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http://www.ionline.pt/artigos/portugal/professores-avaliacao-leva-boicotes-protestos
Professores. Avaliação leva a boicotes e protestos
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Professores. Avaliação leva a boicotes e protestos
Ministério de Nuno Crato marcou a prova para terça-feira, surpreendendo directores, docentes e sindicalistas
O
 espaço de manobra é curto, mas associações, sindicatos e movimentos de 
professores prometem usar todos os trunfos para impedir a prova de 
avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) que ontem o Ministério 
da Educação marcou para esta terça-feira: boicotes, protestos frente às 
escolas ou mais providências cautelares na Justiça. 
O braço-de-ferro entre professores e o ministro Nuno Crato está de 
volta. A Fenprof já convocou para terça-feira reuniões sindicais nas 
cercas de 80 escolas onde as provas vão decorrer e assegura que vai 
disparar por todo o país providências cautelares para tentar impedir 
outra vez a avaliação dos docentes contratados. 
O Ministério da Educação conseguiu surpreender todos ao marcar a 
prova com três dias úteis de antecedência. O prazo é curto, impedindo os
 sindicatos de convocarem uma greve dos docentes do quadro à vigilância 
da prova. A estratégia, aliás, já foi usada em Dezembro, quando se 
realizou a primeira PACC. Mas, tal como no ano passado, o movimento 
Boicote & Cerco está convencido de que vai ter tempo de sobra para 
organizar uma "uma luta fortíssima e sem precedentes no dia 22, por todo
 o país" ameaçou ontem o movimento em comunicado. 
A Fenprof por seu turno quer dificultar a tarefa da tutela ao 
convocar reuniões sindicais para a hora e o dia da prova, que vão durar 
"o período necessário", estando as faltas de todos os professores que 
comparecerem, "justificadas ao abrigo da lei sindical", explicou Mário 
Nogueira. 
O secretário-geral da federação salientou também que, não se tratando
 de "uma reunião de avaliação final, os professores que, por qualquer 
motivo, não forem à escola, podem justificar a falta da forma que 
quiserem", não necessitando de um atestado médico. "Quem não tem cão, 
caça com gato", avisou o dirigente sindical. 
A corrida começou e o relógio está a contar para os dois lados desta 
barricada. A Federação Nacional de Professores reuniu-se de emergência 
ainda da parte da manhã para delinear estratégias e os sindicalistas já 
estão no terreno. 
A tutela de Nuno Crato também não tem tempo a perder se quiser que os
 resultados desta prova tenham efeitos no concurso de professores para o
 próximo ano lectivo. A urgência fez até com que abdicassem da 
componente específica da prova, que tinha como objectivo testar os 
conhecimentos dos docentes nas áreas que leccionam. 
As provas feitas em Dezembro por cerca de oito mil docentes já estão 
corrigidas e as que forem feitas esta terça-feira vão ser vistas 
rapidamente, assegura a tutela. Os cerca de 5 mil docentes que não a 
fizeram começaram ontem a ser notificados por email. Boa parte já se 
terá candidatado ao concurso extraordinário para integração nos quadros 
ou à contratação inicial. Se não a fizerem, não serão colocados, o que 
provocou uma onda de indignação nas redes sociais. Muitos dos 
convocados, aliás "já estavam de férias porque os seus contratos 
terminaram", criticou César Paulo, da Associação Nacional de Professores
 Contratados. 
O tempo também é curto para os directores dos agrupamentos escolares.
 Ontem, logo pela manhã, as cerca de 80 direcções das escolas onde se 
vai realizar a prova receberam uma mensagem electrónica enviada pela 
tutela dando conta da realização da PACC. Em anexo, a indicação de que 
teriam de estar em Lisboa às 16h30, para uma reunião com a tutela. E 
tinham até às 19 horas de ontem para nomear os professores que vão 
vigiar as provas na terça-feira. 
A marcação da prova provocou um autêntico alvoroço entre os 
professores, mas o certo é que no final da semana passada, Nuno Crato já
 tinha avisado durante a sua visita a Londres que a avaliação aos 
docentes contratados iria ser retomada "muito em breve". Até Abril, 
aliás, o ministro esteve de mãos atadas. Após um percurso na justiça com
 mais de 20 providências cautelares interpostas pelos sindicatos, o 
Tribunal Central Administrativo Sul revogou a última providência que 
impedia a realização da prova ou qualquer outra decisão sobre esta 
matéria. 
A 18 de Dezembro, quase metade dos professores inscritos terão 
falhado o exame em consequência de uma greve de professores e de 
protestos e incidentes junto a várias escolas onde estava a ser 
realizada. 
A prova foi incluída no estatuto da carreira docente em 2007, durante
 a governação socialista de José Sócrates, mas nunca avançou devido à 
forte contestação dos sindicatos. O exame constava do programa de 
governo de Pedro Passos Coelho, tendo sido assumido como uma prioridade 
do ministro Nuno Crato.  
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