quinta-feira, 10 de junho de 2021

Hoje, 10 de junho de 2021, comemoram-se 110 anos deste dia feriado

Partilho aqui a história do feriado de 10 de junho. 

Quando lia as notícias on-line encontrei vários artigos interessantes debruçando-se sobre o Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas.

São histórias verdadeiras e que todos nós, portugueses, devemos conhecer e aprofundar.


imagem in portugues.com.br


Sabia que existe um motivo para se celebrar o Dia de Portugal a 10 de Junho? É verdade, neste dia celebramos em Portugal o Dia de Portugal, Dia de Camões e também o Dia das Comunidades Portuguesas.

Este feriado nacional é também o dia da morte do nosso poeta Luís Vaz de Camões, autor do famoso “Os Lusíadas”. Neste Dia de Portugal são realizadas muitas atividades, com destaque para as demonstrações militares e desfiles.

Sem dúvida um dia importante para a História de Portugal e também dos portugueses, mas será que até em tempos de ditadura era assim?

Neste artigo vamos dar a conhecer o motivo para se celebrar em 10 de Junho.

10 de Junho o Dia da Língua Portuguesa e do Cidadão Nacional.

Neste dia, é comum o Presidente da República e altas patentes do Estado participarem nas cerimónias de comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Todos os anos esta cerimónia decorre numa cidade diferente.

História do Dia de Portugal

O dia 10 de Junho nem sempre foi conhecido como na atualidade. Este dia já foi celebrado como o “Dia da Raça: a raça portuguesa ou o portugueses, isto aconteceu durante o ano de 1933 e 1974, entre o regime da Ditadura do Estado Novo até à Revolução dos Cravos em 25 de Abril. Como Luís de Camões foi uma figura emblemática para Portugal e associada aos Descobrimentos, fazia todo o sentido ser utilizado como forma de o regime celebrar os territórios coloniais e o sentimento de pertença a uma grande nação, como sendo uma só raça e língua comum.

O 10 de Junho é definido como feriado, após a implantação da República e na sequência dos trabalhos legislativos, em 5 de Outubro de 1910.

No decorrer desses trabalhos, foi realizada a publicação de um decreto onde definia os feriados nacionais, tendo sido inclusivamente eliminados feriados religiosos, com a intenção de diminuir a influência da Igreja Católica e consolidar a laicização da sociedade.

No decreto definia os feriados nacionais e dava a possibilidade dos concelhos e municípios seleccionarem um dia do ano que representasse as suas festas. Lisboa optou pelo 10 de Junho como feriado municipal, em homenagem a Camões, dado que esta era a data apontada como sendo a da morte do poeta.O que seria apenas um feriado municipal passa a ser exaltado com o Estado Novo. Assim, a partir desse momento o Dia de Camões passou a ser celebrado a nível nacional.

Mas não ficou por aqui, até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça como anteriormente visto, este último epíteto criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional em 1944.

Assim sendo, a partir de 1978 o dia 10 de Junho ficou designado como Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

No Decreto-Lei n.º 39-B/78 de 2 de março, lê-se:

“O dia 10 de Junho, Dia de Camões e das Comunidades, melhor do que nenhum outro, reúne o simbolismo necessário à representação do Dia de Portugal. Nele se aglutinam em harmoniosa síntese a Nação Portuguesa, as comunidades lusitanas espalhadas pelo Mundo e a emblemática figura do épico genial.”

Hoje, são várias as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo que celebram o Dia de Portugal com diversos tipos de atividades.

Uma mera curiosidade é que desde 2013 a comunidade autónoma da Extremadura espanhola também festeja este dia.

Agora que já sabe o motivo para o dia 10 de Junho ser o ideal para comemorar o Dia de Portugal, vamos comemorar e honrar os nossos ancestrais e cuidar da nossa pátria. (in portugalinsite.pt)



imagem in tenor.com



Um ano antes do golpe que instituiu a ditadura militar em 1926, a I República declarou que a “Festa de Portugal se celebrará no dia 10 de Junho de cada ano”. O Estado Novo manteve a data como Festa de Portugal, elevando-a à condição de feriado nacional em 1929.

O título de Dia de Portugal só surgiria décadas depois. E, apesar de ninguém saber se o poeta Luís Vaz de Camões morreu mesmo neste dia, a democracia continuou a celebrar o 10 de Junho como data da identidade nacional. Uma originalidade portuguesa que é praticamente “caso único” no mundo, segundo a professora Maria Isabel João, autora do livro “Memória e Império — Comemorações em Portugal (1880–1960)”. A historiadora lembra que a “maioria esmagadora dos países do mundo escolhe uma data que se relaciona com a fundação do Estado ou do regime político vigente”.

Como é que esta data consegue resistir a três regimes políticos como símbolo da identidade nacional?

Porque está identificada com a figura de Camões, que é o símbolo da nação desde o século XIX. É uma figura que emerge no contexto da mitologia nacional criada pelos românticos e que se transforma num símbolo da nação. O [historiador] Oliveira Martins diz que Camões é o epónimo de Portugal. E o [republicano] Teófilo Braga, num dos seus textos, diz que, se dissermos que somos portugueses no estrangeiro, ninguém nos identifica. Mas, se dissermos que somos da pátria de Camões, já nos identificam.

A I República acarinha o dia por causa de Camões?

Sim, porque na altura das comemorações do tricentenário da morte de Camões, em 1880, os republicanos, e nomeadamente Teófilo Braga, que tinha importado as conceções positivistas de Auguste Comte para Portugal, entendia que era importante substituir os símbolos religiosos por laicos. Camões surge como um símbolo laico.

Podemos dizer que Teófilo é o ‘pai‘ do Dia de Camões?

Ele é o pai da ideia da comemoração do III centenário da morte de Camões, que cria as bases para que o 10 de Junho pudesse vir a ser feriado nacional. Falou-se nisso na época, mas nunca foi feriado no período da monarquia. Teófilo empenhou-se muito, como estudioso de literatura, a estudar Camões e a obra dele, e também como mentor das comemorações do III centenário, bem como na promoção da figura de Camões como símbolo nacional. Este acontecimento adquiriu uma enorme importância, porque houve uma grande mobilização da imprensa da época, que contribuiu para que ficasse na memória.

A imprensa foi determinante para a consagração e interiorização da figura de Camões como símbolo nacional?

Teófilo Braga apareceu na imprensa [com artigos] a defender o centenário. Os republicanos impuseram um modelo de celebrações importado da França e da Revolução Francesa, o que fez com que os monárquicos e a própria Corte tivessem hesitado no modelo das comemorações sem desconfiarem da figura de Camões. A ideia de que na época iria haver uma procissão cívica no 10 de Junho era uma apropriação de rituais religiosos que foram [assim] laicizados. As comemorações mobilizaram Câmaras de todo o país, associações... E houve um grande cortejo, que partiu da Praça do Comércio e foi depor flores na estátua de Camões, que contribuiu para a afirmação dos republicanos como força política, embora o próprio rei tenha presenciado as comemorações.

A partir de 1911, o 10 de Junho passa a ser feriado municipal de Lisboa...

O regime republicano homenageou a data, tornando o dia feriado na capital. Ao longo dos anos, as comemorações do dia 10 de junho foram variando consoante as circunstâncias políticas. Em 1917, a data foi celebrada como Dia dos Aliados, porque a I Guerra Mundial mobilizava a atenção de todos. E em 1924, quando se celebrou o IV centenário do nascimento de Camões, o 10 de Junho foi a data escolhida. A imprensa da época utilizava a expressão Festa da Raça para as comemorações camonianas, e o sentido do termo ‘raça’ era vago e identificava-se com o próprio povo português. A celebração durou seis dias e teve repercussão no estrangeiro, em especial em Espanha.

É o Estado Novo que batiza a data como Dia de Portugal?

Sim, mas só em 1952. Entre 1925 e 1952, o 10 de Junho foi designado como Festa de Portugal. E só passou a ser celebrado como feriado nacional em 1929.

As pessoas precisam de símbolos. É isso que explica que o 10 de Junho tenha sobrevivido à queda da ditadura como símbolo da identidade nacional?

Exatamente, a questão simbólica é muito importante, mas isso [também] revela o quanto o 10 de Junho estava enraizado na consciência nacional. Em 1974, realizou-se uma manifestação de solidariedade com as Forças Armadas; no fim, colocaram flores na estátua de Camões [em Lisboa]. E em 1977, depois de Ramalho Eanes ter sido eleito, a data passou a Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas. No ano seguinte começou a ser celebrado como Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas [designação que mantém].
[esta entrevista foi inicialmente publicada a 10 de junho de 2017]
in expresso.pt, por Manuela Goucha Soares, 10.06.2021

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Origem e significado da palavra "gorjeta"

'Segundo o dicionário electrónico da Porto Editora – em linha nas ligações do Ciberdúvidas –, gorjeta provém de «gorja, bebida para molhar a garganta ou dinheiro para uma bebida + -eta».'

in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/ [consultado em 09-06-2021]


imagem in noticiasaominuto.com

segunda-feira, 7 de junho de 2021

"Vous permettez, Monsieur, que j'emprunte votre fille?" (Adamo)


Vous permettez, Monsieur?

(paroles)


Aujourd'hui, c'est le bal des gens bien.

Demoiselles, que vous êtes jolies!

Pas question de penser aux folies:

les folies sont affaires de vauriens.

On n'oublie pas les belles manières,

on demande au papa s'il permet;

et comme il se méfie des gourmets,

il vous passe la muselière.

{Refrain:}

Vous permettez, Monsieur,

que j'emprunte votre fille?

Et, bien qu'il me sourie,

moi, je sens qu'il se méfie.

Vous permettez, Monsieur?

Nous promettons d'être sages

comme vous l'étiez à notre âge

juste avant le mariage.

Bien qu'un mètre environ nous sépare,

nous voguons par-delà les violons.

On doit dire, entre nous, on se marre

à les voir ajuster leurs lorgnons.

{Refrain}

Que d'amour dans nos mains qui s'étreignent!

Que d'élans vers ton cœur dans le mien!

Le regard des parents, s'il retient,

n'atteint pas la tendresse où l'on baigne.

{Refrain}

Nous promettons d'être sages

comme vous l'étiez à notre âge

juste avant le mariage.

{2x}

(in letras.mus.br)