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Sempre gostei muito das disciplinas de Português e de Francês, quando iniciei o meu 1º ano do liceu (5º ano de escolaridade atual), em 1957, em Moçambique.
A tal ponto, que depressa decidi que "quando fosse grande" queria ser professora de Português e de Francês.
Tive sempre a sorte de ter professoras de origem francesa durante vários anos, que continuaram a despertar em mim o gosto por essa língua maravilhosa e romântica. Posso dizer o mesmo em relação aos professores de português que me acompanharam, enquanto estudante. Estas duas disciplinas foram sempre as minhas preferidas.
Continuei a aprofundar o estudo do francês durante alguns anos na Alliance Française, o que acabou por me "encantar" para toda a vida. E lá fui "tirar o curso", a minha licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, Variantes Português- Francês e sempre lecionei as duas, sentindo toda a minha vida profissional que estava nos dois ramos de que mais gostava.
Ao estudar na Faculdade de Letras, uma das obras obrigatórias num dos anos da minha licenciatura, foi "Le Père Goriot", de Honoré de Balzac. Essa obra marcou-me para toda a vida. Agora, ando a relê-la e tenho sentido uma saudade imensa desses tempos de estudante...
E é por isso que, hoje, quero aqui deixar a minha homenagem a Balzac, que nasceu a 20.05.1799!!! Faria hoje 221 anos!
Pesquisando mais um pouco sobre este escritor, encontrei e vou aqui partilhar neste meu post de hoje o essencial sobre a sua vida:
Biografia de Balzac
Balzac (1799-1850) foi um escritor francês, um grande retratista da burguesia do século XIX. Entre as suas obras destacam-se A Comédia Humana e A Mulher de Trinta Anos, do qual se originou o termo, "balzaquiana".
Honoré de Balzac (1799-1850) nasceu em Tours, França, em 20 de maio de 1799. Filho do funcionário público Bernard François Balzac e Laure Sallambier.
Infância e formação
Entre os anos de 1807 e 1813, Balzac estuda no Colégio dos Oratorianos de Vendôme. Desde pequeno sonhava viver entre aristocratas, imortalizado pela atividade literária.
Logo que aprendeu a escrever passou a assinar Balzac e acrescentou um "de", marca de nobreza na França, "Honoré de Balzac".
Com 20 anos formou-se em Direito e foi estagiar no escritório de Goyonnet de Merville, que mais tarde se transformaria em Derville, numa série de romances que Balzac chamou de "A Comédia Humana".
Os anos de estágio forneceram-lhe material para vários outros romances como "A Duquesa de Langlois", "César Birotteau", e "O Contrato de um Casamento".
Os sofrimentos dos réus, as artimanhas dos advogados, os tribunais, a força do dinheiro, todos os problemas na justiça francesa dessa época, estão nas várias obras de Balzac.
A vida é muito dura para a família e eles mudam-se para Villeparisi, lugarejo próximo de Paris, mas Balzac resolve permanecer na cidade, abandonar o estágio e viver de literatura.
Carreira Literária
Sem apoio da família, receberia só um ano de mesada. Foi morar num quarto da Rua Lesdiguières. Estava convencido que seria um grande escritor.
Em 1820, depois de um ano passado entre leituras, passeios e dúvidas, conclui "Cromwell", uma tragédia composta de versos alexandrinos.
O prazo de um ano havia terminado. Os romances sentimentais estavam na moda, publicados em fascículos mensais. Balzac sabia não ser esse o caminho da arte.
Publica vários romances, elaborados entre 1822 e 1825, sob os pseudónimos de "Lord R'hoone" e "Horace de Saint Aubin", foram alguns dos nomes que assinou.
Desgostoso com o que produzia, vai a Villeparisi, onde conhece seu primeiro amor, Laure de Berny, amiga da família, 22 anos mais velha que ele, casada e mãe de sete filhas.
Em 1825, com recursos da família e de Laura de Berny, monta uma editora, mas em 1827, sem sucesso, volta a escrever.
Inspirado no escritor Walter Scott, criador de romance histórico, publica "Os Chouans" e a "Fisiologia do Casamento", romances que lhe abriram as portas de importantes círculos literários, assinando o seu nome pela primeira vez.
Colabora com revistas e periódicos de sucesso. Num único ano escreve inúmeros artigos, dezenove novelas e romances, entre eles, "Catarina de Médicis", "A Pele de Onagro", "Beatriz" e "Pequenas Misérias da Vida Conjugal".
Em 1832, Balzac candidata-se a deputado, mas não teve os votos esperados. Os fidalgos não aceitam no seu meio, um provinciano plebeu.
Nesse mesmo ano recebe uma carta de uma mulher que assinava "A Estrangeira", que mais tarde descobriu ser a condessa polonesa Eveline Hanska, casada e bem mais velha que ele. Encontraram-se na Suíça e tornaram-se amantes.
Em 1834 publica "Pai Goriot", iniciando o sistema de repetição de personagens de uma obra para outra. Sentiu que podia fazer romances sem começo nem fim, ligados uns aos outros, representando os diversos momentos da vida.
A Comédia Humana
Em 1834, Balzac publica "A Comédia Humana", composta de 95 romances, dividido em três partes: "Estudos de Costumes", "Estudos Filosóficos" e "Estudos Analíticos".
A Comédia Humana é um fidelíssimo espelho daquela época. Escrevia baseado em factos reais, ele não adaptava os acontecimentos para favorecer as suas convicções pessoais.
Na sátira que ele faz, conta os costumes da sociedade de seu tempo e acaba denunciando mazelas de um estilo de vida que se adotava na prática.
Publica ainda "O Contrato de Casamento", "O Lírio do Vale", onde celebra sua "Dileta" sob o nome de "Senhora Mortsauf" e "Memórias de Uma Jovem Esposa".
Em 1942 publica "A Mulher de Trinta Anos", romance que deu origem à expressão "Balzaquiana", que faz referência às mulheres mais maduras.
Honoré de Balzac faleceu em Paris, França, no dia 18 de agosto de 1850, sem ter sido um aristocrata. É enterrado no Cemitério de Père-Lachaise. Vitor Hugo pronuncia o discurso fúnebre.
Frases de Balzac
Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor.
O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo.
O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão.
Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor.
O ódio tem melhor memória do que o amor.
Seja no que for, apenas poderemos ser julgados pelos nossos pares.
O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos.
FONTE: in ebiografia.com
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