sábado, 29 de setembro de 2018

Licenciaturas pré-Bolonha não serão equiparadas a mestrados


in: escolapt.wordpress.com


O Governo anunciara há uns meses, mais concretamente, no início deste ano, que quem se licenciou no pré-Bolonha seria equiparado com o grau de "mestre".

Mas agora vem recuar, e sem grandes explicações anuncia que "a solução é adoptada em todos os países aderentes ao Processo de Bolonha". 

Vamos tentar inteirar-nos do que se estará exatamente a passar:

Ao contrário do que foi anunciado no início do ano pelo ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, as licenciaturas pré-Bolonha não serão equiparadas aos mestrados no que toca a concursos, procura de trabalho e até prosseguimento da carreira académica. A mudança devia ter sido confirmada em agosto em Diário da República mas não o foi propositadamente.
Ao Público, que dá conta desta situação esta terça-feira, o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) confirmou que a mudança não foi para a frente, embora tenha sido "ponderada". "A decisão final foi no sentido de não introduzir alterações ao enquadramento legal atualmente vigente nesta matéria", referiu o ministério citado pelo diário nacional.
O ministério refere ainda que a "solução adotada" é igual à de "todos os países aderentes ao Processo de Bolonha, que também não definiram equiparações entre os anteriores e os novos graus académicos obtidos".
Dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, que remontam ao ano letivo de 1996/1997 e vão até ao ano da aplicação das mudanças da reforma de Bolonha (2006/2007), apontam que mais de 337 mil estudantes licenciaram-se. Assim, uma equiparação das licenciaturas pré-Bolonha a mestrados teria um impacto mais visível nas candidaturas à administração pública.
Em março, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior havia confirmado ao DN que não estava em causa uma reconversão das habilitações literárias: um bacharel pré-Bolonha não passaria a licenciado e um licenciado não passaria a mestre. No entanto, os diplomados seriam equiparados no acesso a patamares profissionais e académicos que lhes eram vedados.
"Ao referir que a equiparação é válida 'para todos os efeitos legais' aí se incluem concursos de recrutamento, concursos para ingresso em ciclos de estudos e todas as outras dimensões do quotidiano em que seja exigido o grau de licenciado ou de mestre", explicou ao DN o MCTES.
Com este novo desenvolvimento, quem se licenciou antes de 2006 e que pretenda ser equiparado a mestre apenas tem uma alternativa: conseguir uma equivalência que passará sempre por uma dissertação final ou algumas disciplinas que, no mínimo, corresponderão sempre a um semestre dos quatro de um mestrado. E, obviamente, esta situação acarreta custos.
Muitas licenciaturas pré-Bolonha tinham a duração de cinco anos, o mesmo tempo de formação atualmente necessário para concluir um mestrado no regime pós-Bolonha, que instituiu licenciaturas de três anos e mestrados, que podem ser integrados, de dois anos.
(in: dn.pt   25 de setembro de 2018   por Rui Salvador)

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

"O anel de Nibelungo", de Wagner (ÓPERA)

"História 
Wagner criou a história do anel ao fundir elementos de diversas histórias e mitos das mitologias germânica e escandinava. Os Eddas forneceram material para Das Rheingold, enquanto Die Walküre é amplamente baseada na Saga dos Volsungos. Siegfried contém elementos dos Eddas, da Saga dos Volsungos e da Saga Thidreks. A ópera final, Götterdämmerung, é baseada no poema do século XII Nibelungenlied, que foi a inspiração original para o Anel.
Ao agregar tais fontes numa história concisa, Wagner também acrescentou diversos conceitos modernos. Um dos principais temas do ciclo é a luta do amor, o que está associado à natureza, e liberdade, contra o poder, o que está associado à civilização e à lei. Logo na primeira cena, o anão Alberich define o tema ao renunciar ao amor, um ato que lhe permite adquirir o poder de dominar o mundo ao forjar o anel mágico. Na última cena da primeira ópera o anel é tirado do anão, então ele o amaldiçoa.

Die Walküre
O centro da história é o anel mágico forjado pelo anão Alberich, o nibelungo do título, a partir do ouro roubado do rio Reno quando as donzelas do Reno se distraíram. Diversas personagens míticas lutam pela posse do objeto, incluindo Wotan, o chefe dos deuses. Os acontecimentos são bastante influenciados pelos planos dele, que leva gerações para superar as próprias limitações.
valquíria Brunilda, a mais querida das nove pelo pai Wotan, é o tema da segunda ópera. Como as irmãs, é encarregada de levar para o Valhala as almas dos guerreiros mortos. Ela hesita em obedecer ao pai, separando os irmãos-amantes que são filhos do Walsung, o próprio Wotan em forma de lobo. A morte de Sigmundo é exigência da deusa da fidelidade conjugal, Fricka. A criança que nascerá da união ilegal é Siegfried. O castigo de Brunilda é dormir cercada por um círculo de fogo, até que alguém que não tenha medo venha resgatá-la.

Siegfried

Götterdämmerung
Em Siegfried, o filho de Siegmund e Sieglinde já é um jovem, que foi criado pelo anão Mime. Em Götterdämmerung, depois das cenas das nornas, que perdem a capacidade de ver o destino, Sigurdo se despede de Brunilda para partir a novas aventuras. 
Brunilda descobre ter sido traída pelo próprio Sigurdo, embora não saiba a razão, e o acusa em público. Ela revela a Hagen como assassiná-lo - pelas costas. Depois de uma longa marcha fúnebre, chega-se à cena final da obra: Hagen mata Guntário para ficar com o anel, mas a mão do cadáver de Sigurdo impede que ele lhe seja tirado. Brunilda, na longa cena de imolação, faz com que o ouro e o anel sejam devolvidos às Filhas do Reno e ela mesma se imola, bem como aos deuses e a Valhala, na purificação final pelo fogo. Hagen morre afogado no Reno, tentando recuperar o anel.


   (in: pt wikipedia.org)

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

O escândalo de Tancos

in: sol.sapo.pt

"Tancos, um desastre esperado. Mas com cumplicidades internas?"
A investigação ao processo de entrega das armas furtadas em Tancos permitiu deter o principal suspeito da operação, mas continua por se saber como e com quem fez o assalto, com que objetivo e, em especial, se contou com ajudas no interior do Exército.
O Exército ficou com a sua imagem de rastos logo no início por permitir aquele furto naquele local, com o general Pina Monteiro a dizer que os chefes militares tinham levado "um murro no estômago".
Essa imagem não recuperou minimamente pelo facto de ter sido o ramo a anunciar o caso no dia seguinte - e sofreu agora novo rombo, com a detenção de vários militares seus colocados na PJ Militar (PJM) e em face das acusações que lhes são imputadas.

Comunicação falha desde o início

O fluxo da informação relativa ao furto entre as várias partes interessadas foi uma das grandes falhas que se tornaram evidentes logo no início do caso.
Além dos secretários-gerais das secretas e das polícias, o então chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) diria também não ter recebido toda a informação desde o início por parte do Exército.
Outra falha diz respeito à informação prévia sobre haver um furto em preparação na área de Leiria: a PJ tinha e não comunicou aos militares ou, afinal, transmitiu à PJM e esta é que não lhe deu o devido seguimento?
As informações dadas pelo chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, também não ajudaram: exonerou os comandantes das unidades responsáveis pela segurança da unidade e invocando uma figura jurídica inexistente, viu demitirem-se dois tenentes-generais (operações e pessoal) por discordância frontal com essa decisão, revelou uma informação em segredo de justiça - a existência de uma caixa de petardos que se desconhecia ter sido furtada de Tancos.
Nas audições da Comissão parlamentar de Defesa, PSD e CDS destacaram-se nas duras críticas a Azeredo Lopes e à sistemática falta de informação dada aos deputados. Dúvidas sobre o que o ministro - que dissera assumir a responsabilidade política do caso, mas mantendo-se em funções - e o general Rovisco Duarte disseram sobre o material ter sido todo recuperado em outubro de 2017, quanto depois se verificou não ser assim, também foram registadas pela oposição.
As relações entre a PJ e a PJM também ficaram inquinadas desde o início, quando o Ministério Público atribuiu a responsabilidade da investigação à polícia civil. Os militares entendiam estar-se perante um crime de natureza militar, da sua competência específica, enquanto os investigadores civis invocaram a hipótese de haver ligações terroristas - que o Ministério Público validou, apesar da oposição frontal do diretor da PJM.
Porque é que a PJM não informou a PJ quando recebeu a chamada anónima sobre haver material de guerra na zona da Chamusca nem depois, quando viu as caixas? Segundo os militares, aquela foi mais uma das várias chamadas recebidas e o temporal que se fazia sentir impunham a transferência rápida do material para Santa Margarida.
O facto é que o tempo necessário para chamar especialistas em explosivos ao local para estes verificarem se o material podia ser transportado em segurança e depois a transferência foi de várias horas até ao momento em que a PJ foi avisada.

Segurança

As gritantes falhas de segurança nos paióis de Tancos, que depois se percebeu existirem desde a criação da unidade e que nunca foram corrigidas apesar dos vários alertas feitos internamente, foram uma das conclusões do caso.
Contudo, até hoje ninguém no Exército assumiu as responsabilidades por essas falhas sistémicas da hierarquia superior do ramo. Os únicos punidos foram quatro militares de baixa patente, que não cumpriram os respetivos deveres naquele dia (e, num caso, por prestar falsas declarações): um oficial, um sargento e duas praças.
O furto aos paióis 14 e 15 foi detetado na tarde de 28 de junho de 2017. Informada a PJM, esta esteve no local ainda nessa noite e comunicou o caso ao Ministério Público.
A lista do material furtado, comunicada horas depois às autoridades nacionais e dos países aliados, incluía armas anti-carro (apesar de catalogadas como obsoletas) e diversos tipos de explosivos usados para instrução e treino - mas viria a revelar-se incompleta, quando se verificou ter sido devolvida uma caixa de petardos não identificada.
Os investigadores militares não consideraram estar-se perante um caso com ligações ao terrorismo. Na reunião realizada no dia seguinte no Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), com representantes das várias forças e serviços de segurança, estas ficaram a saber o que tinha ocorrido.
Mas isso não evitou que os responsáveis dessas instituições - nomeadamente os secretários-gerais dos sistemas de Informações e de Segurança Interna - viessem a saber do caso pela imprensa, o que permite questionar se algum dos participantes na reunião no EMGFA admitiu estar-se perante uma situação que punha em causa a segurança nacional.

Material furtado

Sabe-se que foi recuperada uma caixa de petardos não incluída na lista do material desaparecido. Mas continua por esclarecer se ainda há alguma coisa perdida, depois de o MP ter dito este ano ao tribunal que ainda havia armas em mãos criminosas e que colocavam em causa a segurança nacional.
O processo de registo de saída e entrada do material explosivo guardado nos paióis é outra das coisas que se verificou ser marcado por grandes deficiências.
Só com a comparação das listas do que foi furtado e do que apareceu, exigência feita por CDS e PSD, é que se ficará a conhecer isso em pormenor. As informações que os autores do furto venham a dar sobre o material - as munições de 9 mm continuam por recuperar - deverão clarificar essa questão de vez.
Certo é que em as responsáveis pelas secretas e pelas polícias disseram em julho, após conhecer-se aquela posição do MP, desconhecer que ainda houvesse material perdido ou riscos para a segurança nacional.

Reações políticas

A inesperada visita do Presidente da República aos paióis de Tancos, dias após a ocorrência do furto, deu ao caso uma dimensão política que o Governo não dera.
A sua repetida exigência - incluindo em cerimónias militares - de esclarecer tudo até ao fim e quaisquer que fossem os envolvidos, incluído referências explícitas à guerrilha entre as instituições envolvidas, ajudaram a manter o caso vivo.
A nível político-partidário, o CDS destacou-se pela agressividade com que abordou o caso - tanto com Azeredo Lopes como com Rovisco Duarte. A demissão de ambos tem sido pedida há meses, com o primeiro-ministro a reafirmar a confiança nos dois responsáveis.
O facto de Azeredo Lopes ter pertencido ao partido e ter exercido funções na Câmara do Porto são apontados como explicações para essa atitude dos centristas.
A decisão de Azeredo Lopes não reconduzir em 2016, como chefe da Marinha, o almirante Macieira Fragoso - com ligações familiares à líder do CDS - tem sido outro fator apontado para explicar a animosidade demonstrada pelos centristas em relação a Azeredo Lopes.

O futuro da PJM

A extinção da PJM como órgão de polícia criminal é uma medida defendida há anos no setor da justiça e mesmo a nível político.
O modelo seria semelhante ao adotado para os tribunais militares: após a sua extinção, o julgamento dos crimes militares passou a ser feito por juízes civis coadjuvados por um oficial das Forças Armadas (mesmo que sem formação jurídica).
Mas a pressão das chefias militares, relutantes em aceitar civis no interior das unidades e com acesso à informação existente, acabou por impedir o governo anterior de fechar a PJM e integrá-la na PJ.
A vontade atribuída à PJ de absorver a PJM tem sido apontada como uma possível motivação para o processo que culminou terça-feira com a detenção de quatro militares daquela polícia - incluindo o seu diretor, coronel Luís Vieira. 
(por Manuel Carlos Freire, in dn.pt  26 setembro 2018)

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

"La Traviata", por Maria Callas e Alfredo Kraus, em 1958, no Teatro São Carlos, em Lisboa!






Simplesmente memorável!



A presença de Maria Callas, há 60 anos, em Lisboa, 
para protagonizar a ópera "La Traviata", de Verdi, 
no Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC), é celebrada 
com uma nova edição internacional em CD, da gravação 
dessa atuação.
Maria Callas subiu ao palco do S. Carlos, no papel de Violetta 
Valéry, no dia 27 de março de 1958, acompanhada por um 
elenco que incluiu Alfredo Kraus, Mario Seremi, Laura Zanini, 
Piero de Palma, Vito Susca, Alessandro Maddalena, e os 
portugueses Maria Cristina de Castro, no papel de "Annina", 
Álvaro Malta, como "barão Douphoi", e Manuel Leitão, 
como "mensageiro". A direção musical da ópera foi do maestro 
Franco Ghione (1886--1964), que esteve à frente do coro e da 
Orquestra Sinfónica do TNSC.
"La Traviata" foi das óperas que Callas mais interpretou. 
Só no período de 1951 a 1958, protagonizou-a mais de 60 vezes, 
em teatros de Roma, Florença, Parma, em Itália, São Paulo e Rio 
de Janeiro, no Brasil, Chicago, Nova Iorque e Dallas, nos Estados 
Unidos, ou na Cidade do México. A encenação que o cineasta 
Luchino Visconti fez desta ópera, para a temporada de 1955/56 
do Alla Scala, de Milão, dirigida por Carlo Maria Giullini, é 
apontada como uma das suas mais notáveis interpretações de 
Violetta Valéry.
Todavia, quando a protagonizou em Lisboa, a soprano nova-
iorquina de origem grega sentir-se-ia muito próxima da 
personagem. O crítico musical John Steane escreveu que, 
no último ato, Callas atingiu "o culminar da grande arte de uma 
cantora operática".
A discográfica Warner, que chancela a nova edição do CD, afirma, 
em comunicado, que "a denominada 'Traviata de Lisboa' insinua 
os problemas privados que Callas começava a enfrentar, e que 
acompanharam a sua carreira até a um final prematuro".
Segundo a Warner, "o que torna esta gravação especial é a forma 
como ela encarna esses problemas no seu desempenho, irradiando 
vulnerabilidade e fragilidade". "A cena de abertura do terceiro ato, 
na qual ela lê da carta de Giorgio Germont [o pai do seu amante] 
e canta 'Addio, del passato', é um dos momentos mais emocionantes 
da ópera em CD".
A discográfica refere que a atual edição apresenta uma gravação 
de "mistura de som adequada" a uma gravação feita ao vivo, 
a partir da fita magnética, "proporcionando um som mais natural e
um ganho percetível na sua fidelidade a esta produção lendária".
A nova edição inclui um 'booklet' com textos de Michel Parouty, 
autor, entre outros livros, de "Mozart Amado dos Deuses" (1991).
Maria Callas (1923-1977) gravou esta ópera em estúdio apenas 
uma vez, em 1953. Gravou-a igualmente no Teatro Alla Scala de 
Milão, em 1955, com o maestro Carlo Maria Giulini.
A atuação da soprano em Lisboa conheceu já várias edições, em 
vinil e CD, pela EMI, pela Myto e pela Warner. 
Em 2000, a Antena 2, detentora das fitas originais, fez uma edição 
particular, na qual incluiu intervenções que antecederam a 
transmissão radiofónica da ópera.
Em setembro do ano passado, a Warner Classics colocou igualmente 
esta versão na integral das gravações de Maria Callas ao vivo, 
feitas durante os anos de atuações em palco, reunidas num só 
volume, depois de recuperadas e sujeitas a nova mistura.
Esta caixa sucedeu à integral das gravações de estúdio, reuniu 20 
óperas completas, em 42 CD e três 'blu-ray'. Apenas doze dessas 
óperas foram gravadas ao vivo pela soprano, entre as quais 
"Parsifal", de Wagner, "Andrea Chénier", de Giordano, 
"Anna Bolena", de Donizetti, "La vestale", de Spontini, e "Armida",
 de Rossini.
(in: dn.pt 09.02.2018  DN/LUSA)

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Olhão - uma cidade algarvia, referida por Raul Brandão na sua obra "Os Pescadores"













Raul Brandão refere a cidade algarvia de Olhão na sua obra 
"Os Pescadores", publicada em 1923.

(Raul Brandão)
in: pt.wikipedia.org


Ele denota grande simpatia por esta gente tão sacrificada e tão explorada. Resolve, por isso, num conjunto de crónicas retratar a vida desta classe trabalhadora, tão dedicada à faina no mar.


Após alguma pesquisa, encontrei: 



1 - in pt.wikipedia.org
Os Pescadores é um livro do escritor português Raul Brandão, publicado em 1923. Trata-se de um conjunto de crónicas que retratam a vida difícil dos pescadores portugueses, desde o Minho ao Algarve, detendo-se nalgumas comunidades piscatórias como CaminhaPóvoa de VarzimLeixõesMurtosaMiraNazaréPenicheSesimbra e Olhão, entre outras.
Ao longo da obra, Raul Brandão descreve paisagens, gentes e situações, sendo evidente a simpatia que nutre pela difícil vida de trabalho dos pescadores. Nesses retratos, não se esquece de utilizar as falas típicas e os dizeres pitorescos, aliados a descrições quase poéticas de grande beleza, num estilo de impressionismo pictural.


2 - in 
http://hdl.handle.net/10400.1/5805 

O Algarve ocupa os capítulos finais do livro Os Pescadores (1923) de Raul Brandão, rematando um itinerário atlântico que começara no lugar saudoso da sua infância perdida, a Foz do Douro. A exuberância das gentes e lugares algarvios estimulam-lhe o cromatismo plástico e sinestésico, transfigurando a paisagem contemplada num quadro interior, habitado de lembranças e sensações pessoais. Entre a luz e o mar, a brancura das açoteias de Olhão enquadra a agitação da vida, das dores e da labuta dos pescadores e suas mulheres. Seguem-se o copejo ensanguentado do atum, em Tavira e no arraial da Ponta da Baleeira, e o caminho para Barlavento, rumo ao mágico promontório de S. Vicente.
autor: Carmo, Carina Infante do


in https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/5805