecer 
nos seus braços

Menina da beira-rio,
mulher feita à beira-mar, 
voando com as gaivotas
eu aprendi a sonhar.

(in "Trago nos olhos o Rio", de Maria Helena Soares Reis Horta)

in: setubalmais.pt

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Victor Hugo homenageado pela GOOGLE!


Victor Hugo, um dos maiores escritores,  ganha homenagem do Google


O doodle, em comemoração à publicação do último capítulo de 

“Os Miseráveis”, obra prima de Victor Hugo, retrata personagens 

de seus livros e de sua vida

São Paulo – O autor francês Victor Hugo, considerado por muitos um dos maiores escritores do mundo, ganhou uma homenagem nesta sexta-feira na página inicial do Google. O doodle, em comemoração à publicação do último capítulo de “Os Miseráveis”, sua obra prima, retrata alguns personagens de seus livros e de sua vida.
Entre as personalidades de suas obras, estão o corcunda Quasimodo e a cigana Esmeralda, de “Notre-Dame de Paris”, além do menino de rua Gavroche e Cosette, a menina que foi “adotada” por Jean Valjean, todos eles de “Os Miseráveis”.
Há também uma menção a sua coleção de poemas, “As Contemplações”, e ao período do exílio em que o escritor viveu em Guernsey por 15 anos, devido a suas opiniões políticas liberais e republicanas, além de seu ativismo contra a pena de morte.
Antes mesmo de atingir os 30 anos, Victor Hugo, nascido em 1802, já era um poeta conhecido nos círculos literários de Paris, profundamente influenciado pelo Romantismo em voga no século 19.
É com a publicação de “Notre-Dame de Paris”, em 1831, que Hugo atinge o reconhecimento na literatura. A obra foi traduzida para vários idiomas e a catedral, que era bastante negligenciada, foi restaurada e preservada.
Por volta dessa época, Victor Hugo começou a trabalhar na sua obra máxima, que só começou a ser publicada na década de 60.  A novela “Os Miseráveis” conta a história de Jean Valjean, um homem que, por roubar um pão, é condenado a trabalhos forçados e que tenta se reintegrar na sociedade após cumprir a pena.
Apesar de as críticas da época atacarem uma certa “ingenuidade” da novela, “Os Miseráveis” ainda é um retrato importante de um período turbulento e fascinante da história da França, além de ter sido um sucesso de público na época.
Victor Hugo, que ainda publicou depois os “Trabalhadores do Mar” e “O Homem que Ri” e outras coleções de poesias, é homenageado nas ruas, parques, trilhas e estatuas na maioria das grandes cidades francesas. O Google diz que o doodle tem a intenção de integrar-se a essas homenagens."

encontrei in: 
http://exame.abril.com.br/tecnologia/victor-hugo-um-dos-maiores-escritores-ganha-homenagem-no-google/

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Portugueses mais pobres: menor acesso a cuidados de saúde oral e mental

imagem in: http://www.esferasaude.pt

Esta é uma situação que nos deixa angustiados: a de menor acesso dos portugueses mais carenciados a serviços de saúde essenciais.

Pelos vistos, é uma situação crónica no nosso país. As dificuldades continuam a surgir na vida dos portugueses com menos recursos. Estes sentem-se limitados e afetados sempre que necessitam de recorrer a consultas de especialidade, principalmente de saúde oral e mental.

O acesso a medicação constitui outra fonte de problemas para os mais necessitados, uma vez que estes têm grandes restrições financeiras.

Encontrei um artigo ihttp://www.jn.pt/nacional/28 junho 2017, que nos explica bem os problemas relacionados com este tema:


"Mais pobres continuam com menos acesso a saúde oral e medicamentos"

Os mais pobres em Portugal continuam a ter menos acesso a consultas de especialidade, sobretudo de saúde oral e mental, bem como a medicamentos.
Tendo por base dados de 2014 e 2015, o observatório indica que as "barreiras no acesso aos cuidados de saúde permanecem relevantes em Portugal", sendo muito marcadas por fatores socioeconómicos.
Na área da saúde oral e da saúde mental, o relatório aponta para "limitações fortes no acesso" que afetam "de forma desproporcional os mais pobres".
"Essa é uma situação crónica do nosso sistema de saúde. As pessoas com menos recursos cada vez têm mais dificuldades de acesso", comentou em declarações à agência Lusa Aranda da Silva, porta-voz da coordenação deste relatório do Observatório.

Segundo Aranda da Silva, em 2017, ainda subsiste este "problema complicado", que se traduz no facto de as pessoas de fracos recursos "não terem acesso à saúde mental e à saúde oral".
A carência de serviços de saúde oral e mental no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é o principal motivo para esta falta de equidade no acesso àquelas especialidades, sendo que as necessidades são maioritariamente satisfeitas através do setor privado.
"Apenas acessível para quem tem seguro ou capacidade de pagar", sublinham os autores do "Relatório de Primavera 2017".
O Observatório lembra que houve tentativas para atenuar as desigualdades no caso da saúde oral, através dos cheques dentista, mas considera que essa iniciativa "possivelmente não conseguiu reduzir a iniquidade".
Contudo, Aranda da Silva destaca que na área da saúde mental "não há medidas praticamente nenhumas".
O atual Governo arrancou no ano passado com um projeto-piloto nalguns centros de saúde da Grande Lisboa e Alentejo, de forma a integrar médicos dentistas e a alargar o acesso nos cuidados de saúde oral a alguns doentes e para algumas patologias.
Estes projetos-piloto encontram-se atualmente em fase de alargamento, abarcando todo o país num total de cerca de 60 unidades dos cuidados de saúde primários.
Ainda assim, a grande maioria dos centros de saúde em Portugal mantém-se sem cuidados de saúde oral.
Aliás, o Observatório indica que se têm registado "medidas pontuais" para atenuar barreiras económicas e sociais, que são simbólicas mas reveladoras de uma "nova visão e atitude política".
Quanto ao acesso a medicamentos, os autores recordam que a medicação é a principal fonte de despesas em saúde nas famílias, pelo que, na ausência de isenções, "é natural que os mais carenciados encontrem dificuldades de acesso".
O Observatório fez uma comparação com os restantes países da Europa ao nível das dificuldades de acesso à saúde e concluiu que Portugal não tem maiores barreiras, mas são mais marcadas do ponto de vista económico e de restrições financeiras."

imagem in: escolapsicologia.com

terça-feira, 27 de junho de 2017

Origem e significado da palavra "fidalgo"

"Fidalgo, s.m. (da loc. filho d'algo). 
Pessoa que tem foros ou títulos de nobreza, herdados de seus avós ou conferidos pelo rei. 
Pop. Indivíduo que vive sem trabalhar e anda bem trajado.
Fidalgo dos quatro costados, aquele cujos vós maternos e paternos eram já fidalgos. 
Moço-fidalgo, fidalgo-escudeiro, fidalgo-cavaleiro, graduações de fidalguia na antiga corte portuguesa.
Adj. Que tem foros de nobreza. Próprio de pessoa nobre: maneiras fidalgas.
Generoso, distinto, aprimorado: cortesia fidalga
Pop.De má boca. Que não quer trabalhar ou fazer serviços mais pesados.
Zool. Peixe do Norte do Brasil.
Antónimo: plebeu"

(in: Dicionário Prático Ilustrado Lello, Lello & Irmãos Editores, Porto, 1995)

in: gigasemegas.blogspot.pt

domingo, 25 de junho de 2017

Neste domingo, um poema de Maria Helena Soares Reis Horta

Escolhi um poema desta poetisa setubalense, que despertou para a poesia, incentivada por Sebastião da Gama, seu amigo e professor.

Como professora associada há mais de 30 anos da ASSP (Associação de Solidariedade Social dos Professores) recebo regularmente o Boletim Informativo e, foi com alegria que deparei com este poema maravilhoso no BI nº 203, 2º trimestre 2017 e cuja leitura ofereço a quem me "visita" neste espaço de partilha.

Então, aí vai:

Arrábida Serra e Mar

Minha serra
Verde verde
Tão verde de olhar o mar
Que dia e noite
A seduz
Com cantigas de embalar

Canta a onda no rochedo
Alegre pela tardinha
Acordando o rouxinol
Poeta cantor
Presságio
Da noite que se avizinha

E a noite
Abraça e protege
Carreirinhos peregrinos
Onde se escondem segredos
De frades arrabidinos
E a noite 
Tem a frescura
De rosmaninho a florir
De alfazema perfumada
De medronho a colorir

Tem o travo de Saudade
Aroma de rosas mil
Rosas bravas albardeiros
Rainhas do mês de abril
E a noite 
Guarda o mistério
Do passado a renascer
Guarda o Sonho do Poeta
E os poemas por escrever

Minha serra
Verde verde
Encanto dos olhos meus
Na Mata do Solitário 
Fico mais perto da Vida
Fico mais perto de Deus.

(in "Traços da Memória")

imagem obtida in: http://a-ler-em-voz-alta.blogspot.pt