sábado, 17 de junho de 2017
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Origem da palavra "capricho"
Significado: "vontade súbita e irrefletida: as crianças têm caprichos. Variabilidade de gostos ou de ideias: os caprichos da moda. Obstinação. Sentimento de amor-próprio: fazer capricho em levar a sua avante.
Locução adverbial: A capricho, esmeradamente."
(in Dicionário Prático Ilustrado Lello, 1995)
Outra definição (in dicio.com.br):
E ainda mais uma outra, muito interessante e mais completa:
"Amuos e ciúmes normalmente assentam em caprichos amorosos, uma das palavras com uma das etimologias mais arrevesadas e difíceis de explicar que conheço. Não há dúvida de que vem do italiano capriccio; mas o que queria dizer o termo nesta língua? Terá vindo de uma palavra arcaica, capriccio formada a partir de capo, do latim caput, "cabeça" (v. "capital" e "cabedal"), e o adjectivo riccio, "eriçado", por sua vez com origem no latim ericius, ouriço, pois alguém "eriçado" fica com a pele parecida com um ouriço. Um capvriccio era algo que fazia com que os pêlos do nosso corpo ficassem eriçados, o que costuma acontecer com um susto ou com uma emoção particularmente fortes. Mas que faz um ouriço, uma cabeça e pêlo eriçado num capricho? Ajudará ainda mais à confusão acrescenta que alguns etimologias italianos explicam a evolução de caporiccio em capriccio por influência de capra (do latim, capra, cabra), dado o comportamento aparentemente caprichoso deste animal. Bom, a verdade é que a palavra queria primeiro dizer "motivo de susto, algo que causa medo", e só por volta do século XVI se começou a especializar no sentido de "desejo veemente", já mais perto do significado actual. Como é que chegamos de um sentido ao outro? Provavelmente esta acepção veio do mundo das artes, em que capriccio designava o momento em que o artista tinha uma inspiração súbita, literalmente de "arrepiar o cabelo", entendida também como uma epifania, uma ideia estranha, súbita, esquisita. Isto foi entendido como um capricho, ou seja, uma vontade repentina de fazer qualquer coisa não justificada, que é aquilo que por vezes acontece quando alguém cria uma obra de arte... Como vêem, estamos perante uma palavra que envolve medo, susto, ouriços, cabras, cabeças e fulgurante inspiração artística. As palavras, de facto, fazem viagens inacreditáveis." (in Palavras que falam por nós, de Pedro Braga Falcão, Clube do Autor, 2015)
"Amuos e ciúmes normalmente assentam em caprichos amorosos, uma das palavras com uma das etimologias mais arrevesadas e difíceis de explicar que conheço. Não há dúvida de que vem do italiano capriccio; mas o que queria dizer o termo nesta língua? Terá vindo de uma palavra arcaica, capriccio formada a partir de capo, do latim caput, "cabeça" (v. "capital" e "cabedal"), e o adjectivo riccio, "eriçado", por sua vez com origem no latim ericius, ouriço, pois alguém "eriçado" fica com a pele parecida com um ouriço. Um capvriccio era algo que fazia com que os pêlos do nosso corpo ficassem eriçados, o que costuma acontecer com um susto ou com uma emoção particularmente fortes. Mas que faz um ouriço, uma cabeça e pêlo eriçado num capricho? Ajudará ainda mais à confusão acrescenta que alguns etimologias italianos explicam a evolução de caporiccio em capriccio por influência de capra (do latim, capra, cabra), dado o comportamento aparentemente caprichoso deste animal. Bom, a verdade é que a palavra queria primeiro dizer "motivo de susto, algo que causa medo", e só por volta do século XVI se começou a especializar no sentido de "desejo veemente", já mais perto do significado actual. Como é que chegamos de um sentido ao outro? Provavelmente esta acepção veio do mundo das artes, em que capriccio designava o momento em que o artista tinha uma inspiração súbita, literalmente de "arrepiar o cabelo", entendida também como uma epifania, uma ideia estranha, súbita, esquisita. Isto foi entendido como um capricho, ou seja, uma vontade repentina de fazer qualquer coisa não justificada, que é aquilo que por vezes acontece quando alguém cria uma obra de arte... Como vêem, estamos perante uma palavra que envolve medo, susto, ouriços, cabras, cabeças e fulgurante inspiração artística. As palavras, de facto, fazem viagens inacreditáveis." (in Palavras que falam por nós, de Pedro Braga Falcão, Clube do Autor, 2015)
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origem e significado de palavras
quinta-feira, 15 de junho de 2017
15 de junho, Dia de Corpo de Deus
in: agenciaecclesia.pt |
O Dia de Corpo de Deus é um feriado religioso que se festeja 60 dias após a Páscoa.
Calha sempre a uma quinta-feira, mais precisamente, na segunda quinta-feira depois do Domingo de Pentecostes.
Corpo de Deus é uma Festa de Guarda que tem origem no latim Corpus Christi e já se festeja há vários séculos.
"O Corpo de Deus é uma celebração católica que tem como fim celebrar o mistério da Eucaristia, o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo."
(in calendarr.com)
Neste dia, em Portugal, é costume muitas crianças fazerem a sua primeira comunhão ou a comunhão solene. As famílias reunem-se e os amigos também, assistindo às cerimónias em que as crianças formam um manto branco com os seus trajes especiais.
As procissões também têm lugar em muitos pontos do país e depois de decorrerem constituem um momento forte de convívio entre todos os que a elas assistem.
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quarta-feira, 14 de junho de 2017
"Os dois de Lanzarote", homenagem a Armando Silva Carvalho
Um Poema de Armando Silva Carvalho, que escolhi para o homenagear, cujo título é: "Os dois de Lanzarote"
Eram um casal aéreo, cruzavam aeroportos,
digo eu o delator, o escriba acocorado, e sigo-os
nas suas fantasias voadoras,
açambarcando as nuvens, os romances,
toda a luta de classes
nas longas, estreitíssimas passagens dos jactos
pelo céu alucinante e cru.
Um casal a encher uma península.
Ruídos pérfidos perseguiam a sua alta rota revoltada,
a ela lambuzavam-lhe os vestidos, transparentes,
abertos sobre as nuvens.
E a ele arrancavam-lhe os cabelos
agarrados ao cérebro.
Mas eles voam mais alto, no assombro, mais livres.
Só eu pareço agora um cão acabrunhado
nas coxias deste chão sem ar,
e os olhos presos naquela exuberância.
Eles são dois padrões erguidos na terra retalhada
pelos elegantes domadores da fala,
e do mar mediterrâneo.
Recordai, ó leitores, a exibição da ternura,
a estridência feliz dos abraços frente à multidão,
a imponência do sucesso a pulso.
Um velho, uma mulher madura, uma ilha vulcânica.
E o ar que acolhe os seus impulsos
com a firme decisão de fazer estremecer
o mundo.
in: aviagemdosargonautas.net |
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Poesia e Homenagem
terça-feira, 13 de junho de 2017
Dia de Santo António, 13 de junho (2017)
O Bairro de Alfama venceu o Concurso de Marchas Populares 2017!
Parabéns!
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Santos Populares
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Homenagem ao poeta Armando Silva Carvalho
in: http://sicnoticias.sapo.pt |
"O poeta e tradutor Armando Silva Carvalho morreu hoje de manhã aos 79 anos, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha, vítima de doença prolongada, anunciou a Porto Editora. O funeral do poeta realiza-se amanhã no cemitério de Olho Marinho, em Óbidos, revelou a Associação Portuguesa de Escritores (APE).
Armando Silva Carvalho nasceu em 1938, em Olho Marinho, Óbidos, e era um dos mais importantes poetas portugueses da atualidade, tendo ainda recentemente vencido os mais importantes prémios literários nacionais, com o seu último livro "A Sombra do Mar", publicado pela Assírio & Alvim, acrescenta o grupo editorial.
Com esta obra, venceu em fevereiro o prémio literário Casino da Póvoa, do Correntes de Escrita, bem como o Prémio PEN de Poesia e o Grande Prémio de Poesia António Feijó, da Associação Portuguesa de Escritores, em 2016.
De acordo com a ata do júri do Prémio Literário Casino da Póvoa, "A Sombra do Mar" foi a obra escolhida "pela força imagética da sua escrita e pela tensão conseguida entre ironia e melancolia".
O júri referiu que a escolha daquele livro "resultou da demorada análise e discussão deste e de outros livros finalistas", tendo sido esta opção deliberada "por maioria".
Numa declaração de voto foi dito ainda que "A Sombra do Mar" é uma obra que "traz um conjunto de poemas formando um corpo orgânico de grande unidade estilística e temática, no qual as alusões ao mar e à água constituem um 'leitmotiv' que percorre todo o livro em sucessivas variações: água 'criteriosa e diária', água 'arrepiada' e 'águas sobreviventes'".
Relativamente ao Grande Prémio de Poesia António Feijó, a Associação Portuguesa de Escritores (APE) afirmou, na altura, que o júri em ata referiu que o livro de Armando Silva Carvalho "destaca-se pelo rigoroso domínio da arquitetura poética, considerada quer ao nível da composição de cada poema, quer na organicidade da sequência de poemas" que o constitui.
"Num diálogo constante com vozes tutelares da poesia em língua portuguesa, muito em particular [Fernando] Pessoa, a poesia de Armando Silva Carvalho caracteriza-se pela permanente ironia, a vigiar um lúcido e comovido olhar sobre o tempo, pessoal mas que também reconhecemos como nosso".
Armando Silva Carvalho estreou-se na poesia em 1965, com "Lírica consumível", que lhe valeu o Prémio Revelação da APE.
O escritor foi ainda distinguido com o Prémio Pen Clube por "Canis Dei", em 1995, com o Prémio Luís Miguel Nava, em 2000, por "Lisboas" e com Grande Prémio de Poesia APE/CTT 2008, pelo livro "O Amante Japonês".
O escritor foi também advogado, jornalista, professor do ensino secundário e publicitário, mas, numa entrevista concedida ao jornal Público em 2007, afirmou que não era um autor culto e que "a grande tragédia" da sua vida foi ser publicitário.
Desde a década de 1960, Armando Silva Carvalho colaborou em vários jornais e revistas (Diário de Lisboa, Jornal de Letras, O Diário, Poemas Livres ou Colóquio-Letras, entre outras).
Os seus poemas foram incluídos nas "IV Líricas Portuguesas", em 1969, antologia poética organizada por António Ramos Rosa e desde então tem sido representado na generalidade das antologias de poesia portuguesa.
Como tradutor, destaca-se a tradução de autores como Samuel Beckett, Marguerite Duras, Andrei Andreevich Voznesensky, Jean Genet, E. E. Cummings ou Stéphane Mallarmé.
A sua obra está traduzida para castelhano, russo, francês, inglês, sueco, letão, alemão, italiano e holandês.
Lusa"
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domingo, 11 de junho de 2017
Elza Soares, cantora e compositora brasileira
in: noize.com.br |
Admiro esta voz não só pelos sons fantásticos que dela emanam, mas também pelo tom combativo e convincente!
É por isso que partilho a sua biografia neste post:
"Elza da Conceição Soares, mais conhecida pelo nome artístico Elza Soares (Rio de Janeiro, 23 de junho de 1930 ou 1937), é uma cantora e compositora brasileira de samba, bossa nova, MPB, sambalanço, samba rock e samba jazz.
Foi eleita em 1999, pela Rádio BBC de Londres, como a cantora brasileira do milênio. A escolha teve origem no projeto The Millennium Concerts, da rádio inglesa, criado para comemorar a chegada do ano 2000.
Biografia
Filha do operário Alaúrdes Gomes Soares e da lavadeira Josefa Maria da Conceição Soares, Elza da Conceição Soares nasceu na favela da Moça Bonita, em Padre Miguel (hoje Vila Vintém), e ainda pequena mudou-se para o bairro da Água Santa, onde foi criada.
Em sua infância vivia a brincar na rua, soltar pipa, piões de madeira, até brigar com os meninos. Era uma vida pobre, porém feliz para uma criança, apesar de ter que trabalhar, levando latas d'água na cabeça. Aos treze anos de idade, por ordens do pai, foi obrigada a parar de estudar e casou-se com Lourdes Antônio Soares. Aos catorze anos de idade deu à luz seu primeiro filho. Como tinha o sonho de cantar, e precisava comprar remédios para seu filho recém-nascido, participou do programa de Ary Barroso na Rádio Tupi, e fez sua primeira apresentação ao vivo no auditório da emissora, que era a maior de seu tempo. A princípio não foi levada a sério, por seu jeito bem humilde de falar e se vestir, o que levou Ary Barroso a perguntar ironicamente a ela: "De que planeta você veio?", ao que Elza respondeu: "Vim do mesmo planeta que o senhor". "E posso saber de que planeta eu sou?". "Do Planeta Fome". Apesar deste momento de chacota por parte do apresentador, Elza não se abalou e, ao cantar mostrou todo seu potencial. Assim ganhou um dinheiro de participação e comprou os remédios do filho, mas que mesmo assim faleceu.
Aos quinze anos de idade passou por outro grande trauma: Seu segundo filho faleceu. Com o marido doente, acometido por tuberculose, passou a trabalhar como encaixotadora e conferente na fábrica de sabão Véritas, no Engenho de Dentro. Com a recuperação do marido um ano depois, ele a proibiu de trabalhar fora novamente, e Elza voltou a ser dona de casa. Aos 21 anos ficou viúva, e já estava com cinco filhos para criar, três meninos e duas meninas. Desempregada e passando necessidades, começou a trabalhar como faxineira e empregada doméstica, funções que exerceu por muitos anos. Mesmo nesta vida de batalhas, jamais desistiu do sonho de cantar, e sempre se inscrevia em seleções musicais e mandava suas letras de músicas para rádios. Algumas vezes conseguia participar de pequenas apresentações. Após bastante tempo que surgiu uma oportunidade na televisão e ela de fato entrou na música. Ainda antes de trabalhar com música, ocorreu um grande abalo na sua vida: Sua filha Dilma foi sequestrada. Elza foi enganada, e deixou a menina com um casal, que recebia dinheiro para tomar conta dela enquanto trabalhava. Com o tempo, estabelecera amizade e confiança, e um dia o casal sumiu com a criança, o que a deixou desesperada. Após muitos anos de buscas, a reencontrou. Porém, seguiu em seu propósito de vida, que era cantar.
Aos 32 anos, já atuando como cantora, após outros relacionamentos, conheceu o jogador de futebol Garrincha. Ela sofreu preconceito com esse relacionamento, por ser uma cantora de início de carreira se envolvendo com um jogador de futebol que havia se divorciado. Isso causou a fúria da sociedade, e Elza era xingada, ameaçada de morte, sua casa era alvejada por ovos e tomates, tudo porque seu namorado quis se divorciar da esposa e todos a acusavam de ter acabado com o casamento de Garrincha.
Em 13 de abril de 1969 mais uma dura perda: Josefa Maria da Conceição Soares, mãe de Elza, morreu num acidente de carro em que Garrincha, Elza e a filha Sara também saíram machucados. Garrincha, que estava alcoolizado, dirigia um Galaxie pela Rodovia Presidente Dutra quando foi fechado por um caminhão que entrava em baixa velocidade na pista. Todos se machucaram sem gravidade, mas Dona Josefa morreu na hora (foi arremessada para fora do carro).
Elza e Garrincha foram casados por 16 anos, de 1968 a 1982. O divórcio ocorreu a diversas crises conjugais e brigas violentas por causa do alcoolismo de Garrincha e de seus ciúmes. Os amigos de seu marido não aceitavam Elza como esposa, e a xingavam de bruxa, que queria controlar o marido, pois ela rodava os bares pedindo para ninguém dar bebida alcoólica ao marido.
O casal teve apenas um filho, um menino, nascido em 1976, que o jogador queria tanto, pois só teve filhas mulheres com a outra esposa. O garoto recebeu o mesmo nome de seu pai, Manoel Francisco dos Santos Filho, sendo apelidado de Garrinchinha. Em 1983 Garrincha morreu de cirrose, o que a fez ficar arrasada, mesmo já estando separada dele. Em 11 de janeiro de 1986, outra tragédia em sua vida: Seu filho morreu em um acidente de carro aos 9 anos de idade, ao voltar da primeira visita que fez à terra do pai, no distrito de Pau Grande, em Magé. Chovia muito, e o motorista do carro perdeu o controle, a porta do carro se abriu e o menino foi arremessado para dentro do rio Imbariê, na Rodovia Rio-Teresópolis. Elza ficou derrotada com a perda desse filho, tentou o suicídio, felizmente sem sucesso, e decidiu sair do Brasil, morando fora por alguns anos, fazendo turnês pela Europa e EUA. Depois de muitos anos investigando onde sua filha estava, ao voltar ao Brasil descobriu seu paradeiro, o que foi um recomeço em sua vida. Ela já estava formada, tinha boa educação e uma vida estruturada, e a aceitou como mãe ao longo do tempo.
Apesar de tantas atribulações, Elza é conhecida na mídia por sempre aparecer feliz e cantando, sorrindo, o que mostra um exemplo de vitória para quem passa por dificuldades como ela passou.
Elza teve oito filhos: Seus dois primeiros filhos, ambos meninos, que faleceram recém nascidos, e posteriormente teve João Carlos, Gerson, Gilson, Dilma, Sara e Manoel Francisco (Garrinchinha). Em 26 de julho de 2015, Elza perdeu seu quinto filho, Gilson, de 59 anos de idade, vítima de complicações de uma infecção urinária. O fato a abalou muito, e comoveu o Brasil.
Carreira
O início de sua carreira musical se deu quando ela ainda se apresentava em show de calouros, apresentado por Ary Barroso. Elza Soares tornou-se popular com as canções Se Acaso Você Chegasse, Mas Que Nada, A Carne, entre outros sambas de sucesso. Recebeu indicações ao GRAMMY Awards e foi eleita pela BBC de Londres "a cantora do milênio". Em 2007, a cantora foi convidada para cantar o Hino Nacional Brasileiro a cappella na Cerimônia de Abertura dos Jogos Panamericanos Rio 2007. Já no ano de 2016 se apresentou na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, onde cantou "O Canto de Ossanha" um clássico de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Seu último álbum chama-se "A mulher do Fim do Mundo", um disco de Samba Eletrônico lançado em 2015, aclamado pela crítica como um dos melhores discos dos últimos anos da MPB e que lhe rendeu o prêmio de Melhor Álbum na categoria Pop/rock/reggae/hip-hop/funk. Além disso, o disco ainda lhe rende outros frutos, como a indicação de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e, também, o Prêmio de Melhor música em Língua Portuguesa no 17º Latin Grammy Awards.
Elza participou de um show de calouros apresentado pelo renomado músico brasileiro Ary Barroso, e recebeu as maiores notas. No fim da década de 1950, Elza Soares fez uma turnê de um ano pela Argentina, juntamente com Mercedes Batista. Tornou-se popular com sua primeira música Se Acaso Você Chegasse, na qual introduziu o scat similar a do jazzista Louis Armstrong, contudo, Elza diz que não conhecia a música americana na época. Mudou-se para São Paulo, onde se apresentou em teatros e casas noturnas. A voz rouca e vibrante tornou-se sua marca registrada. Após terminar seu segundo LP, A Bossa Negra, Elza foi ao Chilerepresentando o Brasil na Copa do Mundo da FIFA de 1962, onde conheceu pessoalmente Louis Armstrong. Seu estilo "levado" e exagerado fascinou o público no Brasil e no exterior.
Nos anos de 1967 a 69, Elza gravou três álbuns LP pela Gravadora Odeon, com o cantor Miltinho (Elza, Miltinho e Samba) – Vol_1 (1967), Vol_2 (1968) e Vol_3 (1969)], Esses discos tinham, majoritariamente, o esquema de pot-pourri em duetos e caíram no gosto de público e crítica, levando a uma trilogia de sucesso; tiveram produção de Milton Miranda e Hermínio Bello de Carvalho, sendo, posteriormente, todos relançados em 2003 pela EMI em CDs.
Nos anos 70, Elza iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e Europa. Em 2000, foi premiada como "Melhor Cantora do Milênio" pela BBC em Londres, quando se apresentou num concerto com Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Virgínia Rodrigues. No mesmo ano, estreou uma série de shows de vanguarda, dirigidos por José Miguel Wisnik, no Rio de Janeiro.
Elza Soares teve inúmeras músicas no topo das listas de sucesso no Brasil ao longo de sua carreira; alguns dos maiores sucessos incluem: Se Acaso Você Chegasse (1960), Boato (1961), Cadeira Vazia (1961), Só Danço Samba (1963), Mulata Assanhada (1965) e Aquarela Brasileira (1974).
Alguns dos álbuns de Elza foram relançados em versões remasterizadas de CD: de 1961 – A Bossa Negra (contendo seu maior sucesso no ano, Boato) – e de 1972, com uma grandiosa banda, Elza Pede Passagem (produzido por Dom Salvador), sendo dois dos seus mais aclamados trabalhos. Elza pede passagem não fez tanto sucesso como seus trabalhos anteriores, quando lançados originalmente no Brasil; no entanto, é considerado um clássico e representante do som samba-soul do início dos anos 70.
Em 2002, o álbum Do Cóccix até o Pescoço garantiu-lhe uma indicação ao Grammy. O disco foi bem recebido pelos críticos musicais e divulgou uma espécie de quem é quem dos artistas brasileiros que com ela colaboraram: Caetano Veloso, Chico Buarque, Carlinhos Brown e Jorge Ben Jor, entre outros. O lançamento impulsionou numerosas e bem-sucedidas turnês pelo mundo.
Em 2004, Elza lançou o álbum Vivo Feliz. Não tão bem-sucedido em vendas quanto suas obras anteriores, o álbum continuou a executar o tema de fazer um mix de samba e bossa com música eletrônica e efeitos modernos. O álbum teve colaborações de artistas inovadores como Fred Zero Quatro e Zé Keti.
Em 2007, nos Jogos Pan-americanos do Brasil, Elza interpretou o Hino Nacional Brasileiro, no início da cerimônia de abertura do evento, no Maracanã. E lançou o álbum Beba-me, onde gravou as músicas que marcaram sua carreira.
Já atuou como puxadora de samba-enredo, tendo passagens pelo Salgueiro, Mocidade e Cubango.
Desde 2008, ano em que Elza completou cinquenta anos de carreira, a vida e obra da cantora é pesquisada pela cineasta e jornalista Elizabete Martins Campos, que dirigiu o longa-metragem My Name is Now, Elza Soares, lançado em 2014.
Em 2010, gravou a faixa Brasil, no disco tributo a Cazuza Treze parcerias com Cazuza, produzido pelo saxofonista George Israel, da banda Kid Abelha. Nesta faixa há a participação do saxofonista e do rapper Marcelo D2. Como grande amiga do artista, já havia gravado Milagres antes, inclusive apresentando-a ao vivo com o próprio Cazuza. Também naquele ano, pela primeira vez a artista comandou e puxou um trio elétrico no circuito Dodô (Barra - Ondina). O trio levou o nome de A Elza pede passagem, arrastando uma grande multidão pelas ruas de Salvador no carnaval daquele ano.
Em 2011, gravou a música Perigosa, já cantada pelo grupo As Frenéticas, para a minissérie Lara com Z, da Globo. Também neste ano, gravou a música Paciência, de Lenine, para o filme Estamos Juntos.
Em 2012, fez uma participação na música Samba de preto da banda paulista Huaska, faixa título do terceiro CD da banda.
Em 2014, estreia o show A Voz e a Máquina, baseado em musica eletrônica acompanhada na palco apenas pelos DJs Ricardo Muralha, Bruno Queiroz e Guilherme Marques. Nesse mesmo ano, a cantora fez uma série de espetáculos intitulada Elza Canta e Chora Lupicínio Rodrigues, em comemoração ao centenário do cantor e compositor gaúcho de marchinhas e samba Lupicínio Rodrigues.
No ano de 2015, Elza Soares lançou o seu disco A Mulher do Fim do Mundo, primeiro álbum em sua carreira só com músicas inéditas. O Pitchfork, um dos sites de música mais importantes do mundo, o elegeu com o título de melhor novo álbum. No artigo, o site diz que Soares “desenvolveu uma das vozes mais distintas da Música Popular Brasileira”.
As canções do disco falam sobre sexo, morte e negritude, e foram compostas pelos paulistas José Miguel Wisnik, Rômulo Fróes e Celso Sim. Nos shows, a cantora vem acompanhada dos músicos Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, Felipe Roseno e Guilherme Kastrup, além da participação especial da banda Bixiga 70, do Quadril – Quarteto de Cordas e do cantor Rubi.[O álbum surgiu do encontro da cantora com a estética musical contemporânea de São Paulo."
Encontrei em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Elza_Soares
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