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A primeira vez que Yann Andréa (estudante de Filosofia) viu Marguerite Duras (escritora famosa), foi em 1975, quando esta participava numa palestra a propósito do seu filme India Song. Ele tinha 23 anos e ela, 61!
Corresponderam-se durante cinco anos. Ela recebia cartas dele quase diariamente mas não lhe respondia. Até um dia, em que este veio a receber pelo correio um livro enviado por ela e, depois disso, uma mensagem: ela explicava-lhe que tinha lido as suas cartas e não respondera, porque tinha estado muito doente, devido ao álcool.
A 29 de julho de 1980, Marguerite decidiu "ordenar" a Yann que fosse visitá-la a Trouville e que comprasse uma garrafa de vinho. Quando a noite chegou ao fim, ela ofereceu-lhe a cama do filho e ele ali ficou a "servi-la", para sempre.
Pode dizer-se que Yann foi o último amor de Marguerite, mas não amante, uma vez que ele era homossexual. Tornou-se, autenticamente, num "criado" seu: lavava a loiça, cozinhava, batia textos dela à máquina, era o seu motorista... Bebiam, e cantavam juntos as músicas de Edith Piaf.
Marguerite Duras era uma personagem difícil e o papel dele foi distraí-la para que ela não vivesse tão enraivecida com a vida. Chegou ao ponto de detestar a mãe a as irmãs dele, o que o levou a ter de deixar de falar com elas.
Marguerite morreu a 3 de março de 1996. Yann saiu do apartamento onde vivera com ela e isolou-se completamente num quarto. Em 1998, a sua mãe encontrou-o com mais 20 quilos e bastante deprimido. Conseguiu tirá-lo daquele modo de vida. Ele escrevera um livro em 1983, MD e volta a escrever nesta altura, Cet Amour là; depois, Ainsi (2000) e mais tarde, Dieu commence chaque matin (2001).
Yann foi encontrado morto no dia 10 de julho de 2014 num apartamento em Paris. Tinha 63 anos de idade.
(resumido, segundo leitura na Revista SÁBADO, 17 julho 2014)