Príncipe Filipe de Edimburgo imagem em incrivel.club O príncipe Philip, duque de Edimburgo, permanece constantemente à sombra de sua grande consorte, Elizabeth II. É impossível lembrar como ele era, antes de conhecer a rainha: o casal vive em amor e harmonia há mais de 70 anos. No entanto, a vida do príncipe foi cheia de eventos que seriam suficientes para uma dúzia de filmes ou romances de aventura. O Incrível.club decidiu descobrir como é o príncipe Philip. Até o próprio Indiana Jones teria invejado sua biografia. No final do post, um bónus o espera com uma dose de humor do duque de Edimburgo. Philip Mountbatten nasceu na ilha de Corfu, na Grécia, em 1921. Sua família pertencia ao clã real. No entanto, ele não tinha direito ao trono: seu pai era o sexto filho da dinastia greco-dinamarquesa, de modo que o filho obteve apenas o título de príncipe da Grécia e Dinamarca. Quem teria pensado então que o menino ia se tornar um membro da dinastia mais poderosa do outro lado da Europa? Em 1922, os gregos derrubaram o rei e todos os membros do clã real decidiram fugir do país. Os pais levaram Philip e suas irmãs secretamente: os berços estavam escondidos em caixas de frutas. Assim começaram as aventuras do pequeno príncipe. A família sem um lar foi recebida por um parente de Paris. Mas Philip não ficou na França por muito tempo. Com a separação de seus pais, seu progenitor foi para Monte Carlo, onde começou a gastar o que havia sobrado da herança familiar. E a mãe, a princesa Alicia, não suportou a vergonha: foi diagnosticada com esquizofrenia e internada. As crianças tiveram que viajar para a Inglaterra, onde foram gentilmente recebidas na casa de parentes. As irmãs ficaram na casa dos parentes e Philip foi matriculado em um internato em Londres. Era uma instituição espartana para as crianças: os alunos se levantavam antes do amanhecer, praticavam muitos esportes e eram punidos pelas travessuras. Philip mal tinha um futuro na Inglaterra sem dinheiro, então decidiu fazer a carreira militar e, em 1939, o futuro marido da rainha entrou no Colégio Naval e até recebeu o título de melhor cadete. Mas, fora da universidade, ele tinha fama de mulherengo e amante de festas barulhentas. Dizem que reis e rainhas não podem escolher seus parceiros. No entanto, Elizabeth, que ainda era criança, viu Philip em um casamento e decidiu se casar com ele. Lillibet (como seus pais a chamavam) tinha 13 anos e Philip havia completado 18 anos. As pessoas que conhecem bem a rainha dizem que Elizabeth II tem um caráter de aço e, se decide algo, então nada mudará sua opinião. É desnecessário dizer que os pais de Lillibet não ficaram entusiasmados com o primeiro amor de sua filha. Um príncipe pobre, sem um sobrenome (o título foi removido após sua fuga da Grécia), com um pai vagabundo e uma mãe doente. Parece que era impossível encontrar um marido pior para a futura rainha. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, Philip foi um dos primeiros a ir para a frente de batalha: ele participou de combates, saltou de paraquedas na Sicília e recebeu várias condecorações militares. Durante o serviço militar, Philip e Elizabeth não se encontraram, mas se correspondiam. Os namorados trocavam cartas em segredo para não incomodar os pais dela. No final da guerra, ele poderia ostentar o título de oficial mais jovem da Marinha Real Britânica. Retornou à Inglaterra como um herói, formou-se na faculdade e em 1946 dirigiu-se ao rei George VI para pedir a mão de Elizabeth. Para se casar com a futura rainha, Philip renunciou a todos os seus títulos e tomou o sobrenome de sua mãe, Mountbatten. Ele também mudou de religião: nasceu na Grécia e era ortodoxo. O rei concedeu a Philip Mountbatten o título de duque de Edimburgo. Só então, quando todas as formalidades foram organizadas e o jovem teve todos as honras necessárias para se casar com uma pessoa da realeza, foi possível celebrar o casamento. No entanto, quando se casou, a conta bancária de Philip estava quase vazia: para dar um presente à noiva, ele teve que remover os diamantes de uma tiara de sua mãe para fazer um bracelete. E como outro presente de casamento para Lillibet, o príncipe parou de fumar, conforme o pedido de sua jovem esposa. No entanto, ele não tinha direito ao trono: seu pai era o sexto filho da dinastia greco-dinamarquesa, de modo que o filho obteve apenas o título de príncipe da Grécia e Dinamarca. Quem teria pensado então que o menino ia se tornar um membro da dinastia mais poderosa do outro lado da Europa? Em 1922, os gregos derrubaram o rei e todos os membros do clã real decidiram fugir do país. Os pais levaram Philip e suas irmãs secretamente: os berços estavam escondidos em caixas de frutas. Assim começaram as aventuras do pequeno príncipe. A família sem um lar foi recebida por um parente de Paris. Mas Philip não ficou na França por muito tempo. Com a separação de seus pais, seu progenitor foi para Monte Carlo, onde começou a gastar o que havia sobrado da herança familiar. E a mãe, a princesa Alicia, não suportou a vergonha: foi diagnosticada com esquizofrenia e internada. As crianças tiveram que viajar para a Inglaterra, onde foram gentilmente recebidas na casa de parentes. As irmãs ficaram na casa dos parentes e Philip foi matriculado em um internato em Londres. Era uma instituição espartana para as crianças: os alunos se levantavam antes do amanhecer, praticavam muitos esportes e eram punidos pelas travessuras. Philip mal tinha um futuro na Inglaterra sem dinheiro, então decidiu fazer a carreira militar e, em 1939, o futuro marido da rainha entrou no Colégio Naval e até recebeu o título de melhor cadete. Mas, fora da universidade, ele tinha fama de mulherengo e amante de festas barulhentas. Dizem que reis e rainhas não podem escolher seus parceiros. No entanto, Elizabeth, que ainda era criança, viu Philip em um casamento e decidiu se casar com ele. Lillibet (como seus pais a chamavam) tinha 13 anos e Philip havia completado 18 anos. As pessoas que conhecem bem a rainha dizem que Elizabeth II tem um caráter de aço e, se decide algo, então nada mudará sua opinião. É desnecessário dizer que os pais de Lillibet não ficaram entusiasmados com o primeiro amor de sua filha. Um príncipe pobre, sem um sobrenome (o título foi removido após sua fuga da Grécia), com um pai vagabundo e uma mãe doente. Parece que era impossível encontrar um marido pior para a futura rainha. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, Philip foi um dos primeiros a ir para a frente de batalha: ele participou de combates, saltou de paraquedas na Sicília e recebeu várias condecorações militares. Durante o serviço militar, Philip e Elizabeth não se encontraram, mas se correspondiam. Os namorados trocavam cartas em segredo para não incomodar os pais dela. No final da guerra, ele poderia ostentar o título de oficial mais jovem da Marinha Real Britânica. Retornou à Inglaterra como um herói, formou-se na faculdade e em 1946 dirigiu-se ao rei George VI para pedir a mão de Elizabeth. Para se casar com a futura rainha, Philip renunciou a todos os seus títulos e tomou o sobrenome de sua mãe, Mountbatten. Ele também mudou de religião: nasceu na Grécia e era ortodoxo. O rei concedeu a Philip Mountbatten o título de duque de Edimburgo. Só então, quando todas as formalidades foram organizadas e o jovem teve todos as honras necessárias para se casar com uma pessoa da realeza, foi possível celebrar o casamento. No entanto, quando se casou, a conta bancária de Philip estava quase vazia: para dar um presente à noiva, ele teve que remover os diamantes de uma tiara de sua mãe para fazer uma bracelete. E como outro presente de casamento para Lillibet, o príncipe parou de fumar, conforme o pedido de sua jovem esposa. A cerimónia de casamento foi transmitida pela estação de rádio da BBC, já que as televisões na Europa do pós-guerra eram escassas. Assim, 200 milhões de pessoas em todo o mundo ouviram os recém-casados fazerem os votos matrimoniais na Abadia de Westminster. Da parte do noivo, poucos convidados compareceram. E tudo porque as irmãs dele eram casadas com os aristocratas alemães que apoiavam os nazistas. Tais parentes colocavam em risco a reputação dos monarcas britânicos. Quatro anos após o casamento, o rei da Inglaterra faleceu e Elizabeth ascendeu ao trono. Philip novamente jurou fidelidade à sua esposa, desta vez como sua rainha. “Eu, Philip, duque de Edimburgo, serei seu vassalo e devoto dedicado. E a fé e a verdade me conduzirão a você, na vida e na morte, que Deus me ajude. No entanto, Elizabeth voltou a tomar uma decisão, como sempre, pela vida: ela reina no trono e Philip na família. O príncipe tinha a última palavra quando se tratava de questões do lar e da criação dos filhos. O casamento deles quebrou todos os recordes, mesmo entre famílias conservadoras reais: o casal vive junto há 72 anos. Eles criaram quatro filhos — Charles, príncipe de Gales; a princesa Anne; o príncipe Andrew, duque de York; e o príncipe Edward, conde de Wessex — e têm 6 netos e 4 bisnetos. Estamos acostumados a que o príncipe Philip tenha se tornado a sombra de sua esposa carismática: ele a acompanhou em todas as suas viagens (no total são 251). Philip pilotou quase todos os tipos de aeronaves e helicópteros que lhe estavam disponíveis (e para monarcas quase tudo está), acumulando mais de 5 mil horas de voo. O príncipe consorte foi o primeiro membro da família real que decidiu embarcar em uma volta ao mundo. Também concedeu a primeira entrevista para a televisão em 1961. Hoje, todos dão entrevistas, mas naquela época foi um milagre que o príncipe tenha respondido às perguntas de um jornalista. Ele escreveu vários livros sobre ecologia, animais e criação de cavalos, visitou 18 mil eventos oficiais e fez mil discursos. Além disso, é membro honorário de 780 organizações diferentes: de esportes a instituições de caridade. Todas essas recepções, viagens e reuniões fazem parte de seu trabalho. Os membros da família real não podem se atrasar. Oficialmente, Philip e outros membros da dinastia recebem um pagamento por isso. No entanto, de acordo com as rígidas leis britânicas, a maior parte deste dinheiro é consumida pelos impostos. O príncipe continua em grande forma: em 2008 ele pediu ao alfaiate da corte para arrumar as calças que usou por 52 anos, porque “havia engordado um pouco”. Então, Philip vestiu as calças com mais de meio século e se dirigiu à recepção real. Na tranquila ilha de Tana, Philip é considerado uma divindade. De acordo com as antigas lendas dos nativos, o filho de um espírito da montanha irá um dia para terras distantes, se casará com uma mulher digna e retornará à sua terra natal. A propósito, o príncipe visitou a ilha e foi fotografado com os aborígenes. Philip é a única pessoa no mundo que pode chamar a rainha de mon petit chou (“meu docinho”, em francês). O príncipe adora dirigir. É verdade que, no início de 2019, ele teve que renunciar à sua carteira de motorista, porque provocou um acidente de carro e agora só anda como passageiro. No dia 10 de junho de 2019, Philip completou 98 anos. Ele se aposentou há anos e passa muito tempo na fazenda da família. Em uma entrevista, declarou que nunca quis viver até os 100: “Eu não consigo imaginar nada pior, já estou desmoronando”. O príncipe Philip tem um senso de humor muito peculiar, por isso geralmente protagoniza situações muito engraçadas. Apesar da pompa britânica, sempre diz o que pensa. Nós compilámos algumas das frases mais engenhosas do Duque de Edimburgo. “Nunca como comida caseira, tudo o que tenho são coisas elegantes”. Sobre o projeto de proteção aos pombos selvagens: “Os gatos matam muito mais as aves do que as pessoas. Por que não adotam o slogan ’matar gatos salva os pássaros?’” “As crianças vão à escola porque seus pais não querem vê-los em casa”. Sobre a paixão de sua filha por cavalos: “Se não soltam gases ou comem feno, ela não se importa”. “Quando um homem abre a porta do carro para sua esposa, ou trata-se de um carro novo ou de uma esposa nova.” Para Elton John sobre o seu Aston Martin dourado: “Oh, é você quem tem o carro que assusta, não é?” Ele pediu a atriz Cate Blanchett para ajudá-lo com seu aparelho de DVD: “Ouvi dizer que você é atriz, me deram um DVD neste Natal e eu não sei como funciona, não sei se tenho que ligar o cabo verde ou o vermelho”. Durante uma visita ao East End, ele perguntou a um cobrador de dívidas profissional: “Você ainda tem amigos?” Você sabia que o marido de Elizabeth II era uma pessoa tão versátil? Talvez esteja surpreso, assim como nós, pela brilhante biografia do príncipe? (Encontrei em: incrivel.club) |
sexta-feira, 16 de abril de 2021
Homenagem ao Príncipe Filipe de Edimburgo, marido da Rainha Isabel II de Inglaterra
quinta-feira, 15 de abril de 2021
"Salut d'amour", de Edward Helgar
Aqui interpretada por Anastasiya Petryshak:
E agora a mesma composição interpretada por Hauser:
quarta-feira, 14 de abril de 2021
"Mercadejar": a nova palavra a entrar no dia a dia dos portugueses, depois da audição do Juiz Ivo Rosa sobre a "Operação Marquês"
mer.ca.de.jar
mərkɐdəˈʒar
conjugação
verbo transitivo e intransitivo
negociar; comerciar; traficar
De mercado+-ejar
terça-feira, 13 de abril de 2021
Teatro D. Maria II festeja hoje o seu aniversário: faz 175 anos! Muitos Parabéns!
(Teatro D. Maria II, Lisboa)
O D. Maria celebra hoje 175 anos e o aniversário é assinalado com uma programação online de acesso gratuito. Até ao próximo domingo, dia 18, é possível acompanhar dois espectáculos: “A Origem das Espécies”, de Carla Maciel, Crista Alfaiate, Marco Paiva e Paula Diogo, a partir de Charles Darwin; e “Última Hora”, com José Neves, Maria Rueff, Miguel Guilherme e outros 10 actores sobre o mundo do jornalismo.Durante seis dias, será possível também navegar por entre outros conteúdos de arquivo alusivos à história do teatro nacional através de uma parceria com a RTP. Basta passar pela plataforma RTP Palco para conhecer melhor o percurso do espaço cujas portas abriram em 1846.
«Por força das circunstâncias, as comemorações do 175.º aniversário do Teatro Nacional D. Maria II decorrerão inteiramente online. Mas não é por isso que deixaremos de assinalar uma data tão importante, recuperando a história e as memórias associadas a esta casa que é de todos os portugueses», conta Tiago Rodrigues, diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II. “
A data é celebrada também através de uma sessão especial do Clube dos Poetas Vivos, em directo a partir do Instagram do teatro, às 17h. Trata-se de uma colaboração com a Casa Fernando Pessoa que tem como mote “A história de como a poesia foi ao D. Maria II” e que explora a ligação de nomes como Almeida Garrett, Ana Hatherly, Almada Negreiros, Regina Guimarães, Camões ou Miguel Manso ao teatro.
segunda-feira, 12 de abril de 2021
domingo, 11 de abril de 2021
Hoje é Domingo da Divina Misericórdia
image in vaticannews.va |
Jesus ressuscitado aparece aos discípulos várias vezes; com paciência, conforta os seus corações desanimados. E assim, depois da sua ressurreição, realiza a «ressurreição dos discípulos»; e, solevados por Jesus, mudam de vida. Antes, inúmeras palavras e tantos exemplos do Senhor não conseguiram transformá-los; mas agora, na Páscoa, algo de novo se verifica; e verifica-se sob o signo da misericórdia: Jesus levanta-os com a misericórdia; eles,obtendo misericórdia, tornam-se misericordiosos.
1. Antes de tudo, obtêm misericórdia mediante três dons: primeiro, Jesus oferece-lhes a paz, depois o Espírito e, por fim, as chagas. Em primeiro lugar, dá-lhes a paz. Os discípulos estavam angustiados. Fecharam-se em casa assustados, com medo de ser presos e acabar como o Mestre. Mas não estavam fechados só em casa; estavam fechados também nos seus remorsos: tinham abandonado e renegado Jesus; sentiam-se uns incapazes, inúteis, falhados. Chega Jesus e repete duas vezes: «A paz esteja convosco!» Não traz uma paz que, de fora, elimina os problemas, mas uma paz que infunde confiança dentro. Não uma paz exterior, mas a paz do coração. Diz: «A paz esteja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21). É como se dissesse: «Envio-vos, porque acredito em vós». Aqueles discípulos desanimados recuperam a paz consigo mesmos. A paz de Jesus fá-los passar do remorso à missão. De facto, a paz de Jesus suscita a missão. Não é tranquilidade, nem comodidade; é sair de si mesmo. A paz de Jesus liberta dos fechamentos que paralisam, quebra as correntes que mantêm o coração prisioneiro. E os discípulos sentem-se cumulados de misericórdia: sentem que Deus não os condena, nem humilha, mas acredita neles. É verdade! Acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos. «Ama-nos mais do que nos amamos a nós mesmos» (cf. São J. H. Newman, Meditações e Devoções, III, 12,2). Para Deus, ninguém é falhado, ninguém é inútil, ninguém é excluído. E Jesus continua hoje a repetir: «A paz esteja contigo, que és precioso aos meus olhos. A paz esteja contigo, que és importante para Mim. A paz esteja contigo, que tens uma missão. Ninguém pode realizá-la em teu lugar. És insubstituível. E Eu acredito em ti».
Em segundo lugar, Jesus usa de misericórdia com os discípulos oferecendo-lhes o Espírito Santo. Dá-O para a remissão dos pecados (cf. Jo 20, 22-23). Os discípulos eram culpados; fugiram, abandonando o Mestre. E o pecado acabrunha, o mal tem o seu preço. Como diz o Salmo 51 (cf. v. 5), temos sempre diante de nós o nosso pecado. Sozinhos, não podemos cancelá-lo. Só Deus o elimina; só Ele, com a sua misericórdia, nos faz sair das nossas misérias mais profundas. Como aqueles discípulos, precisamos de nos deixar perdoar. O perdão no Espírito Santo é o dom pascal para ressuscitar interiormente. Peçamos a graça de o acolher, de abraçar o Sacramento do perdão; e de compreender que, no centro da Confissão, não estamos nós com os nossos pecados, mas Deus com a sua misericórdia. Não nos confessamos para nos deprimir, mas para fazer-nos levantar. Todos precisamos imenso disso. Precisamos disso como precisam os pequeninos, sempre que caem, de ser levantados pelo pai. Também nós caímos com frequência; e a mão do Pai está pronta a pôr-nos de pé e fazer-nos caminhar. Esta mão segura e fiável é a Confissão. É o Sacramento que nos levanta, não nos deixando caídos a chorar sobre as lajes duras das nossas quedas. É o Sacramento da ressurreição, é pura misericórdia. E quem recebe as Confissões deve fazer sentir a doçura da misericórdia.
Depois da paz que reabilita e do perdão que levanta, eis o terceiro dom com que Jesus usa de misericórdia com os discípulos: apresenta-lhes as chagas. Por aquelas chagas, fomos curados (cf. 1 Ped 2, 24; Is 53, 5). Mas, como pode uma ferida curar-nos? Com a misericórdia. Naquelas chagas, como Tomé, tocamos com a mão a verdade de Deus que nos ama profundamente, fez suas as nossas feridas, carregou no seu corpo as nossas fragilidades. As chagas são canais abertos entre Ele e nós, que derramam misericórdia sobre as nossas misérias. São os caminhos que Deus nos patenteou para entrarmos na sua ternura e tocar com a mão quem é Ele. E deixamos de duvidar da sua misericórdia. Adorando, beijando as suas chagas, descobrimos que cada uma das nossas fraquezas é acolhida na sua ternura. Isto acontece em cada Missa, onde Jesus nos oferece o seu Corpo chagado e ressuscitado: tocamo-Lo e Ele toca as nossas vidas. E faz descer a nós o Céu. As suas chagas luminosas rasgam a escuridão que trazemos dentro. E nós, como Tomé, encontramos Deus, descobrimo-Lo íntimo e próximo, e, comovidos, dizemos-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28). Tudo nasce daqui, da graça de obter misericórdia. Daqui começa o caminho cristão. Se, pelo contrário, nos apoiamos nas nossas capacidades, na eficiência das nossas estruturas e dos nossos projetos, não iremos longe. Só se acolhermos o amor de Deus é que poderemos dar algo de novo ao mundo.
2. Assim fizeram os discípulos: tendo obtido misericórdia, tornaram-se misericordiosos. Vemo-lo na primeira leitura. Os Atos dos Apóstolos contam que «ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum» (4, 32). Não é comunismo, mas cristianismo no seu estado puro. E o facto é ainda mais surpreendente, se pensarmos que aqueles mesmos discípulos, pouco tempo antes, litigavam entre si sobre prémios e honras, sobre qual deles era o maior (cf. Mc 10, 37; Lc 22, 24). Agora partilham tudo, têm «um só coração e uma só alma» (At 4, 32). Como conseguiram mudar assim? Viram no outro a mesma misericórdia que transformou a sua vida. Descobriram que tinham em comum a missão, o perdão e o Corpo de Jesus: a partilha dos bens terrenos aparecia-lhes como uma consequência natural. Depois o texto diz que, «entre eles, não havia ninguém necessitado» (4, 34). Os seus medos dissolveram-se ao tocar as chagas do Senhor, agora não têm medo de curar as chagas dos necessitados, porque ali veem Jesus, porque ali está Jesus.
Irmã, irmão, queres uma prova de que Deus tocou a tua vida? Verifica se te debruças sobre as chagas dos outros. Hoje é o dia de nos perguntarmos: «Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu perdão, a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do seu Corpo, faço alguma coisa para matar a fome a quem é pobre?» Não permaneçamos indiferentes. Não vivamos uma fé a meias, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom. Obtivemos misericórdia, tornemo-nos misericordiosos. Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre (cf. Tg 2, 17). Deixemo-nos ressuscitar pela paz, o perdão e as chagas de Jesus misericordioso. E peçamos a graça de nos tornar testemunhas de misericórdia. Só assim será viva a fé; e a vida unificada. Só assim anunciaremos o Evangelho de Deus, que é Evangelho de misericórdia.
Homilia do Papa Francisco no Domingo da Misericórdia - texto integral
"A paz de Jesus suscita a missão. Não é tranquilidade, nem comodidade; é sair de si mesmo. A paz de Jesus liberta dos fechamentos que paralisam, quebra as correntes que mantêm o coração prisioneiro", disse o Pontífice.HOMILIA DO SANTO PADREEucaristia no II Domingo de Páscoa(Domingo da Divina Misericórdia)(11 de abril de 2021)Jesus ressuscitado aparece aos discípulos várias vezes; com paciência, conforta os seus corações desanimados. E assim, depois da sua ressurreição, realiza a «ressurreição dos discípulos»; e, solevados por Jesus, mudam de vida. Antes, inúmeras palavras e tantos exemplos do Senhor não conseguiram transformá-los; mas agora, na Páscoa, algo de novo se verifica; e verifica-se sob o signo da misericórdia: Jesus levanta-os com a misericórdia; eles,obtendo misericórdia, tornam-se misericordiosos.1. Antes de tudo, obtêm misericórdia mediante três dons: primeiro, Jesus oferece-lhes a paz, depois o Espírito e, por fim, as chagas. Em primeiro lugar, dá-lhes a paz. Os discípulos estavam angustiados. Fecharam-se em casa assustados, com medo de ser presos e acabar como o Mestre. Mas não estavam fechados só em casa; estavam fechados também nos seus remorsos: tinham abandonado e renegado Jesus; sentiam-se uns incapazes, inúteis, falhados. Chega Jesus e repete duas vezes: «A paz esteja convosco!» Não traz uma paz que, de fora, elimina os problemas, mas uma paz que infunde confiança dentro. Não uma paz exterior, mas a paz do coração. Diz: «A paz esteja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21). É como se dissesse: «Envio-vos, porque acredito em vós». Aqueles discípulos desanimados recuperam a paz consigo mesmos. A paz de Jesus fá-los passar do remorso à missão. De facto, a paz de Jesus suscita a missão. Não é tranquilidade, nem comodidade; é sair de si mesmo. A paz de Jesus liberta dos fechamentos que paralisam, quebra as correntes que mantêm o coração prisioneiro. E os discípulos sentem-se cumulados de misericórdia: sentem que Deus não os condena, nem humilha, mas acredita neles. É verdade! Acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos. «Ama-nos mais do que nos amamos a nós mesmos» (cf. São J. H. Newman, Meditações e Devoções, III, 12,2). Para Deus, ninguém é falhado, ninguém é inútil, ninguém é excluído. E Jesus continua hoje a repetir: «A paz esteja contigo, que és precioso aos meus olhos. A paz esteja contigo, que és importante para Mim. A paz esteja contigo, que tens uma missão. Ninguém pode realizá-la em teu lugar. És insubstituível. E Eu acredito em ti».Em segundo lugar, Jesus usa de misericórdia com os discípulos oferecendo-lhes o Espírito Santo. Dá-O para a remissão dos pecados (cf. Jo 20, 22-23). Os discípulos eram culpados; fugiram, abandonando o Mestre. E o pecado acabrunha, o mal tem o seu preço. Como diz o Salmo 51 (cf. v. 5), temos sempre diante de nós o nosso pecado. Sozinhos, não podemos cancelá-lo. Só Deus o elimina; só Ele, com a sua misericórdia, nos faz sair das nossas misérias mais profundas. Como aqueles discípulos, precisamos de nos deixar perdoar. O perdão no Espírito Santo é o dom pascal para ressuscitar interiormente. Peçamos a graça de o acolher, de abraçar o Sacramento do perdão; e de compreender que, no centro da Confissão, não estamos nós com os nossos pecados, mas Deus com a sua misericórdia. Não nos confessamos para nos deprimir, mas para fazer-nos levantar. Todos precisamos imenso disso. Precisamos disso como precisam os pequeninos, sempre que caem, de ser levantados pelo pai. Também nós caímos com frequência; e a mão do Pai está pronta a pôr-nos de pé e fazer-nos caminhar. Esta mão segura e fiável é a Confissão. É o Sacramento que nos levanta, não nos deixando caídos a chorar sobre as lajes duras das nossas quedas. É o Sacramento da ressurreição, é pura misericórdia. E quem recebe as Confissões deve fazer sentir a doçura da misericórdia.Depois da paz que reabilita e do perdão que levanta, eis o terceiro dom com que Jesus usa de misericórdia com os discípulos: apresenta-lhes as chagas. Por aquelas chagas, fomos curados (cf. 1 Ped 2, 24; Is 53, 5). Mas, como pode uma ferida curar-nos? Com a misericórdia. Naquelas chagas, como Tomé, tocamos com a mão a verdade de Deus que nos ama profundamente, fez suas as nossas feridas, carregou no seu corpo as nossas fragilidades. As chagas são canais abertos entre Ele e nós, que derramam misericórdia sobre as nossas misérias. São os caminhos que Deus nos patenteou para entrarmos na sua ternura e tocar com a mão quem é Ele. E deixamos de duvidar da sua misericórdia. Adorando, beijando as suas chagas, descobrimos que cada uma das nossas fraquezas é acolhida na sua ternura. Isto acontece em cada Missa, onde Jesus nos oferece o seu Corpo chagado e ressuscitado: tocamo-Lo e Ele toca as nossas vidas. E faz descer a nós o Céu. As suas chagas luminosas rasgam a escuridão que trazemos dentro. E nós, como Tomé, encontramos Deus, descobrimo-Lo íntimo e próximo, e, comovidos, dizemos-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28). Tudo nasce daqui, da graça de obter misericórdia. Daqui começa o caminho cristão. Se, pelo contrário, nos apoiamos nas nossas capacidades, na eficiência das nossas estruturas e dos nossos projetos, não iremos longe. Só se acolhermos o amor de Deus é que poderemos dar algo de novo ao mundo.2. Assim fizeram os discípulos: tendo obtido misericórdia, tornaram-se misericordiosos. Vemo-lo na primeira leitura. Os Atos dos Apóstolos contam que «ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum» (4, 32). Não é comunismo, mas cristianismo no seu estado puro. E o facto é ainda mais surpreendente, se pensarmos que aqueles mesmos discípulos, pouco tempo antes, litigavam entre si sobre prémios e honras, sobre qual deles era o maior (cf. Mc 10, 37; Lc 22, 24). Agora partilham tudo, têm «um só coração e uma só alma» (At 4, 32). Como conseguiram mudar assim? Viram no outro a mesma misericórdia que transformou a sua vida. Descobriram que tinham em comum a missão, o perdão e o Corpo de Jesus: a partilha dos bens terrenos aparecia-lhes como uma consequência natural. Depois o texto diz que, «entre eles, não havia ninguém necessitado» (4, 34). Os seus medos dissolveram-se ao tocar as chagas do Senhor, agora não têm medo de curar as chagas dos necessitados, porque ali veem Jesus, porque ali está Jesus.
Irmã, irmão, queres uma prova de que Deus tocou a tua vida? Verifica se te debruças sobre as chagas dos outros. Hoje é o dia de nos perguntarmos: «Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu perdão, a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do seu Corpo, faço alguma coisa para matar a fome a quem é pobre?» Não permaneçamos indiferentes. Não vivamos uma fé a meias, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom. Obtivemos misericórdia, tornemo-nos misericordiosos. Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre (cf. Tg 2, 17). Deixemo-nos ressuscitar pela paz, o perdão e as chagas de Jesus misericordioso. E peçamos a graça de nos tornar testemunhas de misericórdia. Só assim será viva a fé; e a vida unificada. Só assim anunciaremos o Evangelho de Deus, que é Evangelho de misericórdia.
O que é a Pascoela?
REFERÊNCIA: