quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Maria Teresa Horta, grande romancista, poeta e escritora "partiu" de entre nós - A minha homenagem


(imagem em infopedia, Porto Editora)

Maria Teresa Horta

Presto aqui  minha homenagem a esta grande romancista, jornalista feminista e contadora de histórias, que sempre soube lutar pelas suas causas!

Concordo com o jornal observador.pt quando este escreve: A escrita de Maria Teresa Horta não foi resistência, foi avanço !

Primeira pesquisa:  www.infopedia.pt

Ficcionista, dramaturga, poeta e jornalista de profissão, Maria Teresa de Mascarenhas Horta Barros nasceu a 20 de maio de 1937 em Lisboa, e morreu a 4 de fevereiro de 2025, com 87 anos. 

Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube e militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, pertenceu à redação do jornal A Capital, dirigiu a revista Mulheres e dedicou-se ao movimento cineclubista português. 

Teresa Horta, escritora com obras publicadas nos campos da poesia, da prosa e do teatroCom a colaboração, ao lado de Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno, nas Novas Cartas Portuguesas, obra reprimida pela censura e largamente difundida a nível internacional, o seunome como autora ficou celebrizado dentro de um registo de exaltação do corpo, de libertação feminina e de denúncia das hipocrisias e repressões do mundo social.

Como prosadora, inscreve-se numa tendência para a narração pluridiscursiva e desarticulada, impondo ao leitor, através dos vários registos estilísticos (discurso poético, epistolar, memorial, narrativo), a reconstituição de uma intriga que importa menos do que o teor excessivo da linguagem que a veicula ou que a indagação sobre a condição feminina em que cabe também a atualização do tema da paixão avassaladora, como no romance Constança H.

Ligada à coletânea Poesia 61, onde participou com Tatuagem, para António Ramos Rosa, "Cada poema seu é um ato de desnudação que põe em causa as convenções da vida social e está para além das barreiras protetoras da dignidade e do pudor. (...)
Contra a pobreza do mundo social, contra uma realidade ressequida e descarnada, o poeta realiza a transmutação vital que é uma verdadeira transformação orgânica e física do corpo humano (...).Seja direta, seja metafórica, a sua linguagem tem a ardência vital do corpo e a sua violência sensual é, em toda a sua irracionalidade, libertadora e subversiva." (Incisões Oblíquas, 1987, p. 126). 

REFERÊNCIA:
Porto Editora – Maria Teresa Horta na Infopédia [em linha]. 
Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-05 18:33:51]. 
Disponível em https://www.infopedia.pt/$maria-teresa-horta


Segunda pesquisa:  pt.wikipedia.org

Maria Teresa de Mascarenhas Horta Barros[1] GOIHGOL(Lisboa, 20 de maio de 1937 — Lisboa, 4 de fevereiro de 2025)[2] foi uma escritora, jornalista, activista e poetisa portuguesa

Foi uma das autoras do livro Novas Cartas Portuguesas, pelo qual foi processada e julgada em 1972, ao lado de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa.[3]

Biografia

Nasceu em Lisboa, no dia 20 de Maio de 1937. É filha de Jorge Augusto da Silva Horta, 5.º Bastonário da Ordem dos Médicos(1956-1961), e de sua primeira mulher D. Carlota Maria Mascarenhas - a qual era neta paterna, por bastardia, do 9.º Marquês de Fronteira, 10.º Conde da Torre de juro e herdade, Representante do Título de Conde de Coculim, 7.º Marquês de Alorna de juro e herdade e 11.º Conde de Assumar de juro e herdade, ele próprio também filho natural - é oriunda, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, contando entre os seus antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna.[4]

Foi casada, em segundas núpcias, com o jornalista Luís de Barros, de quem tem um único filho, Luís Jorge Horta de Barros (4 de Abril de 1965), casado com Maria Antónia Martins Peças Pereira, com dois filhos, Tiago e Bernardo Barros.[5]

Em 2024, foi editado o livro "A Desobediente", biografia escrita por Patrícia Reis.[6][7]

Faleceu na manhã de 4 de fevereiro de 2025, em Lisboa, aos 87 anos.[8][9]

Percurso


Foi dirigente do ABC Cine-Clube.

Fez parte do Movimento Feminista de Portugal juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, as Três Marias. Em conjunto lançaram o livro Novas Cartas Portuguesas, que na época teve um forte impacto e gerou contestação.[3][4]

Maria Teresa Horta também fez parte do grupo Poesia 61.[3]

Publicou diversos textos em jornais como Diário de Lisboa, A Capital, República, O Século, Diário de Notícias e Jornal de Letras e Artes, entre outros. Na Capital liderou o suplemento Literatura e Arte, por onde passaram nomes como Natália Correia, Maria Isabel Barreno, Ary dos Santos, José Saramago, António Gedeão, Alexandre O’Neill, Mário Cesariny, entre outros grandes nomes da literatura portuguesa.[10]

Foi também chefe de redacção da revista Mulheres, a convite do Partido Comunista Português,[11] da qual foi militante durante 14 anos[12] entre 1975 e 1989, quando se dá o fim da União Soviética.[13]Esta revista, um projecto pessoal de Maria Teresa Horta, consistiu num projecto feminista, de forte cunho essencialista. Permitiu-lhe entrevistar mulheres de relevo da política, da cultura e da literatura, entre elas: Maria de Lourdes Pintasilgo, Marguerite Yourcenar, Marguerite Duras, Maria Bethânia.[3][10]

Prémios e Reconhecimento

Foi galardoada com o Prémio D. Dinis 2011 da Fundação Casa de Mateus pela sua obra "As Luzes de Leonor", o qual aceitou, embora se recusasse a recebê-lo das mãos do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, ao qual cabia entregá-lo, alegando que este está "a destruir o país".[14][15][16] Nesse ano ganha ainda o Prémio Máxima de Literatura, pela mesma obra.[17]

Em 2014, recebeu o Prémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.[18]

Em 2017, recusou receber o 4º Prémio Oceanos (Literatura em Língua Portuguesa), atribuído anualmente pelo Itaú Cultural no Brasil. A sua recusa deve-se ao facto de o ter de partilhar com o autor Bernardo Carvalho e por achar que a sua obra e os seus leitores mereciam mais respeito.[19][20]

O seu livro "Anunciações" (com o qual concorrera ao Prémio Oceanos) ganha o Prémio Autores de 2017 na categoria Melhor Livro de Poesia. [21]


Visão | Maria Teresa Horta: A história da desobediente militante e  desassossegada contadora de histórias
imagem obtida in visao.pt


As Três Marias (ela e Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa) encontram-se entre os 50 autores portugueses seleccionados por António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen, professores e ensaístas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para constar no livro "O Cânone", publicado pela editora Tinta da China em 2020.[22][18]

O Ministério da Cultura português distinguiu-a com a Medalha de Mérito Cultural em 2020.[18]

Em 2021 foi distinguida com o Prémio Literário Casino da Póvoa 2021, no festival de literatura Correntes d'Escritas, pela obra Estranhezas. [23][24] No mesmo ano, foi homenageada no Festival Literário Internacional do Interior, criado em homenagem das vítimas dos incêndios de 2017.[25]

Em 2023, o ISPA distinguiu-a com o título de Doutora Honoris Causa. [26]

Em 2024, é distinguida com o Prémio Liberdade, no âmbito dos Prémios ACTIVA Mulheres Inspiradoras. [27]

Também em 2024, torna-se na primeira mulher a receber o Prémio Rodrigues Sampaio, prémio este atribuído pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.[28]

Ainda em 2024, a BBC colocou-a entre as 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo. [29][30]

Condecorações


A 21 de Abril de 2022, foi agraciada com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.[31]

Obras

É autora de vários livros de poesia e ficção:[32]

PoesiaEspelho Inicial (1960)
Tatuagem (1961)
Cidadelas Submersas (1961)
Verão Coincidente (1962)
Amor Habitado (1963)
Candelabro (1964)
Jardim de Inverno (1966)
Cronista Não é Recado (1967)
Minha Senhora de Mim (1967)
Educação Sentimental (1975)
As Mulheres de Abril (1976)
Poesia Completa I e II (1960-1982) (1982)
Os Anjos (1983)
Minha Mãe, Meu Amor (1984)
Rosa Sangrenta (1987)
Antologia Poética (1994)
Destino (1998)
Só de Amor (1999)
Antologia Pessoal - 100 Poemas (2003)
Inquietude (2006)
Les Sorcières - Feiticeiras (2006) edição bilíngue
Cem Poemas + 21 inéditos (2007)
Palavras Secretas (Antologia) (2007)
Poemas do Brasil (2009)
Poesia Reunida (1960-2006) (2009)
As Palavras do Corpo (Antologia de poesia erótica) (2012)
Poemas para Leonor (2012)
Poesis (2017)
Estranhezas (2018)

FicçãoAmbas as Mãos sobre o Corpo (1970)
Novas Cartas Portuguesas (1971) (obra conjunta))
Ana (1974)
O Transfer (1984)
Ema (1984)
A Paixão Segundo Constança H. (1994)
A Mãe na Literatura Portuguesa (1999)
As Luzes de Leonor (2011)
A Dama e o Unicórnio (2013)
Meninas (2014)

REERÊNCIA:   pt.wikipedia.org

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