sexta-feira, 31 de março de 2017

Biografia de Jorge Sampaio financiada por uma bolsa

in: wook.pt
in: fnac.pt


in: observador.pt

"Sampaio arranjou uma bolsa para financiar a sua biografia, mas ninguém revela valores

Foi criada uma bolsa que financiou parte da biografia de Sampaio. Autor considera esses apoios "indispensáveis", que ao todo envolveram sete entidades. Ninguém revela valores nem o protocolo da bolsa.
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio conseguiu uma bolsa para a produção da sua própria biografia, que lhe foi atribuída pela Fundação Oriente, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa, segundo uma destas instituições explicou ao Observador. O logótipo dessas entidades surge lado a lado com o de quatro empresas na contracapa do segundo volume de “Jorge Sampaio: Uma Biografia”. Juntas, estas organizações compõem o grupo de financiadores e patrocinadores dos livros sobre o antigo chefe de Estado. Mas nenhuma das sete entidades revela ao Observador quanto contribuiu para a obra.
Foi em 2006 que Jorge Sampaio convidou o jornalista José Pedro Castanheira para escrever a sua biografia. Logo nesse momento, explica o biógrafo nas páginas iniciais do primeiro volume, o próprio ex-Presidente “dispôs-se a procurar financiadores para o moroso e dispendioso trabalho de investigação, escrita e publicação”. Um apoio “indispensável”, refere José Pedro Castanheira ao Observador, para que a obra – fruto de uma investigação de “dez anos”, que resultou num trabalho com mais de 2.100 páginas e que envolveu cinco investigadores – pudesse ser produzida. Castanheira não participou na negociação de qualquer dos contratos de patrocínio.
Essa tarefa coube à Edições Nelson de Matos, que se juntou à Porto Editora para a publicação dos livros. A primeira negociou o “financiamento” diretamente com cada um dos patrocinadores; à segunda coube o trabalho de impressão, distribuição, promoção e comercialização dos dois volumes.

Uma bolsa criada para a biografia de Sampaio

Parte dos apoios ao livro de José Pedro Castanheira surgiu de uma parceria que juntou duas fundações – Oriente e FLAD – e o IPRI, um instituto associado à Universidade Nova de Lisboa. João Amorim, vogal do conselho de administração da Fundação Oriente, recorda ao Observador o processo que levou à atribuição de uma bolsa a Jorge Sampaio. Em respostas enviada por escrito, Amorim refere ao Observador que, “com o propósito de reconhecer o mérito” de “personalidades que se distinguiram na vida pública”, as três entidades “acordaram entre si instituir a bolsa D. Luís da Cunha”.
O protocolo dessa bolsa estabelece, segundo este responsável da Fundação Oriente, que cabe às três entidades escolher, “de comum acordo”, quais as “personalidades políticas e diplomáticas portuguesas” a quem a mesma é atribuída. A primeira coube, “por unanimidade”, precisamente ao ex-Presidente, para a biografia ser escrita por “um autor/es à sua escolha”.
O mesmo documento, a que o Observador não teve acesso, delimita o âmbito de atribuição da bolsa. De acordo com João Amorim, esse apoio financeiro destina-se a “assegurar a feitura de memórias, de uma biografia ou a preparação de diários, cartas e outros documentos relevantes para a publicação”. Mas não foi possível apurar que outras obras já foram criadas graças à atribuição da bolsa D. Luís da Cunha.
Aliás, ao longo dos últimos dias o Observador procurou referências públicas sobre esta bolsa — protocolo, data de instituição, obras apoiadas, fundos ou tipo de apoios disponibilizados no âmbito da sua atribuição. Mas não existe qualquer dado a este respeito. Foi também pedido às várias entidades que instituíram a bolsa que disponibilizassem essas informações, ou pelo menos que referissem que outros trabalhos mereceram o apoio “comum” de FLAD, Fundação Oriente e IPRI. Os pedidos não obtiveram resposta.

Ninguém revela valores do apoio

Em 2008, quatro anos antes da publicação do primeiro volume, a FLAD decidiu “apoiar a obra de José Pedro Castanheira”, refere Vasco Rato, presidente do conselho executivo da fundação (que nessa época ainda não estava nestas funções). A atribuição da bolsa aconteceu dois anos depois de Sampaio se comprometer a encontrar financiamento para a obra, mas também a fundação não esclarece se a decisão partiu da própria FLAD ou se foi o antigo Presidente da República quem se candidatou ao apoio. Sem o acesso ao protocolo, não é possível apurar o modelo de atribuição das verbas.
Da parte da fundação, a decisão de atribuir a bolsa a Sampaio é justificada com a notoriedade do protagonista, pelas funções que exerceu. “A publicação da biografia de um Presidente da República portuguesa é, sem dúvida, uma iniciativa de interesse público”, considera Vasco Rato.
Dos três parceiros que instituíram a bolsa, apenas o IPRI se escusou a prestar qualquer esclarecimento sobre o apoio concedido para a produção do livro de Sampaio, pelo menos de forma direta.
O Observador contactou a comunicação da Universidade Nova, bem como da reitoria, que remeteram quaisquer esclarecimentos para a direção do IPRI. Feito o contacto oficial, o gabinete de comunicação do IPRI remeteu a questão para Carlos Gaspar, membro da direção e antigo assessor de Jorge Sampaio em Belém para as questões de Timor-Leste. As perguntas foram enviadas a 25 de março e ficaram sem resposta.
Depois de vários contactos por telefone, sem sucesso, o Observador conseguiu que o professor universitário atendesse uma chamada. Foi no dia 29 de março. No entanto, Gaspar recusou-se a explicar, em concreto, como o IPRI contribuiu para a produção da obra. “Não vou falar sobre a biografia do doutor Jorge Sampaio”, começou por dizer o responsável do instituto. Perante a insistência por esclarecimentos, Carlos Gaspar repetiu a sua indisponibilidade para colaborar: “Posso repetir-lhe a resposta, mas está a fazer-me perder o meu tempo.” Quando o Observador tentou perceber de que forma foi decidida a atribuição da bolsa D. Luís da Cunha, a chamada foi desligada.
Depois deste contacto, a Universidade Nova, que o Observador voltou a contactar, pedindo esclarecimentos sobre a relação legal com o IPRI e sobre a própria bolsa que deu origem ao livro do Sampaio, o gabinete de comunicação referiu que, “em 2008, data da atribuição da Bolsa D. Luís da Cunha, o Instituto Português de Relações Internacionais não era uma unidade de investigação da FCSH/NOVA”. E confirmou o ano de atribuição da bolsa, 2008, acrescentando que “a atual direção do IPRI da Universidade Nova de Lisboa regista com agrado a conclusão dessa obra”.

Mota-Engil salvou o segundo volume

Nas primeiras páginas e na contracapa de “Jorge Sampaio – uma Biografia” são divulgadas as entidades que apoiaram a realização do livro. A única diferença, do ponto de vista gráfico, está na inclusão do logótipo da Mota Engil no segundo volume, mas isso não significa que as restantes seis tenham contribuído em ambos os momentos. Ao Observador, Nelson de Matos explica que, apesar de a maior parte dos apoios se ter esgotado no primeiro volume, decidiu, “por uma questão de cortesia” e de “transparência”, manter todas as referências no segundo volume.
Inicialmente, o plano passava por produzir uma biografia de um único volume. “Quando comecei a investigar a vida de Sampaio, não imaginava que ela fosse tão rica e variada”, escreve José Pedro Castanheira no primeiro volume, contextualizando as razões que levaram a que a obra se desdobrasse em dois volumes. É nessa fase que surge a construtora. O apoio da empresa só é procurado quando editorialmente se constata a “necessidade de reforçar o financiamento à investigação, recolha de materiais e produção”, explica Nelson de Matos.
Contactada pelo Observador, a Mota-Engil – que, recorde-se, só patrocinou o segundo volume da biografia — recusou fazer qualquer comentário. No entanto, fonte da empresa explicou que o apoio foi dado “muito depois de Jorge Coelho ter saído de CEO, portanto é injusta qualquer relação por serem ambos do PS”. A mesma fonte revela que a empresa tem “orgulho em associar-se a uma personalidade tão consensual para o país como Jorge Sampaio”.

Além de Fundação Oriente, FLAD, IPRI e da construtora, também a Portugal Telecom, o Banco Português de Investimento (BPI) e o Grupo Visabeira concederam algum tipo de apoio para a realização da obra. Que apoio ou de que montante, não é possível saber porque nenhum dos patrocinadores (daqueles que responderam aos pedidos de esclarecimento), editores ou autor estiveram disponíveis para revelar esse valor.
No que diz respeito à PT, esse apoio foi concedido ainda no tempo da administração de Zeinal Bava (foi nomeado diretor executivo em 2008 e saiu da empresa em 2014). Ao Observador, fonte oficial da empresa não esclarece pormenores sobre o apoio concedido. Diz apenas que é um “tema” que “remonta a 2012, numa altura em que o apoio e patrocínio a atividades culturais abrangia diversos géneros de iniciativas, entre as quais edições de livros, que fossem propostos e tivessem como autores ou protagonistas figuras relevantes no país e/ou que abordassem temáticas de índole histórica e cultural nacionais”.
Já a Visabeira e o BPI, que patrocinaram ambos os volumes, não responderam, até ao momento, às questões enviadas a 23 de março pelo Observador. O biografado, Jorge Sampaio, foi também contactado pelo Observador através da assessoria de imprensa que mantém na Casa do Regalo, onde instalou o seu gabinete depois de deixar Belém. As questões foram enviadas a 24 de março, mas até à publicação deste artigo não tinha chegado qualquer resposta." 
(in: observador.pt  31.03.2017)

quinta-feira, 30 de março de 2017

Visita do Papa a Fátima e fronteiras nacionais fechadas

in: pt.wikipedia.org
"Entre os dias 10 e 14 de maio, o controlo fronteiriço vai ser reposto
As fronteiras nacionais vão voltar a estar fechadas entre os dias 10 e
14 de maio, por ocasião da visita do papa Francisco,
confirmou à agência Lusa fonte do Governo.
A decisão foi aprovada hoje em Conselho de Ministros, 
depois de ter sido solicitada pelo Serviço de Estrangeiros
e Fronteiras, segundo o Expresso.
O controlo fronteiriço entrará em vigor às 00:00 do dia 10 
e terminará às 00:00 do dia 14, apesar de o Papa Francisco 
só estar em Portugal entre as 16:20 de dia 12 e as 15:00 do 
dia seguinte.
O controlo nas fronteiras será maior nos dias em que o chefe 
da Igreja Católica está em Portugal.
Durante o Euro 2004 e na cimeira da Nato em Lisboa, em 2010, 
também houve um encerramento temporário das fronteiras."

in: dn.pt  30.03.2017

quarta-feira, 29 de março de 2017

Aeroporto Cristiano Ronaldo, na Madeira

in: tvi24.iol.pt
Na cerimónia realizada no Funchal, 
Cristiano Ronaldo para além de ter 
gostado de ser homenageado, 
aproveitou para dizer enquanto 
discursava, que não é "hipócrita", 
que, como é óbvio, se sente muito feliz! 

A cerimónia foi presidida pelo 
Presidente da República, Professor
Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado 
do primeiro Ministro, Dr António Costa.

Foi descerrado um busto de Cristiano, 
o herói do futebol português.
Parabéns, CR7!

terça-feira, 28 de março de 2017

O amor pelos netos...

imagem in: http://turmadosmoranguitos.blogs.sapo.pt

Pois, o amor dos avós pelos netos é sempre grande...

Costuma dizer-se que os netos são "filhos duas vezes" (há quem discorde), mas eu acho que é verdade, porque quando estou com eles, fazem-me lembrar os meus filhos, por semelhanças de gestos e atitudes, para não falar em algumas parecenças físicas...

Também é verdade que toleramos mais e compreendemos melhor os netos do que os nossos filhos, seus papás...

Tudo isso é verdade... mas li um artigo de Laurinda Alves que nos deixa encantados com tudo o que ela refere que os avós são capazes de fazer pelos netos...superando as nossas experiências e vivências...e é por isso que o venho partilhar aqui neste espaço!

"Avós e netos
Quando estava em Nova Iorque, havia no meu hospital um programa que se chamava ‘adopte uma Avó’, o que me pareceu do maior interesse e preferível às opções ‘hamster’ ou ‘coelho da Abissínia’”. Cito João Lobo Antunes, num artigo com quase vinte anos, que escreveu na condição de avô consorte, condição com a qual agora me identifico inteiramente por também ter tido a sorte de herdar onze netos por casamento.
“Adopte uma Avó” americana é um conceito tão terno, real e actual como o português “A Avó veio trabalhar’, projecto criado em 2014 pela jovem designer Susana António e pelo psicólogo Ângelo Compota. Cada uma destas iniciativas interpela por convocar todas as gerações a apoiarem-se mutuamente. Adoptar uma avó implica dar passos no sentido de escolher uma mulher mais velha entre muitas condenadas à solidão e, porventura à exclusão, para construir com ela laços de ternura e proximidade. Por outro lado, convencer a avó a voltar a trabalhar, optando por fazer coisas de que gosta muito, também revela cuidados e aposta na valorização, permitindo que os netos olhem para as mães das suas mães, e dos seus pais, com outros olhos.
Num par de décadas as famílias deixaram de ser o que eram e os papéis dos pais e das mães passaram a não se distinguir tanto como no passado. Uns e outras dividem mais tarefas, partilham mais funções e diluem aquilo que outrora se convencionou ser tipicamente masculino e feminino. Muitas mães fazem o papel de pai, assim como muitos pais fazem facilmente o papel de mães. Só os avós não mudaram. Tal como escreveu João Lobo Antunes no artigo que comecei por citar, o avô continua a ser avô e a avó, avó. Ou seja o papel de cada um não se confunde com nenhum outro. Mas, mesmo assim, houve evoluções assinaláveis.
Há mais avós a reformarem-se tardiamente, há menos avós com casas onde se junta toda a família e também há mais avós divorciados ou recasados. Isto, para não falar dos viúvos, claro, mas essa fatalidade atravessa todos os séculos. Os tempos mudaram, mas os avós continuam a ocupar um lugar significativo na vida dos netos e têm grande influência na construção da sua personalidade. Mesmo aqueles que não estão presentes nem tentam ser imprescindíveis, têm um impacto enorme nos netos. Seja porque não se apropriam deles, seja porque realmente moram longe ou de alguma forma estão distantes, basta que existam para serem referências fortes. A sua influência pode ser directa, mas também pode ser exercida por interpostas pessoas, nomeadamente através das suas histórias de vida, contadas por terceiros, ou pelos exemplos que deram e aquilo que deixaram como herança.
A esmagadora maioria das crianças e adolescentes gosta dos seus avós e vê neles uma referência para a vida. Gostam dos suplementos de mimos que recebem nos primeiros anos, adoram as suas atenções e a paciência com que os avós tentam ir ao encontro dos seus gostos e necessidades, mas também admiram a sua fortaleza e a sua memória, quando lhes contam histórias do passado e se revelam resilientes, pois muitos avós mais velhos atravessaram tempos de escassez ou doenças a que resistiram com atitude combativa.
Claro que haverá sempre avós que estragam netos, deseducam e perdem a cabeça, assim como também sempre houve e haverá avós indisponíveis, sem paciência nem criatividade. Há de tudo, certamente, mas o que me faz escrever são os bons avós. Aqueles que marcam para a vida (os outros também deixam marcas, mas destrutivas) e deixam no coração dos netos traços indeléveis que eles levam consigo e, muitas vezes, tentam imitar.
Nesta lógica impressiona sempre conhecer avós com abertura de espírito para acolher cada um dos seus netos. Esta maneira de acolher todos, fazendo sentir a cada um que é especial, é fabulosa. Conheço muitíssimos avós capazes de individualizar a ligação que têm com todos os netos, tratando-os de forma absolutamente única. Mais, fazendo cada um acreditar que é o seu neto preferido.
Na vertigem dos dias, no corre corre em que vivemos de manhã à noite, nem sempre somos capazes de olhar para os filhos com esta mesma abertura. Primeiro, porque não temos distância crítica, depois porque as exigências de pais para filhos são muito maiores e finalmente porque o stress atravessa sempre a relação parental, mas pode estar muito diluído na relação entre avós e netos. De tal maneira que por incrível que pareça uma senhora de oitenta anos consegue aceitar mais facilmente o rabo de cavalo e os piercings dos netos, ou as tatuagens das netas, que os seus próprios pais. E quem diz cabelos compridos, tatuagens e piercings também diz outras circunstâncias mais complexas, agravantes ou fracturantes.
Conheço muitos avós que aceitaram melhor as opções pessoais e profissionais dos netos do que os próprios pais. Falo de questões abrangentes que vão de vocações e cursos superiores a opções familiares; de temas que têm a ver com homossexualidade, mas também com vidas alternativas e fora do padrão. Ou, pelo menos, distantes das expectativas dos pais. Felizmente os bons avós já viveram muito, já viram tudo e já sabem o que de verdade importa. Estes avós não se desperdiçam em braços de ferro por pormenores. Que lhes importa o cabelo apanhado em rabo de cavalo se conhecem bem o neto e sabem que ele é solidário e revela a sua humanidade de formas criativas? Ou que interesse têm as calças rasgadas da neta, se ela mostra que gere bem as prioridades essenciais? E por aí adiante.
Volto ao João Lobo Antunes de há vinte anos para um sublinhado final: “Não estou ainda graduado na ‘arte de ser avô’ porque ainda tenho pouca experiência na matéria, mas gostaria de partilhar convosco algumas observações. A primeira é que os laços de ternura que nos unem aos netos são de outra cor: mais rosados, mais sorridentes, mais amoráveis. Os laços da paternidade não têm cor e atam-nos os filhos contra o peito, chegando-os tão perto de nós, que quase não nos deixam ver como tão depressa crescem e, quando bruscamente se soltam e voam para longe, ficamos mudos de supresa. São também laços de missão: nutrição, educação básica (não escolar), saneamento básico, polimento social, condicionamento moral – enfim, tudo o que é necessário para sobreviver na selva”. Ainda que nesta selva existam mães leoas e pais leões, é bom saber que os avós também são reis."

in: observador.pt  por Laurinda Alves 28.03.2017

segunda-feira, 27 de março de 2017

Um pensamento de Mia Couto

 (...) o tempo é uma gota de água: nasce nas nuvens, entra nos rios e nos mares e volta a tombar na próxima chuva.
 A foz do rio é  a nascente do mar."
                                     Mia Couto, in Mulheres de Cinza

in: http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.pt

domingo, 26 de março de 2017