sábado, 16 de julho de 2022

"A feijões": o significado desta expressão

Segundo o que o Professor e Escritor João Carlos Brito nos diz na sua obra "Dicionário de Calão do Norte", da Ideias de Ler, 2021, a propósito desta expressão tão portuguesa e bem nortenha, 

" 'a feijões' aplica-se quando um jogo não tem qualquer importância. 
 
Ninguém 
gosta de perder...
nem a feijões."


imagem obtida in  https//:www.dn.pt
(Fernando Santos: "Não gostamos de perder nem a feijões")

quarta-feira, 13 de julho de 2022

"Marrafas" (franjas, madeixas): origem e significado

imagem in https://www.pngwing.com/pt/free-png-bocjs


É bem verdade que "em Português nos "entendemos" ou "desentendemos", porque Portugal, apesar de ser "pequeno", "tem uma língua rica e diversificada"... Há regionalismos muito interessantes por esse país fora.

Vejamos um termo usado no Minho.

Pesquisei o significado e a origem de "marrafas" (franja, madeixas):

"Usar marrafas, no Minho, é o mesmo que usar repas no Porto ou franja no resto do país. É um penteado que consiste em ter parte do cabelo pendente sobre a testa. No entanto, inicialmente não seria exatamente assim, já que as marrafas pressupõem o cabelo com risca ao meio, com as tais madeixas a cobrirem parte da testa de forma simétrica, isto é, não seriam bem umas franja como no Minho se entende. Mas para os minhotos passou a ser, e ai de quem disser o contrário.

Acrescente-se que o termo tem origem num célebre dançarino italiano chamado Maraffi, dos finais do século XVIII, que usava justamente este penteado e que atuou no nosso país, em Lisboa, em 1791."

(in "Em Português nos (des) entendemos" de João Carlos Brito, Ideias de Ler, Distribuição Porto Editora, setembro de 2020)

terça-feira, 12 de julho de 2022

"Talvez" - canção portuguesa cantada pela nossa Carolina de Deus

Letras

E se eu fosse como elas
Com quem tu tanto querias estar
Fiz tudo para ser Cinderela
Dizes não ser de elogiar
Sabia tudo o que fazias
Como é que tomas o café
Falávamos do que farias
Com todo o mundo a teus pés
E eu fingi despercebida
Mas lá no fundo eu sempre soube
Das emoções que me escondias
Das tentações das tuas noites
Será que tu te arrependes
Do que me fizeste sentir
Vi-me afundar bem lentamente
Acho que só pensava em ti
Talvez não seja o que tu queres
Talvez não chegue o que eu te dou
Se aquelas com quem tu estiveste
Eram melhores do que eu sou
Talvez não fosse suficiente
Para te fazer aqui ficar
O que é adeus, já foi para sempre
Final feliz não vou contar
Lembro-me de quando dizias
Para não me preocupar
Querias viver o dia a dia
Sem perceberes o que era amar
Seguir em frente é o caminho
Mas sei bem que me vai custar
Não te ter mais aqui comigo
Sinto um vazio e um apertar
Quero também agradecer
Por tudo o que fizemos juntos
Correr atrás, fazer, crescer
Diria que fizemos tudo
Eu só queria perceber
Como é que chegámos aqui
Os dois de um lado, a sofrer
Sabe o quanto eu gostei de ti
Talvez não seja o que tu queres
Talvez não chegue o que eu te dou
Se aquelas com quem tu estiveste
Eram melhores do que eu sou
Talvez não fosse suficiente
Para te fazer aqui ficar
O que é adeus, já foi para sempre
Final feliz não vou contar
Talvez não seja o que tu queres
Talvez não chegue o que eu te dou
Se aquelas com quem tu estiveste
Eram melhores do que eu sou
Talvez não fosse suficiente
Para te fazer aqui ficar
O que é adeus, já foi para sempre
Final feliz não vou contar
E se eu fosse como elas
Fonte: LyricFind
Compositores: Carolina de Deus
Letras de Talvez... © DistroKid

domingo, 10 de julho de 2022

O Bom Samaritano (Parábola) - Liturgia de domingo, 10 de julho de 2022

Esta é uma Reflexão para o XV Domingo do Tempo Comum:


imagem obtida in jw.org

A Parábola do Bom Samaritano é uma famosa parábola do Novo Testamento que aparece unicamente em Lucas 10:25-37. O ponto de vista majoritário indica que esta parábola foi contada por Jesus a fim de ilustrar que a compaixão deveria ser aplicada a todas as pessoas, e que o cumprimento do espírito da Lei é tão importante quanto o cumprimento da letra da Lei. Jesus coloca a definição de próximo num contexto mais amplo, além daquilo que as pessoas geralmente consideravam como tal.

Narrativa

25. Levantando-se um doutor da lei, experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 26. Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na Lei? como lês tu? 27. Respondeu ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. 28. Replicou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás. 29. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? 30. Prosseguindo Jesus, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões que, depois de o despirem e espancarem, se retiraram, deixando-o meio morto. 31. Por uma coincidência descia por aquele caminho um sacerdote; quando o viu, passou de largo. 32. Do mesmo modo também um levita, chegando ao lugar e vendo-o, passou de largo. 33. Um samaritano, porém, que ia de viagem, aproximou-se do homem e, vendo-o, teve compaixão dele. 34. Chegando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma hospedaria e tratou-o. 35. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: Trata-o e quanto gastares de mais, na volta eu te pagarei. 36. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? 37. Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: Vai-te, e faze tu o mesmo.

S:Tradução Brasileira da Bíblia/Lucas/X

(Referência: in pt.wikipedia.org)

"O Bom Samaritano",
 pintura de 
George Frederic Watts (1904).



A primeira leitura da liturgia deste domingo nos fala da maravilha que é possuir uma lei feita por Deus e que, por isso mesmo, leva à Vida. Essa Lei está impregnada em nosso ser.

O Livro do Deuteronómio diz que ela “está ao seu alcance: está na sua boca e no seu coração”. Isso significa que não deveremos ficar presos a um código de regras, de prescrições, mas que nos entreguemos, sem reservas, à promoção da Vida.

No Evangelho, a parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, deixa isso claríssimo. O Mestre dá a essa Lei um nome: misericórdia!

A misericórdia promove a Vida. Ela não faz rodeios para salvar o ser humano. A Vida está em primeiro lugar. Salvaguardar a Vida, seja de quem for, é a Lei Máxima! E quando se fala em Vida não se restringe à vida física, mas se compreende também a moral, a psíquica, a espiritual.

Fala-se da Vida do Homem. Tudo deve estar subordinado a esse valor, porque Deus é Vida e Ele assim determinou que fosse. Por isso, matar alguém, física ou moralmente é um pecado grave.

Do mesmo modo é desconhecimento da revelação do Amor de Deus, qualquer atitude que demonstre falta de misericórdia. Está escrito: “Quero a misericórdia e não o sacrifício”.

Por que é um samaritano quem pratica a misericórdia na parábola contada por Jesus? Será que Jesus quer simplesmente incomodar os judeus? Não, não é nada disso. Ele até pode ter esse desejo, e certamente o tem, de alertar seus concidadãos. Mas a figura do samaritano, nesta parábola, tem o significado de ser alguém que desconhece um código de leis.

Jesus quer destacar que esse homem nascido na Samaria agiu somente por causa de seu coração. Ele teve a sensibilidade de perceber a situação de miséria em que se encontrava o homem assaltado. Ajudou muito para que tivesse compaixão, sua origem samaritana, de marginalizado. Ele se identificou com o pobre coitado e agiu como Deus, isto é, teve compaixão.

Segundo Lucas, somente Jesus tem compaixão. É um gesto eminentemente divino! O QUE É MEU É TEU! QUERO QUE VOCÊ TENHA VIDA!

Podemos apreender o seguinte ensinamento: para alguns, a salvação está no cumprimento das leis; para outros, nos atos realizados dentro de um templo; para o samaritano, está em assumir a Vida e colocar-se a caminho dos que estão sendo privados dela. Ao se solidarizar com o marginalizado, o samaritano encontrou Deus e a verdadeira religião.

(Referência: in vaticannews.va)

Mamii - por Becky G. & Karol G.