domingo, 21 de dezembro de 2025

"Verdade de La Palice": o óbvio!

 Verdades de “Monsieur de La Palisse”

imagem in sinalaberto.pt

Sobre a Verdade de La Palice:

É uma expressão que utilizamos, mas nem todos conhecemos a sua origem, o seu significado e a sua história, na maior parte das vezes que a pronunciamos.

Isso acontece com muitas das expressões correntes pronunciadas pelos falantes, no seu dia-a-dia.

Para não estar a dar palpites que não se sabe se estão corretos, lá fui pesquisar. 

E o resultado dessa busca, é esta:

Primeira Pesquisa:

'Em Portugal, empregam-se as duas grafias: La Palice ou La Palisse.

Uma verdade de La Palice (ou lapalissada / lapaliçada) é evidência tão grande, que se torna ridícula.

O guerreiro francês Jacques de Chabannes, senhor de La Palice (1470-1525), contudo, nada fez para denominar hoje um truísmo. Fama tão negativa e multissecular deve-se a um erro de interpretação.

Na sua época, este chefe militar celebrizou-se pela vitória em várias campanhas. Até que, na batalha de Pavia, foi morto em pleno combate. E os soldados que ele comandava, impressionados pela sua valentia, compuseram em honra dele uma canção com versos ingénuos:

"O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia; / Momentos antes da sua morte, / Podem crer, inda vivia."

O autor queria dizer que Jacques de Chabannes pelejara até ao fim, isto é, "momentos antes da sua morte", ainda lutava. Mas saiu-lhe um truísmo, uma evidência.

Segundo a enciclopédia Lello, alguns historiadores consideram esta versão apócrifa. Só no século XVIII se atribuiu a La Palice um estribilho que lhe não dizia respeito. Portanto, fosse qual fosse o intuito dos versos, Jacques de Chabannes não teve culpa.

N.E. (30/10/2014) – Um consulente entendeu enviar a seguinte achega, que consideramos importante aqui registar:  «Em relação à brincadeira com o nome do Senhor de La Palice, penso que a canção mencionada era paródia. Diz-se que houve uma canção composta pelos seus soldados, a qual enaltecia o valoroso guerreiro e o epitáfio do guerreiro contém o verso original: «Ci gît Monsieur de La Palice: Si il' n'était pas mort, il ferait encore envie.» («Aqui jaz o Senhor de La Palice: Se não estivesse morto, ainda faria inveja.»). Ora na grafia antiga, o f é extremamente parecido com o ʃ (s longo) e (acidentalmente ou talvez não) isto poderia ler-se: «Si il' n'était pas mort, il serait encore en vie.» («Se não estivesse morto, ainda estaria vivo.»). Daí nascem depois várias paródias, incluindo a mencionada por vós.»'

Por João Carreira Bom (17.03.2000)

in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/la-palice-ou-la-palisse/4990 [consultado em 17-12-2025]


Segunda Pesquisa:

 Verdade de La Palice

Dos militares franceses nasceu a expressão Verdade de la Palice que significa uma evidência tão óbvia e tão grande que se torna ridícula.

Um chefe militar francês, Jacques de Chabannes, marquês e senhor de la Palice, fo comandante de muitas companhias militares. Alcançou vitórias, conheceu a fama e ganhou a admiração soa soldados.

Na hora da morte, na Batalha de Pavia, em 1525, os soldados compuseram em sua honra uma quadra, que, traduzida, rimaria assim:

O Senhor de La Palice

Morreu frente a Pavia.

Pouco antes de morrer, 

Podem crer, ainda vivia.

O demasiado óbvio (pouco antes de morrer inda vivia) passou a verdade de La Palice. Anos mais tarde, teríamos a socialite Lili Caneças a dizer num programa de TV da RTP que "estar vivo é o contrário de estar morto", quando se referia ao estado de fragilidade dos toxicodependentes que vivem entre a vida e a morte. Uma verdade de La Caneças.

Há quem defenda, no entanto, que a expressão La Palice nasce de um erro de tradução. No original dessa quadra de homenagem ao general lia-se:

Hélas, La Palice est mort,

Est mort devant Pavie.

Hélas, s'il n'était mas mort,

Il feria encore envie.

A última frase da estrofe - il ferait encore envie - acabou sendo lida, erradamente, como Il serait encore en vie ("Ele ainda estaria vivo").

A tradução correta seria "ainda fazia inveja". Mas o que ficou para todo o sempre foi que La Palice ainda era vivo pouco antes de morrer. 

in Puxar a brasa à nossa sardinha, de Andreia Vale, ed. Manuscrito

sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Pablo Picasso: um pensamento profundo

Pablo Picasso
Imagem in : pt.wikipedia.org

Pensamento:

"Toda a criança é artista.

O problema é 

como permanecer artista 

depois de crescer".

Pablo Picasso

Quem foi Pablo Picasso?

Pesquisei em :

pt.wikipedia.org



Pablo Ruiz Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881Mougins, 8 de abril de 1973) foi um pintor, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo espanhol, considerado um dos mais importantes e populares pintores do século XX

É conhecido como co-fundador do cubismo ao lado de Georges Braque, inventor da escultura construída, inventor da colagem e pela variedade de estilos que ajudou a desenvolver e explorar. Dentre as suas obras mais famosas estão os quadros cubistas As Meninas D’Avignon (1907) e Guernica (1937), uma pintura do bombardeio alemão de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola.

Picasso, Henri Matisse e Marcel Duchamp são considerados os três artistas que mais realizaram desenvolvimentos revolucionários nas artes plásticas nas décadas iniciais do século XX, responsável por importantes avanços na pintura, na escultura, na gravurae nas cerâmicas.

O pintor de Málaga demonstrava talento artístico desde jovem, pintando de forma realista por toda a sua infância e adolescência. 

Durante a primeira década do século XX, o seu estilo mudou graças às suas experiências com diferentes teorias, técnicas e ideias. A sua obra geralmente é classificada em períodos. 

Enquanto os nomes de muitos dos seus períodos finais são controversos, os períodos mais aceites da sua obra são o período azul (1901-1904), o período rosa (1904-1906), o período africano (1907-1909), o cubismo analítico (1909-1912) e o cubismo sintético (1912-1919).

Excepcionalmente prolífico durante a sua longa vida, Picasso conquistou renome universal e imensa fortuna graças às suas conquistas artísticas revolucionárias, tornando-se uma das mais conhecidas figuras da arte do mesmo século.

LER MAIS EM:
pt.wikipedia.org

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

"Resvés Campo de Ourique": expressão idiomática muito usada pelos portugueses

Resvés Campo de Ourique

Nenhuma descrição de foto disponível.
encontrei esta imagem in facebook.com

Após pesquisa sobre esta expressão que efetuei em vários sítios da Net e em livros sobre esta expressão, gostei particularmente destas explicações extraídas de "fontes dignas", que nos ajudam a perceber a sua história.

Vamos, então, conhecer a sua origem:

Primeira Versão:

'O nosso idioma

A expressão «resvés Campo de Ourique»

A sua origem e significado

Qual o significado e origem da expressão «resvés Campo de Ourique»?

Nos dias de hoje, a expressão «resvés Campo de Ourique» significa «à justa», «à tangente», «por um triz» ou «ao pé de». É formada pelo termo resvés que significa «rente; na medida certa» e pelo nome do bairro lisboeta Campo de Ourique.

Segundo Orlando Neves, no seu Dicionário de Expressões Correntes, uma das explicações para a origem desta expressão está relacionada com o lago de sangue que ficou em Ourique, na célebre batalha de D. Afonso Henriques contra os mouros. Todavia, outros autores defendem que a origem da expressão remonta ao terramoto de Lisboa que, como se sabe, destruiu a cidade até à zona de Campo de Ourique que, por um triz, ficou intacta.

Portando, «resvés Campo de Ourique» usa-se para indicar algo que está próximo do limite.'

in 
Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/artigos/rubricas/idioma/a-expressao-resves-campo-de-ourique/5151 [consultado em 15-12-2025]

Segunda Versão:

Que expressão usa quando quer dizer que estacionou o carro mesmo à tangente? Ou que entregou um trabalho mesmo à justa, em cima do prazo? Ou quando alguma coisa nos corre bem, mas foi por um triz? Claro está, foi mesmo, mesmo resvés Campo de Ourique. Mas saberemos o que quer dizer?

Para esta expressão, há mais do que uma explicação. A mais conhecida encontra justificação no Terramoto de Lisboa, a 1 de novembro de1755.

Naquela manhã, o terrível sismo que abalou a capital provocou um maremoto de tal dimensão que terá chegado perto de Campo de Ourique, mas aquela zona escapou intacta, mesmo à tangente. 

É a versão mais romântica, diria eu - e a de que mais gosto.

Mais uma outra teoria diz que, na Lisboa oitocentista, os limites da cidade se assinalavam dentro deste bairro, na Rua Maria Pia. Tudo o que ficasse fora do Vale de Alcântara era já "fora de portas".

Campo de Ourique, com exceção do Casal Ventoso, ficava em Lisboa, sim, mas apenas resvés, ou seja, à justa.

FONTE: Puxar a brasa à nossa sardinha, de Andreia Vale, www.manuscrito.pt