quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

"Ouvindo Beethoven": poema de José Saramago musicado por Manuel Freire

Mas quando nos julgarem bem seguros,
cercados de bastões e fortalezas,
hão-de ruir em estrondo os altos muros
e chegará o dia das surpresas.




"Ouvindo Beethoven"

Venham leis e homens de balanças,
mandamentos d'aquém e d'além mundo.
Venham ordens, decretos e vinganças,
desça em nós o juízo até ao fundo.

Nos cruzamentos todos da cidade
a luz vermelha brilhe inquisidora,
risquem no chão os dentes da vaidade
e mandem que os lavemos a vassoura.

A quantas mãos existam peçam dedos
para sujar nas fichas dos arquivos.
Não respeitem mistérios nem segredos
que é natural os homens serem esquivos.

Ponham livros de ponto em toda a parte,
relógios a marcar a hora exacta.
Não aceitem nem queiram outra arte
que a presa de registro, o verso acta.

Mas quando nos julgarem bem seguros,
cercados de bastões e fortalezas,
hão-de ruir em estrondo os altos muros
e chegará o dia das surpresas.

(José Saramago)
José Saramago

"Ouvindo Beethoven"

Venham leis e homens de balanças,
mandamentos d'aquém e d'além mundo.
Venham ordens, decretos e vinganças,
desça em nós o juízo até ao fundo.

Nos cruzamentos todos da cidade
a luz vermelha brilhe inquisidora,
risquem no chão os dentes da vaidade
e mandem que os lavemos a vassoura.

A quantas mãos existam peçam dedos
para sujar nas fichas dos arquivos.
Não respeitem mistérios nem segredos
que é natural os homens serem esquivos.

Ponham livros de ponto em toda a parte,
relógios a marcar a hora exacta.
Não aceitem nem queiram outra arte
que a presa de registro, o verso acta.

Mas quando nos julgarem bem seguros,
cercados de bastões e fortalezas,
hão-de ruir em estrondo os altos muros
e chegará o dia das surpresas.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

"Começar de Novo", uma série na RTP 1, aos sábados, às 21h. A não perder!

   
Diogo Infante e Ana Padrão, dois dos protagonistas da série

 Depois do Adeus, os retornados agora na ficção da TV 



Em 2011, o romance premiado O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, foi talvez o corolário da atenção de várias gerações de autores portugueses ao efeito disruptivo da descolonização na sociedade portuguesa - nos que nasceram ou emigraram para África e lá deixaram vidas depois de 1975 e nos “continentais”, como descreve o actor João Reis, que num período de redesenho social e político (não) acolhem os chamados retornados. Para Luís Marinho, director-geral de conteúdos da RTP, Depois do Adeus “retrata um período histórico controverso, e a série também será controversa por isso”.

Depois do Adeus, título emprestado da canção de Paulo de Carvalho que foi a senha para a revolução de Abril e que agora toca no genérico da série, propõe-se como uma viagem do 25 de Abril (no qual terminava Conta-me como foi, série de época de sucesso da RTP1 e que fez a direcção de programas querer “completar o ciclo”) à eleição de Ramalho Eanes, com paragens no Verão Quente ou no 25 de Novembro através da vida de famílias vindas de Angola e residentes em Lisboa.

Tem carochas e colarinhos pontiagudos, a ponte aérea, maoístas e nostálgicos de Luanda. Cada um dos 26 episódios está ligado a acontecimentos da época, não só pela cronologia, mas também por imagens dos arquivos da RTP (a Antena 1 lançou também o programa Começar de Novo, com histórias e sons do período, e a webradio Antena 1 Memória - Depois do adeus, começar de novo).

Tudo para contar “um passado recente em relação ao qual temos algumas mágoas”, resume o actor Diogo Infante que, como João Reis, interpreta um retornado na série protagonizada por Ana Nave e José Carlos Garcia e produzida pela SPTV. "Contamos esse passado agora porque são “histórias absolutamente extraordinárias de fuga, de sobrevivência, de resistência e portanto é normal que, como qualquer povo, gostemos das nossas boas histórias”, diz Helena Matos.

Se Diogo Infante vê em Depois do Adeus uma ligação directa com o momento actual - “Daqui a 20 anos talvez possamos estar a fazer uma série sobre os tempos de hoje e o sofrimento de famílias que vivem momentos dramáticos; a ficção devolve-nos essa realidade humana” -, João Reis acredita que a reaproximação a este passado, seja pela série documental A Guerra, pela literatura ou com esta nova série, conheceremos melhor “o modus operandi do português”. Helena Matos é peremptória: “A história destas pessoas e do país nos anos de 1975 e 76 mostra que há sempre uma saída”.

http://www.publico.pt/cultura/noticia/depois-do-adeus-os-retornados-agora-na-ficcao-da-tv-1580718

Mais impostos...

http://images.search.conduit.com/ImagePreview/?q=telem%C3%B3veis%2C%20tablets%20e%20mp3&ctid=CT3106777&searchsource=2&start=0&pos=5
"08:36 - 04 de Fevereiro de 2013 | 
Por Notícias Ao Minuto

Direitos de autor 
Governo quer taxar telemóveis, tablets e MP3 

Parece que vem aí mais um imposto, desta vez, a aplicar-se a todos os equipamentos tecnológicos que permitam gravações, a saber, telemóveis, tablets, MP3, caixas descodificadoras, entre outros aparelhos, que passarão a ser taxados em conformidade com a sua capacidade de armazenagem. A nova lei, ainda em preparação, visa proteger os direitos de autor, adianta o Jornal de Negócios. 

Governo quer taxar telemóveis, tablets e MP3 DR ECONOMIA

Não entrará nos bolsos do Governo, mas sairá dos bolsos dos contribuintes. Trata-se de uma nova proposta de lei do Executivo que determina que todos os equipamentos tecnológicos que permitam gravações, dos telemóveis aos tablets, passando pelos MP3 e caixas descodificadoras, venham a ser taxados de acordo com a sua capacidade de armazenagem. PUB Com esta iniciativa, o Governo quer alargar as taxas que remuneram os direitos de autor pelas obras que sejam copiadas para uso privado. Ora, em causa está a lei da cópia privada, que está em discussão no Conselho Nacional de Cultura. A proposta, que ainda não chegou a Conselho de Ministros, podendo, como tal, vir a ser sujeita a bastantes alterações, indica que cada GB (gigabyte) num telemóvel ou num tablet venha a ser taxado em 0,25 euros, o que significa, a título de exemplo, que um iPad com 16 GB pague 4 euros, ilustra o Jornal de Negócios. Os MP3 terão uma taxa de 0,4 euros e as caixas descodificadoras de 0,05 euros por GB. Refira-se que já o PS havia tentado implementar proposta idêntica, contudo, o diploma que está a ser preparado pelo actual Executivo é substancialmente diferente, contemplando taxas mais baixas."

 

Poesia de um noivo à sua noiva e...resposta desta...Claro que é para RIR...!!!


Imagem obtida em:
http://marilenecriacoes.blogspot.pt/2012/08/lembrancinhas-casais-apaixonados.html

 Este texto, recebi-o por email, tendo-lhe achado imensa piada!
Por isso, aqui estou a partilhá-lo com todos os que me lêem ou seguem...

O noivo escreveu um poema para a noiva um pouco antes do casamento:

Que feliz sou, meu amor!
Domingo estaremos casados,
O café da manhã na cama,
Um bom sumo e pães torrados


Com ovos bem mexidinhos
Antes de ir p' ró trabalho
Tudo pronto bem cedinho
P'ra inda ires ao mercado

Depois regressas a casa
Rapidinho arrumas tudo
E corres pro teu trabalho
Para começares o teu turno

Tu sabes bem que, de noite
Gosto de jantar bem cedo
De te ver toda bonita
Com sorriso ledo e quedo

Pela noite mini-séries
Cineminhas dos baratos
E nada, nada de shoppings
Nem de restaurantes caros

E vais cozinhar p'ra mim
Comidinhas bem caseiras
Pois não sou dessas pessoas
Que só comem baboseiras...

Já pensaste minha querida
Que dias gloriosos?
Não te esqueças, meu amor
Qu'em breve seremos esposos! 


Como resposta, a noiva escreveu ao noivo:

Que sincero meu amor!
Que linguagem bem usada!
Esperas tanto de mim
Que me sinto intimidada

Não sei de ovos mexidos
Como tua mãe adorada,
Meu pão torrado se queima
De cozinha não sei nada!

Gosto muito de dormir
Até tarde, relaxada
Ir ao shopping fazer compras
de Visa, tarjeta dourada

Sair com minhas amigas,
Comprar roupa da melhor
Sapatos só exclusivos
E as lingeries p'ró amor

Pensa bem... ainda há tempo
A igreja não está paga
Eu devolvo o meu vestido
E tu o fato de gala

E domingo bem cedinho
Em vez de andar aos "AIS",
Ponho aviso no jornal
Com letras bem garrafais:

HOMEM JOVEM E BONITO
PROCURA UMA BELA "ESCRAVA"...
PORQUE A EX-FUTURA ESPOSA
DECIDIU MANDÁ-LO... "À FAVA"... !!!


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Companhia de Dança Contemporânea de Angola


Recado de Pessoa para o incerto tempo…
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,  
Mas na intensidade com que acontecem
Por isso existem momentos inesquecíveis,
Coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"

Fernando Pessoa



 
"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.


Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.


Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.

Hoje já não tenho tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.


Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.


Vamo-nos perder no tempo...


Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?

Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!

- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...


Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.

E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.


Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...


Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"


                                                          Fernando Pessoa