sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Aquarianos que fazem anos hoje... Muitos parabéns!







Aquarius (January 20 - February 18)


Elemento: Ar
Qualidade: Fixo
Cor: Azul, Azul Esverdeado, Cinza, Preto
Dia: Sábado, Domingo
Planeta Regente: Urano
Melhor Compatibilidade: Gêmeos, Libra
Melhor para Casamento e Parcerias: Leão
Números da Sorte: 4, 8, 13, 17, 22, 26
Período Correspondente: 21 de Janeiro – 18 de Fevereiro



CARACTERÍSTICAS DE AQUÁRIO

Pontos Fortes: Progressivo, original, independente, humanitário
Pontos Fracos: Foge da expressão emocional, temperamental, intransigente, distante
Aquário gosta de: Diversão com os amigos, ajudar os outros, lutar por causas, conversa intelectual, um bom ouvinte
Aquário não gosta de: Limitações, promessas quebradas, sentir-se solitário, situações sem graça ou entediantes, pessoas que discordem dele
Os aquarianos são tímidos e quietos, mas por outro lado eles podem ser excêntricos e energéticos. No entanto, em ambos os casos, eles são profundos pensadores e pessoas altamente intelectuais que gostam de ajudar os outros. Eles são capazes de enxergar sem preconceitos, em ambos os lados, o que os torna pessoas que facilmente resolvem problemas.
Embora eles possam facilmente adaptar-se à energia que os rodeia, os aquarianos têm uma profunda necessidade de ficar algum tempo sozinho e longe de tudo, a fim de restabelecer a energia. As pessoas nascidas sob o signo de Aquário veem o mundo como um lugar cheio de possibilidades.
Aquário é um signo de ar, e como tal, usa sua mente em todas as oportunidades. Se não houver estímulo mental, eles ficam entediados e sem motivação para alcançar o melhor resultado.
O planeta regente de Aquário – Urano - tem uma natureza tímida, abrupta e às vezes agressiva, mas também dá ao aquariano a qualidade de ser visionário. Eles são capazes de perceber o futuro e sabem exatamente o que eles querem estar fazendo daqui a cinco ou dez anos.
Urano também dá a eles o poder de transformação rápida e fácil, por isso eles são conhecidos como pensadores, progressistas e humanistas. Eles se sentem bem em um grupo ou uma comunidade, então constantemente se esforçam para estarem cercados de outras pessoas.
O maior problema para os nascidos em Aquário é a sensação de que estejam limitados ou restringidos. Por causa do seu desejo de liberdade e igualdade para todos, eles sempre se esforçarão para garantir a liberdade de expressão e movimento. Eles têm a reputação de serem pessoas frias e insensíveis, mas isto é apenas um mecanismo de defesa contra a intimidade prematura. Eles precisam aprender a confiar nos outros e expressar suas emoções de uma forma saudável.

AMOR E SEXO EM AQUÁRIO

Estímulo intelectual é, de longe, o maior afrodisíaco para Aquário. Não há nada que possa atrair um Aquário mais do que uma conversa interessante com uma pessoa. A abertura, a comunicação, a imaginação e a vontade de assumir riscos são as qualidades que se encaixam bem na perspectiva de vida desse signo do zodíaco. Integridade e honestidade são essenciais para quem queira um relacionamento de longo prazo com esta pessoa dinâmica. No amor, eles são leais, comprometidos e nunca possessivos - eles dão independência para seus parceiros e os consideram como iguais.

AMIZADE E FAMÍLIA EM AQUÁRIO

Embora os nascidos em Aquário sejam comunicativos, eles precisam de tempo para se aproximar das pessoas. Considerando que eles são pessoas altamente sensíveis, a proximidade para eles significa vulnerabilidade.
Seu comportamento iminente combinado com suas opiniões fortes faz dele um desafio a se encontrar. Aquário fará qualquer coisa por um ente querido, a ponto de se auto sacrificar, se necessário.
Seus amigos devem possuir essas três qualidades: criatividade, inteligência e integridade. Quando se trata de família, suas expectativas não são nada menores. Embora eles possuam um senso de dever para com os parentes, eles não vão manter laços estreitos se as mesmas expectativas como na amizade não forem cumpridas.

CARREIRA E DINHEIRO EM AQUÁRIO

Os nascidos em Aquário trazem entusiasmo para o trabalho e têm uma capacidade notável de exploração de sua imaginação para fins comerciais. Uma carreira que permita o desenvolvimento e demonstração desse conceito combinará com este signo do zodíaco. O alto intelecto combinado com a vontade de compartilhar seus talentos inspira muitos que trabalham em seu ambiente. Aquário é um tipo visionário que gosta de se envolver em atividades que visam melhorar a humanidade.
Quando se trata de dinheiro, este signo tem talento para manter um equilíbrio entre gastos e poupança. A maioria das pessoas nascidas sob o signo de Aquário se adaptam bem ao senso de estilo e não têm medo de mostrar isso. Não é raro ver um Aquário corajosamente vestido em trajes de cores vivas.
Carreiras que envolvam atuar, escrever, ensinar, fotografar ou pilotar são adequadas para este signo. O melhor ambiente para eles é aquele que lhes dá a liberdade para resolver problemas sem seguir diretrizes rígidas. Aquário é um tipo não convencional, e se for dada a oportunidade de expressar o seu talento, pode alcançar um sucesso notável.

in: https://www.astrology-zodiac-signs.com/pt/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Bom Português: "Aconselhar a...", mas "Desaconselhar de..."

in dicionário.com.br


Regência de «dissuadir» e de «desaconselhar»

Pergunta:

Os verbos «dissuadir» e «desaconselhar» têm a mesma regência dos seus antónimos? 
A minha dúvida prende-se com o facto de não saber por qual das preposições – "de" ou "a" – deverei optar, conforme seguidamente exemplifico. 
1) Fui dissuadido de ler um texto. 
2) Fui dissuadido a aceitar o convite. 
3) Olhares enviesados dissuadiram-no de continuar. 
4) Os amigos não o dissuadiram a deixar o vício. 
5) Fui desaconselhado de fazê-lo. 
6) Fui desaconselhado a caminhar nas matas. 
7) Desaconselharam-me a colocar vidro na frente. 
8) Desaconselharam-me de ir ver esta peça. 
Grato de antemão.
Resposta: 
O verbo persuadir tem como regência principal a preposição a: «Persuadiram-me a fazer a viagem.» Dissuadir, por seu lado, rege a preposição de: «Dissuadiram-me de fazer a viagem.» 
O verbo aconselhar nem sempre rege preposição. É, sobretudo, transitivo directo: «Aconselharam-me férias», embora possa reger a preposição a: «Aconselharam-me a ir de férias.» O seu antónimo, desaconselhar, tem regência semelhante: «Desaconselharam-me o frio»; «Desaconselharam-me a ida para o frio». Pode, ainda que marginalmente, ao que parece, ocorrer regendo a preposição de: «Desaconselharam-me de ir para o frio.» Note-se que esta frase pode concorrer com esta outra em que o verbo é transitivo: «Desaconselharam-me ir para o frio.» 
Fazendo uma análise simplista das frases em apreço, e tendo como ponto de partida o que acabo de dizer, acrescentarei à frente de cada uma se a considero aceitável na norma culta. 
1) Fui dissuadido de ler um texto. – Aceitável
2) Fui dissuadido a aceitar o convite. – Não a usaria na norma culta
3) Olhares enviesados dissuadiram-no de continuar.– Aceitável
4) Os amigos não o dissuadiram a deixar o vício. – Embora mais aceitável do que a (2), talvez pelo uso da negativo, também não a usaria na norma culta
5) Fui desaconselhado de fazê-lo. – Relativamente aceitável
6) Fui desaconselhado a caminhar nas matas. – Aceitável
7) Desaconselharam-me a colocar vidro na frente. – Aceitável
8) Desaconselharam-me de ir ver esta peça. – Relativamente aceitável

Note-se que o facto de considerar algumas frases relativamente aceitáveis significa que, mesmo dentro da norma, há graus de aceitabilidade, sobretudo com estruturas que evidenciam alguma instabilidade por estarem em evolução o que tende a deixar, durante algum tempo, os falantes “confusos”. 
por Edite Prada, 18 abril 2005 
in https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/regencia-de-dissuadir-e-de-desaconselhar/14127

Sobre sintaxe do verbo aconselhar
Pergunta:
Sou belga e estudo português como língua estrangeira com muito interesse.
Tenho uma amiga portuguesa que é muito simpática e corrige as minhas tarefas. Na semana passada, enviei um texto, e dentro deste texto escrevi : «O seu médico aconselhou-lhe a fazer ioga.» Ela disse que isso não era correto, e que tinha de corrigi-lo em «O seu médico aconselhou-a a fazer ioga.» Ela sentiu que deve ser a, e não lhe neste caso, mas não pode explicar o porquê.
Para mim (com o holandês como língua materna), é estranho. Fiz uma pesquisa na Internet e encontrei um documento originário do Brasil, em que falam da regência de alguns verbos. Neste documento dão dois exemplos com o verbo aconselhar: «Aconselhei-lhe ter prudência.»; e «Aconselhei-o a ter prudência.» Parece-me [aplicar-se] a mesma coisa [à] frase que eu fiz, e suponho que deve também ser : «O seu médico aconselhou-lhe fazer ioga.» ou «O seu médico aconselhou-a a fazer ioga». Mas a minha professora de Português não concorda, e diz que este a não pode fazer a diferença. Então, estou numa confusão. Alguém pode esclarecer?
Obrigadíssimo pela resposta.
Resposta:
Recomendam-se duas maneiras de construir a frase em questão: «O (seu) médico aconselhou-lhe fazer ioga» e «O (seu) médico aconselhou-a a fazer ioga».
A amiga do consulente tem efetivamente razão quando não aceita «O seu médico aconselhou-lhe a fazer ioga», porque:
I – o verbo aconselhar, associado ao pronome pessoal átono lhe – ou a qualquer complemento formado pela preposição a e por um nome («ao João», «à jovem») –, seleciona ainda um complemento que pode ser (sublinham-se os constituintes relevantes para a análise):
a) uma expressão nominal: «o médico aconselhou-lhe o ioga»;
b) uma oração introduzida pela conjunção que + conjuntivo: «aconselhou-lhe que fizesse ioga»;
c) um infinitivo: «aconselhou-lhe fazer ioga».
II – O mesmo verbo, associado aos pronomes pessoais átonos o ou a (e respetivos plurais), tem depois deste complemento um outro, sempre precedido da preposição a:
d) a que + conjuntivo: «aconselhou-a a que fizesse ioga»;
e) a + infinitivo: «aconselhou-a a fazer ioga»;
Estas são as regras gerais1 para a sintaxe de aconselhar, mas devem ter-se em atenção duas particularidades do uso:
1. Quando aconselhar é usado com infinitivo, usa-se mais o pronome pessoal o/a do que lhe: é mais frequente dizer/escrever frases como «aconselhou-a a fazer ioga» do que «aconselhou-lhe fazer ioga» (cf. Corpus do Português de Mark Davies);
2. Em d), isto é, com oração formada por a que + conjuntivo, é possível omitir a preposição a, como acontece muitas vezes antes da conjunção que: «aconselhou-a que fizesse ioga» (cf. nota 1). Trata-se de uma possibilidade que alguns falantes de português podem achar menos correta na escrita, mas que na oralidade é aceitável.
1  Francisco Fernandes, no seu Dicionário de Regimes de Verbos (Rio de Janeiro/Porto Alegre/São Paulo, Edição da Livraria do Globo, 6.ª edição, 1947), salienta a construção de acordo com o esquema «aconselhar alguém a que faça alguma coisa» com a seguinte abonação: «Aconselhei-o a que respondesse» (M. Barreto, Fatos da Língua, 191). Mas o mesmo autor assinala igualmente outras possibilidades: «Outro modo de construir o verbo aconselhar é pôr em dativo [= como complemento indireto] a pessoa a quem se aconselha , e em acusativo a coisa aconselhada: "Aconselho aos meus alunos que não se escapuleiem jamais em usar o sinal da crase em tais locuções". (Sá Nunes, Língua Vernácula, 3.ª série, 137). "Rompia em exclamações contra a mulher que lhe aconselhara dar maior publicidade à sua desonra". (Camilo, Esqueleto, 240). – "Uma terceira construção de aconselhar é a em que se omite a preposição e se usa o acusativo de pessoa: Aconselhavam-no que ao menos com os grandes se mostrasse mais tratável. Não faltou quem o aconselhasse que se valesse do Santo. Aconselharam-no que intentasse ação judicial contra os sócios". (M. Barreto, Fatos da Língua, 191) [...].» 
Por Carlos Rocha, 17 de maio de 2017 
in https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/sobre-sintaxe-do-verbo-aconselhar/34333

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Uma reflexão sobre a "geração millenial"


in https://supercuriosos.com/

Acho que seria muito bom acompanhar a reflexão que aqui hoje vou transcrever, pois o assunto diz respeito aos jovens e com este tema nunca é fácil tirar conclusões. 

É que, para todos nós, os jovens são o futuro das nações e é neles que depositamos as maiores esperanças de um futuro melhor para as sociedades. E todos nós amamos os jovens!

Mas bem vistas as coisas, também concordo com muito do que aqui li. E é nalguns pontos em que poderemos concordar com o texto que a seguir transcrevo, que também se poderá actuar junto dos mais jovens, não só nossos familiares, como filhos, sobrinhos ou netos, mas também filhos de amigos nossos, quando acharmos que temos de lhes chamar a atenção para a realidade da vida. 

Sempre que acharmos que não estão a agir corretamente, querendo que tudo nas suas vidas apareça quase "caído do céu" devemos citar os exemplos das gerações que os antecederam, que tiveram de lutar imenso para conseguir fosse o que fosse nas suas vidas. Temos essa obrigação, a de lhes demonstrar que nada se consegue sem muita luta e que sem essa luta as coisas não têm tanto valor. 

Reconheço que hoje se deparam com imensos desafios, mas mesmo assim, desejaria que fossem mais realistas em relação ao mundo em que vivem, pois a vida, está mais que provado, não é nenhum "mar de rosas"! E nada aparece  "caído do céu"! Oh! Que grande engano, esse!

Geração millennial: os jovens que são bons demais para qualquer emprego 

por Ruth Manus   01.02.2019    in observador.pt

Existe uma coisa chamada humildade. 
Uma coisa chamada espírito de equipe. 
Uma coisa chamada maturidade. 
E daqui a pouco eles chegam aos 30 anos 
sem fazer nenhuma ideia do que essas coisas 
significam.
   Há quem diga que millennial é quem nasceu nos anos 80 e 90. 
   Há quem diga que são os dos anos 2000. 
   Há bastante discussão sobre isso, mas enfim, nesse texto, estou, 
   de fato, me referindo, em média, aos nascidos a partir do 
   começo dos anos 90. Uma curiosa geração que nunca tem dúvidas
   acerca do seu superestimado valor.
   Parece que assim que os anos 90 chegaram, surgiu uma 
   estranha geração de jovens intocáveis, que parece ter certeza de 
   que sua presença no planeta terra é uma grande honra para 
   todos. Já ouvi, mais de uma vez, millennials dizerem coisas como
  “eu não pedi para nascer” para justificar seus comportamentos 
   de criança de 5 anos, quando já estão na casa dos 25. 
   É claro que há exceções, mas são tantos com esse perfil, 
   que a generalização se torna inevitável.
   Eu sinceramente não entendo. Parece que até o fim dos anos 
   80 nos ensinaram a estudar, trabalhar duro e tentar ser feliz. 
   Uma lógica bem simples para a vida. Nos ensinaram a 
   respeitar hierarquias e, acima de tudo, nos ensinaram o 
   significado da palavra “oportunidade”. 
   Aprendemos a agarrar as oportunidades, a suar para 
   merecê-las e a sermos gratos por elas.
   Mas de repente apareceu uma geração que acha que são as 
   empresas que têm a “oportunidade” de contratá-los. 
   Ou seja, que é aquela tal grande honra para todos, o fato de 
   poder contar com a presença deles. Chegam em entrevistas 
   de trabalho e, em vez de tentarem mostrar seu melhor, 
   começam a questionar o que empresa tem para lhes 
   oferecer. Se enxergam sempre como os titulares dos 
   direitos e nunca como os devedores de nada.
   Nunca acham que são valorizados o bastante. 
   Deveriam ganhar mais. Deveriam trabalhar menos. 
   Frases como “não estudei tanto para ficar carregando papel” 
   ou “aquela vaga não é compatível com as minhas ambições” 
   são ditas por gente de 22 anos, sem qualquer tipo de 
   experiência, ainda vivendo às custas dos pais. 
   Eles selecionam, analisam, criticam e concluem que nada 
   é bom o bastante para eles.
   A noção de cooperação também é bastante remota na cabeça 
   dos millennials. Se encontram um papel amassado no chão, 
   não cogitam  pegá-lo e jogá-lo no lixo. O raciocínio é 
   “não fui eu que joguei, não tenho que pegar”, exatamente 
   como fazem as crianças de 5 anos. Mas facilmente se sentem 
   ofendidos se ninguém se habilita a ajudá-los com seus prazos 
   e suas crises.
   Nos dias em que uma bomba explode e é preciso trabalhar 
   até um pouco mais tarde, recorrem a filosofias carpe diem e 
   vão embora no seu horário normal. Nos dias em que atrasam
   um   relatório e precisam ficar até mais tarde, consideram-se 
   os grandes injustiçados da história. Dois pesos, duas medidas.
  Sou a primeira a defender as jornadas de trabalho justas 
  e não excessivas, assim como concordo que todo profissional 
  deva ser valorizado. Mas, antes disso, existe uma coisa 
  chamada humildade. Existe uma coisa chamada espírito de 
  equipe. Uma coisa chamada maturidade. E daqui a pouco eles 
  chegam na casa dos 30 anos, sem fazer nenhuma ideia do que 
  essas coisas significam.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Santana Lopes, o Presidente do novo partido "ALIANÇA"

in: sabado.pt

Santana Lopes assumiu no domingo o seu discurso como se fosse uma conversa de amigos e o que se passou mostra um político indignado com o estado em que o nosso país se encontra.

Aqui vai a transcrição da notícia escolhida por mim:

RUI PEDRO ANTUNES E JOSÉ PEDRO MOZOS in OBSERVADOR.PT  09.02.2019

Santana fez do discurso uma conversa indignada entre amigos:
"Que país é este?

Em jeito de "conversa", Santana Lopes indignou-se com o estado do país, falou de "vergonha" no Parlamento, voltou a queixar-se de Sampaio e criticou Marcelo.

Na estreia perante os militantes do seu novo partido, Santana Lopes disse logo ao que ia: preferia fazer uma “conversa” em vez de um “discurso”. E assim fez, como se estivesse à mesa do jantar com a família ou num café com amigos, com um tom de indignação: “Que país é este?“, perguntou várias vezes. 

O presidente do Aliança, que falava na Arena de Évora, elegeu um inimigo preferencial: a “frente de esquerda” e o governo de António Costa. Santana Lopes acusou o ministro das Finanças Mário Centeno de cometer um “crime de lesa-pátria” ao ter um défice de 0,6% do PIB, mas permitir a “degradação do Serviço Nacional de Saúde”. Sempre em jeito de “conversa” lamentou, mais uma vez, o que Sampaio lhe fez em 2004, disse que as presenças-fantasma no Parlamento eram “uma vergonha” e acusou o Governo de ir ao beija-mão aos poderosos de Bruxelas. 

Ao todo, a “conversa” durou cerca de uma hora. Mesmo dizendo que o Aliança não se construiu “contra ninguém”, o principal inimigo desta vez foi a “geringonça”, a que Santana prefere chamar “frente de esquerda”. O presidente do Aliança lembrou que o “Governo de Passos Coelho transferiu mais dinheiro para o SNS do que atual” e acusou a “frente de esquerda” de andar a “sorver e a beijar a mão dos senhores todos poderosos de Bruxelas”. Santana admitiu que os problemas já existiam antes de António Costa, mas questionou também em jeito de indignação: “Mas a frente de esquerda formou-se para quê?” Santana Lopes expôs depois vários problemas concretos: “É normal esperar 1599 dias por consulta de urologia, como acontece em Vila Real? Em Chaves esperar dois anos e meio pelo otorrino? No Hospital de S. João esperar dois anos por uma consulta de combate à obesidade? Que SNS é este? Se me pedissem para inventar uma história impossível, eu contava que uma consulta de cardiologia pode demorar um ano e meio. Isto é o socialismo? Isto é ser de esquerda?

O líder do Aliança denunciou a diferença no acesso à saúde de quem tem mais e menos posses: “Quem vai ao hospital público e tem posses vê que demora um ano e apanha um uber para um hospital privado para fazer a consulta. Mas quem não tem posses? Espera um ano?“. E terminou mais uma vez a questionar: “Que país é este?” Santana Lopes criticou depois o facto de um agente da PSP “que ganha menos de mil euros” ter de esperar 15 anos “para progredir a agente principal” e ganhar mais. E voltou a questionar: “A frente de esquerda melhorou o quê? O Serviço Nacional de Saúde? A Segurança Social? A Proteção Civil? Que país é este?” Para o líder do Aliança, o problema é que “o dia a dia passa” e as pessoas “vão considerando tudo normal”.
Seguindo no mesmo tom de conversa popular, Santana Lopes criticou ainda as presenças-fantasma no Parlamento: “Não se pode andar a trocar cartões para inventar que se está presente. Isto é uma vergonha.”

Pedro Santana Lopes chegou ao congresso do seu novo partido e a reação foi a habitual nestas paragens: silêncio total para ouvir. Começou com uma mensagem de motivação e orgulho pelo caminho percorrido até este primeiro congresso: “Cada vez mais me convenço de que esta foi a opção certa”. Não a mencionou, mas todos sabiam que se referia à rutura do PSD e à consequente fundação do Aliança. “Posso compreender quem dizia que isto seria um partido de uma pessoa só, mas o dia de hoje provou que assim não é: bastava esta presença impressionante para provar a  dimensão verdadeiramente nacional do Aliança”, afirmou satisfeito. “Quem gosta de ver a política pelo lado bonito, como modo de intervenção cívica, em que a principal causa é o serviço da comunidade e em que fazemos obra – física e espiritual – tem de ficar esmagado, orgulhoso, satisfeito e feliz por ver que, apesar de a política ter situações pouco bonitas, há tanta gente disposta a acreditar que a política ainda vale a pena”. E resumiu: “Esta é a política que vale a pena, com “pê” grande”. Sampaio, as presenças-fantasma e o “salto” do Presidente 
Apesar do novo partido, há coisas que nunca mudam. Santana voltou a lamentar o facto de Jorge Sampaio ter dissolvido a Assembleia da República e ter provocado a queda do seu governo-relâmpago: “Se o presidente da República não tivesse feito o que fez em 2004, o país hoje estaria hoje muito diferente, de certeza absoluta.”

Também houve lugar às inevitáveis referências, mesmo que o PSD para Santana seja passado. O líder do Aliança revelou que soube recentemente que Francisco Sá Carneiro fez o último discurso num comício em Évora e disse ter ficado surpreendido com a coincidência.

Num longo discurso, Santana Lopes destacou ainda que o “Aliança não é oposição do Presidente da República”, dizendo que Marcelo é um “homem sério, uma pessoa íntegra, um homem competente”. Não diz se o apoia neste Congresso porque “o próprio ainda não decidiu se se candidata”. Apesar disso, deixou críticas a Marcelo Rebelo de Sousa: “O Presidente deve ajudar o Governo, mas também não é preciso exagerar“. E admitiu que não gostou de “o ver saltar como saltou na greve dos enfermeiros”. Santana Lopes atravessou-se ainda pela bastonária, Ana Rita Cavaco, dizendo que está a ser atacada por “não ser da cor política deles [partidos que apoiam o Governo]”. Coisa diferente, denuncia Santana, fazem com “o senhor da FENPROF”, havendo “dois pesos e duas medidas, como em quase tudo no que respeita à frente de esquerda”.