quinta-feira, 26 de junho de 2025

"Passar as passinhos do Algarve" - expressão idiomática portuguesa e a sua história

A origem da expressão «passar as passas do Algarve» - Observatório da  Língua Portuguesa
imagem in: observalinguaportuguesa.org

Esta expressão idiomática ""Passar as passas/passinhas do Algarve", refere-se a :
  • alguém que está a sofrer muito ou a passar por uma situação muito difícil
  • alguém que está a passar por algo complicado e que provavelmente sairá dela afetado
  • passar por extremas dificuldades
Pude ler, segundo a minha pesquisa na obra de Andreia Vale "Puxar a brasa à nossa sardinha" (5ª edição da Manuscrito, 2015) o seguinte :
" Um pouco como a vida dos figos e das uvas, quando transformados em passas (frutos desidratados). São um dos produtos mais conhecidos e apreciados do Algarve, produzidos através de um processo de secagem e desidratação pelo calor do sol algarvio (sim...o de lá de baixo é algarvio, não é igual aos outros sóis no resto do país, lamento...). O processo acaba por ser a metáfora ideal para quando nos referimos a um acontecimento cheio de obstáculos e agruras ".

terça-feira, 24 de junho de 2025

São João no Porto - 24 de junho

A festa popular a homenagear São João, é sempre convidativa a participar, porque aquela alegria partilhada por todos é contagiante!

Inspira-te | Inspirações Portuguesas
imagem obtida em: inspiracoesportuguesas.pt


Por todo o pais, e principalmente no Porto, a festa é "grande": sardinhas, broa, febras...já para não falar nos manjericos espalhados em vasos por todo o lado!

E os martelinhos? 

Os balões luminosos em todo o céu, os fogareiros a assar a sardinha nos terraços das casas, a festa nas Fontainhas e um pouco por todo o lado, os alhos e as plumas, 

Vamos lá participar, esquecer o dia-a-dia cada vez mais difícil e as guerras por todo o mundo!

No São João, ganhamos VIDA!




12 ideias de Manjericos | quadras santos populares, pré escola, manjericão

imagem in :pt.pinterest.com

Ouvi há 2 ou 3 anos nos "discos pedidos" da Rádio Festival uma quadra "malandra" dedicada a esta festa de São João, que me deixou a rir às gargalhadas!

Aqui vai ela:

"O alho há muitos anos
No São João pintou a manta
Agora, velho e cansado
Nem com festas se alevanta" 

😁😁😁😁😁😁😂😂😂😂😂😂

Bom São João

domingo, 22 de junho de 2025

E:U:A: Estados Unidos entraram oficialmente no conflito entre Israel e o Irão

Deste modo, temos mais uma escalada de guerras entre vários países e o mundo inteiro está em perigo!

Assim, partilho as notícias da pt.euronews.com

De Manuel Ribeiro & AP     Publicado a 22/06/2025)

CNN Portugal on X: "O presidente dos EUA descreveu os ataques militares dos  EUA a três instalações nucleares iranianas, na madrugada deste domingo,  como um "sucesso militar espetacular", em declarações na Casa
imagem obtida in X.com


Vários países e a ONU reagiram ao envolvimento oficial dos EUA no conflito entre Israel e o Irão. 

Do Médio Oriente ao resto do mundo, pede-se desanuviamento da situação e o regresso à diplomacia.

O mundo acordou no domingo com a entrada oficial dos EUA no conflito entre Israel e o Irão. O Presidente Donald Trump tinha dito na quinta-feira que decidiria o envolvimento de Washington na guerra de Israel contra Teerão em duas semanas, mas tomou a decisão final em apenas alguns dias.

A partir da chamada "Situation Room", na Casa Branca, Washington, Trump e os seus conselheiros, deu a ordem para que, na madrugada de domingo, os bombardeiros furtivos B-2 entrassem em ação com ataques cirúrgicos às instalações nucleares do Irão, sob o pretexto deste país estar a construir uma bomba nuclear.Os B-2 terão saído das bases aéreas de Guam e Diego Garcia para libertarem as poderosas bombas de penetração nas centrais nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan.

Não se sabe ao certo que danos foram infligidos, e o Irão disse que se reservava o direito de "resistir com força total".

Alguns questionaram se um Irão enfraquecido capitularia ou permaneceria desafiador e começaria a atacar com aliados alvos americanos espalhados pela região do Golfo.

Os aliados dos norte-americanos no Médio Oriente apelaram a um regresso à mesa das negociações na sequência dos ataques que alimentaram o receio de um conflito mais vasto, ao mesmo tempo que salientaram a ameaça que representa o programa nuclear de Teerão. 

Alguns países e grupos da região, incluindo os que apoiam o Irão, condenaram a medida, ao mesmo tempo que apelam ao desanuviamento da situação.

ONU apela à diplomacia

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou estar "gravemente alarmado" com o uso da força pelos Estados Unidos.

"Existe um risco crescente de que este conflito possa rapidamente ficar fora de controlo - com consequências catastróficas para os civis, para a região e para o mundo", afirmou numa declaração na plataforma de comunicação social X. 

"Apelo aos Estados-Membros para que reduzam a escalada". "Não há solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia".

Keir Starmer do Reino Unido pede ao Irão que volte à mesa das negociações

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apelou ao Irão para que regresse à mesa das negociações a fim de pôr termo à crise por via diplomática, afirmando que a estabilidade é a prioridade na região volátil, mas a questão que importa saber é se os EUA e Israel querem sentar-se à mesa e resolver a questão pela via diplomática? 

Entretanto, o Reino Unido, juntamente com a União Europeia, a França e a Alemanha, tentaram, sem sucesso, mediar uma solução diplomática em Genebra na semana passada com o Irão.

Starmer afirmou que o programa nuclear do Irão representa uma grave ameaça para a segurança mundial.

"Não se pode permitir que o Irão desenvolva uma arma nuclear e os Estados Unidos tomaram medidas para atenuar essa ameaça", afirmou Starmer.

Chefe da diplomacia europeia e Von der Leyen apelam à contenção

A principal diplomata da União Europeia afirmou que não se deve permitir que o Irão desenvolva uma arma nuclear, mas instou os envolvidos no conflito a mostrarem contenção.

"Exorto todas as partes a recuarem, a regressarem à mesa das negociações e a evitarem uma nova escalada", afirmou a chefe da política externa da UE, Kaja Kallas, numa publicação nas redes sociais.

A Presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, publicou na rede X que a estabilidade na região deve ser a nossa prioridade, bem como o respeito pelo direito internacional. Apela a uma solução diplomática.

Itália diz que um Irão nuclear representa perigo para a região

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, afirmou que as instalações nucleares iranianas "representam um perigo para toda a região", mas espera que a ação possa conduzir a um desanuviamento do conflito e a negociações.

China questiona se EUA está a cometer o erro do Iraque?

Um comentário dos meios de comunicação social do governo chinês pergunta se os EUA estão a "repetir o erro do Iraque no Irão".

O artigo online da CGTN, o braço de língua estrangeira da emissora estatal, disse que os ataques dos EUA marcam um ponto de viragem perigoso.

"A história tem demonstrado repetidamente que as intervenções militares no Médio Oriente produzem frequentemente consequências indesejadas, incluindo conflitos prolongados e desestabilização regional", afirmou, citando a invasão americana do Iraque em 2003.

A abordagem diplomática e ponderada é a melhor esperança para a estabilidade no Médio Oriente.

Iraque tem relações estreitas com Washington e Teerão

O Governo iraquiano condenou os ataques dos EUA, afirmando que a escalada militar criou uma grave ameaça à paz e à segurança no Médio Oriente. O governo iraquiano afirmou que a escalada militar representa um sério risco para a estabilidade regional e apelou a esforços diplomáticos para desanuviar a crise.


"A continuação de tais ataques corre o risco de uma escalada perigosa com consequências que ultrapassam as fronteiras de qualquer Estado, ameaçando a segurança de toda a região e do mundo", afirmou o porta-voz do governo, Bassem al-Awadi, no comunicado.

O Iraque tem relações estreitas tanto com Washington como com Teerão, e tem tentado equilibrá-las ao longo dos anos. O país tem também uma rede de poderosas milícias apoiadas pelo Irão, que até agora não entraram na luta.
Arábia Saudita não condena ataques, mas está preocupada

A Arábia Saudita, um dos principais aliados dos EUA na região, manifestou "profunda preocupação" com os ataques aéreos dos EUA, mas não chegou a condená-los.

"O Reino sublinha a necessidade de envidar todos os esforços possíveis para exercer contenção, diminuir as tensões e evitar uma nova escalada", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado.

A Arábia Saudita tinha anteriormente condenado os ataques de Israel às instalações nucleares e aos líderes militares iranianos.
Qatar lamenta a escalada das tensões

O Qatar, que alberga a maior base militar dos EUA no Médio Oriente, declarou que "lamenta" a escalada das tensões na guerra entre Israel e o Irão.

Numa declaração, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar exortou todas as partes a mostrar contenção e "evitar a escalada, que os povos da região, sobrecarregados por conflitos e pelas suas trágicas repercussões humanitárias, não podem tolerar".

O Qatar tem sido um mediador fundamental na guerra entre Israel e o Hamas.

Omã receia o alargamento do conflito

O Omã, que serviu de mediador nas conversações nucleares entre o Irão e os EUA, condenou os ataques aéreos, afirmando que estes aumentaram as tensões na região.

Os ataques aéreos dos EUA ameaçam "alargar o âmbito do conflito e constituem uma grave violação do direito internacional", afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã num comunicado.

Eixo de Resistência do Irão apela à Jihad

Tanto os rebeldes Houthi no Iémen como o Hamas condenaram os ataques dos EUA.

Numa declaração de domingo, o gabinete político Houthi apelou às nações muçulmanas para se juntarem "à Jihad e à opção de resistência como uma frente contra a arrogância sionista-americana".


O Hamas e os Houthis fazem parte do chamado Eixo de Resistência do Irão, um conjunto de representantes pró-iranianos que se estende do Iémen ao Líbano e que, durante anos, deu à República Islâmica um poder considerável em toda a região.

Quanto ao Hezbollah, o grupo militar não empreendeu qualquer ação militar contra Israel em solidariedade com o seu principal aliado, o Irão, e ainda não comentou os ataques noturnos de Washington.

No Líbano, o seu novo presidente, Joseph Aoun, afirmou que os bombardeamentos dos EUA podem conduzir a um conflito regional que nenhum país pode suportar e apelou a negociações.

"O Líbano, os seus dirigentes, os seus partidos e o seu povo estão hoje, mais do que nunca, conscientes de que pagaram um preço elevado pelas guerras que eclodiram no seu território e na região", declarou Aoun numa declaração no dia X. "Não estão dispostos a pagar mais."

A nova liderança do Líbano - que chegou ao poder após uma guerra devastadora entre Israel e o grupo militante Hezbollah - instou o país a evitar ser arrastado para mais conflitos enquanto tenta reconstruir-se e sair de uma crise económica que dura há anos. 

Austrália pede fim diplomático para o conflito

A Austrália, que encerrou a sua embaixada em Teerão e evacuou o pessoal na sexta-feira, insistiu num fim diplomático para o conflito.

"Temos sido claros ao afirmar que o programa nuclear e de mísseis balísticos do Irão tem sido uma ameaça à paz e à segurança internacionais", disse um funcionário do governo numa declaração escrita. "Registamos a declaração do Presidente dos EUA de que este é o momento para a paz".

"Continuamos a apelar ao desanuviamento, ao diálogo e à diplomacia".
Papa Leão XIV: "A humanidade clama pela paz"

O Papa Leão XIV também se pronunciou sobre o assunto: "A humanidade grita e invoca a paz", disse o pontífice dirigindo-se aos fiéis durante o Angelus na Praça de São Pedro, em Roma.

Irão pede reunião de emergência na ONU

Por último, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi denunciou esta manhã a operação, classificando-a como "uma grave violação da Carta das Nações Unidas" e um ato "ultrajante". 

Araghchi advertiu que a ação "terá consequências" e reafirmou que "o Irão se reserva todas as opções disponíveis para defender a sua soberania, os seus interesses e a sua população" e pediu uma reunião de emergência ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Até ao momento, Putin não emitiu qualquer declaração ou posição política face aos ataques dos EUA ao Irão, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros russo apelou ao regresso à diplomacia e condenou veementemente o ataque, afirmando que os EUA violaram o direito internacional.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Linguagem à moda do Porto - "Chuço" (guarda-chuva)

Guarda-chuva Floresta
imagem obtida in tutete.com

"Chuço"´é um regionalismo muito usado no Norte,  principalmente pelas gentes do Porto.

Nesta zona do Porto, "chuço" refere-se a guarda-chuva; no sul do nosso país os falantes preferem chamar-lhe "chapéu-de-chuva"!

Houve uma fábrica de guarda-chuvas na zona do Porto, chamada CHUSSOL! Esteve ativa anos a fio, mas infelizmente encerrou nos anos 80! 

A Chussol inspirou-se precisamente no termo adotado pelos portuenses "chuço" 😁

A verdade é que ainda continuamos a ouvir chamar ao guarda-chuva, "o chuço"!

A marca foi comprada e é possível, ainda hoje, ver guarda-chuvas com essa chancela", segundo o que o Professor João Carlos Brito, na sua obra "Em Português nos (des)entendemos", Ideias de Ler, da Divisão Editorial Literária, marca registada da Porto Editora, 2020, João Carlos Brito e Porto Editora

Pessoalmente, quando chove, digo para mim mesma, antes de sair de casa: 

"Não posso esquecer-me de levar o meu pingómetro" 😅

terça-feira, 17 de junho de 2025

Marco Aurélio - "Meditações" profundas deste Imperador Romano

MEDITAÇÕES = MARCO AURÉLIO Meditations Em Português do Brasil LIVRO  LACRADO! | eBay
imagem obtida in ebay.com


Eis algumas delas que nos deixam a refletir profundamente:

LIVRO I

1. Aprendi com o meu avô o caráter e a retidão.

2. Com a memória e a reputação que me foram legados pelo meu pai, aprendi a integridade e a força.

3. Com a minha mãe, aprendi a piedade, a generosidade e a abstenção não apenas da prática de maus atos, mas também de maus pensamentos; e ainda a simplicidade da vida, bem distante do modo de vida seguido pelos ricos.

4. Ao meu bisavô, devo o não ter frequentado as escolas públicas, o ter-me proporcionado bons professores em casa, e a crença de que as despesas com este fim são dinheiro bem gasto.

5. Com o meu tutor, a não apoiar o Verde nem o Azul (*as cores dos aurigários , indivíduos que guiavam os carros nas corridas, vestidos de quatro cores que simbolizavam as quatro estações do ano. Os vencedores tornavam-se ídolos do povo) nem este ou aquele lutador nos jogos públicos. A aguentar a fadiga e a não fazer exigências. A trabalhar por mim mesmo, sem me sobrecarregar de tarefas excessivas, e a não desperdiçar tempo com boatos.

6. Com Diogneto (*pintor e filósofo que que iniciou Marco no estoicismo ainda durante a infância), aprendi a não perder tempo com frivolidade; a não me deixar levar pelo que dizem os feiticeiros e os charlatães sobre encantamentos e formas de preservar os espíritos, e outras superstições do género; a não me obcecar com lutas de aves nem outras distrações semelhantes; a ouvir verdades inconvenientes; a praticar Filosofia, a estudar Báquico, e depois Tandásio e Marciano; a escrever diálogos, logo desde estudante; a escolher o estilo de vida grego - uma cama de acampamento, coberto apenas com um manto simples.

Estas reflexões deveriam ser levadas por nós, com seriedade, obrigando-nos a refletir e a adaptar cada uma delas aos tempos que vivemos neste momento. Mas há princípios e valores que são intemporais comuns a qualquer era.

Não esqueçamos que estamos no ano de 2025 e que Marco Aurélio nasceu em Roma a 26 de abril de 121 e morreu em Vindobona ou Sirmio, a 17 de março de 180! 

Foi Imperador Romano desde 161 até à sua morte, tendo sido criado pela sua mãe e pelo seu avô.