domingo, 1 de setembro de 2013

.../..."A Aia" (III)

Mas, de repente, gritos de alarme ecoaram pelo palácio. Travavam-se lutas nos pátios.
A rainha, despenteada, quase nua, entrou no quarto, entre as aias, gritando pelo filho. Ao ver o berço de marfim com as roupas desmanchadas, caiu chorando. Então, muito calada, muito pálida, a ama descobriu o berço de verga. O príncipe lá estava, sorrindo, com os seus cabelos de ouro.

imagem obtida em: profpaulo.weebly.com 
Nesse instante ouviu-se novamente um grande clamor. Era o capitão dos guardas anunciando que o terrível pretendente ao trono tinha sido abatido, trespassado por flechas.
Mas ai, também o principezinho estava morto, esganado por mãos ferozes!
Ao ouvir estas palavras, a rainha, chorando e rindo ao mesmo tempo, ergueu nos braços o príncipe.
Foi um espanto, uma aclamação! Quem o salvara? Quem?
Junto do berço, lá estava ela, a escrava, que, para salvar o príncipe entregara à morte o próprio filho.
As duas mães abraçaram-se.
Era preciso recompensar aquela mulher! Mas como? Que bolsas de ouro podiam pagar um filho?
Então um velho teve uma ideia:
- Levem-na ao tesouro real para ela escolher as riquezas que quiser.
A rainha deu a mão à serva e levou-a até à sala do tesouro. Senhores, aias, soldados as seguiram, comovidos.

(continua no próximo post)

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