sábado, 10 de novembro de 2018

Recordando George Brassens!


Após alguma pesquisa sobre a biografia de GEORGES BRASSENS, encontrei o seguinte na pt.wikipedia.org :
"Georges Brassens nasceu a 22 de Outubro de 1921 em Sète, porto de pesca francês banhado pelo mar mediterrâneo, filho de Elvira Dagrossa e do seu segundo marido Jean-Louis Brassens. A mãe é de origem italiana e profundamente católica, enquanto o pai é um livre pensador anticlerical. Todavia esta família, que inclui um quarto membro, a meia-irmã Simone, filha do primeiro casamento da mãe de Brassens, tem um ponto em comum : todos apreciam a música e todos têm de memória numerosas canções que adoram entoar, seja Tino Rossi, Charles Trenet ou tantos outros artistas populares da época. Educado neste meio, Brassens interessa-se naturalmente pela música, mas também pela composição.
Citação
«Éramos uns rudes aos quatorze, quinze anos e começamos a apreciar os poetas. Há que perceber o contraste. Graças a este professor pude aceder a algo de grande. Muito mais tarde, de cada vez que escrevia uma canção, perguntava-me a mim próprio: "será que agradaria a Bonnafé ?"»
Georges Brassens
Apesar de ser um fraco aluno, consegue ser motivado pelo seu professor de literatura Alphonse Bonnafé. Este, ao ver alguns pequenos poemas do jovem Brassens(na altura com 15 anos), e apesar de os achar ainda de fraca qualidade, incentiva-o a estudar os clássicos e assim poder melhorar a qualidade do seu trabalho.
Há uma característica que Brassens revela desde novo: aprecia funcionar em grupo e gosta de estar envolvido com os amigos. O seu primeiro grupo desta época começa por fazer pequenos distúrbios pela vila para mais tarde ter um convivio de tipo diferente: passeiam-se pela praia e pelos bares da vila, discutem a canção e os filmes, organizam projecções de cinema privadas, e chegam mesmo a formar uma pequena orquestra em que Brassens toca banjo.
Mas este grupo seguiria caminhos menos ortodoxos: procurando realizar algum dinheiro de bolso para as suas actividades lúdicas, realiza pequenos furtos essencialmente aos seus próprios familiares e amigos. Após várias queixas dos visados a polícia descobre-os e leva-os a julgamento. Brassens fica detido juntamente com os seus amigos e na pequena vila de Sète é o escândalo e a vergonha para as famílias envolvidas. O grupo passa a ser mal visto e é ostensivamente rechaçado dos locais que frequentava.


1964.
Expulso do liceu, e após uma curta passagem pelo atelier de pedreiro de seu pai, Brassens viaja para Paris onde se instala, em Fevereiro de 1940, com 18 anos de idade, em casa da sua tia Antoinette onde encontra um piano que utiliza para a sua primeira aprendizagem em regime de autodidacta. Ao mesmo tempo começa a aprender uma profissão, vindo a conseguir trabalho numa fábrica de automóveis como operário especializado. Um dos amigos do seu grupo de Séte, Louis Bestiou, junta-se-lhe como colega na fábrica. Mas em Junho de 1940 no decurso da guerra a fábrica é bombardeada pelos alemães e fica totalmente inoperacional.
Brassens e o seu amigo retornam às origens, mas poucos meses depois Brassens decide voltar a Paris à casa da sua tia onde tem tem acolhimento e alimentação. Agora já não quer trabalhar, pois o trabalho beneficiaria o ocupante alemão, mas nem por isso tem menos actividade : levanta-se de madrugada, vai para a biblioteca e deita-se com o pôr-do-sol. Dedica-se à leitura minuciosa dos grandes escritores : BaudelaireVerlaineVictor Hugo. Durante estes três anos em que desenvolve este estudo, adquire uma importante bagagem literária e chega mesmo a publicar, ainda que sem sucesso, uma recolha de poemas de autores diversos.
Em 1943 Brassens vê-se envolvido na guerra a que sempre tinha escapado: o governo francês decreta o STO (Serviço de trabalho obrigatório) para o qual convoca os jovens nascidos em 1920, 1921 e 1922. Brassens vai trabalhar para a fábrica de motores de aviões Bramo (Brandenburgischen Motorenwerken), fornecedora da Luftwaffe, localizada em Basdorf, na Alemanha. Aqui Brassens agrega um segundo grupo de amigos muitos dos quais se manteriam até bem depois da guerra.
Quando, após um ano de trabalho, consegue uma licença de 10 dias, Brassens desloca-se a Paris mas não mais se apresenta ao trabalho, sendo acolhido e escondido da polícia de Vichy por um casal amigo da tia, Jeanne Le Bonniec e Marcel Planche, que habitavam numa pequena casa num beco da cidade, o Impasse de Florimont, com grandes carências das comodidades mais elementares: não havia sequer água quente e as casas de banho eram no terraço. Apesar disso a atmosfera é acolhedora e Jeanne assegura-se que Brassens esteja sempre bem alimentado e alojado. Ele ficará escondido 5 meses até ao fim da guerra, altura em que recupera o seu cartão da biblioteca permitindo-lhe retomar as leituras, ao mesmo tempo que vai compondo algumas canções e prosseguindo a escrita de poemas e de um romance que havia iniciado em Basdorf.
Em 1946 colabora com a revista anarquista Le libertaire. Esta colaboração, apesar de visar também a obtenção de alguma contrapartida monetária, tem algo a ver com as suas ideias, expressas também nas suas canções, em que se revolta contra uma certa hipocrisia social, e a favor dos sectores mais desfavorecidos da sociedade.
Em 1947 sai o seu primeiro romance La lune écoute aux portes em que vinha trabalhando desde o seu tempo de trabalho obrigatório na Alemanha, mas não obteve qualquer sucesso. Adquire a sua primeira guitarra à qual se dedica de forma exaustiva, e escreve nesta altura algumas canções que se tornariam famosas como Le ParapluieLa Chasse aux papillonsJ'ai rendez-vous avec vousLe Gorille(canção contra a pena de morte, proibida de passar nas rádios durante anos), tendo ainda musicado um poema de Aragon Il n'y a pas d'amour heureux.
Citação
«Püppchen não é a minha mulher, é a minha deusa"»
Georges Brassens
Este ano de 1947 é também aquele em encontrou a mulher que o acompanharia ao longo da vida : Joha Heiman, de origem estónia, que Brassens apelidaria de Püppchen ("bonequinha" em alemão), que, por comum acordo, nunca viria a partilhar o mesmo tecto que o cantor.

Incentivado pelos amigos e conhecidos começa em 1951 a actuar nalguns cabarés parisienses, mas sem qualquer sucesso. A sua presença em palco é muito apagada, ninguém se interessa pelos seus textos, e Brassens começa a desanimar.
Todavia em 1952 dois dos seus amigos de infância conseguem-lhe uma audição num dos cabarés mais em voga na época, o Chez Patachou dirigido pela cantora Henriette Ragon (apelidada de Patachou pelos jornalistas franceses, a propósito do nome do seu cabaré). Muito a custo Brassens lá vai à audição a 6 de Março sendo apreciado de imediato por Patachou que lhe proporciona uma actuação logo na noite do dia seguinte. Nessa actuação a cantora confirmou a sua primeira apreciação, tendo-o contratado de imediato. Mas Brassens prefere que seja mesmo Patachou a cantar as suas canções remetendo-se ao papel de autor-compositor em que se sente mais à-vontade, evitando o contacto com os palcos e o público. Esta, apesar de aceitar incluir algumas das suas canções no seu reportório, insiste em que ele é a pessoa ideal para cantar canções como Le GorilleCorne d'Aurochs ou La Mauvaise réputation.
Apesar de todas estas hesitações e inseguranças, o caminho para o sucesso está aberto. Dezoito meses depois Brassens já é cabeça de cartaz no Bobino. Patachou apresenta-o a Jacques Canetti, (irmão de Elias Canetti, o prémio Nobel da literatura de 1981), ligado à editora de discos Polydor, e um dos homens mais influentes no meio musical francês. Não só Brassens actua no seu cabaré Les Trois Baudets, como grava alguns 78 rpm que viriam a ser publicados entretanto, apesar das dificuldades com as letras de algumas canções demasiado provocatórias para a sociedade da época. Estas reacções negativas de alguns acompanha-lo-iam ao longo de toda a sua carreira, mas nunca o fariam recuar na denúncia do que ele considerava serem os podres da sociedade.
Citação
«Penso que as ideias evoluem muito depressa. Penso que muita gente morre por ideias que-no momento em que morrem-já não têm cabimento. Por isso aconselho a pensar bem antes de morrer pelas ideias."»
Georges Brassens-entrevista com Jacques Chancel
Entretanto sai o seu segundo romance La tour des miracles, e, no início de 1954 canta no mais prestigiado music-hall parisiense, o Olympia, onde retorna poucos meses depois. Nesse mesmo ano sai uma recolha de textos chamada La mauvaise réputation. Brassens é reconhecido pelo seu domínio brilhante da língua francesa sendo-lhe atribuído nesse ano o grande prémio da Academia Charles Cros, pelo álbum "Le Parapluie".
Iniciam-se as digressões pela Europa e África do Norte.
Em 1957 faz a sua primeira, e única, aparição nos écrans de cinema, com o papel (quase que nem se pode falar de um papel tal era a semelhança entre a personagem e Brassens) desempenhado no filme Porte des Lilas de René Clair baseado no romance de FalletLa Grande Ceinture. Brassens comporá algumas das músicas da banda sonora deste filme. Desinteressado de tudo o que diz respeito à sua vida financeira nomeia o seu amigo Pierre Onténiente, companheiro de infortúnio em Basdorf, como seu secretário e agente, delegando-lhe a responsabilidade da gestão de toda a sua vida material e artística.

Placa comemorativa
na sua propriedade em Crespières.
Brassens resolve finalmente, após 25 anos, deixar a casa de Jeanne e Marcel que havia adquirido para eles uns anos antes, tendo-se mudado para em 1958 para uma propriedade que comprou em Crespières, chamada le moulin de la Bonde.
A sua carreira continua de forma imparável, ainda que por vezes entrecortada por cólicas renais motivadas por cálculos nos rins. Ao longo da carreira teve que sair de cena algumas vezes motivado pelas dores que sofria. Em 1963 realiza uma primeira cirurgia aos rins.
Em 1967 recebe o prémio de poesia da Académie française, uma reputada instituição dedicada à preservação da lingua francesa.
Em 1968 é novamente internado no hospital vítima de cólicas renais. Nesse mesmo ano morre a sua protectora e amiga Jeanne Le Bonniec com a idade de 77 anos.
Em 6 de Janeiro de 1969, por iniciativa da revista Rock & Folk e da rádio RTL, Georges Brassens participa numa entrevista histórica com dois outros gigantes da música francesa : Léo Ferré e Jacques Brel.
Em 1972, celebrando os seus 20 anos de actividade, é editada uma caixa com 11 álbuns acompanhada de um livro reunindo todos os seus textos e poemas.
No mesmo ano, Georges Brassens compra uma casa em Lézardrieux, na Bretanha, região que havia descoberto graças a Jeanne Planche originária de lá. Desloca-se frequentemente a esta terra de pescadores, que certamente lhe recordaria Sète onde havia passado a infância.
Os problemas de saúde prosseguem e a sua actividade faz-se ressentir disso. Em 1973 parte para a que seria a sua última digressão pela França e pela Bélgica. Nesse mesmo ano deu um concerto no Sherman Theatre da Universidade de Cardiff na Grã-Bretanha em 28 de Outubro, e que seria alvo de uma das raras gravações das suas actuações ao vivo, dando origem ao álbum Live in Great Britain. Em 1975, recebe das mãos do então presidente da Câmara Jacques Chirac o Grande Prémio do Disco de Paris.
Em 1980, muito doente, grava as suas últimas canções no álbum Les chansons de la jeunesse a favor da associação de beneficência Perce Neige, criada por Lino Ventura, a favor das crianças deficientes. Nesse álbum Brassens canta velhas canções francesas de Charles TrenetJean BoyerPaul Misraki e dele próprio.
Em Novembro após um diagnóstico de cancro do intestino é novamente operado. Recusa a quimioterapia, vindo a falecer quase um ano depois, em 29 de Outubro de 1981, uma semana após completar 60 anos de idade, na pequena aldeia de Saint-Gely-du-Fesc, perto da sua terra natal de Sète, em casa do seu amigo e médico, Maurice Bousquet. Está sepultado no cemitério du Py, também chamado o "cemitério dos pobres".

Georges Brassens vendeu cerca de 20 milhões de álbuns entre 1953 e 1981, o que constitui um recorde para quem começou a publicar música nos anos 50 e que já tinha um estilo claramente (e voluntariamente) fora de moda nos anos 70.
  • 1953 : La Mauvaise Réputation
  • 1954 : Les Amoureux des bancs publics
  • 1955 : Chanson pour l'Auvergnat
  • 1957 : Je me suis fait tout petit
  • 1958 : Le Pornographe
  • 1960 : Le Mécréant
  • 1961 : Les Trompettes de la renommée
  • 1964 : Les Copains d'abord
  • 1964 : Bobino 64 (ao vivo)
  • 1966 : Brassens au TNP (ao vivo)
  • 1966 : Supplique pour être enterré à la plage de Sète
  • 1969 : La Religieuse
  • 1972 : Fernande
  • 1972 : Tour de chant à Bobino (DVD) (Ao vivo)
  • 1974 : Georges Brassens in Great-Britain(Ao vivo)
  • 1976 : Don Juan


quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Pediatras americanos contra castigos dos pais aos filhos

O tema é delicado e suscita sempre alguma polémica em relação aos métodos a adotar.


"A palmada oportuna" deve ser aplicada nas crianças? Não devemos fazê-lo? E como aguentar as suas birras e atitudes só para levarem a sua vontade avante?


Devemos falar com as crianças e explicar-lhes tudo, mas o pior são aqueles momentos em que elas não nos querem ouvir, perpetuando uma birra por tempo indefinido, até ficarem roxas...


Pois é, nada fácil...!!!! 

Ainda temos muito que aprender...


Nem 'palmadas pedagógicas', nem ameaças. Pediatras contra castigos

Em novas orientações sobre castigos físicos, a Academia Americana de Pediatria defende que os pais nunca devem bater nos seus filhos e nunca devem usar insultos que humilhem ou envergonhem as crianças
Os pediatras americanos querem acabar de vez com a "palmada pedagógica". Não bater, esbofetear, ameaçar, insultar, humilhar ou meter medo, estas são as linhas vermelhas traçadas pela Academia Americana de Pediatria na educação de uma criança. Uma atualização de boas práticas que não era feita há 20 anos e que foi publicada esta segunda-feira na revista especializadaPediatrics, onde os pais são incentivados a impor a disciplina de forma saudável, através do reforço positivo ou da imposição de limites.
Robert Serge, pediatra do Tufts Medical Center de Boston e primeiro autor do estudo 'Disciplina efetiva para criar crianças saudáveis', destaca à CNN os avanços na investigação nos últimos 20 anos que "nos levam a dizer com muito mais convicção que os pais nunca devem bater nos seus filhos e nunca devem usar insultos que humilhem ou envergonhem as crianças". Investigações que mostram uma relação direta entre os castigos físicos e comportamentos violentos nas crianças, assim como diminuição da massa cinzenta nos cérebros infantis e sintomas depressivos mais tarde, na adolescência. E no entendimento dos especialistas americanos, a famosa "palmada pedagógica" - "bater com a mão aberta, sem causar ferimento, com o objetivo de modificar o comportamento da criança" - entra claramente na lista dos castigos corporais.
As novas orientações são bastante mais rígidas do que as publicadas em 1998, quando os pais eram aconselhados a desenvolver métodos alternativos à palmada em resposta a um comportamento indesejado. "Esta nova diretiva encoraja os pediatras a discutir com os pais a informação sobre os diferentes modelos disciplinares, para que eles possam tomar as suas decisões sobre como preferem criar os seus filhos", acrescenta Robert Serge.
Uma ideia reforçada ao DN pela pedopsiquiatra Ana Vasconcelos. "É infantilizante para os pais dizer-lhes o que não podem fazer sem lhes explicar o que provoca essas reações. Os açoites ou a chantagem não são conscientes, mas impulsos face ao incómodo provocado pelas alterações repentinas de humor das crianças. Temos de ajudar os pais a perceber que podem provocar essa situação com atitudes de intolerância".

Mudar de sítio e fazer a criança pensar

Mas como devem, então, os pais lidar com as fitas dos miúdos sem perder a calma? As respostas variam em função da idade. Se estivermos a falar de um bebé com menos de um ano, o melhor é distraí-lo ou mudá-lo de sítio - ou até de assunto - quando as birras chegam. Isto porque é melhor não esperar que crianças tão pequenas comecem logo a interiorizar muitas regras. Quando são mais velhos ou se estão na pré-adolescência, o melhor mesmo é deixá-los a pensar na vida sozinhos e focar numa receita alternativa: valorizar mais o bom comportamento dos miúdos do que os seus achaques.
O melhor é valorizar mais o bom comportamento dos miúdos do que as suas birras.

"É o empoderamento", traduz Ana Vasconcelos, que aconselha os pais a conhecerem-se melhor a si próprios e às suas reações, sem diabolizar os adultos e percebendo a pressão a que estão sujeitos. "Um pai que começa a gritar com o filho não consegue educar no futuro e vai provocar esse descontrolo também criança; um pai que grita e depois vem a mãe pôr água na fervura também é um mau exemplo, porque um desautoriza o outro".
A pedopsiquiatra adianta que há cada vez mais crianças intolerantes ao incómodo, ou seja, que não toleram um 'não. "E não estamos a falar de birras de meninos mimado", realça Ana Vasconcelos, "está provado que há mesmo alterações neurobiológicas no cérebro destes miúdos", indica a especialista, que destaca uma entrevista publicada há um ano a Marinus van IJzendoorn, onde o professor do Centro de Estudos da Criança e da Família (Holanda) define estas crianças mais difíceis "como orquídeas que precisam de cuidados ideais para florescer, mas que murcharão se o jardineiro for desajeitado".

Castigos físicos são permitidos nos EUA

Nessa entrevista, Marinus van IJzendoorn explicava que se as crianças com a variante curta do gene recetor da serotonina - o neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, o sono, apetite ou o ritmo cardíaco - se encontrarem num mau ambiente, desenvolverão mais rapidamente sinais de depressão e de problemas do desenvolvimento comparativamente com crianças que possuam a variante longa deste gene.
Em Portugal, ao contrário dos Estados Unidos da América, os castigos corporais sobre crianças, mesmo em casa, são ilegais há mais de dez anos. A iniciativa internacional para abolir toda violência física sobre as crianças, um movimento apoiado pela Unicef e Unesco, refere no seu site que não existem recomendações em relação ao nosso país nesta área.
Já nos EUA, a lei permite aos pais infligir castigos físicos sobre os seus filhos em casa. Um estudo de 2004 mostrava que dois terços dos pais americanos usavam algum tipo de violência física sobre os filhos, embora uma outra investigação, de 2013, tenha concluído que o número de pessoas a responder que "uma boa e dura palmada é por vezes necessária para disciplinar uma criança" caiu de 84%, em 1984, para 70% em 2012. 
in DN por Pedro Vilela Marques 05.11.2018

domingo, 4 de novembro de 2018

Homenagem a Maria Guinot (1945-2018)



Maria Guinot (Maria Adelaide Fernandes Guinot Moreno), nasceu em Lisboa a 20 de junho de 1945 e aos quatro anos já estudava piano. A seguir matriculou-se no Curso de Música do Conservatório Nacional. 

Aos 21 anos já gravava temas da sua autoria (Balada do Negro Só, Criança Loura, Silêncios do Luar). Era licenciada em Germânicas e frequentou a Alliance Française e os Institutos Britânico, Alemão e Italiano. O governo francês concedeu-lhe uma bolsa de estudo. Chegou a viver em Paris onde se lhe abriram horizontes que viriam a influenciar um trabalho artístico de qualidade.

Inicialmente tinha formação musical clássica, mas foi no modelo de canção que se veio a destacar. Compôs temas em defesa dos direitos das mulheres. Era uma mulher de esquerda e de opiniões muito convictas. A seguir ao 25 de abril filiou-se no Movimento Democrático das Mulheres (MDM), tornou-se ativista tendo colaborado, através da sua música, em homenagens a mulheres antifascistas.

Maria Guinot venceu o Festival da Canção, a 7 de março de 1984, cantando "Silêncio e Tanta Gente", (com música e letra da sua autoria), acompanhando-se a si própria ao piano e representando Portugal na Eurovisão. 

Verdade seja dita: era uma pessoa discreta e nunca quis para si popularidade!

Foi casada com um professor universitário e com ele viveu até 2016, data da morte deste.

Há cerca de 10 anos que estava afastada da música, devido a graves problemas de saúde (AVC's) não conseguindo já tocar piano, o que provocava nela imensas saudades. Em 2011, recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.

Nos seus últimos anos de vida viveu num lar, na linha do Estoril. Morreu no dia 3 de novembro, de uma infeção respiratória.

DISCOGRAFIA consultada in pt.wikipeida.org

Álbuns de estúdio

  • Esta Palavra Mulher (LP, Ed. Autor, 1987)
  • Maria Guinot (LP, Upav, 1991)
  • Tudo Passa (CD, Âncora Editora, 2004)

Singles e EP

  • La Mère Sans Enfant / Toi, Mon Ami / A Canção Que Eu Canto / Criança Loura (EP, Alvorada, 1968)
  • Balada do Negro Só / Silêncios do Luar / Escuta Menino / Poema de Inverno (EP, Alvorada, 1969)
  • Um Adeus, Um Recomeço / Poema de Um Dia (Single, Rossil, 1981) ROSS 7074
  • Falar Só Por Falar / Um Viver Diferente (Single, Rossil, 1981) ROSS 7085
  • Silêncio e Tanta Gente / Estimo que esta carta te encontre de saúde (Single, Dacapo, 1984) Dacapo 14 115012
  • Silêncio e Tanta Gente / La silence et la foule / Silence / Augenblick der illusion (EP, Dacapo,1984) Dacapo Especial 3

Colectâneas

  • Venha Cantar Connosco 15 canções de convívio e amizade – 1981
  • Cem anos de Maio – 1986 – Homenagem às mães da Praça de Maio
  • Festa de Abril – foi apenas ontem (Maria Guinot e Pedro Barroso) – edição da associação 25 de Abril
  • Um Mar De Sons – 2005

in: n-tv.pt