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domingo, 31 de janeiro de 2021

Paul Verlaine - "Poète Maudit"

in discogs.com


Poeta maldito (em francês: poète maudit) é um termo utilizado para referir os poetas que mantêm um estilo de vida que pretende demarcar-se do resto da sociedade, considerada como meio alienante e que aprisiona os indivíduos nas suas normas e regras, excluindo-se mesmo dela ao adoptar hábitos considerados autodestrutivos, como o abuso de drogas. Sob este conceito está o mito de que o génio criador tem terreno especialmente fértil entre indivíduos mergulhados num ambiente de insanidade, crime, violência, miséria e melancolia, frequentemente resultando no suicídio ou outro género de morte prematura. A rejeição de regras manifesta-se também, geralmente, com a recusa em pertencer a qualquer ideologia instituída. A desobediência, enquanto conceito moral exemplificado no mito de Antígona é uma das características dos poetas malditos.

Os escritores do Romantismo utilizaram o termo, aplicando-o a François Villon (1431-c. 1474), considerado, por isso, como sendo o primeiro poeta maldito da história da literatura. O autor da expressão foi Alfred de Vigny, que a utilizou em 1832 na sua peça dramática Stello, onde se refere aos poetas como "la race toujours maudite par les puissants de la terre" ("a raça sempre maldita para os poderosos da terra").

O termo popularizou-se a partir da sua utilização para referir-se a um grupo de poetas, emprestado de uma série de artigos dos anos de 1884-1888 de Paul Verlaine intitulado "Les poètes maudits" (Os poetas reprovados), no "Boletim Lutèce", no qual poetas como Tristan Corbière, Rimbaud e Mallarmé eram enfatizados.

Charles BaudelairePaul VerlaineArthur Rimbaud e Lautréamont são considerados exemplos típicos.

O termo é relevante para as vanguardas do século XX, não apenas porque alguns dos seus precursores foram qualificados como malditos, mas porque estas, com sua postura polemista, iconoclasta, tendiam a sofrer grande resistência nos meios culturais.

Em diversas ocasiões na história, normalmente por razões políticas, grupos de poetas precisaram de se colocar à margem dos meios tradicionais de difusão de cultura, a fim de manterem viva a sua arte. ...(...)...
(in wikipedia.pt)


Le ciel est, par-dessus…

Le ciel est, par-dessus…

Le ciel est, par-dessus le toit,
Si bleu, si calme !
Un arbre, par-dessus le toit,
Berce sa palme.

La cloche, dans le ciel qu’on voit,
Doucement tinte.
Un oiseau sur l’arbre qu’on voit
Chante sa plainte.

Mon Dieu, mon Dieu, la vie est là,
Simple et tranquille.
Cette paisible rumeur-là
Vient de la ville.

– Qu’as-tu fait, ô toi que voilà
Pleurant sans cesse,
Dis, qu’as-tu fait, toi que voilà,
De ta jeunesse ?

Paul Verlaine, Sagesse (1881)


Paul Verlaine, "Poeta Maldito"

O valor da palavra na sua dimensão poética e musical assume em Paul Verlaine um estatuto da maior relevância.O preciosismo da sua escrita, que lhe permite através do artifício poético convocar ideias ou mesmo sensações, coloca-o numa plataforma privilegiada entre os seus pares simbolistas, Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé.

Se o caráter inquieto do poeta contribuiu de forma indelével para a sua escrita, a conversão ao catolicismo, o alcoolismo, a relação tempestuosa com Rimbaud, os internamentos hospitalares e a passagem pela prisão fazem igualmente parte da sua agitada biografia.

À exceção dos «Poemas Saturninos» (1866), que não integram a Coleção Calouste Gulbenkian, podemos sinalizar no conjunto de obras aqui exposto alguns dos momentos-chave do percurso literário de Verlaine. Refira-se ainda que a intenção de Calouste Gulbenkian ao reunir estas obras não foi literária, mas sim o gosto pela raridade das edições e a qualidade das encadernações e das ilustrações. Assim, procurou-se nesta seleção o justo equilíbrio entre revelar a poesia de Verlaine e a sua materialização gráfica através da ilustração. A exceção refere-se ao poema «Le ciel est, par-dessus…», incluído na primeira edição de Sagesse (1881), que embora não ilustrado, convoca a musicalidade sempre presente na obra poética de Verlaine, que inspirou composições de Gabriel Fauré e de Déodat de Séverac.

(in gulbenkian.pt)


PAUL VERLAINE

Poeta francês nascido em 1844, em Metz, e falecido a 8 de janeiro de 1896, em Paris.
Paul Verlaine viveu até aos sete anos em Metz, cidade francesa onde o pai, capitão de Infantaria, estava colocado, mas depois mudou-se com a família para Paris. Estudou Direito, mas desistiu ao fim de dois anos, optando por prosseguir a formação no serviço civil, onde se graduou com 18 anos.
Fez amizade com vários poetas parnasianos e passava os seus dias em longas conversas enquanto bebia absinto. O pai, desgostoso com este estilo de vida, deixou de lhe dar dinheiro.
Verlaine já se dedicava à poesia e, em 1866, publicou o seu primeiro livro, les Poèmes Saturniens, que revela ainda a influência do Parnasianismo e de Baudelaire, seguido de Fêtes Galantes, três anos mais tarde.
Casou em 1870, mas, um ano mais tarde, apaixonou-se pelo poeta Arthur Rimbaud, na altura com 17 anos. Entretanto já havia escrito, para a sua mulher, La Bonne Chanson, onde revelou a sua esperança pela felicidade. Contudo, tinha um mau temperamento e chegou a bater violentamente na mulher e no filho.
O casamento durou pouco e Verlaine e Rimbaud optaram por levar uma vida boémia entre Londres, em Inglaterra, e Bruxelas, na Bélgica. No entanto, a 12 de julho de 1873, após uma discussão, tentou dar um tiro a Rimbaud e acabou por ser preso durante 18 meses. Na prisão, estudou Shakespeare e a obra Dom Quixote, de Cervantes, e escreveu Romances Sans Paroles, considerado pelos críticos uma das suas obras-primas. Escreveu também o poema Ars poétique (1874) - que só foi publicado dez anos mais tarde em Jadis et naguère, tendo sido posteriormente considerado como o manifesto do Simbolismo - em que amadurece a sua conceção de poesia, encarada essencialmente como "música", subjetividade, espontaneidade, sugestão.
Verlaine entretanto converteu-se ao Catolicismo e foi viver para Inglaterra, onde deu lições de Francês. Regressou ao seu país, em 1877, para dar aulas num colégio. Nesta altura, publicou Sagesse, onde a sua poesia estava repleta de sentimentos religiosos.
Em 1879, deixou o ensino e foi com um pupilo viver para o campo, para tentar dirigir uma quinta. No entanto, rapidamente foi à falência e regressou a Paris.
Com a morte do seu pupilo favorito, em 1883, e a perda da mãe, três anos mais tarde, Verlaine acabou por voltar a beber. Na altura, já era considerado o melhor poeta francês da época e tinha publicado uma obra controversa intitulada Les Poètes Maudits, composta por biografias de poetas, contos e versos sagrados e profanos.
Entrou numa fase de grande decadência, dormindo em bairros de lata e passando largos períodos hospitalizado. Juntamente com os poetas Stéphane Mallarmé e Charles Baudelaire, formou o grupo dos chamados "Decadentes", conhecido pela sua atração pelo mórbido, perverso e bizarro e pela liberdade moral.
Paul Verlaine gastou o dinheiro que lhe restava com duas prostitutas com quem vivia alternadamente e com um ladrão com quem mantinha uma relação homossexual.
Mesmo assim, em 1894, foi considerado "O Príncipe dos Poetas franceses" após a sua obra ter sido redescoberta pelos seus contemporâneos. Foi um dos líderes do Simbolismo, movimento que busca a espiritualidade e transcendência metafísica.
Morreu na miséria a 8 de janeiro de 1896, mas o seu funeral foi acompanhado por milhares de pessoas.

in: Paul Verlaine in Infopédia [em linha].  
Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/$paul-verlaine

quarta-feira, 20 de maio de 2020

BALZAC (Honoré de): faz hoje 221 anos que ele nasceu!

in francebleu.fr

Sempre gostei muito das disciplinas de Português e de Francês, quando iniciei o meu 1º ano do liceu (5º ano de escolaridade atual), em 1957, em Moçambique. 
A tal ponto, que depressa decidi que "quando fosse grande" queria ser professora de Português e de Francês.


Tive sempre a sorte de ter professoras de origem francesa durante vários anos, que continuaram a despertar em mim o gosto por essa língua maravilhosa e romântica. Posso dizer o mesmo em relação aos professores de português que me acompanharam, enquanto estudante. Estas duas disciplinas foram sempre as minhas preferidas.

Continuei a aprofundar o estudo do francês  durante alguns anos na Alliance Française, o que acabou por me "encantar" para toda a vida. E lá fui "tirar o curso", a minha licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, Variantes Português- Francês e sempre lecionei as duas, sentindo toda a minha vida profissional que estava nos dois ramos de que mais gostava.

Ao estudar na Faculdade de Letras, uma das obras obrigatórias num dos anos da minha licenciatura, foi "Le Père Goriot", de Honoré de Balzac. Essa obra marcou-me para toda a vida. Agora, ando a relê-la e tenho sentido uma saudade imensa desses tempos de estudante...

E é por isso que, hoje, quero aqui deixar a minha homenagem a Balzac, que nasceu a 20.05.1799!!! Faria hoje 221 anos! 

Pesquisando mais um pouco sobre este escritor, encontrei e vou aqui partilhar neste meu post de hoje o essencial sobre a sua vida: 


Biografia de Balzac

Balzac (1799-1850) foi um escritor francês, um grande retratista da burguesia do século XIX. Entre as suas obras destacam-se A Comédia Humana e A Mulher de Trinta Anos, do qual se originou o termo, "balzaquiana".

Honoré de Balzac (1799-1850) nasceu em Tours, França, em 20 de maio de 1799. Filho do funcionário público Bernard François Balzac e Laure Sallambier.

Infância e formação

Entre os anos de 1807 e 1813, Balzac estuda no Colégio dos Oratorianos de Vendôme. Desde pequeno sonhava viver entre aristocratas, imortalizado pela atividade literária.

Logo que aprendeu a escrever passou a assinar Balzac e acrescentou um "de", marca de nobreza na França, "Honoré de Balzac".

Com 20 anos formou-se em Direito e foi estagiar no escritório de Goyonnet de Merville, que mais tarde se transformaria em Derville, numa série de romances que Balzac chamou de "A Comédia Humana".

Os anos de estágio forneceram-lhe material para vários outros romances como "A Duquesa de Langlois", "César Birotteau", e "O Contrato de um Casamento".

Os sofrimentos dos réus, as artimanhas dos advogados, os tribunais, a força do dinheiro, todos os problemas na justiça francesa dessa época, estão nas várias obras de Balzac.

A vida é muito dura para a família e eles mudam-se para Villeparisi, lugarejo próximo de Paris, mas Balzac resolve permanecer na cidade, abandonar o estágio e viver de literatura.

Carreira Literária

Sem apoio da família, receberia só um ano de mesada. Foi morar num quarto da Rua Lesdiguières. Estava convencido que seria um grande escritor.

Em 1820, depois de um ano passado entre leituras, passeios e dúvidas, conclui "Cromwell", uma tragédia composta de versos alexandrinos.

O prazo de um ano havia terminado. Os romances sentimentais estavam na moda, publicados em fascículos mensais. Balzac sabia não ser esse o caminho da arte.

Publica vários romances, elaborados entre 1822 e 1825, sob os pseudónimos de "Lord R'hoone" e "Horace de Saint Aubin", foram alguns dos nomes que assinou.

Desgostoso com o que produzia, vai a Villeparisi, onde conhece seu primeiro amor, Laure de Berny, amiga da família, 22 anos mais velha que ele, casada e mãe de sete filhas.

Em 1825, com recursos da família e de Laura de Berny, monta uma editora, mas em 1827, sem sucesso, volta a escrever.

Inspirado no escritor Walter Scott, criador de romance histórico, publica "Os Chouans" e a "Fisiologia do Casamento", romances que lhe abriram as portas de importantes círculos literários, assinando o seu nome pela primeira vez.

Colabora com revistas e periódicos de sucesso. Num único ano escreve inúmeros artigos, dezenove novelas e romances, entre eles, "Catarina de Médicis", "A Pele de Onagro", "Beatriz" e "Pequenas Misérias da Vida Conjugal".

Em 1832, Balzac candidata-se a deputado, mas não teve os votos esperados. Os fidalgos não aceitam no seu meio, um provinciano plebeu.

Nesse mesmo ano recebe uma carta de uma mulher que assinava "A Estrangeira", que mais tarde descobriu ser a condessa polonesa Eveline Hanska, casada e bem mais velha que ele. Encontraram-se na Suíça e tornaram-se amantes.

Em 1834 publica "Pai Goriot", iniciando o sistema de repetição de personagens de uma obra para outra. Sentiu que podia fazer romances sem começo nem fim, ligados uns aos outros, representando os diversos momentos da vida.

A Comédia Humana

Em 1834, Balzac publica "A Comédia Humana", composta de 95 romances, dividido em três partes: "Estudos de Costumes", "Estudos Filosóficos" e "Estudos Analíticos".

A Comédia Humana é um fidelíssimo espelho daquela época. Escrevia baseado em factos reais, ele não adaptava os acontecimentos para favorecer as suas convicções pessoais.

Na sátira que ele faz, conta os costumes da sociedade de seu tempo e acaba denunciando mazelas de um estilo de vida que se adotava na prática.

Publica ainda "O Contrato de Casamento", "O Lírio do Vale", onde celebra sua "Dileta" sob o nome de "Senhora Mortsauf" e "Memórias de Uma Jovem Esposa".

Em 1942 publica "A Mulher de Trinta Anos", romance que deu origem à expressão "Balzaquiana", que faz referência às mulheres mais maduras.

Honoré de Balzac faleceu em Paris, França, no dia 18 de agosto de 1850, sem ter sido um aristocrata. É enterrado no Cemitério de Père-Lachaise. Vitor Hugo pronuncia o discurso fúnebre.

Frases de Balzac 

Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor. 
O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo. 
O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão. 
Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor. 
O ódio tem melhor memória do que o amor. 
Seja no que for, apenas poderemos ser julgados pelos nossos pares. 
O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos. 

FONTE: in ebiografia.com

domingo, 15 de agosto de 2010

Que significa "CATIVAR"?

in: www.newkidsonthegeek.com
Quem gostar de ler (ou reler) Saint-Exupéry, encontra na obra "O Principezinho", interessantes reflexões acerca do que significa este verbo: CATIVAR!

E  decerto ficará  de novo "cativado" ao retomar contacto com essa maravilhosa obra, lida ou estudada no 3º ciclo e no secundário.

Basta ler alguns excertos de diálogos entre o principezinho e a raposa:
" - Cativar" quer dizer o quê? (principezinho)
  - Quer dizer "criar laços." (raposa)

" (...)...(...)...se tu me cativares, passamos a precisar um do outro." (raposa)

"Por favor...cativa-me!" (pediu a raposa ao principezinho)

"Só conhecemos o que cativamos." (raposa)

"Se queres um amigo, cativa-me." (raposa)

"Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativaste." (raposa)

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos." (raposa)

"Mas os olhos são cegos. Só se procura bem com o coração." (principezinho dirigindo-se ao narrador).

in: 4.bp.blogspot.com
Pois é! Estes diálogos são muito profundos e convidam-nos a reflectir bem nas palavras proferidas, tanto pela raposa, como pelo principezinho. São demasiado verdadeiros! 

Numa época de tanta agitação, seria bom parar um pouco para pensar: como é que os nossos olhos vêem os outros? E o nosso coração, que sentimentos verdadeiros e sinceros consegue transmitir aos nossos semelhantes?

Será que cativamos mesmo os outros? É que, segundo a raposa, cativar é criar laços, é ficarmos a precisar uns dos outros, é ser-se amigo e ficar-se responsável por eles!

Estaremos mesmo a cumprir estes preceitos? Será que nos dispomos a isso?

E se não nos dispusermos, o que será de nós? O mais certo é acabarmos sozinhos...

Deixemo-nos aprisionar pelo afeto dos outros... Deixemo-nos cativar e cativemos também...

in: blog.paperblanks.com

domingo, 21 de março de 2010

Gustave Flaubert

Gustave Flaubert foi um escritor francês, nascido em França a 12 de Dezembro de 1821, em Rouen, tendo morrido a 8 de Maio de 1880, em Croisset (perto de Rouen).

Oscilando incessantemente entre o romantismo e o realismo, atraído contínuamente por uma imensa necessidade de lirismo e pelo desejo de restituir "quase materialmente" aquilo que vê, Flaubert encontra na busca da perfeição formal do estilo (no trabalho de escrita como dizem os críticos modernos) a sua unidade de artista fascinado pelo verdadeiro e o belo.

Romances: Madame Bovary (1857), Salammbô (1862), L'Éducation sentimentale (1869), Bouvard et Pécuchet (inachevé, 1881).
Dicionário: Dictionnaire des idées reçues (posth.,1911).
Drama, tragédia: Drame Philosophique: La Tentation de Saint-Antoine (trois versions; dernière version, 1874).
Narrativas:  Trois Contes (1877)

Em "Madame Bovary" (foi a sua estreia após ter trabalhado nesta obra cinco anos) adopta uma forte atitude depreciativa sobre os valores burgueses. Emma Bovary trai o seu marido para tentar fugir à vida medíocre que leva.

Este romance é "um retrato da incapacidade mental, emocional e moral das sociedades provincianas"; alguns críticos conservadores referiram que Flaubert "ridicularizou a sua própria condição social", pois era filho de um médico rico da província e em adulto viveu de rendas na propriedade rural do pai.

Flaubert intitulava-se de estudioso da estupidez humana; publicava em livros e jornais episódios de burrice, achando que eram mais frequentes na província. Por exemplo, na obra "La Tentation de Saint-Antoine (1874) o tema é a falta de inteligência.

Ainda em relação a "Madame Bovary", Flaubert foi acusado pelo governo francês de ter escrito "uma obra execrável sob o ponto de vista moral". Em 1856, Gustave Flaubert disse: "Madame Bovary sou eu",  durante o julgamento a que teve de se sujeitar e quando os juízes lhe perguntaram quem teria sido o modelo da sua personagem. No entanto, foi absolvido pela Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena, em Paris (Fevereiro de 1857).

Quanto à sua obra "L'Éducation  sentimentale" (1869) foi inspirada no namoro que em 1840, em Marselha, viveu com Eulália Foucauld de Langlade. Entre 1849 e 1851, o autor viajou para África; aqui, recolheu, informações para "Salammbô" (1862), sobre a queda de Cartago.

Flaubert era muito exigente em tudo o que dizia respeito à Literatura; conta-se que, certo dia, recebeu um pequeno volume de poesias da parte de um poeta novato, pois este estava interessado na sua opinião; depois de as ler, o escritor criticou-as duramente. O jovem ficou muito ofendido e desafiou Flaubert. Este respondeu-lhe: "Cavalheiro: aceito o desafio, mas como sou eu quem há-de escolher as armas do duelo, comunico-lhe que escolha a gramática francesa. Considere-se morto".

 
Flaubert foi um dos autores mais importantes do Realismo, movimento estético de reacção ao Romantismo europeu no século XIX, influenciado pelas teorias científicas, a Revolução Industrial e a linha filosófica de Augusto Comte (o Positivismo).

Em toda a sua obra, Flaubert zelava pelo cuidado na sintaxe, pela escolha do vocabulário e estrutura do enredo.

Em 1866, recebeu a Legião de Honra do governo francês. 

Antes de morrer,  vivia de um salário como conservador da Biblioteca Mazarine.

Pesquisas efectuadas em: