"As Mil e uma Noites" é uma colectânea de histórias orientais inventadas, de tradição oral, que foram passando de geração em geração. É uma colecção de contos e pensa-se que terão sido compilados entre os séculos XIII e XVI. Quem tornou o livro conhecido no Ocidente, em 1704, foi Antoine Galland.
É uma obra clássica da literatura persa, fazendo parte da literatura universal. Uma das histórias mais belas desse conjunto, conta a coragem de uma mulher, Sherazade, com uma inteligência invulgar para contar histórias e que por meio desse dom, conseguiu acalmar a ira do Sultão Persa Schahriar, que se encontrava enraivecido por ter sido traído pela sua mulher, acabando por mandar matá-la.
O sultão, decidiu então que, todos os dias teria uma nova mulher, que seria degolada no dia seguinte; a partir daí, nenhuma esposa sua se manteria viva! Seria morta no dia seguinte ao do casamento - assim, não voltaria a ser traído.
Sacrificou as virgens todas do reino a tal ponto, que o Vizir (ministro e conselheiro do rei) não sabia como resolver o problema.
Sherazade era filha do Vizir e era uma mulher muito inteligente, possuidora de grande cultura, pois tinha sido educada por grandes sábios; pediu ao pai que a levasse ao rei como sua noiva; o pai quis contrariá-la, mas ela não desistiu. Decidiu levar a cabo um plano que arquitectou com a ajuda da sua irmã, Duniazade, para tentar acabar com aquela loucura, que aterrorizava já o reino inteiro.
O rei ao conhecê-la, quis casar-se com ela.
O casamento realizou-se e antes do romper do dia, Sherazade pediu a Schahriar que a deixasse despedir-se da sua irmã, Duniazade. Quando esta foi chamada à sua presença, pediu que Sherazade lhe contasse uma história; o rei também a quis ouvir. A esposa contou uma história tão extraordinária, que o rei ficou encantado. Sherazade, então, disse-lhe que o que lhe tinha contado não se comparava nada com a história que se seguiria.
O rei autorizou que ela vivesse mais um dia, pois estava ansioso por conhecer a narração do que viria a seguir. A verdade é que os dias se foram sucedendo, e o rei não conseguia deixar de ouvi-la, tão preso ficava às suas histórias.
É que Sherazade interrompia a história na melhor parte, com a promessa de depois a continuar na noite seguinte. Estas, eram encadeadas umas nas outras, deixando algo sempre "en suspense"...
As histórias iam-se tornando cada vez mais fantásticas... Sherazade acaba por ter três filhos ao longo do tempo que vai criando as histórias e pede ao rei que a poupe de tão triste fim ...
Schahriar reconheceu que a amava e ordenou que durante trinta dias se festejasse a sua união com Sherazade, a maravilhosa contadora de histórias, entre as quais se podem destacar as narrativas: "Abre-te, Sésamo!", "Simbad, o marinheiro", "Ali Babá e os quarenta ladrões", "Aladino e a lâmpada mágica"...
E viveram felizes para sempre...!!!
É de referir que nas colectâneas de As Mil e Uma Noites, aparecem apenas 291 histórias e não 1001. "Há quem defenda que se trata de um número simbólico, ou de um exagero literário; outros consideram que cada história se divide em vários capítulos, cada um equivalendo a uma noite, o que perfaria, no total, o número de 1001." (in Infopédia)
Adaptação e Referências:
As Mil e Uma Noites. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-07-03].