sábado, 29 de julho de 2017

Devemos debater com as crianças temas como a vida e a morte?

É um tema muito delicado, mas a verdade é que essas coisas acontecem quando menos se espera, fazendo parte do quotidiano de todos nós. 

Devemos, portanto, estar preparados (algum dia estamos?), tanto quanto possível, para saber dar resposta a situações deste género (é o que temos de dizer a nós próprios, para que nos convençamos disso); as crianças fazem parte do nosso dia-a-dia, logo, há que saber explicar-lhes, sossegá-las, retirar-lhes de cima dos ombros a angústia que as assola provocada pelas dúvidas! 

É bom estarmos informados e saber escutar os estudiosos e entendidos sobre estas temáticas e é o que hoje aqui quero partilhar: um texto muito útil e esclarecedor, "Como explicar o fogo - e as mortes - às crianças?" da autoria de Cláudia Pinto, na NOTÍCIAS MAGAZINE, de 9 do mês corrente.

Não vou transcrever o texto todo, mas sim, limitar-me a passagens que considero muito importantes destacar e que muitas delas estão relacionadas com os recentes incêndios em Pedrógão:

...(...)... "O que fazer em caso de tragédia com os nossos filhos, sobrinhos, netos, com as crianças em geral? Dizer a verdade? Esconder? Protegê-los da tragédia? Não existem regras universais, mas os  especialistas concordam que há um caminho que pode ser seguido. O da verdade."

Tal como a professora entrevistada neste artigo diz, as crianças além de terem curiosidade em conhecer os assuntos, também têm acesso à informação; os pais remetem muito esse papel para a escola.

.../... "Maria de Jesus Moura, psicóloga infantil e da saúde, especialista em luto infantil acredita que esta é uma postura dos tempos atuais. 'Os pais passam a responsabilidade para a escola e demitem-se do seu papel, que é o processo de educação. Há a necessidade de sentar à mesa, de conversar em família, de ter tempo para rir, dizer disparates mas também falar de temas do quotidiano mesmo que não sejam fáceis.' 

.../... Acontecimentos trágicos como os que ocorreram naquele fatídico fim de semana podem ser também um pretexto para falar de outros temas essenciais ao desenvolvimento cognitivo das crianças, como por exemplo o ciclo de vida e a morte. 'Podemos falar sobre prevenção de incêndios ou acidentes, por exemplo', diz a psicóloga. Recorrer a exemplos concretos, como as flores e os animais, por exemplo, pode ajudar. 'É importante ir explicando que todos os seres vivos nascem, crescem, amadurecem e morrem. Por outro lado, há que sublinhar que, por vezes, pode haver uma interrupção neste ciclo noutro período anterior à velhice. A criança deve ir aterrorizando que o fim do ciclo de vida é imprevisível e ninguém sabe quando acontece.'

.../... Um dos desafios de abordar os temas difíceis é que nem sempre os adultos se sentem, eles próprios, confortáveis com os mesmos. 'Às vezes, a ansiedade é tão grande que se perdem no discurso. Defendem-se do stress e não querem vulnerabilizar-se perante as crianças', explica a psicóloga Maria de Jesus Moura.

.../... Relativamente à tragédia de Pedrógão, a estupefação das crianças teve várias vertentes. 'Esta não é uma situação comum e deveu-se a um fenómeno da natureza. É preciso focar que está tudo bem e que não nos encontramos nesse local', diz a psicóloga. Sendo natural que as 'emoções estejam ao rubro perante as sucessivas notícias que inquietam crianças e adultos, o acontecimento é útil para falar de aspetos fundamentais da existência humana, como o facto de não sermos indiferentes ao sofrimento alheio - e ainda bem - e também para fomentar a solidariedade'. Este foi, aliás, um dos aspetos difundidos no meio de toda a tragédia. 

.../... Trabalhar as questões da esperança pode ser um passo essencial num processo de luto. Ao reconhecermos que alguém teve importância na nossa vida e que o seu legado tem uma relevância significativa no nosso percurso estamos, de certa forma, a cumprir o nosso próprio processo de luto. E isso ajuda-nos a crescer. Conseguir passar esta dimensão de evolução para uma criança pode ser uma boa estratégia.

Mais do que as palavras a utilizar, as respostas a dar e as informações a passar, é importante estar disponível e não deixar as crianças à deriva. Mostrar interesse, ter tempo para ouvir as dúvidas, responder e conversar sobre tudo com uma função pedagógica é o modelo mais indicado. Em situações em que as crianças se possam sentir muito inseguras, 'os pais devem também selecionar a informação e dar colo, o que ajudará os mais pequenos a restaurar a segurança', diz a psicóloga.

.../... Dentro daquilo que são temas difíceis, compete então aos pais 'dizer que tudo está bem, que a família está ali e em segurança, independentemente de não se saber o dia de amanhã. Há que promover a segurança para que a criança consiga arranjar estratégias para lidar com as situações difíceis.' "

Um texto importante e para reflexão profunda!

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Dia dos Avós, 26 de julho!

imagem in: http://www.przedszkole151.blizej.info/?m=galeria
Hoje, 26 de julho, é o DIA DOS AVÓS!

Este texto que encontrei em noticiasaominuto.com de 26.07.2017 reflete bem o respeito que existe por um dia em que os avós e netos o comemoram com a maior das alegrias, pois o relacionamento entre as duas partes também decorre, de um modo geral, com muita empatia. Por isso, concordo que seja "... (...) uma relação com benefícios mútuos".

"Dia dos Avós: uma relação com benefícios mútuos"

"Ter netos faz maravilhas pela saúde dos avós e os avós trazem lições e muitos benefícios para os netos.

Ser avó é uma das fases mais bonitas da vida. Ultrapassados os receios e as grandes responsabilidades da parentalidade, atingida uma certa maturidade e conseguido algum tempo extra, ser avó é tempo de mimar e aproveitar os netos.

A relação entre avós e netos pode ser uma das coisas mais belas de sempre e traz benefícios para ambos. Neste que é o Dia dos Avós, 26 de julho, o Lifestyle ao Minuto destaca os benefícios que esta ‘profissão’ tão amorosa traz para ambos, avós e netos.
Vários estudos já revelaram que ser um avô presente na vida dos netos reduz o risco de Alzheimer nos idosos. Passar tempo com os netos também pode ajudar a fortalecer o sistema imunitário dos avós e, claro, a mantê-los fisicamente mais ativos, o que traz inúmeros benefícios para a saúde, uma vez que ajuda a controlar o peso, a dormir melhor e promove a saúde cardiovascular. Um estudo revela até que cuidar dos netos pode dar até cinco anos extra de vida.
Os netos também beneficiam muito de ter os avós nas suas vidas. Aprendem mais sobre o passado – especialmente sobre coisas que nem os pais viveram -, o que os ajuda a moldar o seu futuro, também aprendem a olhar para a vida através de outra perspetiva, a dos seus avós, que provavelmente passaram por dificuldades pelas quais os netos nunca terão de passar.
Os bons avós nutrem e são amorosos com os netos – bem como os pais, mas, muitas vezes, sem os episódios de stress que geralmente o papel de pai ou mãe traz – por isso trazem uma sensação de calma e paciência muito benéfica para a criança. Também costumam ser incrivelmente permissivos, o que nem sempre é benéfico, mas que ensina a criança a lidar com diferentes graus de autoridade."

terça-feira, 25 de julho de 2017

Significado de "cacique"



Pesquisando o verdadeiro significado do vocábulo cacique, uma palavra que se tem ouvido muito nos últimos tempos por parte de políticos portugueses, encontrei o seguinte:

"ca·ci·que 

(espanhol caciquedo taino)
substantivo masculino

1. Chefe mexicano antes da conquista.

2. Chefe de índios independentes. = MORUBIXABA

3. [Figurado]  Político que dispõe dos votos da sua localidade e tem grande poder localmente. = MANDA-CHUVA

4. [Brasil]   [Ornitologia]  Ave do Amazonas."


Referência:
"cacique"
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 
[em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/cacique 
[consultado em 25-07-2017]."


"cacique
ca.ci.que
kɐˈsik(ə)
nome masculino
1.chefe político que dispõe dos votos dos eleitores de uma localidade
2.chefe (entre os indígenas) de várias regiões da América
Do aruaque do Haiti cachique, «chefe político», pelo castelhano cacique, «idem»

 cacique
forma do verbo cacicar "

Referênciacacique in Dicionário infopédia da 
Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico 
[em linha]. 
Porto: Porto Editora, 2003-2017. 
[consult. 2017-07-25 19:26:58]. 
Disponível na Internet: 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Duas citações de Fernando Pessoa sobre os animais

ANIMAIS

"Não há critério seguro para distinguir o homem dos animais."
Livro do Desassossego

"O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos.
Eles sabem o que precisam saber. Nós não."
Textos Filosóficos

imagem: in http://www.novaera-alvorecer.net