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segunda-feira, 28 de julho de 2025

Santa Ana: quem foi? O significado do seu nome e homenagem aos pais de Maria no Dia dos Avós

Representação de Sant'Ana com sua filha Maria quando criança
Mãe de Maria
Avó do Menino Jesus
Esposa de São Joaquim
Sant'Ana Guia e Sant'Ana Mestra
Referência: imagem obtida in pt.wikipedia.org


Segundo uma pesquisa que efetuei na pt.wikipedia.org :

Este site de informações relata a vida de Santa Ana (ou Sant'Ana), referindo que esta era esposa de Joaquim e mãe de Maria. Portanto, era a avó materna de Jesus Cristo. 

Tudo isto consta dos apócrifos do Novo Testamento - são mencionados no Evangelho de Tiago, que pensam talvez tenha sido escrito em 150 d.c. e como sendo o mais antigo - mas a verdade é que a Santa não é nomeada nos "Evangelhos Canónicos da Bíblia".

Sant'Ana, após o nascimento da Virgem Maria terá tido mais duas filhas para além de Maria da Nazaré cujos nomes eram Maria Salomé e Maria de Cleofas.

O site faz uma referência interessante ao nome de Sant'Ana, que em hebraico tem o significado de graça. E também refere que a Santa era parente da família do sacerdote Aarão e São Joaquim pertenceu à família real de Davi. Viviam em Jerusalém no local onde hoje está erguida a Basílica de Sant'Ana e a 8 de setembro do ano 20 a.C. nasceu Miriam (Senhora da Luz em hebraico, e Maria ao passar para o latim). 

José e Maria eram primos, pois Jacó era o pai de José.

São João Damasceno, ao escrever sobre o Natal, deixa claro que São Joaquim e Santa Ana são os pais de Maria. ... (...) Tendo sido São Joaquim comemorado, inicialmente, em dia diverso ao de Sant’Ana, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria, mãe de Jesus. (DIA DOS AVÓS).

Sant'Ana está retratada no filme em português The Nativity Story  "Jesus, a História do Nascimento".

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Alice Maia Magalhães (1914-1989) - A minha homenagem

Casa da Torre
imagem encontrada em facebook.com 

Sendo sócia da Acção de Solidariedade Social dos Professores (ASSP), e de que muito me orgulho como professora aposentada (e para onde muito provavelmente irei um dia, se se proporcionar ou lá me quiserem receber), deparei com um artigo de homenagem a esta docente, no Boletim Informativo 234 do 3º trimestre de 2024, página 11.

O seu apoio na implementação da "nossa" Associação (com a devida vénia à autora do artigo - texto de AMM - Ana Maria Morais, atual Presidente do Direção Nacional da ASSP), mostra-nos que Alice Maia Magalhães desempenhou um papel preponderante nesta instituição, uma vez que foi a primeira Presidente da Direção Nacional da ASSP. Foi professora de Ciências Físico-Químicas e neste ano em que se celebram 50 anos do 25 de abril, a ASSP homenageia-a merecidamente.

Trabalhou nos liceus D. João de Castro, Pedro Nunes, Maria Amália Vaz de Carvalho, entre outros...

Opôs-se sempre à ditadura do estado-Novo. Enfrentou o salazarismo e acabou por ser perseguida entre 1949 e 1972, o que levou à sua expulsão como professora,  por motivos políticos. Seria  reeintegrada em 1972, lecionando até 1984, altura em que se aposentou, mas continuou a intervir como cidadã apaixonada pela sua profissão. 

Era solteira e adotou várias crianças, acabando por participar na constituição da ASSP.

A Dra Alice Bravo Torres Maia Magalhães legou à ASSP a  CASA DA TORRE (ao serviço das diversas delegações da ASSP), em Sobrosa, uma vila considerada histórica, do Concelho de Paredes. Ali se realizam encontros entre professores, seminários, entre outras atividades (assp.pt)


Casa da Torre, Sobrosa (preços atualizados para 2024)
Casa da Torre, em Sobrosa
imagem encontrada em booking.com

REFERÊNCIA: 

Partilhei aqui passagens do post do blog da autoria de João Esteves, silenciosememorias.blogspot.com de 06.09.2014, onde me baseei para certas passagens que resumi sobre a vida desta tão nobre senhora (para além do Boletim Informativo da ASSP que referi no 1º parágrafo). 

domingo, 7 de julho de 2024

Mestre Manuel Cargaleiro (1927-2024)



Caras | Morreu Manuel Cargaleiro
imagem obtida in caras.pt


Visão | Manuel Cargaleiro: Governo anuncia dia de luto nacional
imagem obtida in visao.pt


Este post é uma homenagem ao célebre pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, que nasceu em Vila Velha de Ródão, em 1927 e faleceu recentemente, a 30 de junho, em Castelo Branco.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Homenagem a Fausto - poeta, cantor e compositor português

Fausto

- lembra-me um sonho lindo 
- foi por ela 
- ao longo de um claro rio de água doce 
(letra)



Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias[1] OL (Oceano Atlântico), registado em Vila Franca das Naves, 26 de novembro de 1948Lisboa, 1 de julho de 2024[2]) foi um compositor e cantor português.

Biografia

Embora nascido a bordo do navio Pátria,[3][4][5] em viagem entre Portugal e Angola, Fausto Bordalo Dias foi registado em Vila Franca das Naves, Trancoso. Foi na antiga província ultramarina portuguesa que formou a sua primeira banda, Os Rebeldes. À musicalidade da sua origem beirã,

assimilou os ritmos africanos.[6]


Aos 20 anos, em Lisboa, onde se instalou a fim de prosseguir os estudos — concluiu a licenciatura em Ciências Políticas e Sociais, no então denominado Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, atual ISCSP.[6]

Em 1969 lançou o primeiro EP, Fausto, com o qual venceu no mesmo ano o Prémio Revelação da Rádio Renascença.[6]

No âmbito do movimento associativo em Lisboa, aproximou-se de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio.[7]

Em maio de 1974 foi um dos fundadores do GAC, juntamente com José Mário Branco, Afonso Dias e Tino Flores.[6]

Em 1978 colaborou com Sérgio Godinho e José Mário Branco na banda-sonora do filme 

No dia 8 de julho de 1997, em Belém, ofereceu um dos seus mais marcantes concertos, celebrando os 500 anos da partida de Vasco da Gama para a Índia, no mesmo dia em 1497, a convite da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.[9]

Em 2009 juntou-se novamente a Sérgio Godinho e José Mário Branco para o espectáculo Três cantos ao vivo, um evento de grande destaque cultural que resultou no lançamento de um álbum ao vivo.[10][11]

Autor de 12 discos, gravados entre 1970 e 2011 (dez de originais, uma compilação regravada e um disco ao vivo), é presentemente um importante nome da música portuguesa e da música popular em particular. A sua obra tem sido revisitada por nomes como, entre outros, Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Pedro Moutinho, Teresa Salgueiro, Cristina Branco, Marco Oliveira ou Ana Moura.[12][13][7]

O seu último álbum, Em busca das montanhas azuis, foi lançado em 2011 e conta com arranjos musicais de José Mário Branco em quatro faixas.[14]

Em março de 2023 foi realizada uma homenagem de Filipe Sambado, Surma e Primeira-Dama a Fausto, na segunda semifinal da 57ª edição do Festival RTP da Canção. Foram interpretadas as canções "O barco vai de saída", "Como um sonho acordado", "A guerra é a guerra", "O cortejo dos penitentes" e "Lembra-me um sonho lindo".[15][16][17]

Morreu a 1 de julho de 2024, aos 75 anos, em Lisboa, vítima de doença prolongada.[2][18]

Fausto e Amélia Muge, no Chapitô(Lisboa), em 2010

Entre a sua discografia encontram-se:[6]Fausto e Amélia Muge, no Chapitô(Lisboa), em 2010
Álbuns de originais
Fausto (1970)
Singles e EPsFausto (1º EP, 1969)
Guerra do Mirandum (Single, 1984)
ColetâneasO Melhor dos Melhores (1994)
Grande Grande É a Viagem (ao vivo) (1999)
Álbuns em colaboraçãoCantigas De Ida E Volta (1975), em conjunto com Sérgio Godinho, Vitorino e Sheila Charlesworth
Prémios e condecorações1969 — Prémio Revelação, atribuído pela Rádio Renascença [3][6]
1994 — Oficial da Ordem da Liberdade (9 de Junho)[20]
2012 — Melhor Álbum — Prémios Autores da Sociedade Portuguesa de Autores, "Em Busca das Montanhas Azuis"[21]
2012 — Melhor Canção — Prémios Autores da Sociedade Portuguesa de Autores, "E Fomos pela Água do Rio"[21]

Referências

«Lista de associados da Audiogest» (PDF). Actividades Culturais / Ministério da Cultura. 25 de Julho de 2007. Consultado em 3 de Janeiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 24 de dezembro de 2013
Ir para: a b «Morreu Fausto, trovador-mor da canção portuguesa». Jornal de Notícias. 1 de julho de 2024
Ir para: a b Ribeiro, A. J. P. (2017). pareSeres da terra e a música popular portuguesa no Conservatório do Vale do Sousa. Revista Vórtex, 5(3), 1-20.
«Poema da Semana - Fausto Bordalo Dias». cvc.instituto-camoes.pt. Consultado em 1 de julho de 2024
«O fado». O fado. Consultado em 1 de julho de 2024
Ir para: a b c d e f «Fausto (músico)». Infopédia. Consultado em 26 de Novembro de 2013
Ir para: a b «Fausto Bordalo Dias – Meloteca». www.meloteca.com. Consultado em 13 de março de 2023
«A Confederação | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 13 de março de 2023
«Poeta da música - Biografia». fausto.blogtok.com. Consultado em 1 de julho de 2024
«Três Cantos ao vivo | Arquivo José Mário Branco». arquivojosemariobranco.fcsh.unl.pt. Consultado em 13 de março de 2023
«Sérgio Godinho, José Mário Branco e Fausto lançam «Três Cantos Ao Vivo»». CNN Portugal. Consultado em 13 de março de 2023
«Fausto Bordalo Dias». centraldeartistas.pt. Consultado em 13 de março de 2023
Monteiro, Ana Cáceres (21 de agosto de 2021). «Fausto Bordalo Dias: O homem que canta o mar nasceu no Oceano Atlântico | O Jornal Económico». jornaleconomico.pt. Consultado em 13 de março de 2023
«Fausto as montanhas azuis do sonho de descobrir mundos». PÚBLICO. Consultado em 13 de março de 2023
«Festival da Canção 2023: todas as canções apuradas para a final». Expresso. Consultado em 13 de março de 2023
«Inês Apenas e Dapunksportif juntam-se a Churky na final do Festival da Canção». Jornal de Leiria. Consultado em 13 de março de 2023
Matias, Bernardo (5 de março de 2023). «Apurados os últimos seis finalistas do Festival da Canção 2023». e-FestivalPT. Consultado em 13 de março de 2023
Lopes, Mário (1 de julho de 2024). «Morreu Fausto Bordalo Dias, o genial alquimista da música portuguesa». PÚBLICO. Consultado em 1 de julho de 2024
«Amadora Prémio José Afonso – Musorbis». www.musorbis.com. Consultado em 13 de março de 2023
«Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Fausto Bordalo Dias". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 15 de abril de 2015
Ir para: a b Coelho, Pedro Miguel (28 de fevereiro de 2012). «Vencedores do Prémio Autores da SPA». Espalha-Factos. Consultado em 1 de julho de 2024
«Fausto Bordalo Dias distinguido com Prémio Carreira pelo Festival Cantar Abril». SAPO Mag. Consultado em 3 de junho de 2018

Pesquisa encontrada em : https://pt.wikipedia.org/wiki/Fausto_Bordalo_Dias

quarta-feira, 12 de junho de 2024

"Adieu, Françoise Hardy! Mon hommage à toi". Sa vídeo la plus célèbre et les paroles de "Tous les garçons et les filles"!


French Singer, Actress, and Model Françoise Hardy Dead at 80
image in vulture.com

Paroles de cette chanson 
(Letra desta canção)
Tous les garçons et les filles de mon âge
Se promènent dans la rue deux par deux
Tous les garçons et les filles de mon âge
Savent bien ce que c'est d'être heureux
Et les yeux dans les yeux et la main dans la main
Ils s'en vont amoureux sans peur du lendemain
Oui mais moi, je vais seule par les rues, l'âme en peine
Oui mais moi, je vais seule, car personne ne m'aime
Mes jours comme mes nuits sont en tous points pareils
Sans joies et pleins d'ennuis
Personne ne murmure "je t'aime" à mon oreille
Tous les garçons et les filles de mon âge
Font ensemble des projets d'avenir
Tous les garçons et les filles de mon âge
Savent très bien ce qu'aimer veut dire
Et les yeux dans les yeux et la main dans la main
Ils s'en vont amoureux sans peur du lendemain
Oui mais moi, je vais seule par les rues, l'âme en peine
Oui mais moi, je vais seule, car personne ne m'aime
Mes jours comme mes nuits sont en tous points pareils
Sans joies et pleins d'ennuis, oh
Quand donc pour moi brillera le soleil?
Comme les garçons et les filles de mon âge
Connaîtrais-je bientôt ce qu'est l'amour?
Comme les garçons et les filles de mon âge
Je me demande quand viendra le jour
Où les yeux dans ses yeux et la main dans sa main
J'aurai le cœur heureux sans peur du lendemain
Le jour où je n'aurai plus du tout l'âme en peine
Le jour où moi aussi j'aurai quelqu'un qui m'aime


Traduzir para português
Fonte: Musixmatch
Compositores: Francoise Madeleine Hardy / Roger Gustave Samyn
Letras de Tous Les Garçons Et Les Filles © Editions Musicales Alpha, Editions Musicales Alpha

sexta-feira, 2 de junho de 2023

A Fundação Calouste Gulbenkian presta homenagem a Paula Rego


Como um anjo que vinga e que perdoa | PÚBLICO
imagem obtida in publico.pt
(ANJO)


Turkish Bath [O Banho Turco] - Centro de Arte Moderna
imagem obtida in gulbenkian.pt
Turkish Bath (O Banho Turco)
Centro de Arte Moderna

Com a devida vénia, partilho aqui o momento importante de cultura que a Fundação Calouste Gulbenkian se prepara para apresentar:

EXPOSIÇÃO


8 jun a 24 jul, Zona de Congressos, Entrada livre

A Fundação Gulbenkian homenageia Paula Rego, no primeiro aniversário da sua morte, expondo duas das suas aquisições mais recentes: Anjo e O Banho Turco. Estas pinturas, que vão ficar no espaço público da Fundação, vêm enriquecer o núcleo do CAM dedicado à artista, que conta já com 37 obras, fazendo da Fundação Gulbenkian a instituição privada com a maior e a mais significativa coleção de obras de Paula Rego.

08 jun – 24 jul 2023 10:00 – 18:00 

Local
Zona de Congressos

Fundação Calouste Gulbenkian

Preço
BILHETE  Entrada Livre 
O CAM homenageia uma das artistas portuguesas com maior reconhecimento internacional mostrando duas das aquisições mais recentes – «Angel» e «Turkish Bath».

No primeiro aniversário da morte de Paula Rego (8 de junho de 2022), o CAM homenageia uma das artistas portuguesas com maior reconhecimento internacional: duas das aquisições mais recentes – Angel [Anjo] e Turkish Bath [O Banho Turco] – são mostradas na zona de congressos da Fundação Calouste Gulbenkian. A aquisição destas duas obras faz da Fundação Gulbenkian a instituição privada com a maior e mais significante coleção de obras da artista, reunindo 37 peças, que incluem pintura, desenho e gravura.

TEXTOS DOS CURADORES / ARTISTAS

FONTE: in gulbenkian.pt

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Festeja-se hoje o Dia Mundial da Criança

Especial Dia da Criança - RTP Ensina
imagem obtida in dia da criança rtp ensina

É com a devida vénia que transcrevo de dia da criança rtp ensina (pesquisa google in google.com)

Portugal celebra o Dia da Criança em 1 de junho. Outros países celebram este dia em 20 de novembro, data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) por ser o aniversário da aprovação da Declaração dos Direitos das Crianças (1959) e a Convenção dos Direitos das Crianças (1989).

As datas da comemoração podem variar, mas o objetivo é o mesmo: promover os direitos e o bem-estar de todas as crianças, onde quer que estejam. Para marcar este dia, o ENSINA sugere alguns conteúdos para os mais novos despertarem a sua curiosidade e aprenderem de forma lúdica. A escolha é sua, basta clicar no título!

duArte

O duArte é mudo, mas fala com o corpo, com as formas geométricas. Passeia-se num museu, que considera seu, e visita e apresenta uma obra de arte em cada viagem que faz.

Pulga atrás da Orelha

A Pulga é um programa de animação que procura responder a questões de temas tão diversos com ciência, história ou cidadania, num minuto.

Mãos à Obra

Aprende a pintar, desenhar e construir com esta série do Zig Zag.

Histórias do Lucas

O Lucas e os seus amigos, Cometa, Vasco e Violeta, vivem algumas histórias que ajudam a descobrir o mundo e como os outros podem ser tão importantes como eles mesmos. O ensino da cidadania para os mais novos.

TEMAS
ARTES
CIÊNCIAS NATURAIS
CIDADANIA
DIREITOS HUMANOS

TÓPICOS
Dia da Criança


FONTE: RTP ensina - especial dia da criança

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Homenagem ao Papa Emérito, Bento XVI!

A biografia de Bento XVI - Vatican News
imagem obtida in vaticannews.va
(Joseph Ratzinger)

Após alguma pesquisa efetuada, encontrei a Biografia do Papa Emérito, Bento XVI, "que nos deixou" há dias.  

Tomo a liberdade de a partilhar neste espaço, para melhor conhecimento do que foi a vida e a obra exemplares de um homem extraordinário, que dedicou toda a sua vida à Igreja.  

BIOGRAFIA 
DE SUA SANTIDADE

BENTO XVIJoseph Ratzinger nomeado Cardeal em 1977 e Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé em 1981, Decano do Colégio Cardinalício desde 2002 nasceu em Marktl am Inn, no território da Diocese de Passau (Alemanha), a 16 de Abril de 1927. 

Seu pai era um comissário de polícia e provinha de uma família de agricultores da Baixa Baviera, cujas condições económicas eram bastante modestas. A mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar tinha trabalhado como cozinheira em vários hotéis. 

Transcorreu a sua infância e a sua adolescência em Traunstein, uma pequena cidade perto da fronteira com a Áustria, a cerca de trinta quilómetros de Salisburgo. Recebeu neste contexto, que ele mesmo definiu "mozartiano", a sua formação cristã, humana e cultural. 

O tempo da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família preparou-o para a dura experiência dos problemas relacionados com o regime nazista: ele recordou ter visto o seu pároco açoitado pelos nazistas antes da celebração da Santa Missa e de ter conhecido o clima de grande hostilidade em relação à Igreja católica na Alemanha. 

Mas precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo e foi fundamental o papel da sua família que continuou sempre a viver um testemunho cristalino de bondade e de esperança radicada na pertença consciente à Igreja. 

Quase no final da tragédia da Segunda Guerra Mundial também foi alistado nos serviços auxiliares anti-aéreos. 

De 1946 a 1951 estudou filosofia e teologia na Escola superior de filosofia e teologia de Frisinga e na Universidade de Munique. 

Em 29 de Junho de 1951 foi ordenado sacerdote. 

Um ano mais tarde, Pe. Joseph Ratzinger iniciou a sua actividade didáctica na mesma Escola de Frisinga onde tinha sido estudante. 

Em 1953 formou-se em teologia com uma dissertação sobre o tema: "Povo e Casa de Deus na Doutrina da Igreja de Santo Agostinho". 

Em 1957 fez a livre docência com o conhecido professor de teologia fundamental de Munique, Gottlieb Söhngen, com um trabalho sobre: "A teologia da história de São Boaventura". 

Depois de um cargo de dogmática e de teologia fundamental na Escola superior de Frisinga, prosseguiu a sua actividade de ensino em Bonn (1959-1969), em Monastério (1963-1966) e em Tubinga (1966-1969). A partir de 1969 foi professor de dogmática e de história dos dogmas na Universidade de Ratisbona, onde desempenhou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade. 
A sua intensa actividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos no âmbito da Conferência Episcopal Alemã, na Comissão Teológica Internacional. 

Entre as suas publicações, numerosas e qualificadas, teve particular eco a "Introdução ao cristianismo" (1968), uma colectânea de lições universitárias sobre a "profissão de fé apostólica" 
Em 1973, foi publicado o volume: "Dogma e Revelação", que reúne os ensaios, as meditações e as homilias dedicadas à pastoral. 

Teve grande ressonância a sua conferência pronunciada na Academia Católica da Baviera sobre o tema: "Por que é que eu ainda estou na Igreja?". Nesta ocasião declarou com a sua habitual clareza: "Só na Igreja é possível ser cristãos e não ao lado da Igreja". 

A série numerosa de publicações continuou abundante e pontual ao longo dos anos, constituindo um ponto de referência para tantas pessoas e sobretudo para quantos estão comprometidos no estudo aprofundado da teologia. Basta pensar, por exemplo, no volume "Relatório sobre a fé" de 1985 e no volume "O sal da terra" de 1996. Deve ser recordado também o livro "Na escola da Verdade", impresso por ocasião do seu septuagésimo aniversário. 

De grande valor, central na vida do Pastor Ratzinger, foi a experiência proveitosa da sua participação no Concílio Vaticano II, nas vestes de "perito", experiência que ele viveu também como confirmação da própria vocação por ele mesmo definida "teológica". 

A 25 de Março de 1977 o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Monastério e Frisinga. 

Recebeu a ordenação episcopal no dia 28 de Maio do mesmo ano: foi o primeiro sacerdote diocesano que assumiu, depois de oitenta anos, o governo pastoral da grande Diocese da Baviera. Escolheu como mote episcopal: "Colaboradores da Verdade". 

O Papa Montini criou-o e publicou-o Cardeal, do Título de Santa Maria Consoladora no Tiburtino, no Consistório de 27 de Junho de 1977. 

Foi Relator na Quinta Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos (1980) sobre o tema da Família cristã no mundo contemporâneo. Naquela ocasião, na sua primeira Relação, desenvolveu uma análise ampla e pormenorizada sobre a situação da família no mundo, realçando a este propósito a crise da cultura tradicional diante da mentalidade tecnicista e meramente racional. Ao lado dos aspectos negativos, não deixou de evidenciar a redescoberta do verdadeiro personalismo cristão como fermento que fecunda a experiência conjugal de muitos casais, e exortou também a uma correcta avaliação do papel da mulher, que deve ser incluída entre as questões fundamentais na reflexão sobre o matrimónio e a família. Na segunda parte da Relação, dedicada ao desígnio de Deus sobre as famílias de hoje, recordou sobretudo que a masculinidade e a feminilidade são expressão da comunhão das pessoas como sinal original do dom de amor do Criador. Portanto realçava o amor do homem e da mulher não é privado, nem profano, nem meramente biológico, mas algo de sagrado que introduz num "estado", numa nova forma de vida, permanente e responsável. O matrimónio e a família recordou com veemência precedem de qualquer maneira o Estado e ele deve respeitar o direito próprio do matrimónio e da família e o seu íntimo mistério. Na terceira parte o Purpurado enfrentou os problemas pastorais ligados à família: da construção de uma comunidade de pessoas ao da geração da vida, da tarefa educativa à necessidade da preparação dos jovens para o matrimónio e para a vida familiar, das tarefas sociais às culturais e morais. A família, concluía, pode testemunhar ao mundo uma nova humanidade face ao domínio do materialismo, do hedonismo e da permissividade. 

Foi Presidente Delegado da Sexta Assembleia (1983) que teve por tema a reconciliação e a penitência na missão da Igreja. Na sua intervenção nos trabalhos repetiu as normas pastorais promulgadas pela Congregação para a Doutrina da Fé que dizem respeito ao Sacramento da Reconciliação e aprofundou, em particular, as questões ligadas a dois interrogativos que surgiram várias vezes durante os trabalhos nas assembleias: o relativo à obrigação de confessar os pecados graves já absolvidos durante a absolvição geral e o concernente à confissão pessoal como elemento essencial do Sacramento. 

A sua palavra ofereceu um contributo fundamental de reflexão e de confronto para o desenvolvimento de todos os Sínodos dos Bispos. 

A 25 de Novembro de 1981 João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Foi também Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional. A 15 de Fevereiro de 1982 renunciou ao governo pastoral da Arquidiocese de Monastério e Frisinga. 

O seu serviço como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé foi incansável e é quase impossível enumerar o seu trabalho no espaço de uma biografia. A sua obra como Colaborador de João Paulo II foi contínua e preciosa. 

Entre os numerosos pontos firmes da sua obra, destacamos o papel de Presidente da Comissão para a Preparação do Catecismo da Igreja Católica. 

A 5 de Abril de 1993 foi chamado a fazer parte da Ordem dos Bispos e tomou posse do Título da Igreja Suburbicária de Velletri-Segni. 

No dia 6 de Novembro de 1998 foi nomeado Vice-Decano do Colégio Cardinalício e a 30 de Novembro de 2002 tornou-se Decano: tomou posse do Título da Igreja Suburbicária de Ostia. 

Até à eleição para a Cátedra de Pedro foi Membro do Conselho da II Sessão da Secretaria de Estado; das Congregações para as Igrejas Orientais, do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização, para a Educação Católica; do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; da Pontifícia Comissão para a América Latina e da Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei". 

Por ocasião do seu cinquentenário de ordenação sacerdotal, João Paulo II enviou-lhe uma mensagem na qual, referindo-se à coincidência do seu jubileu com a solenidade litúrgica dos Santos Pedro e Paulo, com palavras de certa forma "proféticas" lhe recordava que "em Pedro ressalta o princípio de unidade, fundado na fé firme como a rocha do Príncipe dos Apóstolos; em Paulo a exigência intrínseca do Evangelho de chamar cada homem e cada povo à obediência da fé. Estas duas dimensões conjugam-se no testemunho comum de santidade, que cimentou a generosa dedicação dos dois apóstolos ao serviço da imaculada Esposa de Deus. Como não ver nestas duas componentes perguntava João Paulo II também as coordenadas fundamentais do caminho que a Providência dispôs para Si, Senhor Cardeal, chamando-o ao Sacerdócio?". 

A ele foram confiadas as meditações da Via-Sacra de 2005 celebrada no Coliseu. Nesta inesquecível Sexta-Feira Santa, João Paulo II, estreitando a si o Crucifixo, num "ícone" comovedor de sofrimento, ouviu em silencioso recolhimento as palavras daquele que iria ser o seu Sucessor na Cátedra de Pedro. Significativamente, o leitmotiv da Via-Sacra foi a palavra pronunciada por Jesus no Domingo de Ramos, com a qual imediatamente depois da sua entrada em Jerusalém responde à pergunta de alguns gregos que o queriam ver: "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, permanece só; ao contrário, se morrer, dá muito fruto" (Jo 12, 24). Com estas palavras o Senhor ofereceu uma interpretação "eucarística" e "sacramental" da sua Paixão. Mostra-nos foi a sua reflexão que a Via-Sacra não é simplesmente uma cadeia de sofrimento, de coisas nefastas, mas um mistério: é precisamente este processo no qual o grão de trigo ao cair na terra dá fruto. Por outras palavras, mostra-nos que a Paixão é uma oferenda de si mesmo e este sacrifício dá fruto e torna-se por conseguinte um dom para todos. 

As suas reflexões que ressoaram na noite de Sexta-feira Santa no cenário sugestivo do Coliseu permaneceram impressas nas consciências dos homens. "Não podemos deixar de pensar foi o seu vibrante convite na meditação da nona estação em quanto sofre Cristo pela sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do santo sacramento da sua presença, em que vazio e maldade de coração muitas vezes ele entra! Quantas vezes celebramos apenas nós próprios sem nos apercebermos dele! Quantas vezes a sua palavra é deturpada e abusada! Quanta pouca fé há em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujidade há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta autosuficiência!".

"Senhor é a oração que surge do seu coração muitas vezes a tua Igreja parece-nos uma barca na qual entra água por todos os lados. E também no teu campo de grão vemos mais erva daninha do que grão... A veste e o rosto tão sujos da tua Igreja desconcertam-nos. Mas somos nós quem os sujamos! Somos nós que te traímos todas as vezes, depois de todas as nossas grandes palavras, os nossos grandes gestos. Tem piedade da tua Igreja... Levantaste-te, ressuscitaste e podes levantar-nos a nós também. Salva e santifica a tua Igreja. Salva e santifica todos nós". 

Só vinte e quatro horas depois da morte de João Paulo II, recebendo em Subiaco o "Prémio São Bento" promovido pela Fundação sublacense "Vida e Família", recordou com palavras hoje particularmente eloquentes: "Precisamos de homens como Bento de Nórcia, que num tempo de dissipação e de decadência, se imergiu na solidão mais extrema, conseguindo, depois de todas as purificações que teve que sofrer, alcançar a luz. Voltou e fundou Montecassino, a cidade sobre o monte que, com tantas ruínas, reuniu as forças com as quais se formou um mundo novo. Assim Bento, como Abraão, tornou-se pai de muitos povos". 

Na sexta-feira, 8 de Abril, ele como Decano do Colégio Cardinalício presidiu à Santa Missa das exéquias de João Paulo II na Praça de São Pedro. A sua homilia, podemos dizê-lo, expressou a grande fidelidade ao Papa e à sua própria missão. ""Segue-me", diz o Senhor ressuscitado a Pedro, como sua última palavra a este discípulo, escolhido para apascentar as suas ovelhas. "Segue-me" esta palavra lapidária de Cristo pode ser considerada a chave para compreender a mensagem que vem da vida do nosso amado Papa João Paulo II, cujos despojos mortais depomos hoje na terra como semente de imortalidade o coração cheio de tristeza, mas também de jubilosa esperança e de profunda gratidão". 

"Segue-me!", foi a palavra-chave, a ideia-guia da homilia que o Cardeal Ratzinger dirigiu ao mundo inteiro durante as exéquias do Santo Padre. Uma palavra que narra a missão de João Paulo II e ao mesmo tempo uma exortação que alcança todas as pessoas. 

"Segue-me!". Juntamente com o mandamento de apascentar o seu rebanho, Cristo anunciou a Pedro o seu martírio são as palavras urgentes do Cardeal Ratzinger na sua vibrante e comovida homilia exequial. Com esta palavra que constitui ao mesmo tempo a conclusão e o resumo do diálogo sobre o amor e o mandato de pastor universal, o Senhor recorda outro diálogo, feito no contexto da última ceia. Aqui Jesus dissera: "Para onde eu vou, vós não podeis ir". Pedro pergunta: "Senhor, para onde vais?". Jesus responde: "Para onde eu vou agora, por enquanto tu não podes ir; seguir-me-ás mais tarde" (Jo 13, 33.36). Da ceia, Jesus vai para a cruz, vai para a ressurreição entra no mistério pascal; Pedro, ainda não o pode seguir. Agora depois da ressurreição chegou esse momento, esse "mais tarde". Apascentando o rebanho de Cristo, Pedro entra no mistério pascal, encaminha-se para a cruz e para a ressurreição. O Senhor diz isto com as seguintes palavras: "... quando eras mais jovem... ias para onde querias, mas quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te há-de cingir as vestes e levar-te para onde tu não queres" (Jo 21, 18). No primeiro período do seu Pontificado o Santo Padre, ainda jovem e cheio de forças, sob a guia de Cristo ia até aos confins do mundo. Mas depois entrou cada vez mais na comunhão dos sofrimentos de Cristo, compreendeu cada vez mais a verdade das palavras: "Outro cingir-te-á...". Foi precisamente nesta comunhão com o Senhor sofredor que incansavelmente e com renovada intensidade anunciou o Evangelho, o mistério do amor que vai até ao fim (cf. Jo 13, 1)". 
"Ele afirmou o Cardeal Ratzinger interpretou para nós o mistério pascal como mistério da misericórdia divina... O Papa sofreu e amou em comunhão com Cristo e por isso a mensagem do seu sofrimento e do seu silêncio foi tão eloquente e fecunda". E concluiu da seguinte forma, com palavras que constituem uma "síntese" do Pontificado de João Paulo II mas também da sua própria missão de fiel, directo e estreito Colaborador do Papa desde 1981 como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé: "Divina Misericórdia: o Santo Padre encontrou o reflexo mais puro da misericórdia de Deus na Mãe de Deus. Ele, que perdera a sua mãe quando ainda era criança, amou tanto a Mãe divina. Sentiu as palavras do Senhor crucificado como se fossem ditas pessoalmente a ele: "Eis a tua mãe!". E fez como o discípulo predilecto: acolheu-a no íntimo do seu ser Totus tuus. E da mãe aprendeu a conformar-se com Cristo. Permanece inesquecível para todos nós como neste último domingo de Páscoa da sua vida, o Santo Padre, marcado pelo sofrimento, se apresentou mais uma vez à janela do Palácio Apostólico e pela última vez deu a bênção "Urbi et Orbi". Podemos ter a certeza de que o nosso amado Papa agora está à janela da casa do Pai, nos vê e nos abençoa. Sim, abençoa-nos Santo Padre. Nós confiamos a tua querida alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou todos os dias e agora te guiará à glória eterna do Seu filho, Jesus Cristo nosso Senhor". 

Na vigília da sua eleição para o Sólio Pontifício, na manhã de segunda-feira, 18 de Abril, na Basílica Vaticana, celebrou a Santa Missa "pro eligendo Romano Pontefice" com os Cardeais eleitores, poucas horas antes do início do Conclave que o teria eleito. "Nesta hora de grande responsabilidade exortou na homilia escutemos com particular atenção o que o Senhor nos diz". Referindo-se às leituras da Liturgia, recordou que "a misericórdia divina põe um limite ao mal. Jesus Cristo é a misericórdia divina em pessoa: encontrar Cristo significa encontrar a misericórdia de Deus. O mandamento de Cristo tornou-se mandamento nosso através da unção sacerdotal; somos chamados a promulgar não só com palavras mas com a vida, e com os sinais eficazes dos sacramentos, "o ano de misericórdia do Senhor"". "A misericórdia de Cristo realçou não é uma graça a bom preço, não supõe a banalização do mal. Cristo leva no seu corpo e na sua alma todo o peso do mal, toda a sua força destruidora. Ele queima e transforma o mal no sofrimento, no fogo do seu amor sofredor". "Quanto mais formos tocados pela misericórdia do Senhor acrescentou tanto mais entramos em solidariedade com o seu sofrimento, tornamo-nos disponíveis para completar na nossa carne "o que falta aos padecimentos de Cristo"". 

"Não deveríamos permanecer crianças na fé, em estado de menoridade. Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas de pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos não raramente foi agitada por estas ondas, lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem; do colectivismo ao individualismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Todos os dias surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo sobre o engano dos homens, sobre a astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara segundo o Credo da Igreja, é com frequência classificado de fundamentalismo.

Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar "aqui e além por qualquer vento de doutrina", parece ser a única atitude ao nível dos tempos de hoje. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida só o próprio eu e as suas vontades. Nós, ao contrário, temos outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. É ele a medida do verdadeiro humanismo. "Adulta" não é uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade. Esta fé adulta devemos amadurecê-la, para esta fé devemos guiar o rebanho de Cristo". "O nosso ministério recordou ao concluir é um dom de Cristo aos homens, para construir o seu corpo, o novo mundo. Vivemos o nosso ministério assim, como dom de Cristo aos homens! Mas nesta hora, sobretudo, rezamos com insistência ao Senhor, para que depois do grande dom do Papa João Paulo II, nos conceda de novo um pastor segundo o seu coração, um pastor que nos guie ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à alegria verdadeira". 

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Fonte: vatican.va

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Adriano Moreira, o Professor que nos deixa uma enorme saudade...



Morreu Adriano Moreira aos 100 anos, o homem e o político dividido entre dois regimes

Adriano Moreira, ministro do Ultramar no período da ditadura, antigo presidente do CDS em democracia e antigo conselheiro de estado, morreu este domingo aos 100 anos, avança o Diário de Notícias. Foi o político com a maior longevidade da história democrática portuguesa. 

A informação da morte de Adriano Moreira é adiantada pelo Diário de Notícias, que cita fontes familiares. Esta informação foi confirmada pela agência Lusa junto a uma fonte do CDS.

Condecorado pelo Presidente da República em junho com a Grã-Cruz da Ordem de Camões, Adriano Moreira cumpriu 100 anos de idade a 6 de setembro, tendo a data sido marcada com um celebração que juntou família e figuras políticas.

Adriano Moreira destacou-se não só como estadista e político, mas também como professor universitário e pensador em matérias de Relações Internacionais e de Educação. Ex-membro do Conselho de Estado indicado pelo CDS-PP, Adriano Moreira teve um percurso académico e político dividido entre dois regimes, tendo sido ministro do Ultramar no Estado Novo, de 1961 a 1963, e presidente do Centro Democrático e Social (CDS) em democracia, de 1986 a 1988.

Professor universitário com dezenas de obras publicadas, fortemente ligado ao atual Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), que dirigiu e ajudou a reformar antes do 25 de Abril, foi também deputado, entre 1980 e 1995, e vice-presidente da Assembleia da República no seu último mandato parlamentar.

"A minha vida foi a escola, sobretudo. A intervenção política foi mais por obrigação cívica", afirmou Adriano Moreira, numa entrevista à agência Lusa, em 2012.

Adriano José Alves Moreira nasceu em Grijó, Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, em 06 de setembro de 1922, filho de António José Moreira, que foi subchefe da Polícia de Segurança Pública (PSP) no porto de Lisboa, e de Leopoldina do Céu Alves.Em Lisboa, morou em Campolide, estudou no Liceu Passos Manuel e licenciou-se em Ciências Histórico-Jurídicas pela Faculdade de Direito de Lisboa, em 1944. Recém-formado, começou a exercer a advocacia e o seu envolvimento num processo contra o então ministro da Guerra, Fernando dos Santos Costa, valeu-lhe uma detenção.

No Aljube, de onde foi libertado passados cerca de dois meses, conheceu Mário Soares: "Até então, só o conhecia de nome. Era um jovem que muita gente apreciava, porque tinha uma certa alegria e também porque era muito determinado e consistente para a idade. Mas defendíamos posições inteiramente contrárias", relatou, citado pela Visão, em 1995.

Entretanto, ingressou no corpo docente da antiga Escola Superior Colonial, que passaria a Instituto Superior de Estudos Ultramarinos - o atual ISCSP, pelo qual se doutorou, assim como pela Universidade Complutense de Madrid - e que, com a sua intervenção, seria integrado na Universidade Técnica de Lisboa.

A sua tese "O Problema Prisional do Ultramar", editada em 1954, foi premiada pela Academia das Ciências de Lisboa. Entre 1957 e 1959, Adriano Moreira fez parte da delegação portuguesa às Nações Unidas: "Aí pude ouvir pela primeira vez em liberdade as vozes dos povos que eram tratados como mudos ou como dispensáveis. E isso mais avivou a minha ideia de que tínhamos de transformar completamente o ensino".

António de Oliveira Salazar chamou-o então para o Governo, primeiro para subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, em 1960, e depois para ministro do Ultramar, em 1961. Estalavam as primeiras revoltas em Angola contra a colonização portuguesa.Segundo o próprio Adriano Moreira, Salazar convidou-o para que pusesse em prática um conjunto de reformas de que falava nas suas aulas, mas posteriormente pediu-lhe para mudar de política e a sua resposta foi: "Vossa excelência acaba de mudar de ministro".

"Fui ministro de Salazar, mas fui o ministro que fui: revoguei o Estatuto do Indigenato e aboli as culturas obrigatórias nas colónias", disse ao Expresso, em 1983.

Quando deixou o Governo, em 1963, voltou ao ensino e casou-se em 1968 com Mónica Isabel Lima Mayer, com quem teve seis filhos, António, Mónica, Nuno, Isabel, João e Teresa. Foi presidente da Sociedade de Geografia.

Após o 25 de Abril de 1974, foi saneado das funções oficiais e esteve exilado no Brasil, onde foi professor na Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Em 1980, regressou à política ativa, como candidato a deputado nas listas da Aliança Democrática (AD). Filiou-se no CDS, que acabaria por liderar, entre 1986 e 1988, e continuou deputado até 1995.

Em 2014, Adriano Moreira foi uma das 70 personalidades que defenderam a reestruturação da dívida pública como única saída para a crise.

in 24.sapo.pt   23.10.2022