domingo, 8 de dezembro de 2024

Nossa Senhora da Conceição, padroeira da nossa nação!

Vila Viçosa volta a celebrar a solenidade da Imaculada Conceição. Conheça o  programa
imagem encontrada em: odigital.sapo.pt

E
ste dia invoca a vida e a virtude de Virgem Maria, mãe de Jesus, concebida sem mácula, ou seja, sem marca do pecado original, o que recebeu o título de dogma católico no dia 8 de dezembro de 1854. Assim, tem origem a celebração dessa comemoração, que é uma data de grande significado para a Igreja Católica.

Mas, muito antes de ter sido considerado um dogma, a celebração da festa universal já havia sido decretada em 1476 pelo Papa Sisto IV.

Em 25 de março de 1646, o rei D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência de Portugal em relação à Espanha.

Foi até a igreja de Nossa Senhora da Conceição, declarando-a padroeira e rainha de Portugal. Desde este dia, mais nenhum rei português usou coroa na cabeça, privilégio que estaria disponível apenas para a Imaculada Conceição.

Importa referir que durante séculos, o Dia da Mãe era comemorado no dia 8 de dezembro, tendo sido mudado para maio, por ser considerado o mês de Nossa Senhora.

FONTE:
https://www.cm-smpenaguiao.pt
NOTA IMPORTANTE: ao consultar este site, pode ouvir-se explicação mais detalhada sobre esta festividade (clicar em OUVIR, no site)

sábado, 7 de dezembro de 2024

.../... Qual é a origem da nossa Língua? (Parte II)

Father of the Nation - Portugal Travel Guide
imagem obtida em: portugaltravelguide.com


"E no Sul de Portugal?

Na altura em que D. Afonso Henriques se tornou rei de Portugal, o Sul estava sob domínio muçulmano. A língua da população era, no entanto, o moçárabe, ou seja, a particular evolução do latim no sul da península. 

Com a expansão do novo reino de Portugal para sul, a língua do Norte começou a invadir os novos territórios, sofrendo algumas influências do moçárabe, e, através deste do árabe. A língua da Galiza e do Norte tornava-se, também, a língua do Sul de Portugal.

Como a capital ficou estabelecida em Lisboa, a forma particular da língua nessa cidade ganhou um prestígio particular, sem que tal significasse que fosse, de alguma maneira, a melhor forma de falar a língua. No Norte, o português continuou a ser falado como sempre foi. Mesmo na Galiza, onde a língua não era usada por nenhuma corte, a população continuou a falar, pelos séculos fora, algo muito próximo do que saía da boca dos portugueses do Norte.

Só no último século, com a expansão do uso do castelhano na Galiza e com a uniformização da língua portuguesa centrada nos usos do Sul (uma uniformização que não é completa, mas tem aproximado a forma de falar dos portugueses de todo o país), os galegos e os portugueses do Norte começaram a sentir uma divergência mais marcada naquilo que se fala na rua a norte e a sul do Minho.

Mesmo assim, ainda hoje há uma surpreendente proximidade entre o que se fala dum lado e doutro da fronteira entre Portugal e a Galiza - e note-se que estamos a falar de uma das mais antigas fronteiras do mundo Muitos galegos ainda falam galego - e nós, claro está, falamos português.Nós, portugueses e galegos, falamos qualquer coisa que descende diretamente da língua que se ouvia em Guimarães - mas também em Tui -, quando Afonso Henriques se tornou o primeiro rei de Portugal.

Essa língua forjada na antiga Galécia está hoje noutras paragens do mundo, já o sabemos."

LER MAIS...

O livro Assim nasceu uma língua, de Fernando Venâncio, conta a história da nossa língua de forma empolgante e bem fundamentada.

*** Esta transcrição tem origem no Almanaque da língua Portuguesa, de Marco Neves, já referida no meu post anterior com o mesmo título (Parte I)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Qual é a origem da nossa língua? (Parte I)

Marco Neves - YouTube
(Marco Neves)
imagem obtida em youtube.com

Quando frequentei a Faculdade de Letras do Porto, licenciando-me em Línguas e Literaturas Modernas, Variante Português/Francês, descobri que tinha uma certa propensão para conhecer as origens da nossa língua e a etimologia das palavras, e isso passou a fascinar-me definitivamente.

Ao pesquisar o tema do título do meu post no livro Almanaque da Língua Portuguesa, de Marco Neves, Autor e Guerra e Paz, Editores,,  S.A. 2020.
A presente edição não segue a grafia do novo ortográfico.
Encontrei uma explicação que passo a partilhar :

"Qual é a origem da nossa Língua? Que língua falava Afonso Henriques?
Quando Afonso Henriques se tornou Rei de Portugal, que línguas ouvíamos nas ruas de Guimarães? Seria latim?  Seria português?
O latim clássico não era certamente: entre a chegada dos Romanos ao Ocidente da Península e o momento em que Afonso Henriques se torna rei passam séculos e séculos - mais séculos, aliás,  dos que já passaram entre o tempo de Afonso Henriques e o nosso próprio tempo.
Não só a nossa língua provém do latim vulgar, das, ruas, e não do latim clássico, como seria de estranhar que o latim, ao longo de mais de 1000 anos, não mudasse. Mudou - e mudou muito.
No momento em que Afonso Henriques nasce, nas ruas já ouvíamos algo com características que hoje consideraríamos muito portuguesas e muito menos latinas. Como exemplo, já se notaria a queda do / n / e do / l /  em muitas palavrasque, noutras línguas (como o castelhano), ainda se mantêm - por exemplo, a "luna" latina passou a "lua" em português e manteve-se "luna" no castelhano.
Apesar  de ser já, em traços largos, a nossa língua, ninguém utlizava a designação "português" para a língua. O termo comum seria "linguagem", a linguagem do "dia-a-dia" desprezada e sem forma escrita. Era, no entanto, uma língua completa. 
As línguas vão mudando ao longo dos séculos, transformando-se e dividindo-se, mas nunca estão numa fase imperfeita ou decadente. Estão sempre em contínua mudança.
Agora a surpresa: a tal linguagem que saía da boca de Afonso Henriques desenvolveu-se, a partir do latim vulgar, no Norte de Portugal, mas também na Galiza. Naquele momento, não havia uma fronteira linguística entre o novo reino e o reino a norte. A língua de Afonso Henriques era a língua latina própria do território da Antiga Galécia romana, que incluía o Norte de Portugal e a Galiza.
Nos primeiros séculos da nossa nacionalidade, a tal linguagem da rua, a língua da Galécia, começou a ser escrita ~e há, aliás, muito boa literatura naquilo que hoje chamamos "galego-português" (um nome que ninguém usou até muitos séculos depois). A língua própria da antiga Galécia era uma língua que chegou a ser usada pelos reis castelhanos para escrever poesia -e foi usada, sem dúvida, por D. Dinis na sua poesia e, cada vez mais, em documentos oficiais.Era o nosso português antes de se chamar português.
A língua da Galécia tornou-se a língua do novo reino de Portugal.
Com alguma naturalidade, tempos depois, começou a aparecer o nome de "português" como designação da língua do reino - sem que a língua deixasse de ser a mesma que se falava ainda a norte do Minho, na Galiza.

Almanaque da Língua Portuguesa
imagem obtida em wook.pt

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Kahlil Gibran - Meditações Profundas

Khalil Gibran, Complete Collection eBook de Khalil Gibran - EPUB | Rakuten  Kobo Portugal
imagem obtida in Kobo.com

 "A sabedoria é a única riqueza que os tiranos não conseguem expropriar."


Sobre o amor:


"Aquele que nunca viu a tristeza, 

nunca será capaz de reconhecer a alegria."


"Acredita nos sonhos, pois neles esconde-se 

a porta da eternidade."


Sobre a vida


"A música é a linguagem dos espíritos."


"Apenas consegues ver a tua sombra 

quando viras as costas ao sol."


Sobre a felicidade

"Tudo o que se vê é miragem.

Procura antes a essência 

que se mantém invisível."


"Vivemos apenas para descobrir a beleza.

Tudo o resto é uma espécie de espera."


REFERÊNCIA: 

Meditações sobre o amor, a vida e a felicidade

de Kahlil Gibran, Autor: Editoriais Bookout, 2019, 

Cristal Editora, abril de 2019

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Dezembro - Adágios Populares sobre este mês

30 Curiosidades sobre o mês de dezembro
imagem obtida em topmelhores.com.br

Dezembro com junho ao desafio, terás (traz) janeiro frio.

Dezembro diz: olha que o governo está na boca do saco; até janeiro, qualquer burro passa o regueiro mas para a frente tem de ser forte e valente. 

Se não tens governo, depois arreganhas o dente.

Dezembro quer que lenha no ar e pichel* a andar.

(*vasilha para onde vai o vinho que se tira das pipas) 

Dia de cuco, de manhã molhado à noite enxuto.

Os dias de Natal são passos de pardal.

Natal a soalhar, Páscoa à roda do lar.

Natal ao soalhar, a Páscoa ao luar.

Natal ao sol, Páscoa ao fogo, fazem o ano formoso.

Natal em casa, Páscoa na rua.

Natal em casa, Páscoa na praça; Natal na praça, Páscoa em casa.

Natal em sexta-feira, por onde puderes semeia; em domingo, vende os bois e compra trigo.

O Natal quer-se na praça, a Páscoa, quer-se em casa.

Natal na praça, o Entrudo bolorento e a Páscoa com bom tempo.

Nem por agosto comprar, nem por dezembro marear.

FONTEMudam os ventos, mudam os tempos O Adágio popular meteorológico, de Manuel Costa Alves, Gradiva Publicações, Lda, 2006