sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Graça Machel: "A mulher que nem Mandela eclipsou", por Laura Greenhalgh

imagem obtida em: www.konnectafrica.net
Graça Machel é uma mulher inteligentíssima e culta.
Não foi à toa que deslumbrou Mandela!
É bom ler um pouco da sua biografia. 

A mulher que nem Mandela eclipsou, por LAURA GREENHALGH,
  
Comentaristas sublinharam o silêncio no estádio Soccer City, dias atrás, em Johannesburgo, quando Winnie Mandela, de 77 anos, curvou-se diante de Graça Machel, de 68, para lhe dar condolências pela morte de Nelson Mandela, aos 95. O encontro das viúvas titânicas do mesmo homem, o herói sem fronteiras, foi selado por dois beijos na boca, costume africano, e por iniciativa daquela que se curvou.
"Mas estas mulheres não se falam", exclamou uma radialista incrédula, ao vivo. Seria mais uma cena inusitada numa cerimónia com direito a aperto de mão entre Barack Obama e Raúl Castro, auto retrato de governantes pelo celular da primeira-ministra da Dinamarca e um atrapalhado tradutor para surdos-mudos, que jura ter visto anjos no palco.
No entanto, o beijo de Winnie na rival não se explica por ousadia ou deslize de protocolo. Tem-se ali o reconhecimento público de uma grande líder africana: a "mama" Graça, como é chamada não só em Moçambique, onde nasceu, e na África do Sul, onde vive, mas nos países onde sua voz ecoa - Etiópia, Sudão, Índia, entre outros.
Graça Machel casou-se com Mandela em 1998, dois anos depois do turbulento divórcio do líder negro. Uma separação marcada por casos de corrupção, autoritarismo desmedido e infidelidade vindos da parte de Winnie. Já em 2010, quando veio a São Paulo receber o título de doutor honoris causa conferido pela USP a Mandela, Graça anunciaria numa entrevista ao Estado a decisão de fechar sua agenda para compromissos externos, terminar com a ponte aérea semanal entre Maputo e Johannesburgo (fica na capital de Moçambique a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, que ela criou e preside), só para se dedicar a Madiba. "Meu marido está com 92 anos. Tem todo o conforto de que necessita. Nada lhe falta. Mas ele me quer a seu lado", disse.
Discreta quanto à vida privada, não se negou a explicar como e quando o romance começou. Viúva do presidente moçambicano Samora Machel, morto em 1986 num suspeito acidente de avião em espaço aéreo sul-africano, Graça Machel procurou o presidente Mandela para cobrar dele empenho nas investigações. "Era o décimo aniversário da morte de Samora e não se avançava na investigação sobre o envolvimento de elementos ligados ao apartheid. Madiba ouviu, acolheu minha revolta e assim tudo começou", contou. Teria sido amor à primeira vista? "Creio que estávamos, ambos, muito sozinhos naquele momento". A partir daí, o que se viu foi um Mandela feliz, exaltando "a maravilha de estar apaixonado".
Mas a personalidade solar do líder não eclipsou Graça Simbine Machel. Nem a transformou em peça de cerimonial. "Conheci Graça por intermédio de Ruth Cardoso. Eram amigas, Graça queria Ruth como irmã. Em comum, tinham a capacidade de se reinventar, ao mesmo tempo em que reinventavam o papel de primeira-dama", analisa a cientista política Lourdes Sola. E assim foi: mulher de dois presidentes, primeira-dama em dois países, comprometida com o fim do colonialismo, Graça desembarcou na África do Sul dos anos 90 já a bordo de uma sólida biografia pessoal. Nascida em família pobre e numerosa, estudou com apoio de organizações religiosas até doutorar-se em filologia da língua alemã pela Universidade de Lisboa. Fez-se poliglota.
Voltaria à pátria para actuar na Frente de Libertação de Moçambique, a Frelimo, incluindo a fase das armas. Independência conquistada, foi por 14 anos a primeira ministra da Educação de um país livre, mas com índice de analfabetismo de 93%.
O pan-africanismo é marca de seu pensamento e acção. "Depois de décadas lidando com a ruptura do colonialismo, só agora as nações africanas começam a definir seu destino", avalia. Graça saltou do front político para o activismo social, no campo dos direitos humanos, tendo a sabedoria de actualizar as suas causas. Por exemplo, em Darfur, jogou o peso de sua influência ao denunciar a violência de género, em particular o estupro de mulheres e meninas. Em países como Etiópia e Índia, enfrentou tradições culturais arraigadas ao condenar o casamento imposto a crianças, como prática natural e socialmente aceita. "Tira-se a menina da escola, isolam-na grávida em casa, não lhe dão serviços médicos adequados. É devastador".
Outro momento de alta performance de Graça acontece nos anos 90, quando a ONU a convoca para conduzir um amplo levantamento sobre a situação da infância em zonas de conflito. Liderou um batalhão de especialistas ao compor o célebre Relatório Machel, numa época em que havia perto de 30 conflitos armados em curso. Denunciou a morte de 2 milhões de crianças no espaço de uma década. O triplo em termos de portadores de sequelas. Tratou do problema em todos os seus vieses: crianças como alvo preferencial em combates, recrutadas como soldados, aliciadas para a prostituição, amputadas em minas terrestres, órfãs, sem lar nem escola. "É impressionante. Já pude vê-la em fóruns com personalidades incríveis. Assim que Graça começa a falar, vê-se que está num nível superior de inteligência, carisma e clareza", declarou recentemente John Carlin, biógrafo de Mandela.
"Não é a origem social que determina o que és, nem o que virás a ser", costuma repetir a ex-ministra da Educação que sonhava transformar um país numa grande escola. Semanas antes de o marido morrer, extenuada com o lento definhar e com o clima de disputa entre os Mandelas, meteu-se numa videoconferência de Johannesburgo, para dar um puxão de orelhas no presidente de seu país. Cobrou medidas para conter a onda de sequestros de crianças, algo que atemoriza a sociedade moçambicana. "Ela se manteve à frente de tudo nesse período difícil", comentou o advogado George Bizos, companheiro de Mandela na luta contra o apartheid. Assessores de Graça acreditam que, daqui para frente, ela vai se voltar ainda mais para o social. A política não a seduz. O activismo, sim.
Josina, uma das filhas com Samora Machel, faz outra previsão: Graça deve se recolher, para elaborar a perda do homem que lhe deu toda a beleza de um amor crepuscular: "Hoje o que ela sente é dor". 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Escultor chinês passa 4 longos anos a esculpir uma incrível obra prima em madeira!


"A China tem uma longa tradição em esculturas de madeira. Há séculos os seus mestres do cinzel vem transformando pedaços de madeira bruta em obras de arte inspiradoras, mas nenhuma tão impressionante como a criação alucinante de Zheng Chunhui. Este talentoso artista chinês passou os últimos quatro anos meticulosamente esculpindo uma réplica detalhada de uma famosa pintura tradicional chinesa chamada "Ao longo do rio durante o Festival Qingming", em um tronco de árvore de pouco mais de 12 metros de comprimento.
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Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 01
A beleza de tirar o fôlego de seu trabalho simplesmente não pode ser expressada em palavras, você deve ver por si mesmo. Como é possível imaginar, Zheng Chunhui precisou de uma montanha de paciência para completar a sua obra-prima de madeira que exibe barcos, pontes, edifícios e mais de 550 pessoas esculpidas individualmente.

Além do louvor de todos quando viram a escultura panorâmica de perto na sua inauguração recente no Museu do Palácio de Beijing, o artista chinês também foi homenageado pelo Livro Guinness com o novo recorde mundial para a mais longa escultura em madeira, que mede 12,286 metros de comprimento, 3,075 metros de altura e 2,401 m de largura.

A verdade é que quando a gente ouve falar em "obra-prima", logo pensamos em algum famoso quadro ou escultura do século 15 ou 16, como a "Mona Lisa" ou "A Pietà". Por isso é sempre bom saber que verdadeiras obras de arte estão sendo criadas na atualidade, mesmo que seja uma revisita a uma obra famosa, como a supra-citada "Along the River During the Qingming Festival", do artista chinês Zhang Zeduan, que está exposta no mesmo museu.

A pintura panorâmica de Zhang tem quase 1.000 anos de idade e é conhecida como "Mona Lisa Chinesa", com seus 5,3 metros, que celebra o espírito festivo, retratando a vida cotidiana de ricos e pobres, durante o Festival Qingming. Ao longo dos tempos outros artistas chineses já reinterpretaram este trabalho, com elementos culturais de suas épocas, mas nenhum com tanta maestria quanto Zheng.

Orgulhoso, Zhang Zeduan assentiria com glória."
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Fonte: Daily Mail.


FONTE: Este artigo foi encontrado em: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=30101


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Eugénio de Andrade

"Que tristeza tão inútil essas mãos
que nem sequer são flores
que se dêem:
abertas são apenas abandono,
fechadas são pálpebras imensas...
carregadas de sono."   

EUGÉNIO DE ANDRADE

aprendizagensnanet.blogs.sapo.pt

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013