sábado, 10 de agosto de 2024

As duas bossas nos camelos: porque as têm?

Camelo – Wikipédia, a enciclopédia livre
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(camelo)

Passeio de Camelo no Deserto do Saara
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(camelos no deserto)

Começo por referir que uma cáfila é um conjunto de camelos; recordando o que aprendemos na escola é, portanto, um nome coletivo. 

Aproveito para falar sobre o facto de o camelo ter duas bossas; o dromedário, seu "primo", só tem uma bossa.

Quando vemos camelos, seja num  Jardim Zoológico, seja num filme ou até em fotografias e revistas de turismo, estes animais chamam-nos sempre a atenção por causa das duas bossas que apresentam nas suas "costas".

Interrogamo-nos sempre (se ainda não soubermos o porquê, claro!): "porque é que os camelos têm duas bossas"?

Pois, segundo os entendidos, as duas bossas servem para armazenar gordura.

A maior parte da gordura nos camelos encontra-se nas suas corcovas, chegando estas a armazenar 35 kg;  utilizam essas reservas sempre que comem (em grandes quantidades) e bebem muitos líquidos.

Isso permite ao camelo sobreviver bastante tempo sem precisar de se alimentar. Sabemos, que, de uma maneira geral, estes animais vivem nos desertos; esta particularidade torna-se importante, uma vez que nesses lugares, praticamente não há alimentos; nessa situação, o camelo recorre às gorduras armazenadas nas bossas.

E a propósito de líquidos: os camelos conseguem beber, de forma seguida, 100 litros de água. Ao consumirem todas as suas reservas ali armazenadas, as suas bossas "emagrecem"! Mas depois voltam ao normal, quando este animais encontram alimento e descansam.

Chegam a viver até aos 40 anos; podem pesar entre 450 a 600 kg. E a sua altura? Bem, pode ir até aos dois metros... 

Os camelos têm defesas incríveis: os pelos do corpo mantêm-nos frescos, impedindo que as areias ou o sol lhes firam a pele.

Também temos tendência para reparar que os camelos têm umas patas  bem largas e "planas": foram assim concebidas para estarem preparadas para aguentarem o peso do corpo e não entrarem pela areia adentro, pois, desse modo,  teriam dificuldade em se deslocarem. 

Por outro lado, sabemos que como o vento do deserto levanta muita areia, as pestanas dos camelos protegem os seus olhos.

Dromedário: características, comportamento e habitat - Meus Animais
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(Dromedário)

FONTE: a maior parte da minha pesquisa foi baseada e resumida a partir da revista "nosso amiguinho", nº 394, de julho de 2019  

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Sugestão para reflexão: "Deus Hospeda o Perseguido" - Salmo de David

Dos 600.000 judeus capazes que deixaram o Egito, quantos realmente entraram  na terra prometida de Israel? - Quora
imagem in google.com


Salmo. De David.

Javé é o meu pastor:

Nada me falta.

Em verdes pastagens me faz repousar;

para fontes tranquilas me conduz,

e restaura as minhas forças.

Ele me guia por bons caminhos,

por causa do seu Nome.

Embora eu caminhe por um vale tenebroso,

nenhum mal temerei, pois estás junto a mim;

o teu bastão e o teu cajado deixam-me

tranquilo.

Diante de mim preparas a mesa, 

à frente dos meus opressores;

unges a minha cabeça com óleo.

e a minha taça transborda.

Sim, felicidade e amor me acompanham

todos os dias da minha vida.

A minha morada é a casa de Javé, 

por dias sem fim.

Salmo 23 (22)


Pesquisa que efetuei in pt.wikipedia.org

Os antigos hebreus (etnônimo possivelmente oriundo do termo hebraico Éber, ou עברים — em fenício: 𐤇𐤓𐤁𐤓𐤔𐤕; em acádio: ḪE-BA-RA-E-U-ŠA. — transl.ʿIvrim, significando "povo do outro lado do rio", foram um povo semítico da região do Levante, localizado no Oriente Médio. O etnônimo também foi utilizado a partir do período romano para se referir aos judeus, um grupo étnico e religioso de ascendência hebraica. Acredita-se que, originalmente, os hebreus chamavam a si mesmos de israelitas, embora esse termo tenha caído em desuso após a segunda metade do século X a.C. Os hebreus falavam uma língua da família cananeia, à qual se referiam pelo nome de “A língua de Canaã” (Isaías 19:18).
Esse povo, embora apagado pela grandeza de estados muito maiores, tecnologicamente avançados e mais importantes politicamente, foi responsável, contudo, pela composição dos livros que compõem a Bíblia, obra considerada sagrada por religiões monoteístas ocidentais e orientais. 

Os hebreus foram um dos primeiros povos conhecidos, a adorar um único Deus, isto é, a professar uma religião monoteísta. Na crença dos hebreus, existe um único Deus, cujo nome é atribuído à Javé, que em 6 dias criou o universo, a sua imagem não pode ser representada em pinturas ou estátuas (imagens), e ademais que seu santo nome não deve ser tomado em vão. Essa crença é a origem das três maiores religiões monoteístas do mundo, as religiões abraâmicas. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Saúde e higiene estão interligadas: falando de "piolhos"...: É bom saber como atuar nestas situações

Piolho: trasmissão, sintoma, tratamento, prevenção - Mundo ...
imagem obtida em https://mundoeducacao.uol.com.br

Li na Revista Notícias Magazine, do dia  02 do corrente mês um artigo sobre piolhos: "Piolhos: selfies, mitos e estigma", da autoria de Ana Tulha.

O referido artigo é muito elucidativo porque foca-se num problema que atravessa os tempos, principalmente da nossa infância; e a entrevista que transcrevo, ajuda a perceber melhor este fenómeno e como devemos reagir perante ele.

Então, aqui o temos, para ler com muita atenção:

Piolhos: selfies, mitos e estigma

Sim, as fotos de grupo podem contribuir para a sua proliferação. Mas mais importante é vincar que este parasita nada tem que ver com condição social ou falta de higiene.

Reproduzem-se à velocidade da luz, agarram-se ao cabelo como lapas, chegam aos 3,3 milímetros de comprimento (em adultos), dão uma comichão que deixa qualquer um à beira de um ataque de nervos. Falamos, pois, de piolhos, concretamente dos piolhos da cabeça, os Pediculus humanus capitis, parasitas de seis patas e grande afeição pelo couro cabeludo, onde vão beber o sangue que os alimenta. Em troca, deixam um rasto de saliva, impercetível a olho nu mas causador de um prurido insuportável. Existem há milhares de anos e, apesar dos múltiplos produtos que têm vindo a ser desenvolvidos para os eliminar, não é razoável que possamos aspirar à sua extinção. Na verdade, apesar de não haver estudos que permitam estabelecer termos de comparação credíveis, os médicos habituados a lidar com estas questões garantem que a prevalência se tem mantido mais ou menos inalterada, de surto em surto, sem crescendos ou decréscimos significativos a registar. Pelo menos em Portugal.

“Tem sido algo relativamente constante, não há propriamente uma tendência. O que há, de forma muito vincada, é uma faixa etária preferencial, que vai das crianças aos adolescentes e afeta sobretudo as meninas, por terem o cabelo mais comprido”, refere Joana Fernandes, especialista em medicina geral e familiar que trabalha na USF Monsanto, em Lisboa, e no Hospital Trofa Saúde, na Amadora. Vale a pena, a propósito, desconstruir uma ideia errada que persiste. Os piolhos não voam nem saltam. Já os fios de cabelo são para eles verdadeiras autoestradas. Daí que a grande forma de transmissão destes parasitas seja o contacto cabeça com cabeça, fio a fio – ainda que também seja possível apanhar piolhos através da partilha de objetos, como chapéus, gorros ou pentes. Percebe-se, por isso, porque é que as meninas, que habitualmente têm cabelos mais compridos, acabam por ser os alvos preferenciais destes bichinhos que nos acompanham desde sempre. A estimativa avançada por Susana Amendoeira, responsável da Sem Mais Piolhitos Portugal, cadeia de centros de eliminação de piolhos e lêndeas que está já presente em várias cidades do país, é reveladora: dos casos que lhes chegam, 90% são do sexo feminino. O que não quer dizer que os rapazes estejam livres de problemas, particularmente se tiverem cabelos compridos e bastos. E já agora, se forem especialmente dados a abraços – por causa da tal questão do contacto direto.

E as selfies, podem ou não estar a contribuir para adensar o problema? A relação tem sido estabelecida amiúde, apontada por publicações e especialistas internacionais. Federico Galassi, por exemplo, investigador no Pest and Insecticide Research Center (Centro de Investigação em Pesticidas e Inseticidas), em Buenos Aires, que se tem debruçado sobre o tema, garantiu ao americano “The Washington Post” que as selfies são “uma forma significativa de transmissão”. Se nos lembrarmos do que falávamos há pouco, que o piolho não voa nem salta, mas adora o contacto cabeça a cabeça, percebemos que, no mínimo, a teoria não pode ser considerada descabida. Manuel Magalhães, pediatra no Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), no Porto, vinca isso mesmo. “A questão não é propriamente a selfie. A questão é que, entre os adolescentes, as selfies de grupo são comuns e isso implica estarem com as cabeças quase coladas.”
“O piolho é democrático e o estigma também”

Voltemos aos mitos. Sobretudo aos dois maiores equívocos. Um: os piolhos afetam particularmente as classes sociais mais desfavorecidas. Dois: se tem piolhos, é porque se desleixou na higiene. Em ambos os casos, não há nada mais errado. “Os parasitas até preferem os cabelos mais limpos, conseguem aderir melhor do que num cabelo com mais oleosidade”, ressalva Joana Fernandes, médica de família. E sim, afetam pessoas de todos os estratos sociais. Susana Amendoeira, da Sem Mais Piolhitos, partilha, por exemplo, que o centro que lidera tanto é procurado por pessoas que não demonstram ter qualquer dificuldade em pagar o serviço (acima dos 60 euros), como por quem agenda do princípio para o fim do mês, a contar com o salário que há de cair por essa altura. Tudo provas de que o estigma não tem razão de ser.

Mas já terão os portugueses consciência disso? Luiz Cabral, responsável pela Kids & Nits, cadeia que conta com quase uma centena de centros especializados na eliminação de piolhos e lêndeas em toda a Europa (mais de 20 em Portugal), vê o copo meio cheio. “Ainda há algum, mas cada vez menos. Hoje em dia as pessoas já são mais abertas em relação a estas questões, começam a compreender que o piolho não tem nada a ver com a classe social, que não tem nada a ver com o facto de se ser rico ou pobre.” Também Susana Amendoeira sente uma evolução, de 2019 (ano em que abriram o primeiro centro) para agora. “Vemos, por exemplo, nas avaliações online. No início, notávamos que havia alguma resistência a fazê-lo, porque isso implicava assumir que o filho ou filha tinha tido piolhos. Hoje já é algo que acontece com frequência.” Concede, no entanto, que o preconceito ainda resiste. Joana Fernandes também o percebe, no dia a dia profissional. “Ainda tenho pacientes que ficam escandalizados porque o filho tem piolhos. E que dizem coisas como: ‘Como é que é possível? Eu lavo-lhe sempre o cabelo!’.”

Volta e meia, Manuel Magalhães, do CMIN, vai até sabendo de surtos em contexto escolar que ganham maior expressão porque há pais que evitam avisar na escola que os filhos têm piolhos. “Acredito que seja por vergonha, por não quererem que o filho seja visto como o ‘paciente zero’, quando muitas vezes nem sequer é”, assente. E assim a infestação alastra-se (porque se os outros pais não fazem ideia, não andam particularmente atentos e não eliminam prontamente os piolhos, pelo que a cadeia de transmissão prossegue a ritmo acelerado). Sendo que casos destes – em que os pais resistem a avisar logo que detetam piolhos no couro cabeludo dos filhos – acontecem tanto nos mais reputados colégios privados como nas escolas públicas. Susana Amendoeira resume-o assim. “O piolho é muito democrático e o estigma também.”

Parasitas mais resistentes, infestações mais severas

E afinal, os bichos estão ou não mais resistentes? Há vários estudos que apontam para isso. Pelo menos a nível internacional. Nos Estados Unidos, no Canadá, mais recentemente no Reino Unido, tem dado que falar o surgimento de um “superpiolho”, altamente resistente aos tratamentos feitos até então, à base de inseticidas. Luiz Cabral, da Kids & Nits, garante que também já nota esta resistência crescente neste cantinho da Europa. “Cada vez mais, a maioria dos clientes que nos chegam, tanto em Portugal como em Espanha, já tentou tudo com os produtos da farmácia e nada resultou.” Nestes centros, a remoção da maior parte dos parasitas é feita através de um equipamento térmico que emite tanto ar quente (para desidratar piolhos e lêndeas) como ar aspirado, que vai completar o processo de eliminação de resíduos. Segue-se um exame visual meticuloso, com lentes de aumento e luzes LED, para garantir que nenhum bichinho escapou.

Susana Amendoeira, da Sem Mais Piolhitos Portugal, também nota um crescimento considerável das infestações graves ou severas. “São aqueles casos em que as pessoas têm mesmo muitos piolhos e lêndeas e que demoram mais tempo a resolver. Estes casos representam hoje cerca de 10% dos que nos chegam.” Resistências à parte, há explicações de cariz mais prático que ajudam a percebê-lo. A primeira é que grande parte dos champôs não eliminam as lêndeas, apenas os piolhos, pelo que é importante repetir o procedimento ao fim de uma semana (e já agora, ir verificando o cabelo com regularidade, durante pelo menos três semanas). A segunda é que o champô tem de ser espalhado de forma cuidadosa, de forma a que não haja piolhos a escapar. Por último, a aplicação só será eficaz se for seguida de um processo meticuloso de remoção manual de piolhos e lêndeas, com um pente de dentes finos. Se tal for feito, assegura o pediatra Manuel Magalhães, “a abordagem convencional serve”. Pelo menos, na maior parte dos casos. Importante, realça, é mesmo acabar de vez com a ideia de que “o piolho tem algo que ver com estatuto social”. Não tem. É, pelo contrário, do mais eclético que há.

Quais os melhores tratamentos contra piolhos? - BBC News Brasilin https://www.bbc.com/portuguese/geral-61985456

domingo, 4 de agosto de 2024

Sugestão de leituras para agosto



A minha sugestão de leituras para este mês de férias é para quem gosta de ler em francês (se não, pode sempre adquirir-se a tradução portuguesa).

Aqui segue a lista:
La place
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Ernaux, Annie, La place - Prix Nobel de littérature 2022, Prix Renaudot 1984, Impression Novoprint, Barcelone (Espagne) Collections Folio (Gallimard), nº 1722, mars 1986
Une Vie À Coucher Dehors, Sylvain Tesson - Livro - Bertrand
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Tesson, Sylvain, Une vie à coucher dehors, Prix Goncourt de la nouvelle 2009, Folio, Éditions Gallimard, Flammarion Jeunesse, nº 5142, 2022


Inconnu à cette adresse
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Taylor, Kressaman Inconnu à cette adresse, Flammarion 2019, Paris


Les Liaisons dangereuses - Livre de Pierre Choderlos de Laclos
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Laclos, Pierre Choderlos de, Les Liaisons Dangereuses, Préface de André Malraux, Folio Classique, Impression Maury Imprimeur 45330, Malesherbes, nº 894