sábado, 7 de setembro de 2013

Coentros...que riqueza para a nossa saúde!


www.cienciahoje.pt
Em tempos de crise, os coentros podem ser baratos, tratar doenças e..., já agora, dar um sabor especial à comida. Eis um estudo com assinatura portuguesa.

Use e abuse dos coentros na cozinha. Esta erva aromática, usada quer na cozinha, quer em fármacos, pode ajudar a prevenir doenças transmitidas por alimentos e, vai ao ponto de tratar infecções resistentes aos antibióticos. Ou seja, um estudo da Universidade da Beira Interior, publicado no «Journal of Medical Microbiology» chegou à conclusão de que: o óleo de coentros é tóxico para uma ampla gama de bactérias nocivas.

O efeito do óleo de coentros foi testado em 12 estirpes de bactérias, entre as quais a E.coli (que andou nas bocas do mundo nos últimos meses); a Salmonella entérica e a Bacillus cereus. Todas elas mostraram uma redução do crescimento, sendo que a maioria delas foi eliminada por soluções que continham até 1,6 por cento de óleo de coentros. Apenas duas resisitiram ao efeito bactericida desta solução.

Fernanda Domingues, responsável pela investigação, explicou, como funciona o óleo dos coentros: - «Os resultados indicam que o óleo de coentros danifica a membrana que envolve a célula bacteriana. Isso interrompe a barreira entre a célula e o seu meio ambiente e inibe os processos essenciais, incluindo a respiração, o que acaba por conduzir a célula bacteriana à morte».

Fernanda Domingues, Filomena Silva, Susana Ferreira, e João Queiroz deixam, assim, uma dica. «O óleo de coentros pode ser uma alternativa natural aos antibióticos comuns, já que pode ser usado como medicamento na forma de loções, anti-sépticos orais e até mesmo comprimidos para combater infecções bacterianas multi-resistentes que, de outra forma, não poderiam ser tratadas».

E não é só a indústria farmacêutica que pode «lucrar» com os coentros. Também a indústria alimentar e médica, já que «anualmente, nos países desenvolvidos, cerca de 30 por cento da população sofre de doenças transmitidas por alimentos. Esta pesquisa incentiva o desenvolvimento de novos aditivos alimentares.»


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Desabafo...

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Enviaram-me este desabafo de Torga que aliás já tem circulado na NET.
Mas eu reforçaria com um outro desabafo, mais recente...
“A crise que se vive na Europa e no mundo não é uma crise económica, nem uma crise de culturas, é antes uma crise do homem que, por um lado perdeu o sentido da sua própria dignidade e da dignidade dos outros e, por outro, usa a liberdade de tal maneira que gera novas opressões.”
Papa Francisco -  2013

imagem obtida em: www.tribunahoje.com

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Quizás...Quizás...Quizás...por Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo

VALE A PENA VER E OUVIR...... Deliciemo-nos com este maravilhoso trio cubano. Desarmemos o coração, ouçamos e vejamos esta preciosidade. Ibrahim Ferrer deixou-nos em 2006 aos 78 anos. Omara Portuondo fará, em Outubro deste ano, 82 anos. Roberto Fonseca, no piano, é um fantástico pianista de jazz, também nascido em Cuba. É a criança do trio, 37 anos.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Música para recordar Angola - Super Mama Djombo - No Cambanca

"A Industria dos Incêndios", por José Gomes Ferreira

imagem obtida em: sicblogue.blogs.sapo.pt 
"A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas. 

Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos: 

1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica? 

Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências? 

Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair? 

Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis? 

Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo? 

2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios... 

3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei. 

4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre. 

5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade. 

Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime... 

Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal? 

Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país. 

Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime. 

Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer: 

1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar. 

2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas). 

3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores 

4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei. 

5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível. 

6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios. 

Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo. 

José Gomes Ferreira"


(na página do FaceBook:  "Apoiar José Gomes Ferreira" -2013-08-29)


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

.../... "A Aia" (IV)

Abriram-se as grossas portas, destrancaram-se as janelas gradeadas. À luz da madrugada, a sala brilhava como um incêndio de ouro e pedrarias. Do chão ao tecto, reluziam escudos de ouro, armas trabalhadas, montões de diamantes, pilhas de moedas, fios de pérolas. Todas as riquezas acumuladas por cem reis durante vinte séculos!
Ah! - exclamou a multidão.
Todos estavam ansiosos. Mas a ama não se movia...
Olhava para o céu, além das grades, e pensava no seu menino, que lá devia estar. Já era tarde, o menino decerto chorava e procurava o seu peito.
A ama sorriu e estendeu a mão.
Que jóia maravilhosa, que fio de diamantes, que punhado de rubis ia ela escolher?
A ama estendeu a mão e agarrou um punhal! Era um punhal todo enfeitado com esmeraldas, que valia uma província.
Agarrada ao punhal, gritou:
- Salvei o meu príncipe. Agora vou dar de mamar ao meu filho!
E cravou o punhal no coração.

imagem obtida em: portefoliodigitalpedrolp.blogspot.com
(FONTE destes 4 últimos posts: "Contar/Recontar Seis Contos de Eça de Queirós, recontados por Luísa Ducla Soares, Terramar)

domingo, 1 de setembro de 2013

.../..."A Aia" (III)

Mas, de repente, gritos de alarme ecoaram pelo palácio. Travavam-se lutas nos pátios.
A rainha, despenteada, quase nua, entrou no quarto, entre as aias, gritando pelo filho. Ao ver o berço de marfim com as roupas desmanchadas, caiu chorando. Então, muito calada, muito pálida, a ama descobriu o berço de verga. O príncipe lá estava, sorrindo, com os seus cabelos de ouro.

imagem obtida em: profpaulo.weebly.com 
Nesse instante ouviu-se novamente um grande clamor. Era o capitão dos guardas anunciando que o terrível pretendente ao trono tinha sido abatido, trespassado por flechas.
Mas ai, também o principezinho estava morto, esganado por mãos ferozes!
Ao ouvir estas palavras, a rainha, chorando e rindo ao mesmo tempo, ergueu nos braços o príncipe.
Foi um espanto, uma aclamação! Quem o salvara? Quem?
Junto do berço, lá estava ela, a escrava, que, para salvar o príncipe entregara à morte o próprio filho.
As duas mães abraçaram-se.
Era preciso recompensar aquela mulher! Mas como? Que bolsas de ouro podiam pagar um filho?
Então um velho teve uma ideia:
- Levem-na ao tesouro real para ela escolher as riquezas que quiser.
A rainha deu a mão à serva e levou-a até à sala do tesouro. Senhores, aias, soldados as seguiram, comovidos.

(continua no próximo post)