sábado, 31 de agosto de 2013

../... "A Aia" (II)



imagem obtida em: www.ruadireita.com
Mas como ela temia pelo seu principezinho!!
Com ele ao peito, punha-se a pensar como era frágil. Faltavam tantos anos para ter ao menos o tamanho de uma espada...
E, entretanto, o tio cruel não deixaria de tentar roubar-lhe o trono.
O filho dela, o pequenino escravo, não lhe dava tantas preocupações. Como não possuía riquezas nem glórias, ninguém o invejava. Talvez fosse mais feliz.
Um grande terror enchia o palácio real. O terrível senhor que morava no castelo da serra tinha descido à planície com os seus homens. Por onde passavam, deixavam a sua marca de morte e destruição.
As portas da cidade estavam seguras com cadeias mais fortes. Mas todos os nobres tinham morrido na batalha. Agora era uma mulher que reinava, entre mulheres, uma rainha chorosa e cheia de medo...
Só a escrava parecia segura, como se os seus braços fossem muralhas capazes de defender o seu principezinho.
Ora, uma noite, estando ela deitada entre os dois meninos, julgou ouvir um ruído de ferros e brigas. 
Levantou-se à pressa, embrulhou-se num pano e pôs-se a escutar. Eram passos pesados no jardim. Depois houve um gemido, um corpo tombando.
Afastou a cortina e viu homens, clarões de lanternas, armas.
Num instante, tudo compreendeu - era o tio cruel que assaltava o palácio para roubar e matar o seu príncipe!
Então, rapidamente, pegou no menino louro que dormia no berço de marfim e atirou-o para o pobre berço de verga. Pegou no seu filhinho moreno e, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real. 
Um homem enorme, com um manto negro surgiu à porta do quarto, acompanhado de outros que erguiam lanternas. Olhou, correu para o berço de marfim, coberto de brocados, e arrancou de lá a criança, como quem arranca uma bolsa de ouro. Desapareceram com ela.
O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficou imóvel em silêncio.

(continua no próximo post)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Neste verão, Um Conto de Eça de Queirós: "A Aia" (I)

Andando a reler alguns Contos de Eça, senti vontade de partilhar este em especial, por ser deveras emocionante.  

Como leitura de verão é um conto de eleição, não só pela história em si, como   também pela nossa disponibilidade em período de férias, uma vez que o podemos sentir mais em pleno, deixando que esta escrita maravilhosa nos inunde... 

Vou então, transcrever  em quatro posts (por 4 dias seguidos) o conto A Aia, de Eça de Queirós, extraído da obra "Seis Contos de Eça de Queirós, recontados por Luísa Ducla Soares,  Ed. Terramar."

A Aia

Era uma vez um rei, moço e valente, que partiu a batalhar por terras distantes, deixando só e triste a sua rainha e um filhinho no berço.
A lua cheia que o vira partir começava a mingar quando um dos seus cavaleiros trouxe a amarga notícia de uma batalha perdida e da morte do rei.
A rainha chorou o rei. Chorou o marido. Mas chorou sobretudo o pai que assim deixava um filho, no meio de tantos inimigos.
O pior desses inimigos era o tio da criancinha, homem bravio como um lobo, que queria mandar naquele reino e ter grandes tesouros.
Vivia num castelo,no alto dos montes, com os seus guerreiros.
Grande perigo corria o principezinho, que dormia no berço com um guizo de ouro fechado na mão!
Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço. Era um escravozinho moreno, filho da escrava que dava de mamar ao príncipe.
Tinham nascido na mesma noite, eram ambos belos, cada uma à sua maneira. Mas o berço de um era feito de marfim, e o do outro, de verga.
A leal escrava amava os dois: um porque era seu filho, outro porque seria seu rei.
imagem obtida em: mena-emaccao.blogspot.com 
(continua no próximo post)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

1 Piano, 5 piano guys...One Direction - What makes you beautiful...

Kenichi Ebina - Robotic Dancer becomes a Live Video Game Character - America's Got Talent 2013

Uma reflexão intensa...

"Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata."                                


Mário Quintana
(Frases)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Qual a origem e o significado da palavra "Mentira"?

"Este episódio (dos swaps) não é uma mentira substancial", Marcelo Rebelo de Sousa, Comentador

Segundo a leitura da página 25 da Revista Sábado, de 1 a 7 de agosto de 2013:
  • a origem da palavra MENTIRA é: do verbo mentir, que deriva do latim mentiri (dizer falsidades), que por sua vez provém do verbo mentior.
  • o que significa: ação de faltar à verdade, ato ou efeito de mentir. Afirmação feita com a intenção de enganar.
  • a evolução: a palavra, do latim tardio do século XI, remete para mens (mente), termo que significa inteligência, sabedoria, usar a imaginação.
  • os métodos: há vários meios controversos utilizados para detetar mentiras: polígrafo; soro da verdade; estudo de microexpressões faciais. Segundo um estudo de Robert Feldman, da Universidade do Massachusetts, o ser humano conta três mentiras a cada 10 minutos.

imagem obtida em: www.fotolog.com

domingo, 25 de agosto de 2013

Serenidade...

"A serenidade é a morada da criatividade e a fonte da verdadeira paz."            

deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros

mas não lego
mapa nem bússola

MIA COUTO

Photo by © Patrick Picto
A expressão de um olhar sereno