Utilizei a expressão "Chuva Diluviana...que se aplica, claro, quando chove copiosamente e cuja origem reside no Dilúvio do Antigo Testamento. Já agora, diga-se que o próprio diluvio bíblico foi buscar as suas raízes às narrativas afins das culturas pré-clássicas."
(in Uma viagem pelas histórias das expressões portuguesas, de Sérgio Luís de Carvalho, Planeta).
Pois é verdade, tem chovido copiosamente em Portugal, estragando o que ainda nos restava do verão, que também não foi famoso. Tempestades, chuvas com muita intensidade têm levado ao caos muitos pontos do país.
Já li, algures, que foi o segundo verão mais frio em 25 anos! Chegámos a ver na televisão, no último fim de semana, manifestações em várias cidades do mundo, cujo objetivo é o de os seus governantes reunirem e chegarem a um acordo sobre alterações climáticas.
Hoje, 23 de setembro, em Nova Iorque, haverá mais uma cimeira sobre o clima na Terra. Sabemos que a ação do homem tem, em muito, contribuído para uma má preservação do nosso planeta.
Li algo interessante no "Macroscópio" da newsletters@observador.pt, escrito por José Manuel Fernandes:
"Começo por referir uma notícia deste verão: a de que a explicação para o facto de se estar a registar uma pausa no aquecimento global, pausa essa que dura sensivelmente desde o início do milénio, se dever à capacidade das águas do Atlântico Sul para armazenarem mais calor do que se esperava. Como se escreveu na National Geographic, “new research suggests that heat trapped by atmospheric greenhouse gases is getting buried in the Atlantic”. Trata-se de uma hipótese que não reúne o consenso dos cientistas, que ainda estão longe de compreenderem tudo o que se passa com o clima à escala global.
Esse é precisamente o ponto de partida de Steven, E. Koonin, que foi subsecretário para a Ciência no Departamento de Energia da primeira administração Obama, no Wall Street Journal: “Climate Science Is Not Settled: We are very far from the knowledge needed to make good climate policy”. Depois de recordar aquilo que se sabe – e sabe-se que o clima está a mudar, como se sabe que ele mudou com frequência no passado, como também se sabe que as actividades humanas contribuem para essas mudanças –, sublinha aquilo que ainda não se sabe e que tem de ser estudado:
The crucial, unsettled scientific question for policy is, "How will the climate change over the next century under both natural and human influences?" Answers to that question at the global and regional levels, as well as to equally complex questions of how ecosystems and human activities will be affected, should inform our choices about energy and infrastructure. But—here's the catch—those questions are the hardest ones to answer. They challenge, in a fundamental way, what science can tell us about future climates.
Vale a pena ler este artigo que recusa o registo muitas vezes panfletário dos activistas e procura antes expor os limites da ciência."
E à hora de terminar este post, não vejo grandes melhoras no tempo...