sábado, 2 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
Como terminará o processo do Brexit?
Tenho de confessar que já não entendo nada do que se está a passar com o Brexit.
Quanto mais leio sobre o assunto, mais confusa fico, de tantas voltas o processo já levou...
Por isso, resolvi procurar quem melhor sabe de tudo isso e nos ajude a clarificar um pouco as ideias em relação ao referido tema.
E foi assim que encontrei um artigo esclarecedor na Macroscópio, Observador, a 01.01.2019, por José Manuel Fernandes, Publisher (newsletters@observador.pt) e, com a devida vénia, assim o vou transcrever:
"A sensação de caminhar para o abismo. Será que pararemos a tempo?"
Boa noite!
Confesso a minha crescente perplexidade: quando mais leio sobre os desenvolvimentos do Brexit mais dificuldade tenho em perceber como poderá terminar o processo. Depois do chumbo do acordo conseguido por Theresa May no Parlamento britânico, a primeira-ministra conseguiu vencer uma votação que lhe dava poderes para regressar a Bruxelas e renegociar as condições da saída do Reino Unido. Ainda os deputados de Westminster não tinham voltado a sentar-se nos seus lugares e já lhe diziam que, no que tocava à União Europeia, nem uma vírgula mudaria no que tinha sido acordado. Entretanto estamos a menos de dois meses da data de saída do Reino Unido, 29 de Março. Quem tem margem de manobra? E quem está a fazer bluff? Ou será que, como noutros momentos, todos caminham como sonâmbulos para uma saída sem acordo que todos dizem não desejar e que muitos anunciam apocalíptica?
Primeiro que tudo, o que é que se passou no Parlamento britânico? O que é que se retira de um conjunto de votações que, nalguns casos, parecem anular-se mutuamente? Cátia Bruno tentou explicar o melhor possível tudo isso no especial do Observador O Reino Unido quer negociar o Brexit outra vez. Até quando é que o relógio vai continuar a contar?, fazendo-o com a ajuda de Simon Usherwood, um professor da Universidade de Surrey que estuda o euroceticismo britânico há anos e que resumiu assim o que aconteceu nos Comuns: “As divisões no Parlamento são tantas que a prioridade agora é encontrar uma posição que consiga união em vez de ser encontrar uma posição que a UE aceite.” Acontece porém que, até ao final de Março, os britânicos têm de se decidir: “aceitarão o acordo que está em cima da mesa, preferirão antes voltar atrás e sair sem acordo ou aceitarão o adiamento do Artigo 50 que agora recusaram? “Seguindo a lógica, uma destas três coisas terá de acontecer até 29 de março”, relembra Simon Usherwood. “Cada uma delas parece improvável neste momento, mas uma delas vai ter de acontecer.” Ou, como dizia o filme, alguém tem de ceder.”
Mas quem é que vai ceder? Ontem, no londrino The Times, escrevia-se que a chanceler alemã não quer ser a primeira a dar sinais de fraqueza e que prefere mesmo ir até à beira do abismo. Em Merkel will push Britain to the brink in Brexit showdown with May escrevia-se mesmo que “Angela Merkel will “go to the edge of the precipice” with Theresa May as the European Union prepares to reject any change to the withdrawal agreement in time for a crucial vote in two weeks. Diplomatic sources said the German chancellor believed that people needed “to look into the abyss before a deal is done at five to midnight — that is how she works”. The next summit at which European leaders could agree any changes to the agreement or an extension to the negotiating period to avoid no deal is on March 21, only eight days before Britain is due to leave the EU.”
Sabemos que foi assim que Merkel fez com a Grécia, por exemplo, mas o Reino Unido não é a Grécia, e um dos temas de debate dos últimos dias nas televisões e nos jornais é até que ponto são os britânicos resilientes. O Financial Times, em Myths about resilient Brits, defendeu a ideia de que não terão assim tanta resistência a coisas tão simples como a falta de legumes frescos nas prateleiras dos supermercados, pelo menos de acordo com a experiência da polícia. Contudo esse mesmo artigo citada quem entusiasticamente sustentasse o contrário. Dois exemplos:
- On BBC Question Time from Lincoln last night, an audience member said: “In this country we are resilient, we are going to find a way around these problems, it is going to take a little bit of time, there will be some disruption, but we have got companies and corporations who have already found ways not to pay taxes in this country, are you telling me they are not going to find a way to get a few lettuce from Spain to England?” As Jack Blanchard notes in Politico Playbook, this was met with enthusiastic audience applause.
- Charles Moore, the journalist and biographer, takes a similarly optimistic view in the current Spectator about how the British would cope. He writes that in his part of the south coast “we have a centuries-old tradition of smuggling (‘brandy for the parson, baccy for the clerk’), and are ready to set out in our little ships to Dunkirk or wherever and bring back luscious black-market lettuces and French beans, oranges and lemons.”
Mas se no Reino Unido se debatem abertamente as dificuldades por que o país passará no caso de não haver acordo e a saída da UE for abrupta – o famoso “Hard Brexit” –, na maior parte dos restantes países da União não existe consciência de que podem vir aí dias difíceis. Essa é uma das razões que levam Teresa de Sousa a defender, no Público, que os parceiros europeus e a comissão têm de mudar de atitude em relação às negociações com o Reino Unido. Em Quebrar a lógica do braço-de-ferro no "Brexit"recapitula a estratégia seguida até agora para concluir que “Os 27 não querem uma saída sem acordo, porque as consequências económicas e sociais seriam muito pesadas. Mas, mais do isso, muitos governos europeus podem não ver qualquer vantagem de dar de si próprios aos eleitores uma imagem de intransigência, quando se aproximam eleições europeias em que muita coisa está em causa para o futuro da Europa, e não pelas melhores razões. Seria dar argumentos aos movimentos nacionalistas antieuropeus que gostariam de fazer do “Brexit” um exemplo para mostrar até que ponto existe uma “ditadura” de Bruxelas que não admite aos seus povos o direito de escolher onde querem ou não querem estar.”
Mas parece que na Alemanha também há quem defenda ideias semelhantes, como nos relatava ontem no Telegraph Ambrose Evans-Pritchard em German anger builds over dangerous handling of Brexit by EU ideologues: “A group of top German economists has told the EU to tear up the Irish backstop and ditch its ideological demands in Brexit talks, calling instead for a flexible Europe of concentric circles that preserves friendly ties with the UK. Brussels must “abandon its indivisibility dogma” on the EU’s four freedoms and come up with a creative formula or risk a disastrous showdown with London that could all too easily spin out of control.” Fui até ao site do Instituto que de onde saíram essas opiniões, e apesar de não as encontrar muito desenvolvidas confirmei que Clemens Fuest, presidente do CESifo Group, considera que New Negotiations Needed to Avoid Hard Brexit. Na pequena notícia também se referia que “Ifo trade expert Gabriel Felbermayr understands the rejection of the Brexit deal by the House of Commons. "British MPs' rejection of the separation agreement is perfectly understandable because it would downgrade Britain to the status of a trade colony. It would not stand to gain trade autonomy and its territorial integrity would be called into question," notes Felbermayr.”
Não se esperaria de um alemão a avaliação de as imposições europeias correspondem a uma humilhação para o Reino Unido, mas trata-se de uma linha de argumentação que vem ao encontro daquela que Daniel Hannan, um defensor do Brexit de longa data, sustenta num artigo publicado no site Conservative House, What is driving this chaos? I’ll tell you. The EU is determined to punish us. O texto dá vários exemplos de como as negociações podiam ter corrido de outra forma, para concluir: “Sadly, our negotiators never faced up to the fact that Brussels did not want a mutually beneficial deal. Eurocrats could hardly have been clearer. Theresa May kept saying she wanted the EU to succeed; her EU counterparts kept responding that they wanted Brexit to fail. And yet, absurdly, we pursued a strategy of being nice in the hope that our goodwill might be reciprocated. We agreed to the EU’s sequencing, we wrote a cheque with no trade deal in return, we accepted non-voting membership (the “implementation period”, though no one now pretends there will be anything to implement), we swallowed the backstop. In each case, the EU pocketed the concession without softening.”
Um contraponto radical a este artigo é o comentário de Philip Stephens no Financial Times, um texto onde critica a estratégia seguida desde a primeira hora por Theresa May e sustenta que esta, ao abandonar agora o acordo a que chegou com a União Europeia, deve ser por sua vez abandonado pela União Europeia. Em The EU cannot rescue Britain from Brexit chaos defende-se que “May’s government has shown it is not to be counted on any longer as a trusted partner” e que isso acontece também porque “Britain’s European partners are neither blind nor stupid. Watching the antics in the House of Commons, they know well that winning a single vote with a slender majority of 16 has not given the prime minister anything resembling a sustainable negotiating mandate. The support of the hardliners will be withdrawn as and when it suits them.”
A posição da The Economist que hoje chegou às bancas fica algures a meio caminho entre estes dois extremos, se bem que seja mais dura para com a confusão britânica do que para com a intransigência europeia. De resto, em How Brussels should respond to Britain’s confused demands, até se defendem algumas das opções do acordo chumbado em Westminster – “The backstop thus exists as a logical consequence of Britain’s own negotiating objectives, not European caprice. By definition, it expires when someone comes up with a way to carry out customs checks with no border infrastructure. Hardline Brexiteers’ calls for the backstop to be time-limited are thus not just unrealistic but nonsensical.” É neste quadro que a sugestão que segue para Bruxelas é relativamente soft: “It is possible to imagine a deal being done, but not in the two months remaining. With more time, Parliament may yet feel its way to a solution. Brexit is a British problem that only Britain can fix. But the eu can give it the time it needs—and it must.”
Entretanto o relógio continua a contar e os dias a passar, sendo que uma das coisas que, a par com a persistente desordem britânica, porventura a outra coisa que mais surpreende é a incompreensão mútua, algo que me parece resultar bem descrito no texto de um americano que vive em Paris, Christopher Caldwell, e que na Spectator escreve que Europe still thinks Britain will come out worse from Brexit, defendendo a tese que “the EU still doesn’t understand the 2016 referendum result”. É curioso o testemunho que dá sobre a forma como o debate público decorre em França, tal como é muito frontal a forma como olha para o significado do Brexit, nos antípodas da forma de pensar dominante nos corredores do poder nas capitais europeias: “What did Britons vote for in 2016? Did they vote to leave the EU? Or did they vote to ask for permission to leave the EU? Obviously the former. If you have the right to negotiate for your sovereignty, you’re sovereign. If you can’t walk away from the negotiating table, you’re not. When the two parties sat down at the table, Britain had already exited the EU. This is an appropriate place to negotiate the best relations possible with allies and partners. But at the end of the day, all sovereignty is no-deal sovereignty. Britain has it. It is now debating whether to surrender it.”
Terminada esta visita a um conjunto de textos que ajudam a pensar, dão informação mas que, julgo eu, não permitem ver como se sairá do actual caos – já que é quase cada cabeça sua sentença – queria terminar este Macroscópio com uma sugestão totalmente diferente: um vídeo do YouTube. Curtinho, mas precioso. Trata-se de What's Happening in Venezuela?: Just the Facts onde a comediante venezuelana Joanna Hausmann explica de forma cristalina (e sentida) o que se passa no seu país. Muito bom.
De resto, desejos de um bom fim de semana, de preferência ao abrigo do mau tempo que por aí anda.
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
Sérgio Conceição confessa ter "mau perder"
O mundo do futebol é complexo.
E o Futebol Clube do Porto que o diga na pessoa do seu treinador...
O treinador do FC Porto assumiu esta terça-feira ter “mau perder”, mas justificou a ausência da equipa dos festejos da vitória do Sporting na Taça da Liga, no sábado, com o desconforto provocado por condições longe das ideais.
“É mau para a equipa que perde ter de subir uma escadaria enorme onde estão os adeptos adversários. Isso é uma situação a rever. Aos palavrões não vejo grande mal. Agora o insulto gratuito e as cuspidelas já não devem existir e todo o nosso ‘staff’ levou com isso“, afirmou Sérgio Conceição.
Na conferência de imprensa de antevisão à receção ao Belenenses, na quarta-feira, para a 19.ª jornada da I Liga, o treinador ‘azul e branco’ condenou ainda a tentativa de agressão de Diamantino Figueiredo, um dos seus adjuntos, a um adepto do Sporting.
“É condenável o ato do Diamantino Figueiredo? Obviamente que é. Assumimos essa responsabilidade, como sempre fazemos isso de forma interna. Nas situações positivas dividimos os louros e nas situações negativas também. Não digo que haja justificação para isso, mas houve provocação, que o levou a tomar esta atitude nada típica do Figueiredo”, sublinhou Sérgio Conceição.
O incidente com o treinador de guarda-redes ocorreu após a comitiva ‘azul e branca’ ter recebido as medalhas de finalista da Taça da Liga, no Estádio Municipal de Braga, no sábado, na sequência da derrota frente ao Sporting nas grandes penalidades (3-1), após a igualdade 1-1 no tempo regulamentar.
“Vêm falar das medalhas quando há coisas mais importantes para falar. Mas que ‘fair-play’? É como diz o outro, o ‘fair-play’ é uma treta. Tenho mau perder, tenho, assumo isso, muito mau perder, não sei perder. O FC Porto contratou-me para ganhar. Já quando ganho estou maldisposto, imaginem quando perco”, rematou Conceição.
O treinador criticou ainda a arbitragem “defensiva” de João Pinheiro no embate com o Sporting, ironizando sobre a evolução de Bruno Esteves como videoárbitro (VAR).
“Dizem que o árbitro teve uma arbitragem exemplar, eu acho que não foi, achei que foi extremamente defensiva. Apitava tudo e mais alguma coisa. Acho que houve um excelente trabalho do VAR. Pena é que o mesmo VAR, o Bruno Esteves, que na altura foi um ajudante do VAR num jogo na Vila das Aves [em 2017/18], assinalou penálti neste momento [na final] e na Vila das Aves não assinalou. Ainda bem que melhorou”, referiu.
Sobre a receção ao Belenenses, sétimo classificado com 29 pontos, Sérgio Conceição reconheceu como fundamental o regresso às vitórias para alcançar o “objetivo mais importante”, o de revalidar o título de campeão.
“A vitória é sempre importante para toda a gente que trabalha nesta casa. Fora de casa, o Belenenses só perdeu em Alvalade [2-1], é uma equipa bem orientada, com qualidade individual, vai ser um desafio importante para nós, são três pontos da nossa caminhada para o objetivo mais importante”, disse ainda.
O FC Porto, líder do campeonato com 46 pontos, recebe o Belenenses, na quarta-feira, a partir das 21h15, em jogo da 19.ª jornada da I Liga.
(in: observador.pt Autor Agência Lusa em 29.01.2019)
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terça-feira, 29 de janeiro de 2019
A polémica dos carros a diesel
A "bomba" ministerial que apanhou o meio automóvel de surpresa é mesmo para levar a sério?
Comprar carro a gasóleo "não faz sentido". A declaração do ministro do Ambiente caiu como uma "bomba" no setor automóvel. Os elétricos irão mesmo conquistar o mercado? E são assim tão limpos?
Para quem segue com atenção os temas da descarbonização, da transição energética e da evolução da indústria automóvel, a “morte anunciada” do mercado de automóveis a gasóleo não terá sido uma surpresa assim tão grande. Mas uma entrevista do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, caiu como uma “bomba” no setor, esta segunda-feira. Fontes ligadas ao comércio automóvel insurgiram-se contra a mensagem do ministro e, também, com a forma: um comentário solto, no meio de uma entrevista. Várias concessionárias terão sido contactadas, com clientes preocupados, e alguns terão mesmo cancelado intenções de compra.
Em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, o ministro que ganhou a pasta da transição energética na remodelação governamental em outubro de 2018, afirmou que “quem comprar um carro a gasóleo é muito provável que daqui a quatro ou cinco anos não tenha um valor na sua troca”. Matos Fernandes defendeu, ainda, que na próxima década não fará sentido comprar um carro a gasóleo porque o preço (na compra) será já muito próximo dos veículos elétricos e porque, se os veículos forem carregados em casa o custo será de 15% por quilómetro (em relação ao gasóleo, nos dias de hoje). Os condomínios e as casas que se preparem, avisou o ministro, porque tal como tem de haver torneiras de água terá de haver postos de carregamento.
Ana Suspiro e Edgar Caetano in observador.pt MAGG 28.01.2019
No meio da polémica, chegou entretanto um documento assinado por mais de 100 médicos alemães de pneumologia que põe em causa os alegados malefícios do gasóleo. "O limite atual de NO2 e poeira de partículas não causa uma única morte", garantem estes especialistas.
Pneumologistas alemães garantem que o fumo do gasóleo não é nocivo para a saúde
No meio da polémica, chegou entretanto um documento assinado por mais de 100 médicos alemães de pneumologia que põe em causa os alegados malefícios do gasóleo. "O limite atual de NO2 e poeira de partículas não causa uma única morte", garantem estes especialistas.
Pneumologistas alemães garantem que o fumo do gasóleo não é nocivo para a saúde
Mais de 100 médicos alemães de pneumologia assinam um documento que põe em causa os alegados malefícios do gasóleo: "O limite atual de NO2 e poeira de partículas não causa uma única morte".
Mais de 100 pneumologistas alemães assinaram um documento que coloca em dúvida os riscos para a saúde causados pelo fumo causado pelo gasóleo. O dióxido de nitrogénio (NO2) e as partículas de poeira existentes no fumo não “causaram uma única morte”, garantem os especialistas.
O ex-presidente da Sociedade de Pneumologia Alemã Dieter Köhler, por exemplo, contrariou a posição atual de sua antiga organização. O especialista defendeu que a maioria dos estudos existentes sobre os perigos causados pelas emissões de gasóleo são questionáveis. Esta tomada de posição ganha uma relevância particular depois de se ter instalado um debate sobre o tema na Alemanha. A cidade de Hamburgo está no epicentro da discussão pois aprovou legislação que proíbe a circulação de veículos a gasóleo anteriores a 1998.
Por cá, a polémica também chegou mas pela voz do Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que, na segunda-feira numa entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, disse que “é muito evidente que quem comprar um carro diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”. A frase não caiu bem no setor automóvel mas agradou aos ambientalistas. A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) falou de uma tirada “infeliz” do governante, ao passo que a associação ZERO apoiou a visão de Matos Fernandes.O documento destes especialistas alemães pode ser assim mais um argumento para um debate que acontece agora um pouco por toda a Europa. A Sociedade de Pneumologia Alemã tinha emitido um longo comunicado, no final de novembro, onde alertava para os riscos que as partículas de NO2 representam para a saúde. Os avisos tinham por base as pesquisas do conceituado Instituto Helmholtz de Medicina Ambiental, que assegura que o dióxido de carbono causa invariavelmente grandes riscos para a saúde, mesmo que concentrado em doses relativamente baixas.
Uma visão que Köhler e mais de cem especialistas alemães questionam agora, com esta tomada de posição. “O limite atual de NO2 e poeira de partículas é completamente inofensivo e não causa uma única morte“, afirmou numa entrevista recente a uma rádio alemã.
A tensão entre os dois lados tem crescido nos últimos dias, sobretudo depois de Estugarda ter seguido os passos de Hamburgo e ter adotado uma medida semelhante, promovendo a utilização de carros amigos do ambiente e penalizando aqueles que utilizem os carros a diesel, impedindo a circulação dos mais antigos. Mas é precisamente da mesma cidade que sai uma das mais fortes críticas: o médico-diretor da Cruz Vermelha de Estugarda, Martin Hetzel, soma a sua voz à de Köhler. “No hospital, nunca se veem doentes com problemas do pulmão ou do coração causadas por poeiras ou por NO2. Não é plausível que estejam a causar os danos para saúde que têm sido publicados ultimamente”, disse.
São cada vez mais as cidades que estão a adotar medidas de combate à poluição que passam por eliminar de vez a circulação de carros a diesel. Já em 2016, na sequência de um encontro de autarcas de todo o mundo, os presidentes das câmaras de Paris, Madrid, Atenas e Cidade do México tinham assumido o compromisso de retirar de circulação todos os carros, camiões e outros veículos movidos a diesel até 2025.
in observador.pt 29.01.2019in ambientemagazine.com |
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
Na Venezuela Juan Guaidó declara-se Presidente interino e Nicolás Maduro rejeita realizar eleições
in pt.wikipedia.org |
Notícias da Venezuela, recentes e tremendamente inquietantes...
Um clima de grande instabilidade onde se pressente uma guerra civil e derramamento de sangue a que o Papa Francisco já aludiu temer!
E as notícias dizem isto:
Maduro recusa exigência europeia de eleições antecipadas:
Ninguém coloca ultimatos à Venezuela
Nicolás Maduro rejeita exigência de países europeus, inclusive Portugal, de convocar eleições antecipadas. "A Europa tem uma posição insolente, insustentável e inapresentável", disse à CNN Türk.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou em absoluto convocar eleições antecipadas, depois de vários países europeus, Portugal inclusive, terem instado o regime chavista a marcá-las sob pena de, no caso de não haver uma ida às urnas, passarem a reconhecer Juan Guaidó como o legítimo chefe de Estado da Venezuela.
“A Europa tem uma posição insolente, insustentável e inapresentável. Tem de retirar o seu ultimato. Ninguém nos coloca um ultimato. Se quiserem sair da Venezuela, saiam todos e saiam já”, disse Nicolás Maduro este domingo numa entrevisa à CNN Türk.
Nicolás Maduro fez ainda alusões ao passado colonialista de Espanha, que também se somou àquela exigência dirigida ao regime chavista. “Infelizmente a Europa volta a cometer um grande erro sobre a Venezuela. Parece que os 200 anos de luta independentista não contou para eles. Nós somos um país orgulhoso da nossa independência. Foi o exército libertador venezuelano que expulsou as tropas europeias imperiais de Espanha de toda a América do Sul. Está no nosso sangue. Nós temos no nosso sangue o ADN do libertadores“, disse.
Não terá sido por acaso que Nicolás Maduro deu a sua primeira entrevista internacional após a autoproclamação de Juan Guaidó, na quarta-feira, à CNN Türk. Além de ser um dos principais canais da Turquia, a CNN Türk é também abertamente favorável ao Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan. E este chefe de Estado foi um dos primeiros a contactar Nicolás Maduro na quarta-feira para lhe demonstrar o seu apoio — chamada essa que o líder venezuelano fez questão de realçar no seu primeiro discurso após a autoproclamação de Juan Guaidó
Nicolás Maduro disse: “Não me surpreendi. Porque sei que o Presidente Erdoğan é um homem de valores, muito firme e democrático. É um homem valente”. E continuou: “Hoje posso dizer que o Presidente Erdoğan é um grande amigo. Gosto do povo da Turquia, é um povo bonito, cheio de cultura”.
Às relações diplomáticas entre os dois países, juntam-se também as relações económicas. De acordo com dados oficiais turcos divulgados em julho de 2018, até essa altura a Venezuela tinha exportado 779 milhões de dólares (682 milhões de euros) em ouro para a Turquia. Estas movimentações levaram os EUA a suspeitar de que estariam a ser utilizadas pelos líderes do regime venezuelano para contornarem as sanções económicas a que têm sido sujeitos nos últimos anos.
(in: observador.pt por João de Almeida Dias a 28.01.2019)
(in: observador.pt por João de Almeida Dias a 28.01.2019)
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domingo, 27 de janeiro de 2019
Algumas "dicas" para um bom português escrito e falado
in wook.pt |
Pergunta-se:
A palavra sub-região/subregião escreve-se com hífen ou junto?
A forma correta é sub-região.
Nas palavras formadas com um elemento não autónomo terminado em b ou d, este liga-se por hífen ao elemento seguinte, se começado por r e não ligado foneticamente ao b ou d anterior.
E subtração/subtracção? Qual delas está correta?
Bem, segundo o Novo Acordo Ortográfico, a forma correta é subtração.
A palavra não se escreve com c porque esta consoante não é pronunciada.
E agora: o termo super-homem escreve-se com hífen ou junto?
A forma correta é super-homem.
Nas palavras formadas com super-, este liga-se por hífen ao elemento seguinte, se começado por h ou r.
Encontrei estas dicas em: RTP Acordo Ortográfico BOM PORTUGUÊS, Porto Editora
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