sábado, 29 de novembro de 2014

Uma visita a Nª Sª Aparecida, em Lousada (I)

www.alliancefr.pt





































Na última quarta-feira, um grupo de alunos (os mais velhos da Alliance Française do Porto, entre os quais me incluo), do Curso Conversations en Français, combinou um almoço na Srª da Aparecida, em Lousada, por insistência de um deles, que conhece muito bem a zona. 

Partimos da Alliance Française em dois carros, acompanhados pela nossa professora, rolando calmamente pela A4 (que se apresentava com pouco trânsito) e satisfeitos com o tempo agradável que fazia: estava um dia de muito sol (embora estejamos já no outono) e a temperatura rondava os 16 graus. Que mais poderíamos querer?

Chegados à Vila da Senhora Aparecida, dirigimo-nos a um local que fica bem lá no alto (Monte de Nª Sª da Conceição) e donde se vê toda a vila, ladeado pela capela com o mesmo nome, que pretendíamos visitar, mas que se encontrava encerrada. 




Claro que tirámos algumas fotos, apesar de uma leve bruma que permitia que passassem através dela alguns raios de sol e que se vinham espraiar em nós, aquecendo-nos, pois o ar fresco fazia-se sentir ali em cima, típico das manhãs de zonas mais no interior. 

A paisagem que dali se desfrutava, quase se pode dizer "que era de cortar a respiração", tal a beleza e a imensidão que os nossos olhos acolhiam dos campos verdes contrastando com os casarios brancos, bem como os nossos ouvidos presenteados com o chilrear dos pássaros! Simplesmente majestosa!

Depois descemos para uma ermidinha, também fechada, rodeada de pequenas oliveiras ali plantadas; nesse santuário encontra-se um altar com uma imagem muito pequena, que é a da Sra da Aparecida.


pt.wikipedia.org
E à porta, uma estátua: a do Ermitão, cuja vida se encontra narrada num envidraçado colocado no chão . E a propósito desta personagem, leia-se o que investiguei:



"Quando pensamos em ermitão, pensamos num homem sem rosto, sem lar, sem amigos, enfim, um desconhecido. O Ermitão de Senhora Aparecida é tudo menos isto. Hoje tem rosto, tem um lar e muitos amigos. É interveniente na lenda da Senhora Aparecida e o responsável por ter “aparecido” nesta terra a tão pequenina imagem de Maria. O seu lar é o lugar onde tudo aconteceu, no monte da Nossa Senhora da Conceição, onde permanece hoje, de joelhos, em sinal de adoração e oração, com uma mão ao peito e outra voltada (apontando) para a sua pequenina imagem, que todos os dias o acompanhou em vida. Este encontro simbólico está eternizado à porta da ermida da capela do Santuário de Senhora Aparecida.
in lilianamachado@aparecida.pt. 

Há todos os anos nesta Vila, uma romaria a 14 e 15 de agosto, em homenagem à pequenina imagem da Srª Aparecida, colocada no alto de um andor de mais de 20 metros de altura. 



Mas chegou, entretanto, a hora de "recarregar baterias" e assim,  seguiu-se o almoço no restaurante "Pita Arisca" que nos "caíu" muito bem: cabrito assado no forno a lenha - era mesmo cabritinho-bebé - tenrinho, muito bem temperado, acompanhado de batatinha corada e uma boa salada mista! Tudo isto regado com um bom maduro tinto, está visto! Por isso, o cafezinho bem quentinho no fim, rematou esta refeição, como um soneto a "chave de ouro"...!!!



E o resto...continua no meu próximo post  Uma visita a Nª Sª Aparecida, em Lousada (II)

"Mr Paganini", por Ella Fitzgerald

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

"Impúbere" significa...?

in tiagabi.wordpress.com
O adjetivo "impúbere" é uma palavra rara de se ouvir, mas mesmo assim, é sempre bom saber o que significa e saber escrevê-la num contexto adequado. Após várias pesquisas, encontrei algumas explicações: 

  • o mesmo que impubescente, menino, rapaz...in Dicionário de Sinónimos, 2ª edição, Porto Editora
  • im·pú·be·re: adjectivo de dois géneros e substantivo de dois géneros, que ou pessoa que ainda não chegou à puberdade...in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
  • Biologia:
  • 1 -É o nome dado as pessoas que ainda não atingiram a puberdade, ou seja, quando seus órgãos reprodutores não estão aptos a gerar descendentes, pois ainda não atingiram a maturidade biológica necessária.
  • 2 - Desprovido de pêlos pubianos. Direito Jurídico: É o menor que não responde pelos seus atos e que precisa que os pais o façam por ele perante a sociedade civil, ou ainda, na ausência dos mesmos que seja nomeado um tutor ou representante legal.
  • São os menores de idade in http://www.dicionarioinformal.com.br

Penso que  se procurarmos o antónimo de impúbere e a sua etimologia, talvez seja mais fácil percebermos e retermos melhor todas estas definições encontradas:
  • Significado de Púbere adj. :Que se encontra no período de puberdade; pubescente
  • Púbere (Etm. do latim: puber.eris) 
  • Sinônimo de púbere: fecundo, feraz, fértil, frutuário, produtivo, pubescente  
  • Antônimo de púbere: impúbere 
  • Classe gramatical: adjetivo de dois gêneros 
  • Separação das sílabas: pú-be-re 
  • Plural: púberes  in http://www.dicio.com.br/
Não é nada fácil, a Língua Portuguesa! 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Homenagem a Carlos do Carmo

Foi com um “e viva Portugal!”, que Carlos do Carmo terminou o discurso de agradecimento na cerimónia de entrega do Grammy Latino de Carreira, que decorreu esta quarta-feira, no Hollywood MGM Theatre, em Las Vegas, nos Estados Unidos, antecedendo a entrega anual dos Grammy Latinos amanhã, quinta-feira. Antes já tinha repartido o prémio “com o povo da minha terra, com todos os portugueses, que me querem tão bem e a quem eu quero tão bem.” De voz e semblante grave, mas seguro, sem recurso a nenhum papel, Carlos do Carmo discursou durante vários minutos sobre fado, Lisboa, Portugal e o seu já longo percurso artístico. Começou por pedir desculpa, em castelhano, por ir falar em português, antes de agradecer ao presidente e jurados do prémio, dizendo-se “muito surpreendido” pela entrega “inesperada” do mesmo. “Gostava de vos dizer que sou português, um país muito antigo, com características muito particulares e com um povo para o qual dá muito prazer cantar”, disse inicialmente, reforçando que não teria sido possível fazer toda uma carreira, se não tivesse tido o apoio do povo. Depois tratou de falar do fado, referindo que não é a única canção popular de Portugal – “que tem uma música popular muito boa, mas mal conhecida”, afirmou –, mas é talvez aquela que mais prevalece “por motivos históricos”. “É uma canção de paixão”, definiu. “Não é possível cantar o fado sem uma profunda paixão. Sem uma profunda dávida do coração. Fala do amor. Da tristeza. Dos sentimentos. Da vida.” Quando foi apresentado, o cantor viu enaltecido o seu papel difusor, levando o fado a muitas partes do mundo (“aplaudido tanto em França como em Nova Iorque, em Lisboa como no Rio de Janeiro”), e recordados o seu timbre vocal, a presença cénica e a paixão pela sua arte. “Não é apenas um grande artista, é um ícone da música portuguesa”, ouviu-se no Hollywood MGM Theatre, não sendo também esquecido o papel na candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade (a canção foi classificada em 2011 pela UNESCO). A meio do seu discurso, Carlos do Carmo não esqueceu "os grandes poetas portugueses”, “os excelentes compositores” e “os músicos que [o] têm acompanhado ao longo dos anos”, apresentando-os como nucleares na sua carreira. “Estou-lhes muito grato. Foi possível com esta gente pensar o fado, reflectir o fado, estudar o fado. Aprender coisas novas.” E, quase no final, deixou duas recomendações para a assistência: “Visitem o Museu do Fado em Lisboa. E visitem Lisboa, porque é das cidades mais bonitas da Europa", acabando também por nomear o Porto e outras cidades portuguesas como de visita obrigatória, mas com um lugar especial para a sua cidade – “Lisboa tem a luz mais bonita e a canção mais bonita”. Antes de repartir o prémio com os portugueses, Carlos do Carmo não esqueceu a família, agradecendo aos avós, ao pai e à mãe (“uma das maiores fadistas”, recordou), à mulher, aos filhos e aos quatro netos. A entrega do prémio deu-se pelas 18h45, tendo o fadista português sido o primeiro a subir ao palco para receber o Grammy de Carreira. Além de Carlos do Carmo, receberam igualmente o mesmo galardão, por “excelência musical", o brasileiro Ney Matogrosso, os mexicanos, a habitar nos Estados Unidos, Los Lobos, o cubano Willy Chirino, o mexicano César Costa, os espanhóis Duo Dinâmico e a argentina Valeria Lynch. Na mesma cerimónia, receberam o Prémio do Conselho Directivo da Latin Academy of Recording Arts and Sciences os músicos André Midani, da Síria, e Juan Vicente Torrealba, da Venezuela, que foram os dois primeiros agraciados. O Board of Trustees da Latin Academy of Recording Arts and Sciences decidiu, por unanimidade, atribuir a Carlos do Carmo o Lifetime Achievement Award, galardão “que distingue a obra das grandes referências do panorama musical internacional, no universo latino”. O cantor, com uma carreira de 51 anos, e filho de outro grande nome do fado, Lucília do Carmo, torna-se assim o primeiro artista português a receber o prémio de carreira (a soprano Elisabete Matos foi distinguida no universo da música clássica, nos primeiros Grammy Latinos, em 2000). A cerimónia anual de entrega dos Grammy Latinos, nas diferentes categorias, realiza-se esta quinta-feira, a partir das 20h locais (5h de sexta-feira, na hora portuguesa). in http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/"



Valesca Popozuda canta "Beijinho no ombro" (superioridade de alguém em relação a pessoas que a invejam)

O que é uma ODE?

A ODE, numa definição simples, é uma composição poética lírica de assunto elevado, própria para ser cantada.
"Ode é uma composição poética que surgiu na Grécia Antiga, e era cantada e acompanhada pela lira, ou simplesmente liricos. Ode, em grego, significa canto.
Ela se divide em estrofes semelhantes entre si, tanto pelo número como pela medida dos versos, geralmente de quatro versos ou dividida em três partes recorrentes quando coral
Os poetas gregos AlceuSafo e Anacreonte escreveram odes.
Já em Roma, onde era chamada mais comumente de carmem, teve cultores como Catulo e Horácio. No século XIX teve vasta produção na Itália, com Gabriele d'Annunzio; na França, com Victor Hugo; na Espanha, com Manuel José Quintana entre outros.
  1. entre os antigos gregos, poema lírico destinado ao canto.
  2. poema lírico composto de estrofes de versa igual, sempre de tom alegre e entusiástico
Poema lírico de forma complexa e variável, a ode caracteriza-se pelo tom elevado e sublime com que trata determinado assunto. As literaturas ocidentais modernas aproveitaram sobretudo, do ponto de vista da forma, a ode composta por três unidades estróficas, correspondentes, no desenvolvimento da ideia do poema, à estrofe, à antístrofe (cantada pelo coro, originalmente) e ao epodo (conclusão do poema). A ode comportava uma série de esquemas métricos e rítmicos, de acordo com os quais era classificada.
Na música, as odes modernas são compostas mais para solistas e coro orquestra. Foi empregada por autores como HaendelHenry Purcell e Beethoven, que utilizou a Ode à alegria, texto de Schiller, na sua 9° Sinfonia. Também na literatura portuguesa houve escritores e poetas que aderiram a esta forma de escrita tais como Camões, Correia Garção, Cruz e Silva, Fernando Pessoa e, atualmente, Miguel Torga.
http://pt.wikipedia.org/"
                                                                    Ode à Lua
Detém um pouco, Musa, o largo pranto
que Amor te abre do peito;

e vestida de rico e ledo manto,
dêmos honra e respeito
àquela cujo objeito
todo o mundo alumia,
e quando escuro está é mais que o dia.
 
Ó Délia, que, apesar da névoa grossa,
cos teus raios de prata
a escura noite fazes, que não possa
encontrar o que trata,
e o que n’alma retrata,
Amor por teu divino
rosto, por que endoudeço e desatino:

Tu, que de fermosíssimas estrelas
coroas e rodeias
teus cabelos d'argento e faces belas,
e os campos fermoseias
co as rosas que semeias,
co as boninas que gera
o teu celeste amor na Primavera:

Pois, Délia, dos teus céus vendo estás quantos
furtos de puridades,
suspiros, mágoas, ais, músicas, prantos,
as amantes vontades,
üas por saudades,
outras por crus indícios,
fazem das próprias vidas sacrifícios;

vejo teu Endimião por estes montes,
suspenso o Céu, olhando,
e o teu nome, cos olhos feitos fontes,
embalde e em vão chamando,
pedindo e suspirando,
mercês à tua beldade
sem em ti achar üa hora piedade.

Por ti feito pastor de branco armento,
as selvas solitárias
acompanhado só do pensamento,
conversa as alimárias,
de todo amor contrárias,
mas não como ti duras,
onde lamenta e chora desventuras.

Por ti guarda o sitio fresco d'Ílio
suas sombras fermosas;
para ti, Erimanto e o lindo Epilio
as mais purpúreas rosas;
e as drogas cheirosas
deste nosso Oriente
também Arábia Felix eminente.

De que pantera, tigre, ou leopardo
as ásperas entranhas
não temeram o agudo e fero dardo,
quando pelas montanhas
mui remotas e estranhas
ligeira atravessavas,
tão fermosa que Amor de amor matavas?

Das castas virgens sempre os altos gritos,
clara Lucina, ouviste,
renovando lhe a força e os espritos;
mas os daquele triste
já nunca consentiste
ouvi los um momento,
para ser menos grave seu tormento.

Não fujas de mim assi, nem assi te escondas
dum tão fiel amante!
Olha como suspiram estas ondas,
e como o velho Atlante
o seu colo arrogante
move piadosamente,
ouvindo a minha voz fraca e doente.

Triste de mim, que o pior é queixar-me,
pois minhas queixas digo
a quem já ergue as mãos para matar-me,
como a crue imigo;
mas eu meu fado sigo,
que a isto me destina
e isto só pretende e só me ensina.

Quantos dias há que o Céu me desengana,
e eu sempre porfio
cada vez mais na minha teima insana!
Tendo livre alvedrio,
não fujo o desvario;
e este, que em mim vejo,
para esperança minha e meu desejo.

Oh! quanto milhor fora que dormissem
um sono perenal
estes meus olhos tristes, e não vissem
a causa de seu mal
fugir, a tempo tal,
mais que dantes, por teima,
mais cruel que ussa fera, mais que ema.

Ai de mim, que me abraso em fogo vivo,
com mil mortes ao lado,
e, quando mouro mais, então mais vivo!
Porque assi me há ordenado
meu infelice estado
que, quando mais me convida
a morte, para a morte tenha vida.

Minha secreta amiga, mansa noite,
estas rosas (porquanto
ouviste meus queixumes) ora dou te
este fresco adianto,
húmido ainda do pranto
e lágrimas da esposa
do cioso Titã, branca e fermosa. 
Luís Vaz de Camões 
in http://lugardaspalavras.no.sapo.pt

terça-feira, 25 de novembro de 2014

domingo, 23 de novembro de 2014

"Trigo limpo, Farinha Amparo" é uma expressão corrente

Ao investigar o significado da expressão corrente "Trigo limpo, farinha Amparo", encontrei no Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves, a seguinte resposta: "De certeza, coisa garantida".

Também achei interessante uma outra explicação encontrada num Blog: 

"Farinha Amparo é parte integrante dos Portugueses, mesmo aqueles que não comeram nada sabem do seu nome devido ás expressões que originou, usadas para criticar alguém que não é bom a fazer algo.


O produto que ainda alimentou muitos na década de 70 e 80, já existia há muito no panorama Nacional mas ia perdendo aos poucos o lugar nas mesas Portuguesas para outras marcas do mercado e foi ficando na memória mais pelas expressões que ajudou a criar do que pelo sabor. Lembro-me de comer uma ou outra vez pela manhã algo com Farinha Amparo, mas ficaram por aí as minhas lembranças, de resto só mesmo quando ia à pendura num carro e ouvia um "este tirou a carta na Farinha Amparo".

Essa é a expressão mais conhecida, isto porque saíam sempre brindes na Farinha e alguém achou piada e começou a usar isso para denegrir alguém que não fazia algo bem, ou alguém que passava por cima de coisas para obter o que tinha. Outra expressão da Farinha era o "Trigo Limpo Farinha Amparo", para a facilidade com que se conseguia algo (e era mais usada no futebol).

Ou seja um produto que ficou conhecido pelas expressões que originou, apesar de muitos ainda se lembrarem por causa do seu sabor obviamente.
Read more: 


http://aindasoudotempo.blogspot.pt