sábado, 3 de julho de 2010

"As Mil e Uma Noites"


"As Mil e uma Noites" é uma colectânea de histórias orientais inventadas, de tradição oral, que foram  passando de geração em geração. É uma colecção de contos e pensa-se que terão sido compilados entre os séculos XIII e XVI. Quem tornou o livro conhecido no Ocidente, em 1704, foi Antoine Galland.

É uma obra clássica da literatura persa, fazendo parte da literatura universal. Uma das histórias mais belas desse conjunto, conta a coragem de uma mulher, Sherazade, com uma inteligência invulgar para contar histórias e que por meio desse dom, conseguiu acalmar a ira do Sultão Persa Schahriar, que se encontrava enraivecido por ter sido traído pela sua mulher, acabando por mandar matá-la.

O sultão, decidiu então que, todos os dias teria uma nova mulher, que seria degolada no dia seguinte; a partir daí, nenhuma esposa sua se manteria viva! Seria morta no dia seguinte ao do casamento - assim, não voltaria a ser traído. 

Sacrificou as virgens todas do reino a tal ponto, que o Vizir (ministro e conselheiro do rei) não sabia como resolver o problema.

Sherazade era filha do Vizir e era uma mulher muito inteligente, possuidora de grande cultura, pois tinha sido educada por grandes sábios; pediu ao pai que a levasse ao rei como sua noiva; o pai quis contrariá-la, mas ela não desistiu. Decidiu levar a cabo um plano que arquitectou com a ajuda da sua irmã, Duniazade, para tentar acabar com aquela loucura, que aterrorizava já o reino inteiro. 


O rei ao conhecê-la, quis casar-se com ela.

O casamento realizou-se e antes do romper do dia, Sherazade pediu a Schahriar que a deixasse despedir-se da sua irmã, Duniazade. Quando esta foi chamada à sua presença, pediu que Sherazade lhe contasse uma história; o rei também a quis ouvir. A esposa contou uma história tão extraordinária, que o rei ficou encantado. Sherazade, então, disse-lhe que o que lhe tinha contado não se comparava nada com a história que se seguiria.


O rei autorizou que ela vivesse mais um dia, pois estava ansioso por conhecer a narração do que viria a seguir. A verdade é que os dias se foram sucedendo,  e o rei não conseguia deixar de ouvi-la, tão preso ficava às suas histórias. 

É que Sherazade interrompia a história na melhor parte, com a promessa de depois a continuar na noite seguinte. Estas, eram encadeadas umas nas outras, deixando algo sempre "en suspense"... 

As histórias iam-se tornando cada vez mais fantásticas... Sherazade acaba por ter três filhos ao longo do tempo que vai criando as histórias e pede ao rei que a poupe de tão triste fim ...
  

Schahriar reconheceu que a amava e ordenou que durante trinta dias se festejasse a sua união com Sherazade, a maravilhosa contadora de histórias, entre as quais se podem destacar as narrativas: "Abre-te, Sésamo!", "Simbad, o marinheiro", "Ali Babá e os quarenta ladrões", "Aladino e a lâmpada mágica"...




Shahriar nunca mais se conseguiu separar daquela mulher, que cada vez amava mais...


E viveram felizes para sempre...!!!


É de referir que nas colectâneas de As Mil e Uma Noites, aparecem apenas 291 histórias e não 1001. "Há quem defenda que se trata de um número simbólico, ou de um exagero literário; outros consideram que cada história se divide em vários capítulos, cada um equivalendo a uma noite, o que perfaria, no total, o número de 1001." (in Infopédia)



Adaptação e Referências:

As Mil e Uma Noites. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-07-03].










sexta-feira, 2 de julho de 2010

De onde vem o costume social de dar a direita às senhoras?

Antigamente os homens andavam armados de um espadachim que dependuravam à esquerda.

Para que o espadachim não incomodasse as senhoras, tinham de lhes oferecer a direita.


Esta prática de delicadeza "pegou", permanecendo ainda nos nossos dias.






quinta-feira, 1 de julho de 2010

A farinha láctea Nestlé


Em alemão, o nome Nestlé, significa pequeno ninho; este ninho foi escolhido para simbolizar a empresa de alimentação infantil, Nestlé; traduz o carinho que a mãe tem pelos filhos.

Em 1867, Henri Nestlé era um químico alemão que vivia na Suíça, em Vevey. Mostrava-se extremamente preocupado com a alimentação infantil, pois em meados do século XIX,  a mortalidade infantil era significativa e ele estava convencido que isso se devia à falta de uma alimentação adequada. Havia zonas na Alemanha em que, antes de completarem o 1º ano de vida, morria uma em três crianças.

Assim, começou a pensar em criar um alimento que debelasse o problema.  Henri Nestlé, começou por fabricar uma farinha nutritiva, em que se contavam como principais ingredientes, leite, farinha triga, açúcar...

Defendia que o leite materno, nos primeiros meses de vida era um alimento fundamental para os bebés, além de, como é óbvio, ser natural; por isso, frisava que o produto Nestlé não surgia como competição em relação ao leite materno. 

Henri Nestlé

A farinha Nestlé começou a ser divulgada e obteve grande sucesso no seio de médicos, cientistas, farmacêuticos; começou a ser comercializada na Europa, Rússia, Estados Unidos e Austrália.

"A farinha láctea começou por se apresentar numa lata, já então com a imagem de um alegre ninho de passarinhos. ...(...) Os anos de 1867 a 1875 foram um período de grandes esforços, mas de um enorme triunfo. De tal forma, que a farinha láctea Nestlé chegou mesmo, a receber a sua primeira medalha de ouro na Feira Mundial de Paris."
excerto de:
http://www.nestle.pt/CmsPage.aspx?PageIndex=211


Henri Nestlé morreu em 1890.


Em Portugal, também surgiu uma crise de alimentação infantil no início do século XIX; o Professor Egas Moniz teve um papel relevante neste campo; com efeito, ...(...) "impulsionou a Indústria Leiteira do nosso país, criando a primeira fábrica de leite em pó, em Avanca, em 1923 – a Sociedade de Produtos Lácteos, Lda – que se tornou o berço da Nestlé em Portugal. Os pediatras e dietistas do nosso país, aceitaram muito bem a fábrica de Avanca e acolheram da melhor forma possível as suas inovações tecnológicas. Com o apoio permanente do Professor Egas Moniz, que desde sempre acompanhou a obra de Henri Nestlé, a Sociedade de Produtos Lácteos Lda. em 1933 obtém o exclusivo de fabricação e venda dos produtos Nestlé. Com o lançamento de farinhas infantis e leite condensado, a Nestlé começou o seu rápido crescimento e ascensão no nosso país, sendo hoje uma referência obrigatória na área da alimentação."
excerto de:







quarta-feira, 30 de junho de 2010

A expressão "ovelha ronhosa"


















Frequentemente ouvimos esta expressão, mas proferida de modo deturpado: "ovelha ranhosa"! Este adjectivo, ter-se-á generalizado, muito provavelmente, devido à aproximação fónica e ortográfica entre as duas palavras ronha/ranho.


A expressão correcta é "ovelha ronhosa"; "ronhosa" refere-se a ronha, uma doença de pele (uma espécie de sarna) que ataca os ovinos.

Entre nós, esta expressão é usada quando se refere a alguém que está a destoar, negativamente, do resto do conjunto.

Também se diz de alguém que degenera, no seio de uma família.

 Ou ainda, de um elemento que é considerado o  pior do grupo.










terça-feira, 29 de junho de 2010

São Pedro nas Festas da Afurada (2010)

in santamarinhaeafurada.pt

Todos os anos, por esta altura, a vila de São Pedro da Afurada homenageia o Santo com o seu nome. Organizam uma das mais lindas festas dos Santos Populares.


A vila fica toda engalanada e dá prazer passear no meio dela. À porta das casas dos pescadores, vêem-se fogareiros acesos onde se assam as sardinhas, que depois se comem com a broa de Avintes; os miúdos brincam em frente às casas ou nas ruas e os mais velhinhos, cabeceiam nas umbreiras das portas.



As pequenas tascas encontram-se cheias de gente entusiasmada com os festejos e querendo comer os pratos típicos da nossa santa terrinha. Não faltam os carros eléctricos, os carrosséis, as tendas das farturas, das bifanas, dos cachorros quentes...



A freguesia de São Pedro da Afurada é muito hospitaleira, recebendo todo os visitantes com a procissão dos andores, momento tão ansiado, e em que as imagens dos santos são em tamanho natural! Outro momento esperado é o da bênção dos barcos. 

O público costuma acorrer em massa ao fogo-de-artifício (à meia-noite do dia 28), sendo um espectáculo maravilhoso em que todos os efeitos luminosos se espelham no Rio Douro, ficando este todo vaidoso atirando os seus laivos cintilantes por todo o Porto e Gaia...!

Nestas festas de São Pedro da Afurada é costume serem exibidas ao público as seguintes imagens: a da Nossa Senhora do Carmo, que é a Padroeira dos Homens do Mar, a da Nossa Senhora de Fátima e de São Miguel Arcanjo. No entanto, é de notar que a imagem de São Pedro, naquele local, é permanente, porque era ali, antigamente, a Igreja da Afurada. 

São Pedro, pescador de Galiléia, foi escolhido por Nosso Senhor para ser o primeiro apóstolo. Homem de fé, foi muito dedicado ao seu Mestre, apesar de, na sua fraqueza, chegar a negá-lo. Mas numa dor profunda acompanhada de arrependimento pelo pecado, pela ofensa a Deus, veio mais tarde a ser nomeado por Jesus como Chefe da Igreja. O Apóstolo São Pedro é um dos principais líderes da Igreja Cristã Primitiva.

Não percamos a romaria de São Pedro da Afurada! Vamos todos para a festa!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Português Correcto: catorze ou quatorze?

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Catorze ou quatorze?

Vejamos os seguintes exemplos:

                     "Ao todo somos catorze"
                                    ou
                     "Ao todo somos quatorze

Qual das duas formas está correcta?

A forma correcta é catorze!

É curioso notar que, no Brasil,  usam-se as duas formas!

Tanto catorze como quatorze têm origem no latim quattuordecim.

domingo, 27 de junho de 2010

Musée National Picasso - Paris


Le Musée Picasso situa-se no Marais, em Paris.


O Marais é um bairro histórico de Paris, delimitado pelo antigo leito do Sena, abrangendo a terceira e a quarta subdivisões administrativas, que ocupavam na Idade Média os jardins hortícolas.

Urbanizou-se sob o reinado de Henri IV e Louis XIII (Place Royale, hoje Place des Vosges).

Este bairro, rico em velhas residências dos séculos XVII e XVIII, dominando o artesanato nos séculos XIX e XX, encontra-se a ser restaurado.

Os aristocratas instalaram os seus palácios à volta da realeza e um desses Palácios, de nome Hotel Salé, que foi construído em 1659, deu lugar ao Museu Picasso.


Mais tarde, os reis de França quiseram mudar-se para o castelo das Tuileries. Então,  os aristocratas deixaram o Marais, fixando-se no boulevard Saint- Germain.


É a partir dessa altura que o bairro se começa a desvalorizar; vai sendo abandonado e aos poucos, torna-se mais pobre.

Os palácios acabam por ser ocupados pelas oficinas dos artesãos. Foi declarado património histórico e tem vindo sempre a ser renovado.