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Com ele ao peito, punha-se a pensar como era frágil. Faltavam tantos anos para ter ao menos o tamanho de uma espada...
E, entretanto, o tio cruel não deixaria de tentar roubar-lhe o trono.
O filho dela, o pequenino escravo, não lhe dava tantas preocupações. Como não possuía riquezas nem glórias, ninguém o invejava. Talvez fosse mais feliz.
Um grande terror enchia o palácio real. O terrível senhor que morava no castelo da serra tinha descido à planície com os seus homens. Por onde passavam, deixavam a sua marca de morte e destruição.
As portas da cidade estavam seguras com cadeias mais fortes. Mas todos os nobres tinham morrido na batalha. Agora era uma mulher que reinava, entre mulheres, uma rainha chorosa e cheia de medo...
Só a escrava parecia segura, como se os seus braços fossem muralhas capazes de defender o seu principezinho.
Ora, uma noite, estando ela deitada entre os dois meninos, julgou ouvir um ruído de ferros e brigas.
Levantou-se à pressa, embrulhou-se num pano e pôs-se a escutar. Eram passos pesados no jardim. Depois houve um gemido, um corpo tombando.
Afastou a cortina e viu homens, clarões de lanternas, armas.
Num instante, tudo compreendeu - era o tio cruel que assaltava o palácio para roubar e matar o seu príncipe!
Então, rapidamente, pegou no menino louro que dormia no berço de marfim e atirou-o para o pobre berço de verga. Pegou no seu filhinho moreno e, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real.
Um homem enorme, com um manto negro surgiu à porta do quarto, acompanhado de outros que erguiam lanternas. Olhou, correu para o berço de marfim, coberto de brocados, e arrancou de lá a criança, como quem arranca uma bolsa de ouro. Desapareceram com ela.
O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficou imóvel em silêncio.
(continua no próximo post)
Só a escrava parecia segura, como se os seus braços fossem muralhas capazes de defender o seu principezinho.
Ora, uma noite, estando ela deitada entre os dois meninos, julgou ouvir um ruído de ferros e brigas.
Levantou-se à pressa, embrulhou-se num pano e pôs-se a escutar. Eram passos pesados no jardim. Depois houve um gemido, um corpo tombando.
Afastou a cortina e viu homens, clarões de lanternas, armas.
Num instante, tudo compreendeu - era o tio cruel que assaltava o palácio para roubar e matar o seu príncipe!
Então, rapidamente, pegou no menino louro que dormia no berço de marfim e atirou-o para o pobre berço de verga. Pegou no seu filhinho moreno e, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real.
Um homem enorme, com um manto negro surgiu à porta do quarto, acompanhado de outros que erguiam lanternas. Olhou, correu para o berço de marfim, coberto de brocados, e arrancou de lá a criança, como quem arranca uma bolsa de ouro. Desapareceram com ela.
O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficou imóvel em silêncio.
(continua no próximo post)