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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Lembremos o 27 de fevereiro de 1953...Acordo de Londres sobre as dívidas alemãs...será que Portugal não tem o mesmo direito?

Recebido por e-mail:

imagem conseguida em: www.esquerda.net
"Para que a memória não se apague… 

Fez no passado dia 27 de Fevereiro, 60 anos!

Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs | Entre os países que perdoaram 50% da dívida alemã estão a Espanha, Grécia e Irlanda.

O Acordo de Londres de 1953 sobre a divida alemã foi assinado em 27 de Fevereiro, depois de duras negociações com representantes de 26 países, com especial relevância para os EUA, Holanda, Reino Unido e Suíça, onde estava concentrada a parte essencial da dívida. A dívida total foi avaliada em 32 biliões de marcos, repartindo-se em partes iguais em dívida originada antes e após a II Guerra. Os EUA começaram por propor o perdão da dívida contraída após a II Guerra. Mas, perante a recusa dos outros credores, chegou-se a um compromisso. Foi perdoada cerca de 50% (Entre os países que perdoaram a dívida estão a Espanha, Grécia e Irlanda) da dívida e feito o reescalonamento da dívida restante para um período de 30 anos. Para uma parte da dívida este período foi ainda mais alongado. E só em Outubro de 1990, dois dias depois da reunificação, o Governo emitiu obrigações para pagar a dívida contraída nos anos 1920. O acordo de pagamento visou, não o curto prazo, mas antes procurou assegurar o crescimento económico do devedor e a sua capacidade efectiva de pagamento. O acordo adoptou três princípios fundamentais: 
1. Perdão/redução substancial da dívida; 2. Reescalonamento do prazo da dívida para um prazo longo; 3. Condicionamento das prestações à capacidade de pagamento do devedor.
O pagamento devido em cada ano não pode exceder a capacidade da economia. Em caso de dificuldades, foi prevista a possibilidade de suspensão e de renegociação dos pagamentos. O valor dos montantes afectos ao serviço da dívida não poderiaser superior a 5% do valor das exportações. As taxas de juro foram moderadas, variando entre 0 e 5 %.
A grande preocupação foi gerar excedentes para possibilitar os pagamentos sem reduzir o consumo. Como ponto de partida, foi considerado inaceitável reduzir o consumo para pagar a dívida.
O pagamento foi escalonado entre 1953 e 1983. Entre 1953 e 1958 foi concedida a situação de carência durante a qual só se pagaram juros.
Outra característica especial do acordo de Londres de 1953, que não encontramos nos acordos de hoje, é que no acordo de Londres eram impostas também condições aos credores - e não só aos países endividados. Os países credores, obrigavam-se, na época, a garantir de forma duradoura, a capacidade negociadora e a fluidez económica da Alemanha.
Uma parte fundamental deste acordo foi que o pagamento da dívida deveria ser feito somente com o superavit da balança comercial. 0 que, "trocando por miúdos", significava que a RFA só era obrigada a pagar o serviço da dívida quando conseguisse um saldo de dívisas através de um excedente na exportação, pelo que o Governo alemão não precisava de utilizar as suas reservas cambiais.
EM CONTRAPARTIDA, os credores obrigavam-se também a permitir um superavit na balança comercial com a RFA - concedendo à Alemanha o direito de, segundo as suas necessidades, levantar barreiras unilaterais às importações que a prejudicassem.
Hoje, pelo contrário, os países do Sul são obrigados a pagar o serviço da dívida sem que seja levado em conta o défice crónico das suas balanças comerciais
Marcos Romão, jornalista e sociólogo. 27 de Fevereiro de 2013.
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Banquete de Natal do FMI ofereceu de tudo...menos a austeridade tão propalada...

Banquete de Natal do FMI ofereceu de tudo, menos austeridade

24/12/2012 10:54
Por Redação, com agências internacionais - de Washington 


Poul Thomsen, executivo do FMI, sugere a demissão em massa de funcionários públicos gregos, entre uma mordida e outra no coquetel de caviar

Paul Thomsen, executivo do FMI, sugere a demissão em massa de funcionários públicos gregos, entre uma mordida e outra no coquetel de caviar

O recente banquete oferecido para 7 mil funcionários e convidados na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington durou das 20h até à 1h da madrugada e custou 380 mil euros aos cofres da instituição que cobra dos países pobres cada vez mais cortes nos benefícios às populações carentes e trabalhadores de baixos salários. O  menu, de quatro páginas, anunciava entradas de caviar, salmão e ostras, cozinha de cinco países, bebidas à vontade.

No jantar do FMI para o Natal, houve de tudo, menos austeridade. Já sabemos que a entidade lucra tanto mais quanto melhor esmaga os países que caem na rede dos seus empréstimos (só com a Grécia, este ano, espera obter de juros US$ 899 milhões, lembra o diário norte-americano Washington Post), mas começa a ser marca registada do Fundo deixar bem marcado que aqueles que forçam os outros a ser austeros distinguem-se por fazer exatamente o oposto.

O menu indicava que as entradas foram servidas entre as 20h e as 21h30 no 1º andar da sede e incluía uma lista de seis acepipes onde não faltaram os tradicionais Caviar Crème Fraiche, as ostras e o salmão defumado. Os comensais podiam depois escolher entre as “estações” indiana, tailandesa/vietnamita, mediterrânica e do Médio Oriente, espanhola, mexicana e até “norte-americana”, espalhadas pelos diversos andares e salões de dois edifícios.

Os cocktails especiais tinham nomes como Cumprimentos do Paraíso, ou Mr. Grinch (?). E as sobremesas foram as mais variadas, de fina pastelaria francesa, bolos e frutas. O jantar, em dólares, chegou aos US$ 500 mil.
Não é novidade que o Fundo se oriente por regras opostas àquelas que prescreve para os que supostamente ajuda. Veja-se o caso do alto funcionário Poul Thomsen, dinamarquês que já chefiou a missão do FMI para Portugal e agora está à frente da missão para a Grécia. O homem que mais defendeu a proposta de aumentar o horário de trabalho em meia hora e insistiu em cortes de benefícios para Portugal, que foi mais longe na defesa das demissões de funcionários públicos, ganha mais de US$ 309 mil por ano, de acordo com o nível B05 do FMI.

Segundo o jornal grego Eleftheros Typos, como funcionário do FMI não-norte-americano residente nos Estados Unidos, grande parte dos seus rendimentos são livres de impostos – uma das benesses garantida pelo FMI aos seus empregados. Thomsen terá tido um aumento no seu vencimento, em 2011, de 4,9% – garantido pelo FMI.

http://correiodobrasil.com.br/internacional/banquete-de-natal-do-fmi-ofereceu-de-tudo-menos-austeridad/562865/