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quinta-feira, 9 de junho de 2022

Paula Rego -"partiu" a genial pintora portuguesa



A aclamada artista portuguesa teve obras expostas em alguns dos melhores museus do mundo, residia em Londres há décadas, mas mantém uma "casa" com histórias em Cascais.


A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã de hoje em Londres, aos 87 anos, disse à agência Lusa fonte próxima da família.

De acordo com o galerista Rui Brito, a artista "morreu calmamente em casa, junto dos filhos".

Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.

Nascida a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.

Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.
Luto nacional

O Governo vai decretar, em articulação com o Presidente da República, luto nacional pela morte da pintora Paula Rego, indicou hoje à agência Lusa fonte do Ministério da Cultura.

A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã de hoje em Londres, aos 87 anos, disse à Lusa fonte próxima da família.

in pt.euronews.com
De  Euronews  com Agência Lusa

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Marcelino Sambé: o orgulho dos portugueses neste jovem Bailarino!

BOLSEIROS GULBENKIAN


Esta é a história de Marcelino Sambé, o rapazinho que começou a dançar aos quatro ou cinco anos no Centro Comunitário do Alto da Loba, em Paço de Arcos, e aos 25 se tornou no primeiro português a ocupar o lugar de bailarino principal do Royal Ballet, em Londres. Mas esta é também a história do bolseiro Gulbenkian que sabe que a sua diferença é a sua força, sente a responsabilidade de usar a arte como forma de inspirar e está empenhado em impulsionar a mudança. Oito minutos deliciosos, a ver e rever vezes sem conta!


03 mar 2022 
Bolseiros Gulbenkian 
Marcelino Sambé 
A História de Vida do jovem dançarino português, também bolseiro Gulbenkian, que já é reconhecido e premiado a nível internacional. 
É o dançarino principal no Royal Ballet, em Londres.


Marcelino, o Especial

Foi num dia perfeitamente comum na EADCN (Escola Artística de Dança do Conservatório Nacional) – um tanto mais vibrante que o normal por serem os primeiros dias do período – que, há 27 anos, descobri que “o extraordinário” existe. Vi um miúdo a saltitar pony trotes de pé descalço, no meio de tantos outros colegas de 1º ano. Não foi a falta de sapatilhas que me cativou: foi aquele sorriso e aquele olhar. O maior e o mais brilhante! 
E tive a certeza de estar perante um ser especial e iluminado. 
É assim que defino o Marcelino. Um bailarino generoso, humilde, com um talento imensurável. Eleito pelos Deuses para transmitir aquilo que à Dança compete: felicidade, sublimação e verdade! Tenho-o no coração, para sempre…
Catarina Moreira
(Professora da Escola Artística de Dança do Conservatório Nacional)

From The Royal Ballet with Love

Tem sido uma grande alegria fazer parte do percurso do Marcelino, de jovem estudante na Royal Ballet School, a bailarino principal da Royal Ballet Company.
Ao longo deste tempo, ele desenvolveu uma técnica deslumbrante que, aliada à sua imensa vitalidade, o tornam um artista de exceção. 
O Marcelino envolve-nos profundamente nas emoções que está a representar enquanto dança, transmitindo-nos algo completamente genuíno. 
Fora do palco, o Marcelino é uma pessoa afetuosa e extremamente humana sendo um elemento essencial da Royal Ballet Company, bem como um modelo extraordinário para qualquer jovem bailarino.
Kevin O’Hare
(Diretor, The Royal Ballet)

Bon-Vivant

Quem conhece o Marcelino sabe que ele é um ser de luz e de muito amor para com os que lhe são mais próximos. Alguém com uma força e inteligência dignas de admiração. Força pela sua persistência e capacidade de ver o lado positivo em qualquer situação. 
E inteligência, talvez a sua maior qualidade, na maneira como soube gerir a sua carreira, de forma a “encarrilar” todos os pontos até
chegar onde chegou. 
O Marcelino é um deslumbrado, no bom sentido da palavra, não com ele próprio, mas com as pessoas que o rodeiam. 
É um curioso nato. Quer conhecer; quer viver cada momento; quer criar memórias. Um verdadeiro “bon-vivant”.  Temos maneiras de ser muito diferentes, mas compreendemo-nos como ninguém. 
Tenho a maior sorte do mundo em ter tido a oportunidade de “escolher”este meu irmão que hei de admirar e amar para sempre.
Maria Barroso
(Irmã do Marcelino)

REFERÊNCIA: Encontrei estas notícias in gulbenkian.pt

terça-feira, 29 de março de 2022

Miguel Ângelo: "O pecado de Adão e Eva" e "Expulsão de Adão e Eva do Eden"

in wikiart.org

(Adão e Eva - 1512 - Michelangelo)


in tendimag.com
(Michelangelo. Expulsão de Adão e Eva do Eden. 1537-1541)


O teto da Capela Sistina é constituído por um extenso afresco, concebido por Michelangelo entre 1508 e 1512. O trabalho, feito a pedido do papa Júlio II, é considerado não só um marco da pintura da Alta Renascença, mas também uma das mais famosas obras da história da arte e um dos maiores tesouros da Santa Sé. A Capela Sistina, localizada no Vaticano, foi construída entre 1477 e 1480, a mando do papa Sisto IV, em homenagem ao qual foi nomeada. No local, acontecem o conclave e outros importantes eventos da Igreja Católica.

Os vários elementos pintados no teto da capela são parte de um plano maior de decoração, o qual inclui outro grande afresco, o Juízo Final, na parede do altar do santuário, também obra de Michelangelo, além de outras pinturas de parede feitas por vários importantes artistas do final do século XV, como Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Pietro Perugino, e tapeçarias de Rafael. O conjunto ilustra diversas passagens da Bíblia e da doutrina católica.

Centrais no teto, estão nove cenas do Gênesis, dentre as quais A Criação de Adão é a mais famosa, tendo uma representatividade icônica igualada somente pela Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Um símbolo da influência desse painel do afresco é o detalhe do encontro das mãos de Deus e Adão, reproduzido incontáveis vezes na arte e na cultura popular. O complexo grupo de desenhos inclui vários conjuntos de figura humana, tanto vestida quanto desnuda, que permitiram a Michelangelo demonstrar plenamente sua habilidade de criação em grande variedade de composições, além de terem inspirado gerações de artistas desde então.
(in pt.wikipedia.org)


in pt.wikipedia.org

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Homenagem ao Professor José Augusto França - "uma vida de estudo e entrega total aos domínios da cultura e das artes"

imagem in gulbenkian.pt

José-Augusto França (1922 – 2021)

O Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian homenageia a memória do Professor José-Augusto França no momento do seu falecimento, depois de uma vida de estudo e entrega total aos domínios da cultura e das artes. Dirigiu, durante vinte e seis anos (1971 – 97) a revista Colóquio-Artes, na Fundação Calouste Gulbenkian, tendo dirigido o Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, entre 1983 e 1989. Para a Presidente da Fundação, Isabel Mota, “José Augusto-França foi uma referência internacional no domínio da Cultura e da História da Arte que prestigiou Portugal e a Fundação Calouste Gulbenkian, que muito lhe deve como instituição”

Historiador, crítico, ficcionista, foi Professor da Escola de Belas-Artes (Lisboa) e da Universidade de Paris (Sorbonne), sendo presentemente Professor jubilado da Universidade Nova de Lisboa. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas (1944), pela Universidade de Lisboa, diplomou-se em Paris, na École Pratique des Hautes Études, em Ciências Sociais (Sociologia da Arte), dissertando sobre «L’Art dans la société portugaise au XXe siècle». Obteve o Doutoramento em História (1962) e o Doutoramento de Estado em Letras e Ciências Humanas (1969), respetivamente com uma tese sobre a Lisboa pombalina, «Une Ville des Lumières: La Lisbonne de Pombal»; e, no segundo, sobre o romantismo, «Le Romantisme au Portugal». Entre 1947 e 1949, participou no Grupo Surrealista de Lisboa. Em 1949, publicou Natureza Morta, o seu primeiro romance. Entre maio de 1951 e dezembro de 1956, organizou e editou um conjunto de «antologias de inéditos de autores portugueses contemporâneos», que se chamaram de Unicórnio a Pentacórnio. Foi, com Jorge de Sena, José Blanc de Portugal e Ruy Cinatti, animador dos Cadernos de Poesia, nas suas 2ª. e 3ª. séries.

A partir dos anos sessenta, em Paris afirmou-se como notável historiador e crítico de arte. A obra de José-Augusto França é muito rica, destacando-se A Arte em Portugal no Século XIX, A Arte e a Sociedade Portuguesa no Século XX. Escreve sobre Columbano, Malhoa, Rafael Bordalo Pinheiro, Amadeo, Almada, António Carneiro e António Pedro. É ainda coautor de um Dicionário da Pintura Universal, publicado entre 1959 e 1973.

Atualização em 20 setembro 2021

FONTE: gulbenkian.pt

imagem in portaldaliteratura.com

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Cassiano Branco, um dos mais importantes arquitetos português

No mês de abril li e ouvi muito falar de Cassiano Branco, um arquiteto todo vanguardista. Fiquei curiosa e pesquisei sobre ele.  Como gostei muito do que li sobre ele, resolvi aqui partilhar e com a devida vénia, transcrevo esta pesquisa sobre Cassiano Branco, obtida a partir da referência pt.wikipedia.org

Cassiano Viriato Branco (Lisboa, 13 de Agosto de 1897 — Lisboa, 24 de Abril de 1970) foi um arquiteto português. É um dos mais importantes arquitetos da primeira metade do Século XX em Portugal.


Pertence ao grupo notável – que inclui Pardal Monteiro, Cottinelli Telmo, Carlos Ramos, Cristino da Silva ou Jorge Segurado –, que protagonizou a viragem modernista da arquitetura portuguesa.

Vivendo acima de tudo da encomenda privada, a sua obra, vasta e multifacetada, inclui projetos visionários nunca realizados e obras de referência da primeira modernidade nacional. Edifícios de sua autoria como o Éden (sobretudo a 2ª proposta, não construída), o Hotel Vitória e o Coliseu do Porto, são exemplos de construções de grande escala urbana "que confirmam as potencialidades plásticas e o modo como Cassiano, o mais inventivo, espetacular e cosmopolita modernista da sua geração, soube integrar o contributo das vanguardas artísticas europeias".

Biografia / Obra

Costa da Caparica, Praia Atlântico,
pormenor da solução urbanística,
1930
Cassiano Branco nasceu em Lisboa, na Rua do Telhal, 51, em Agosto de 1897. Foi o único filho de Maria de Assunção Viriato e Cassiano José Branco, pequeno industrial de Alcácer do Sal. Frequentou a escola primária, hoje desaparecida, que se localizava entre a Calçada da Gloria e as Escadinhas do Duque, Lisboa; aí conheceu Ávila do Amaral, futuro engenheiro e seu colaborador.

Inscreve-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1912 mas interrompe o curso dois anos mais tarde, insatisfeito com o ensino praticado. Frequenta o ensino Técnico-Industrial. Em paralelo com a frequência das aulas trabalha na gestão de uma pequena fábrica (com o pai) e, mais tarde, num Banco. Casa-se com Maria Elisa Soares Branco em 1917; no ano seguinte nasce a sua única filha.

Conclui o ensino Técnico-Industrial em 1919. Nesse ano viaja até Paris e Bruxelas. Em 1921 visita Amsterdão e reingressa na Escola de Belas-Artes (termina o curso de arquitetura no ano letivo de 1926-1927); obtendo o diploma de Arquitectura em 1932, após a conclusão do seu tirocínio. Visita a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, Paris (1925), contactando com as linguagens da vanguarda da época. Entra para a Maçonaria, viaja até Paris, Espanha e Inglaterra (1926). Empenha-se nas suas primeiras propostas arquitetónicas; projeta as instalações da Câmara Municipal da Sertã (1925-27). Em 1928 realiza o projeto do stand de automóveis Rios de Oliveira, Avenida da Liberdade, Lisboa, onde começa a revelar-se a identidade da sua arquitetura.

A influência da Art Déco e do modernismo europeu torna-se determinante a partir do início da década de 1930. Cassiano Branco empenha-se em projetos visionários, formalmente avançados, para o desenvolvimento de uma vasta área de lazer e turismo na Costa da Caparica e para uma hipotética Cidade do Filme Português, Cascais; realiza diversos estudos para o Cineteatro Éden, Lisboa; projeta o Hotel Vitória e o Coliseu do Porto, assim como um conjunto de notáveis edifícios de habitação que irão servir de modelo para muitos prédios da década de 1930 (em alguns casos o mimetismo é tal que se torna difícil distinguir as suas obras das dos seus imitadores).

De fortes convicções políticas, opositor declarado do Estado Novo de Salazar, Cassiano Branco fica excluído das encomendas oficiais de maior estatuto e visibilidade. Participa de forma discreta na Exposição do Mundo Português (1940) e realiza projetos para barragens, mas o grosso da sua obra será para uma clientela privada. Também o seu feitio, difícil e exigente, ditará o abandono prematuro de diversos empreendimentos de grande dimensão, por divergências com clientes ou construtores. E no entanto, apesar de terem sido terminados por mão alheia, nos cinemas lisboetas Éden e Império, abandonados durante o projeto, e mais ainda no Coliseu do Porto, de que se afastou já em fase de construção, a sua autoria permanece claramente identificável, pelo que em publicações de referência todos estes edifícios lhe são atribuídos (repare-se que na década de 1990 o cineteatro Éden foi quase totalmente demolido, dele restando apenas a fachada principal, adulterada pela abertura de dois enormes vãos).

Embora a vários níveis um resistente, Cassiano Branco não foi totalmente alheio ao estilo oficial do Estado Novo (vulgarmente apelidado Português Suave), que dominou o panorama arquitetónico nacional a partir do final da década de 1930. Uma obra à qual se dedicou longamente foi o Portugal dos Pequenitos, Coimbra (1937-1962), onde evocou edifícios e tipologias arquitetónicas nacionais, numa síntese historiográfica do país à escala das crianças. Também o Grande Hotel do Luso(1940) ou o edifício da Praça de Londres (1951) revelam uma aproximação ao idioma tradicionalista então dominante. Na década de 1940 destacam-se as propostas e construção do café Cristal (1940), as várias propostas rejeitadas para a Cervejaria Portugália (1940), a proposta de um arranha-céus na Av. da Liberdade (1943), prédios de habitação na Av. António Augusto de Aguiar (1944), e os projectos não aprovados para o Cinema Império (1947-48), todos em Lisboa.

Em 1958 apoiou a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, tendo sido detido pela PIDE.

Faleceu em Lisboa, no dia 24 de Abril de 1970, com 72 anos.

Alguns projetos e obras

1925-27 – Câmara Municipal da Sertã, Sertã.
1928 – Stand de automóveis Rios de Oliveira, Avenida da Liberdade, Lisboa.
1929 – Primeiras propostas para o Cineteatro Éden, Lisboa.
1930 – Segundo projeto para o Cineteatro Éden | Projeto de urbanização para a Costa da Caparica (não construído) | Projeto para uma Cidade do Filme Português (não construída).
1931-32 – Terceiro projeto para o Cineteatro Éden.
1933-36 – Diversos prédios e moradias em Lisboa (Av. Álvares Cabral; Av. António José de Almeida, nº 10, 14, 16, 24; etc.).
1934 – Hotel Vitória, Avenida da Liberdade, Lisboa (atual Centro de Trabalho "Vitória", PCP).
1937 – Barragem do Rio Ponsul, Idanha-a-Nova | Barragem do Vale do Gaio, Estremadura | Prédios na Av. Defensores de Chaves, na Rua Nova de S. Mamede, etc.
1937-62 – Portugal dos Pequenitos, Coimbra.
1938 – Estação Terminal do Caminho‐de‐Ferro de Benguela (no Lobito) e Projeto do Grande Hotel do Luso.
1939 – Coliseu do Porto, Rua Passos Manuel, Porto.
1940 – Plano de urbanização, Exposição do Mundo Português, Lisboa | Grande Hotel do Luso.
1941 – Junta Nacional do Vinho, Rua Mouzinho da Silveira, 5, Lisboa.
1942 – Hotel Britania antigo Hotel do Império, Rua Rodrigues Sampaio, 17, Lisboa
1943 – Proposta de um arranha-céus na Avenida da Liberdade, Lisboa.
1947-48 – Primeiros estudos e projetos para o Cinema Império, Lisboa.
1951 – Prédio na Praça de Londres, Lisboa.
1958 – Proposta para uma ponte sobre o Tejo (não aprovada).

Cine-Teatro Éden
2ª proposta (não construída), 1930 
2009
2012

Hotel Vitória


Hotel Vitória, Lisboa, 1934

O Hotel Victória é uma edificação modernista projetada por Cassiano Branco em 1934. Esta obra joga ritmadamente a horizontalidade das aberturas e volumes rectos com os volumes circulares das varandas. No exterior há uma intenção de lhe conferir um aspecto mais nobre pelo emprego de revestimentos em mármore e aplicações metálicas que se repetem nas varandas.


História


O Hotel Victória está classificado como edifício de interesse público. Coincidindo com a renovação da cidade de Lisboa que ocorreu ao longo da década de 1930 e na qual Cassiano Branco teve importante papel, o Hotel Victória articula referências modernistas europeias com alusões ao estilo decorativo Art Deco. Situa-se na Avenida da Liberdade e foi uma das obras mais relevantes concebidas por este arquiteto, tornando-se numa obra de referência da arquitetura portuguesa da época. Com o passar do tempo surgiram novas construções na Avenida da Liberdade e o edifício foi ameaçado de demolição, o que representaria uma perda irreparável para o património arquitectónico da Cidade e do País. Foi graças a intervenção do Instituto Português do Património Cultural que, apontando razões históricas e arquitectónicas, se decidiu que este seria um imóvel a preservar. O Hotel Victória foi projetado, numa primeira fase, como uma unidade hoteleira com cerca de 60 quartos, tendo Cassiano Branco optado, na sua construção, pelo betão armado.

A inauguração teve lugar em 1936 e, três anos mais tarde, eclodia a 2ª Guerra Mundial (o Hotel Victória iria tornar-se em ponto de encontro de espiões franquistas e nazis). Em 1945 continuava em funcionamento como um dos hotéis mais conhecidos de Lisboa, mas sofria a concorrência de outros mais modernos e confortáveis. Encerrou em meados da década de 1960, ficando ao abandono até 1975, ano em que o Partido Comunista Português (PCP) o alugou para aí instalar o Centro de Trabalho Vitória. Depois de ter sido alvo de um atentado bombista, em 1976, foram tomadas medidas de segurança que alteram a leitura do piso térreo. Em 1984, o PCP adquiriu o edifício com o apoio de uma recolha de fundos, e foi realizada a primeira acção de recuperação e restauro do edifício, com adaptação dos quartos a gabinetes de trabalhos e anulação das casas de banho privadas, reconstrução da pérgola no terraço (que ruiu no sismo de 1969), reposição da pala original sobre a entrada e limpeza e recuperação da fachada, incluindo as caixilharias, que se encontravam em estado avançado de degradação. Em 1994 realizou-se mais uma acção de recuperação: todo o revestimento em pedra da fachada foi limpo e reposto nas zonas em que existiam falhas com pedra proveniente das pedreiras de origem, substituindo-se os tubos cromados decorativos e das guardas das varanda, irrecuperavelmente oxidados, por tubos de aço polido com desenho e secção idêntica à original; foi efetuada uma recuperação e reorganização extensiva dos espaços do piso térreo.
Características

A fachada possui aproximadamente 16.50 metros e é revestida a mármore, dando grande protagonismo ao Hotel Victória. Formada por dois corpos, um vertical de aparência maciça, e um outro horizontal, com balções corridos, guarnecidos com tubos metálicos, estes produzem um contraste com uma quebra de ritmo acentuada à verticalidade da primeira face á horizontalidade do segundo. A tensão criada pelos dois é acentuada pela presença do pilar que se destaca da superfície da fachada, e serve de eixo de rotação para o remate circular das varandas. A pérgola do terraço contribui para definir a leitura da sequência das varandas circulares como um volume em si, que serve de contraponto ao torreão. A fachada traduz a capacidade de estabelecer uma relação de equilíbrio instável exterior-interior. 

O piso térreo, tratado com particular acentuação dinâmica de um jogo de planos e volume, garantindo por um lado, uma sólida relação com o solo, e por outro, respondendo á necessidade de contrariar o efeito que a inclinação da Avenida levantava, um problema de escada. Segundo o projecto, o edifício dispunha de um bar, uma sala para visitas, uma sala de jantar e duas copas no rés-do-chão. Nos pisos superiores, havia 14 quartos por piso, com corredores de circulação longitudinal abertos para a fachada principal e para a fachada tardoz, sendo que nos pisos inferiores, contava com a área de serviço, destinadas a apoiar todo o hotel. 

Hotel Vitória
Hotel Vitória
Hotel Vitória
Hotel Vitória
Cinema Império
2011 Edifícios de habitação e/ou escritórios

Rua de S. Mamede, Lisboa 
Rua de S. Mamede, Lisboa 
Rua de S. Mamede, Lisboa
Rua de S. Mamede, Lisboa 
Av. Álvares Cabral, Lisboa
Av. Álvares Cabral, Lisboa
Avenida Álvares Cabral, Lisboa
Avenida dos Defensores de Chaves,
Lisboa 
Avenida dos Defensores
de Chaves, 
Lisboa 
Praça de Londres, Lisboa
Praça de Londres

Portugal dos Pequenitos

Portugal dos Pequenitos

Coliseu do Porto
Coliseu do Porto
Coliseu do Porto
Coliseu do Porto
Grande Hotel do Luso
Grande Hotel do Luso
Junta Nacional do Vinho

sexta-feira, 27 de março de 2020

Dia Mundial do Teatro

imagem in cm-guimaraes.pt

O Dia Mundial do Teatro é celebrado anualmente no dia 27 de março e tem como objetivo a celebração do valor e a importância do teatro e atua como uma chamada de alerta do valor do teatro como uma forma de arte imprescindível. 

A cada ano, uma figura proeminente no teatro ou uma pessoa notável de coração e espírito de outro campo é convidada a compartilhar suas reflexões sobre o teatro e a harmonia internacional.

(in eurocid.mne.gov.pt)


O Dia Mundial do Teatro celebra-se anualmente a 27 de março.

Para comemorar a data decorrem neste dia vários espetáculos teatrais gratuitos ou com bilhetes mais baratos e são relembrados alguns dos artistas e das obras mais importantes da história do teatro. O objetivo da data é promover a arte do teatro junto das pessoas.

O teatro é uma arte milenar e funciona como um meio de divulgação da cultura de diferentes povos. Desde a antiguidade, o homem usou o teatro como forma de expressão.

Existem vários géneros teatrais como a comédia, o drama, a farsa, a tragédia, a tragicomédia, o melodrama, a revista e o teatro infantil, entre outros.
Origem da data

A data foi criada em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro. No Dia Mundial do Teatro, várias organizações culturais apresentam espetáculos teatrais para comemorar a efeméride, permitindo o acesso gratuito aos mesmos.
Teatro em Portugal

Gil Vicente, autor de diversas obras teatrais, é um dos nomes mais conhecidos do teatro português. O Auto da Barca do Inferno e o Auto da Índia são algumas das suas obras mais populares. Embora Gil Vicente seja considerado o pai do teatro português, existem inúmeros registos de manifestações desta arte muito anteriores ao teatro vicentino, classificadas essencialmente em dois grandes grupos: o teatro religioso e o teatro profano.

Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, é outra criação máxima do teatro português.

Grandes peças de teatro

Exemplos de grandes peças de teatro mundiais:

O avarento, Moliére
Salomé, Oscar Wilde
Esperando Godot, Samuel Becket
Macbeth, Shakespeare
Édipo, Sófocles
Quatro quartetos, T. S. Eliot
Volta ao lar, Harold Pinter
A morte do caixeiro viajante, Arthur Miller
A Santa Joana dos Matadouros, Bertolt Brecht
Estado de sítio, Albert Camus


in calendarr.com

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

"La Traviata", por Maria Callas e Alfredo Kraus, em 1958, no Teatro São Carlos, em Lisboa!






Simplesmente memorável!



A presença de Maria Callas, há 60 anos, em Lisboa, 
para protagonizar a ópera "La Traviata", de Verdi, 
no Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC), é celebrada 
com uma nova edição internacional em CD, da gravação 
dessa atuação.
Maria Callas subiu ao palco do S. Carlos, no papel de Violetta 
Valéry, no dia 27 de março de 1958, acompanhada por um 
elenco que incluiu Alfredo Kraus, Mario Seremi, Laura Zanini, 
Piero de Palma, Vito Susca, Alessandro Maddalena, e os 
portugueses Maria Cristina de Castro, no papel de "Annina", 
Álvaro Malta, como "barão Douphoi", e Manuel Leitão, 
como "mensageiro". A direção musical da ópera foi do maestro 
Franco Ghione (1886--1964), que esteve à frente do coro e da 
Orquestra Sinfónica do TNSC.
"La Traviata" foi das óperas que Callas mais interpretou. 
Só no período de 1951 a 1958, protagonizou-a mais de 60 vezes, 
em teatros de Roma, Florença, Parma, em Itália, São Paulo e Rio 
de Janeiro, no Brasil, Chicago, Nova Iorque e Dallas, nos Estados 
Unidos, ou na Cidade do México. A encenação que o cineasta 
Luchino Visconti fez desta ópera, para a temporada de 1955/56 
do Alla Scala, de Milão, dirigida por Carlo Maria Giullini, é 
apontada como uma das suas mais notáveis interpretações de 
Violetta Valéry.
Todavia, quando a protagonizou em Lisboa, a soprano nova-
iorquina de origem grega sentir-se-ia muito próxima da 
personagem. O crítico musical John Steane escreveu que, 
no último ato, Callas atingiu "o culminar da grande arte de uma 
cantora operática".
A discográfica Warner, que chancela a nova edição do CD, afirma, 
em comunicado, que "a denominada 'Traviata de Lisboa' insinua 
os problemas privados que Callas começava a enfrentar, e que 
acompanharam a sua carreira até a um final prematuro".
Segundo a Warner, "o que torna esta gravação especial é a forma 
como ela encarna esses problemas no seu desempenho, irradiando 
vulnerabilidade e fragilidade". "A cena de abertura do terceiro ato, 
na qual ela lê da carta de Giorgio Germont [o pai do seu amante] 
e canta 'Addio, del passato', é um dos momentos mais emocionantes 
da ópera em CD".
A discográfica refere que a atual edição apresenta uma gravação 
de "mistura de som adequada" a uma gravação feita ao vivo, 
a partir da fita magnética, "proporcionando um som mais natural e
um ganho percetível na sua fidelidade a esta produção lendária".
A nova edição inclui um 'booklet' com textos de Michel Parouty, 
autor, entre outros livros, de "Mozart Amado dos Deuses" (1991).
Maria Callas (1923-1977) gravou esta ópera em estúdio apenas 
uma vez, em 1953. Gravou-a igualmente no Teatro Alla Scala de 
Milão, em 1955, com o maestro Carlo Maria Giulini.
A atuação da soprano em Lisboa conheceu já várias edições, em 
vinil e CD, pela EMI, pela Myto e pela Warner. 
Em 2000, a Antena 2, detentora das fitas originais, fez uma edição 
particular, na qual incluiu intervenções que antecederam a 
transmissão radiofónica da ópera.
Em setembro do ano passado, a Warner Classics colocou igualmente 
esta versão na integral das gravações de Maria Callas ao vivo, 
feitas durante os anos de atuações em palco, reunidas num só 
volume, depois de recuperadas e sujeitas a nova mistura.
Esta caixa sucedeu à integral das gravações de estúdio, reuniu 20 
óperas completas, em 42 CD e três 'blu-ray'. Apenas doze dessas 
óperas foram gravadas ao vivo pela soprano, entre as quais 
"Parsifal", de Wagner, "Andrea Chénier", de Giordano, 
"Anna Bolena", de Donizetti, "La vestale", de Spontini, e "Armida",
 de Rossini.
(in: dn.pt 09.02.2018  DN/LUSA)

quarta-feira, 30 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

Canções de protesto ou de intervenção



O Jornal de Letras de 23 de Fevereiro a 8 de Março de 2011, dedica um artigo na página 20, à reflexão sobre a influência que as cantigas podem ter para conseguir ajudar a mudar o que vai mal no mundo. 

A cantiga de intervenção pode ser uma arma de arremesso destinada a alguns sectores que cometem injustiças tremendas contra a sociedade, sendo preciso denunciá-las. A verdade é que todos conhecemos canções de protesto e, no nosso país, há uma tradição que comprova isso mesmo. Estou a lembrar-me de Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Zeca Afonso, José Mário Branco entre centenas deles e, mais recentemente, os Deolinda...

É precisamente sobre este grupo de músicos dos Deolinda que o artigo se debruça mais. Com o tema "Parva que sou", a canção tem dado lugar a muitas interpretações por parte do público.

A certa altura, Manuel Halpern, autor do citado artigo, escreve, depois de explicar que o grupo fez notar que o público se apoderou da canção, mas que aquele (grupo), prefere que a canção fale por si: "E tem falado na boca de outras pessoas, começando a servir, antes de mais, como bandeira de uma geração, já chamada de "geração à rasca"...(...)...mas há também quem a tenha baptizado como "geração Deolinda", "geração parva" e "geração nem-nem". " ...(...)...há muito que não se tinha descoberto numa música tanta capacidade de mobilização. Prova disso são as manifestações de protesto, convocadas para Lisboa e para o Porto, contra o trabalho não remunerado ou precário a que é sujeita parte dos recém-licenciados. E há quem fale até de uma "deolindização" da sociedade." A verdade é que há quem defenda a canção, mas também há quem a critique.

O final da canção é um apelo a que se tome uma atitude e que se dê a volta à situação actual existente (e insustentável) no nosso país.