sábado, 7 de maio de 2011

Um Poema de Jorge Listopad - O COELHINHO



O COELHINHO

O coelhinho muitas vezes
fala consigo em voz alta. Foi
anteontem que dizia: - É pena
que não sejamos todos árabes.
Vendo bem, não é tanta pena,
porque já estamos batizados e
prometidos ao nosso céu. Mas é
pena porque se fôssemos todos
árabes, podíamo-nos encontrar
numa grande manifestação,
que não se sabe como acaba,
não num espaço diminuto como
o Largo do Carmo, porém no
Rossio ou na Praça da Figueira.
Que primeiras páginas em todos
os jornais! Caramba!
E assim dizendo, foi direito
ao quiosque comprar
o Financial Times.



Jorge Listopad nasceu na República Checa, tendo-se aí distinguido não só como poeta, como também um resistente ao nazismo.

Era muito jovem quando recebeu o Prémio Nacional de Poesia. A sua obra poética está traduzida em diversos países estrangeiros, embora o mesmo não aconteça no nosso país, pelo menos, até agora, por vontade sua.

Fez de Portugal o seu segundo país, aqui vivendo há uns cinquenta anos.

Além de escritor e poeta, é cronista, colunista, crítico, realizador de televisão e colaborador do Jornal de Letras.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um Poema de Mia Couto


Tradutor de Chuvas

Um lenço branco
apaga o céu.

A fala da asa
vai traduzindo chuvas:
não há adeus
no idioma das aves.

O mundo voa
e apenas o poeta
faz companhia ao chão.

terça-feira, 3 de maio de 2011

José Paulo Cavalcanti


Quem leia o Jornal de Letras, nº 1056, de 23.03. a 05.04.2011, encontra na página 10 - Letras/Exclusivo, da responsabilidade do JL, um artigo deveras fascinante, acho eu, pois é mais  um pretexto para continuarmos a descobrir facetas importantes  sobre a personalidade de Fernando Pessoa.

José Paulo Cavalcanti, de 62 anos de idade, advogado muito conceituado do Recife, ex-Ministro da Justiça do Brasil, trabalhou incansavelmente durante um período de sete anos, num livro, Quase Autobiografia, o que o obrigou a deslocar-se a Lisboa...trinta e cinco vezes!

Fala-nos de Pessoa e dos seus heterónimos. Segundo ele, "a obra é o homem". O livro tem 736 páginas, foi apresentado no Rio de Janeiro pela "maior pessoana brasileira", Professora Cleonice Berardinelli, e lançado por uma das maiores editoras brasileiras, a Record.

Em Literatura, tem-se pensado que Fernando Pessoa (que só viveu 47 anos), tinha um ortónimo (o próprio F.P.) e os conhecidos heterónimos Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis (na poesia) e Bernardo Soares (na prosa). Quatro!

Mas, pelos vistos, há outros, e "com obra publicada"; fala-se de 72 heterónimos, mas Cavalcanti afirma e demonstra-o no seu livro, que F.P. "usou 202 nomes ...(...) e teve 127 heterónimos"... E frisando: "Heterónimos verdadeiros"...

Na Quase Autobiografia, refere-se a cada um deles, ordenando-os pelas letras do alfabeto e explica que construiu a obra , referindo-se a cada um dos heterónimos "a partir da sua própria vida, de familiares, de amigos, admirações literárias...(...)".

Sabe-se que quando J.P.C. tem conhecimento de que em algum ponto do globo há um leilão sobre F.P., se desloca para adquirir objectos pertencentes ao espólio de Pessoa. Em sua casa, já possui um "Mini museu Pessoa".

Contibuiu para a exposição que o Museu da Língua Portuguesa de São Paulo dedicou a F.P. e para uma outra que teve lugar em Março, no Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo que lançava o seu livro de 734 páginas.

Este livro apresenta "muitas vertentes", para além do facto de ser uma biografia. Baseia-se em palavras de F.P. mas J.P.C. diz: "Não é o que Pessoa disse, ao tempo em que o disse; é o que quero dizer por palavras dele. Com aspas, é ele, sem aspas sou eu".

domingo, 1 de maio de 2011

Beatificação de João Paulo II



Pesquisa sobre a Beatificação de João Paulo II

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Beato João Paulo II

Nome de nascimento: Karol Józef Wojtyła

Nascimento: 18 de maio de 1920

Wadowice, Pequena Polónia

Polónia

Eleição: 16 de Outubro de 1978

Entronização: 22 de Outubro de 1978

Fim do pontificado: 2 de abril de 2005 (26 anos)

Morte: 2 de abril de 2005 (84 anos)

Vaticano

Antecessor: João Paulo I

Sucessor: Bento XVI

 
Beato Papa João Paulo II (em latim: Ioannes Paulus PP. II, em italiano: Giovanni Paolo II, em polonês: Jan Paweł II), nascido Karol Józef Wojtyła (18 de maio de 1920 – 2 de abril de 2005), foi o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana e Soberano da Cidade do Vaticano de 16 de outubro de 1978 até a sua morte. Teve o terceiro maior pontificado documentado da história; apenas os papas São Pedro reinou trinta e quatro anos, e Papa Pio IX reinou por trinta e um anos. Foi o único Papa eslavo e polonês até a sua morte, e o primeiro Papa não-italiano desde o holandês Papa Adriano VI em 1522.

João Paulo II foi aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX. É amplamente difundido que Sua Santidade tenha sido fundamental para o fim do comunismo na Polônia e talvez em toda a Europa, bem como significante na melhoria das relações da Igreja Católica com o Judaísmo, Islã, Igreja Ortodoxa, e a Comunhão Anglicana. Apesar de ter sido criticado por sua oposição à contracepção e a ordenação de mulheres, bem como o apoio ao Concílio Vaticano II e sua reforma das missas, também foi elogiado.

Foi um dos líderes que mais viajou na história, tendo visitado 129 países durante o seu pontificado. Sabia falar os seguintes idiomas: italiano, francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata, esperanto, grego clássico e latim, além do polonês, sua língua nativa. Como parte de sua ênfase especial na vocação universal à santidade, beatificou 1 340 pessoas e canonizou 483 santos, quantidade maior que todos os seus predecessores juntos pelos cinco séculos passados. Em 2 de abril de 2005, faleceu devido à sua saúde débil e ao agravamento da doença de Parkinson. Em 19 de dezembro de 2009, João Paulo II foi proclamado "Venerável" pelo seu sucessor papal, o Papa Bento XVI. Foi proclamado Beato em 1º de maio de 2011 pelo Papa Bento XVI na Praça de São Pedro no Vaticano.



Dia da Mãe

Neste dia tão especial, este post é dedicado a todas as mães do mundo.

Para tal, da minha parte, a melhor homenagem que posso prestar é transmitir-lhes alegria,  oferecendo-lhes algumas canções do nosso país - Portugal.

E depois, alguns poemas!



Alguns poemas:

Ser Mãe
Ser mãe é andar chorando num sorriso.
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada.
Ser mãe é padecer num paraíso. (Coelho Neto)

Só por isso, Mãe:

Mesmo que a noite esteja escura,
Ou por isso,
Quero acender a minha estrela. 

Mesmo que o mar esteja morto,
Ou por isso,
Quero enfunar a minha vela.

Mesmo que a vida esteja nua,
Ou por isso,

Quero vestir-lhe o meu poema.

Só porque tu existes,
Vale a pena!

Amo-te, minha Mãe! (Lopes Morgado, Mulher Mãe)

Mãe

Minha mãe! Que brandura e que ternura
Nesta humilde palavra pequenina,
De uma unção virginal que nos domina
E de uma glória que nos transfigura.

É tão doce, tão candida, tão pura
Que nem num rumor de águas em surdina,
Ou um cântico de ave, quando trina,
Em adejos vibrantes, pela altura.

Tomemos e acendamos uma vela.
Pronunciando - Pai - diante dela,
Logo se apaga a débil chama ardente.

Mas se dissermos - Mãe! - a chama, então,
Estremece de funda comoção
E continua a iluminar a gente. (Monsenhor Moreira das Neves)