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domingo, 12 de maio de 2024

Israel sacrifica inocentes - uma guerra sangrenta

Cerca de milhão e meio de palestinianos estão refugiados em Rafah









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imagem obtida in pt.euronews.com

Israel obriga dezenas de milhares de pessoas a deixar Rafah

De  Euronews com AP  a 11/05/2024 


A ofensiva terrestre limitada na cidade do sul da Faixa de Gaza está a obrigar dezenas de milhares de palestinianos a regressar ao norte do território, devastado pela guerra.
Israel ordenou novas evacuações na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, este sábado, forçando dezenas de milhares de pessoas a deslocarem-se. As forças israelitas preparam-se para expandir a operação terrestre em curso e estão também a deslocar-se para uma área no norte da Faixa de Gaza onde o Hamas se reagrupou.
Israel já evacuou o terço oriental de Rafah, empurrando a operação para os limites da área central, densamente povoada, embora a entrada de Israel na cidade tenha sido, até agora, inferior à invasão em grande escala que tinha sido planeada e que muitos temeram que viesse a ser concretizada, com a comunidade internacional a pressionar fortemente Israel para que não a realizasse.
Mais de 1,4 milhões de palestinianos - metade da população de Gaza - têm estado abrigados em Rafah, na maioria depois de terem fugido das ofensivas de Israel noutros locais.
FONTE: in pt.euronews.com

terça-feira, 23 de agosto de 2022

CIMEIRA - Líderes mundiais e Zelenskyy discutem a Crimeia



"A guerra começou com a ocupação da Crimeia e vai terminar com a libertação da Crimeia" (Volodymyr Zelenskyy) Presidente da Ucrânia"

Foi essa a mensagem principal deixada por Volodymyr Zelenskyy nesta segunda edição da cimeira da Plataforma da Crimeia: Um Fórum com a presença de governantes e chefes de estado de todo o mundo, amigos da Ucrânia, para discutir o futuro desta região ocupada pela Rússia desde 2014. 

Foi uma cimeira virtual devido às circunstâncias extraordinárias. Entre as duas edições, aconteceu a invasão russa e a guerra que começou em fevereiro. A cimeira aconteceu um dia antes do Dia Nacional da Ucrânia e de se assinalarem seis meses desde o início daquilo a que a Rússia chama operação militar especial.

A Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014 e está desde essa altura sob administração russa, o que não é reconhecido internacionalmente.

REFERÊNCIA: in pt.euronews.com

terça-feira, 19 de julho de 2022

Carlos Matos Gomes: "A Ucrânia não é reconstruível"

Com a devida vénia, tomo a liberdade de transcrever neste meu post um artigo que me enviaram ("um artigo partilhado"), sobre um tema tão atual como o é a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“A Ucrânia não é reconstruível!” | Carlos Matos Gomes entrevistado por Humberto Costa





O Coronel Carlos Matos Gomes, Capitão de Abril e fundador do Movimento dos Capitães, fala do conflito da Ucrânia, de como e de quem o alimenta e porquê, do cenário que nos espera quando as armas se calarem, um Mundo onde, diz: “Era urgente uma utopia, uma luz que desse ânimo…”

Este conflito era evitável?

Este conflito apenas não foi evitado porque foi deliberadamente provocado. Este conflito violento e até agora característico de uma guerra convencional, resulta da análise que os Estados Unidos fazem dos seus interesses estratégicos para manterem a supremacia do poder mundial, o que implica eliminar potências concorrentes, no caso a Rússia e a China.

Porquê a Ucrânia?

A Ucrânia é apenas o palco mais adequado ao conflito que opõe os EUA à Rússia e à China, uma barriga de aluguer. Aliás, o objetivo declarado dos EUA é o enfraquecimento da Rússia e a conclusão da cimeira da NATO de Madrid foi que a China é uma ameaça aos valores do “Ocidente”, aqui representado pela NATO, a aliança militar dos países de capitalismo avançado.

No plano militar qual é o ponto da situação?

No plano militar, depois de uma ação inicial de ameaça direta ao poder ucraniano – aproximação a Kiev – as forças russas alteraram o conceito de manobra e estão a executar um avanço lento e seguro, com táticas tradicionais de grande apoio de artilharia para amolecer defesas, cerco de pontos importantes, corte de vias de comunicação para dificultar o reabastecimento inimigo. As forças ucranianas tinham uma forte organização do terreno no Leste e conseguiram dificultar o avanço russo. Julgo que a Rússia, em termos militares, pretenderá dominar a fronteira Leste (Donbass), os portos do Mar Negro. Julgo que tem agora maiores hipóteses de sucesso, dado o esgotamento da capacidade de mobilização de cidadãos ucranianos, de dificuldades logísticas – reabastecimento de armas e munições – e da ausência de apoio aéreo, que os drones não substituem.

É possível parar o conflito?

Ele parará. Não há guerras eternas. Ele parará quando um dos contendores se der por satisfeito e o outro salvar a face. O custo da guerra para a Rússia é muito elevado em baixas e destruição de material, o que exige ao poder político do Kremlin que apresente uma vitória que justifique o custo. Do lado americano – e os americanos não costumam atender aos interesses dos seus aliados e vassalos, no caso a UE, ou o governo de Zelenski (veja-se o abandono dos aliados afegãos) – a administração Biden está interessada neste confronto em tempo de eleições. Também necessita de um bode expiatório para justificar as quedas das bolsas de valores (Wall Street) e o aumento do custo de vida.

Há uma solução militar?

Não haverá solução para esta guerra, no sentido tradicional, de um acordo de paz e de uma definição de vencedores e vencidos. Esta guerra provocará, já provocou, uma alteração radical no equilíbrio dos poderes mundiais. Esta guerra – tão perto de nós e por isso tão mediatizada – é apenas mais uma guerra no grande confronto planetário que irá marcar este século. Já agora, as sanções económicas e as ações diplomáticas comprovaram mais uma vez que os canhões são a última expressão da vontade do soberano, ou a versão maoista que o poder está na ponta das espingardas. Será o desequilíbrio de forças num determinado momento que irá ditar um fim das ações militares e o início da solução política, que pode ser uma não solução, isto é, um Estado de soberania disputada, ou de um Estado falhado.

O envio de material de guerra do Ocidente não está a adiar uma solução negociada?

O envio de material de guerra do Ocidente é, no fundo, uma operação dos governos ocidentais, dos Estados Unidos e da Inglaterra, em especial, de salvar a face. Depois de terem criado um regime vassalo, de prometerem aos seus homens de mão (Zelenski) a entrada na UE e na NATO, a troco da autorização de estacionamento de bases (uma ação marcada pelos acontecimentos da Praça Maidan e da conspiração da antiga embaixadora dos EUA em Kiev, Vitoria Nuland, atual subsecretária de Estado para os assuntos europeus, e do apoio ao grupo de oligarcas representado por Zelenski) os Estados Unidos e os seus complacentes aliados europeus não podiam fazer menos do que enviar armas para os ucranianos se baterem pela ilusão que lhes foi “vendida” de ingressarem no paraíso da União Europeia. Julgo ainda que as “conferências” internacionais para estudar a reconstrução da Ucrânia, quando não há previsão do fim da guerra, nem o que será a Ucrânia, são um lamentável embuste dos políticos ocidentais ao povo ucraniano, aos que morrem e sofrem. Zelenski presta-se a esse espetáculo de farsa de previsão de obras, pontes, viadutos, caminhos de ferro, hospitais, escolas, e até creches, nesta alínea por conta do governo português! A Ucrânia não é reconstruível!

Quem beneficia com isso?

Neste caso julgo que, no imediato, os beneficiários da guerra serão os acionistas dos complexos militares-industriais, a médio longo prazo, os beneficiados serão os Estados agregados sob a designação genérica de BRICS (Brasil, Rússia, India, China, a que se juntarão a África do Sul, a Argentina, porventura o México) – este grupo poderá criar uma moeda internacional alternativa ao dólar, poderá desenvolver políticas articuladas de comércio de matérias-primas essenciais, petróleo, gás, terras raras, de exploração espacial, de novas redes de comunicação fora do monopólio americano. É perigoso e errado fazer análise considerando o Ocidente o centro do mundo. O Ocidente representa apenas cerca de 15% da população.

António Guterres afirmou que o Mundo enfrenta uma nova Guerra-Fria “com uma tonalidade Nuclear”. Um conflito nuclear é um cenário possível? Alguém o está a evitar?

O nuclear está inventado, existe, está disponível nos arsenais, portanto não pode ser descartada a sua utilização. Julgo, no entanto, que o que está em jogo na Ucrânia, quer para os Estados Unidos: a criação de um estado sentinela junto à fronteira russa (um pouco à semelhança de Israel para o Médio Oriente); quer o que está em jogo para a Rússia: manter um vizinho dentro das suas normas de comportamento e respeito, não justificam a utilização de armas nucleares, de subir a esse patamar. Acredito, contudo, que uma improvável escalada na guerra, com o fornecimento massivo de armas de grande poder de destruição à Ucrânia, ou a criação de uma Força Aérea moderna, apenas nominalmente ucraniana, poderiam ser o detonador de uma guerra nuclear.

No plano económico a estratégica da Nato e da União Europeia parece ter pouco significado na economia russa, o rublo está mais forte. O que isto pode significar para a Europa?

Essa é a grande questão. A Europa viveu desde a II Guerra Mundial de energia barata, vinda de fontes diversificadas. A globalização, com a entrada da China no mercado mundial, exigiu da Europa melhorias de produtividade (robotização) e energia barata (gás russo) para os seus produtos serem competitivos. O fim da energia barata e o fecho de um mercado como o russo, mais o aumento de despesas militares imposto pelos EUA vão “secar” a base de financiamento do Estado-social. O fim deste tipo de Estado assistencial e garante de direitos do trabalho provocará graves alterações de ordem e profundas modificações nos sistemas políticos. No limite, esta guerra por procuração em que a Europa se envolveu poderá destruir o Estado-social e o Estado liberal democrático! O Estado do contrato social defendido por Rosseau, por exemplo.

O PR português, em consonância com Soltenberg e Biden, alertam para as dificuldades sociais que se avizinham; Marcelo disse que o “essencial é a não desmobilização em face dos custos económicos financeiros e sociais”. O que é que esta guerra nos prepara?

Esta guerra prepara-nos um futuro de maior incerteza, logo de maior tensão social e política, prepara a emergência dos populismos e dos correspondentes demagogos. Quer Stoltenberg, quer o seu patrão Biden são populistas e conhecem o cenário em que os cidadãos dos Estados Unidos e da Europa vão viver e utilizaram os mais poderosos e insidiosos instrumentos de manipulação da opinião pública – veja-se o guião de todas as grandes estações de televisão, dos jornais, das redes – para apresentarem o poder russo como responsável do mal que aí vem. A técnica é conhecida e recorrente: Em primeiro lugar dando um rosto ao inimigo, no caso Putin (jamais é referido o governo de Moscovo), em segundo lugar diabolizando o inimigo, depois apoucando-o: está doente, de umas vezes de cancro, de outras de males do foro psiquiátrico. Os dirigentes europeus conhecem o cenário de miséria que esta guerra preparou e estão a sacudir a água do capote. Esta guerra prepara-nos para um grande incêndio e os incendiários estão a atirar as culpas para um inimigo que disputa parte da floresta. Nós, os cidadãos europeus, somos a fauna de coelhos, lebres, ratos, cobras e outros bichos que se vê envolvida pelas chamas.

Inflação, subida da taxa de juros, desemprego e o pedido de Lagarde e Centeno para contenção dos salários. Quer dizer que se aproxima mais uma crise como a de 2008?

Julgo que o pós-guerra da Ucrânia será radicalmente distinto da crise de 2008. A crise de 2008 foi uma crise de um sistema, dentro do sistema e foi resolvida sem alterações do essencial do funcionamento do sistema capitalista, com injeção massiva de dinheiro (virtual), uma manobra que foi justificada pela pandemia. No essencial o comando do sistema manteve-se na Reserva Federal Americana e no poder de emitir dólares e estabelecer taxas de juro. O que estamos a assistir é à criação de um sistema alternativo à dolarização em que vivemos desde o final da II GM. Quer isto dizer que todas as variáveis de análise se alteraram. Haverá uma nova moeda de troca, surgirão novos centros de poder e com eles novos valores, novas formas de vida em sociedade. As novas tecnologias também vão acelerar as mudanças e serão fator de crise, como acontece sempre que se alteram os meios de produção: foi assim com a revolução industrial, por exemplo.

A propósito da entrada da Suécia e da Finlândia na NATO, o que é que que a NATO ofereceu à Turquia? o acordo de extradição assinado entre Suécia, Turquia, Finlândia e Turquia não é entregar Curdos à Turquia, a um governo que tem um historial rico de perseguição aos curdos e violação de direitos humanos? 

A entrada da Suécia e da Finlândia na NATO tem, para mim, um significado: Os intervenientes neste negócio são atores para quem a moral, a ética, os ditos valores correspondem aos interesses do momento. Significam que o dito “Ocidente” não tem valores, ou que os seus valores são os de qualquer batoteiro de esquina. Parafraseando Nietzsche em Assim Falava Zaratrustra, os dirigentes da NATO, os da Suécia e da Finlândia são gente a quem não se deve estender a mão, mas as garras. É por isso muito difícil não sentir um amargo na boca a ouvir esses dirigentes falarem de liberdade, de democracia, de justiça. Valores que lhes deviam queimar as bocas. Em termos de aumento de potencial da NATO ou de garantias de segurança nada se altera. Os governos dos dois países apenas fingem que agem o que evita as questões sérias colocadas pelos eleitores. A questão curda é exemplar da ausência de valores de todos estes atores que se autodefinem como padrões de democracia, os curdos são párias, moeda de troca, como o são e foram os afegãos, os vietnamitas, os talibans, como serão os ucranianos e os egípcios da irmandade muçulmana, abandonados quando passaram da condição de aliados à de obstáculos aos acordos entre os EUA e os antigos poderes. A questão curda está inscrita nas grandes traições que geraram obras-primas, como foi o caso do drama Júlio César de Shakespeare. Eles são os traídos, os sacrificados.

E Portugal não está a ser cúmplice?

Portugal é, desde a fundação, um pequeno Estado vassalo. Os vassalos não são cúmplices, prestam vassalagem e seguem os seus senhores. Portugal, o governo português, poderia, isso sim, não ser ridículo. Assumir a sua insignificância e manter-se discreto. Um outro ponto que esta guerra levanta é o desprezo dos governantes de sistemas políticos democráticos pelos seus cidadãos e pelos eleitores. A Europa, União Europeia e Reino Unido, foi envolvida numa guerra sem que os europeus e os britânicos tenham sido ouvidos, como se este envolvimento fosse uma vulgar ação de administração do condomínio europeu. Este desprezo terá uma resposta dos eleitores quando sentirem na pele as consequências de decisões a que são alheios. Os eleitores, e bem, punirão quem lhes causou sofrimento e, por muito que os meios de manipulação se esforcem, os cidadãos e eleitores europeus não irão pedir contas a Putin, mas aos que elegeram e não foram capazes (ou não quiseram) de prevenir uma situação com pesadas consequências, nem sequer os ouviram.

O petróleo mais caro é uma inevitabilidade?

O preço das matérias-primas nada tem a ver com os custos de produção. Tem a ver com especulação. Os tempos de guerra são os tempos dos abutres. Haverá especulação no petróleo, como houve logo na semana a seguir à invasão com produtos hortícolas produzidos em estufas no Algarve ou na zona do Oeste. Estamos à mercê dos especuladores.

A negociação ainda é possível?

Não há guerras eternas. A mais longa que se conhece, a dos romanos contra os persas durou 300 anos e terminou com a derrota dos dois impérios. Haverá com certeza negociações sobre o que quer a administração da Rússia, quer a administração dos Estados Unidos considerem ser uma vitória e apresentá-la como tal aos seus públicos. Um indicador de que as exigências de ambas as partes não são de “tudo ou nada” é a relativa imunidade de que goza administração da Ucrânia em Kiev. O que pode significar que existe um entendimento de a Ucrânia continuar a ser um Estado reconhecido pela Rússia. A partir daí, manda quem pode…

Que mundo se pode prever no pós-guerra?

Em princípio um mundo multipolar. Um mundo com dois ou mais centros de poder, no mínimo um no Atlântico, e outro no Pacífico, talvez um no Índico. Um mundo com várias moedas de troca internacional, um mundo com ainda menos apoio dos Estados aos cidadãos, um mundo de conflitos regionais, um mundo menos preocupado com questões ambientais e com direitos humanos. Uma Europa ainda menos importante e mais dependente de uma única fonte de poder, os Estados Unidos. Um mundo ainda mais desigual, com maior concentração da riqueza. Um mundo sem utopias, nem esperança, por isso mais agressivo e agreste.

Era urgente uma utopia, uma luz que desse ânimo…

quinta-feira, 28 de abril de 2022

O Tribunal Penal Internacional (TIP) está a investigar os crimes de guerra praticados na Ucrânia

imagem in https://www.poder360.com.br/justica/


As várias entidades que investigam as atrocidades cometidas na Ucrânia reuniram-se, esta quarta-feira, numa sessão informal do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o objetivo de avaliar o ponto de situação dos inquéritos realizados para averiguar a existência de crimes de guerra na Ucrânia.

De acordo com o procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, não restam dúvidas de que o país é um "cenário de crime", perante o qual o direito internacional não pode ser um "espectador passivo", e de que a verdade da guerra tem de ser apurada.

Um trabalho que, diz Karim Khan, se faz "arregaçando as mangas, trabalhando, conduzindo esforços de investigação à moda antiga, usando tecnologia moderna, aproveitando tecnologias, de satélite, radar ou interceção, e combinando-as para ver o que parece ser verdade". 

"E a grande salvaguarda da justiça internacional, não se deve a uma testemunha em particular. Não se deve a uma autoridade nacional de acusação particular. Não se deve a mim. Há juízes acima de nós, juízes independentes que irão avaliar e pesar as provas e, em última análise, fazer determinações", acrescentou ainda o procurador do TPI.

Notícias Relacionadas:



(in pt.euronews.com)

quarta-feira, 2 de março de 2022

Assembleia Geral da ONU condena a invasão da Rússia à Ucrânia

A Assembleia Geral da ONU aprovou por esmagadora maioria uma resolução que condena a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e apela à retirada das tropas russas do território ucraniano. A resolução não é vinculativa, no entanto espelha bem o crescente isolamento de Moscovo a nível internacional.

Ler mais em
https://pt.euronews.com/2022/03/02/guerra-na-ucrania-dia-7-invasao-russa-ja-matou-mais-de-2-mil-civis?
 
in esquerda.net

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Rússia desmobiliza da fronteira com a Ucrânia, mas isso ainda não traz alívio à União Europeia...

Entenda o conflito político envolvendo Rússia e Ucrânia - Mundo - Diário do  Nordeste
imagem in https://diariodonordeste.verdesmares.com.br

Como todos os dias ouvimos nos noticiários, a tensão entre a Rússia e a Ucrânia mantém-se. 

Apesar de se tentar pelas vias diplomáticas chegar a um consenso, não é possível acreditar que a Rússia tenha mesmo "desmobilizado" da fronteira com a Ucrânia. 

Pois se ainda foi adicionar sete mil militares às tropas que já permaneciam no local...!!!

Leiamos o que a pt.euronews.com nos relata e que aqui transcrevo, para termos uma melhor perceção deste grande conflito entre os dois países:

UE pede a Rússia "medidas genuínas" de desescalada e aprova ajuda financeira a Ucrânia
De  Euronews

Na União Europeia, ainda não se respira totalmente de alívio. Apesar de esta terça-feira a Rússia ter desmobilizado da fronteira com a Ucrânia milhares de soldados, os Estados-membros ainda não estão convencidos de uma desescalada, sobretudo quando, um dia depois, o Kremlin foi acusado pelos Estados Unidos da América de adicionar sete mil militares às tropas que permaneceram no local. 

A Moscovo, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pede "medidas genuínas" de que não tenciona invadir o país vizinho.

"Nos últimos dois dias, a Rússia sinalizou que pode estar aberta à diplomacia, e instamos a Rússia a tomar medidas concretas e tangíveis para a desescalada, porque esta é a condição para um diálogo político sincero. Não podemos estar eternamente a tentar a diplomacia de um lado, enquanto o outro estiver a reforçar tropas", afirmou Charles Michel, esta quarta-feira, em Estrasburgo. 

Eurodeputados dão luz verde a ajuda financeira à Ucrânia

De forma a garantir estabilidade face à ameaça militar da Rússia, a maioria dos eurodeputados aprovou, esta quarta-feira, um pacote de ajuda de emergência à Ucrânia no valor de 1,2 mil milhões de euros. 

A assistência macrofinanceira a Kiev assume, nas palavras do Parlamento Europeu, em comunicado, a forma de empréstimos a longo prazo em condições "altamente favoráveis".
Guerra sem data

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, responde à possibilidade de uma guerra iminente, que chegou a estar anunciada para esta quarta-feira, com aparente tranquilidade, afirmando, esta quarta-feira que os ucranianos permanecem "calmos", porque a ameaça não é de agora. 

"Não temos medo, seja o que for que esteja previsto, não temos medo de nenhum povo, nenhum inimigo. Não temos medo de quaisquer datas, porque nos vamos defender, tanto a 16 de fevereiro, como a 17 de fevereiro, ou em março, abril, setembro, ou dezembro. Não importa nem o dia, nem o mês", afirmou Zelenskyy, numa declaração dirigida às tropas nacionais.

Já a Bielorrússia avança com uma data concreta. Minsk garante a saída de todos os soldados russos em manobras militares no território a 20 de fevereiro, dia previsto para a conclusão dos exercícios conjuntos entre os dois países.

imagem in YouTube.com

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

A situação delicada da Ucrânia


in dw.com


Numa das minhas mais recentes pesquisas sobre a situação na Ucrânia, tudo indicava que as notícias eram cada vez mais preocupantes:


Rússia e Bielorrússia em exercícios militares conjuntos 


O clima de tensão nas fronteiras da Ucrânia conhece um novo capítulo esta quinta-feira, com o início dos exercícios militares conjuntos da Rússia e da Bielorrússia. Moscovo colocou em território bielorrusso um arsenal impressionante: Trinta mil militares, dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar S-400 e vários aviões-caça.
Kiev respondeu ordenando a realização de exercícios militares em resposta a esta ameaça. Isto na mesma altura em que se abre mais uma frente na guerra civil no leste da Ucrânia. Rússia e Bielorrússia em exercícios militares conjuntos.

(In pt.euronews.com
Ricardo Figueira • Últimas notícias: 10/02/2022 


Quem está a dar apoio militar à Ucrânia em plena crise com a Rússia? 

Pressionada pela ameaça do reforço da presença militar da Rússia junto à fronteira e pelo risco crescente de invasão, a Ucrânia pediu ajuda militar e defensiva à União Europeia (UE).

No entanto, a questão do envio de armas para a Ucrânia continua a gerar polémica. A Alemanhatem sido um dos Estados-membros que se tem manifestado de forma mais ruidosa contra o fornecimento de armas a Kiev, mas não está só. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselborn, também verbalizou preocupações.

"Acho que é realmente errado dizer às pessoas que a superioridade militar russa sobre a Ucrânia pode ser equilibrada pelo envio de armas", referiu Jean Asselborn.

Já o autarca de Kiev, Vitaly Klitschko, expressou deceção com a adesão da Alemanha à proibição de fornecimento de armas: "Esta é a não assistência e uma traição de amigos numa situação dramática em que o nosso país é ameaçado por tropas russas em várias fronteiras", escreveu Klitschko num artigo publicado pelo jornal alemão "Bild".

Por outro lado, há países como a Polónia ou a Chéquia bem como os Estados Bálticos que estão dispostos a enviar armas para a Ucrânia:

Polónia

A 1 de fevereiro, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, ofereceu oficialmente à Ucrânia“dezenas de milhares de balas e de munição de artilharia, mísseis superfície-ar portáteis, morteiros leves (...) e outros tipos de armas defensivas”, sem divulgar detalhes sobre termos e condições.

Perguntamos a Yago Rodriguez, analista político e diretor do portal de informação The Political Room, de que forma é que a Varsóvia está disposta a ajudar a Ucrânia.

"Acredita-se que Varsóvia já enviou drones kamikaze. Trata-se de um sistema de armas em que a munição é um drone que sobrevoa uma área, aguardando o alvo e atacando apenas quando esse alvo é localizado. A fase de sobrevoo permite a seleção de alvos a ser atingidos. Acredita-se também que Varsóvia tenha enviado mísseis antiaéreos GROM portáteis. São sistemas de armas guiados por calor que permitem que uma aeronave seja atingida até três quilómetros de distância. Estas armas são usadas principalmente contra tanques para retardar um possível ataque no solo. Os mísseis, por outro lado, seriam usados ​​para limitar a superioridade aérea estratégica total da Rússia no momento. Drones suicidas também podem atacar posições de artilharia russas”, sublinhouYago Rodriguez.

Chéquia

A 26 de janeiro, o governo checo aprovou a decisão de fornecer à Ucrânia artilharia. A transferência de 4006 projéteis armazenados de 152 milímetros, com um valor total de 1,7 milhões de dólares, sem custos para a Ucrânia foi aprovada após um pedido do Ministério da Defesa checo. 

Estados Bálticos

A Letónia e a Lituâniasão dois países prontos a fornecer mísseis terra-ar Stinger e equipamentos relacionados. Já a Estónia gostaria de doar uma quantidade não especificada de mísseis antitanque Javelin. 

Mas o governo alemão está a considerar uma autorização solicitada pela Estónia para entregar essas armas à Ucrânia. Mas por que é que Berlim está a interferir nos negócios de outros países?

Tanques da antiga República Democrática Alemanha foram primeiro vendidos à Finlândia em condições especiais e mais tarde entregues à Estónia. Uma das condições era que Berlim pudesse vetar o destino final das armas.

Alemanha

Berlim enviou recentemente 5 mil capacetes para a Ucrânia. O analista Yago Rodriguez explicou o significado: “Ajuda não letal: é um ato político. A ajuda económica da Alemanha e da União Europeia foi substancial, mas mostra uma opção política. Não querer enviar armas não significa escolher a paz. Significa não estar disposto a apoiar a Ucrânia a qualquer custo. O chanceler alemão Olaf Scholz, no entanto, lembrou que Berlim ofereceu mais de dois mil milhões de euros em poucos anos a Kiev em ajuda económica. 

Espanha, Países Baixos, Dinamarca

Espanha mobilizou algumas fragatas e alguns caças que foram enviados para o Mar Negro. Os Países Baixos e a Dinamarca deslocaram alguns contingentes de tropas, mas fizeram-no em outros países da NATO, não em território ucraniano ou em defesa do mesmo. A intenção é dissuadir a Rússia de possíveis ataques. 

De acordo com Yago Rodriguez “também é impensável que a UE possa ajudar militarmente a Ucrânia a defender sua fronteira. Nos tratados da UE, o bloco só pode intervir para defender outro Estado-membro”. 

Essa leitura é confirmada pela análise de outro especialista entrevistado pela Euronews. Oleksandr Sushko, diretor-executivo da Fundação Internacional Renascença, em Kiev, disse à Euronews: "Não acredito em uma ocupação total da Ucrânia. A população é contra e Moscovo não tem recursos suficientes. O que Moscovo pode tentar fazer é criar um sistema bósnio, um estado disfuncional e uma administração dividida ineficiente, com algumas partes controladas pela Rússia. Um estado não funcional”.

Ucrânia, um antigo "paraíso das armas"

Mas será que a Ucrânia realmente precisa de armas para se defender? O país era, até há poucos anos atrás, um dos maiores exportadores de armas do mundo. Quando fazia parte da URSS, a Ucrânia produzia 30% do armamento soviético.

Em termos de números, chegou a empregar um milhão de trabalhadores em mais de 750 fábricas espalhadas pelo país. Quando a União Soviética entrou em colapso, essas armas desapareceram no mercado negro e foram revendidas em países africanos.

Em 2012, Kiev foi o 4º maior exportador de armas do mundo. Entre os melhores clientes estavam o Paquistão, China e Rússia razão pela qual, naqueles anos, a maioria dos ucranianos disse “não” à adesão à NATO. 

Um dos problemas foi que Kiev produziu peças suplentes de sistemas de armas, mas não tinha uma indústria capaz de criar uma arma completa. Outro problema importante foi a corrupção. Em 2010, todas as empresas ucranianas se fundiram em um conglomerado chamado Ukroboronprom que, em apenas dez anos, destruiu a produção nacional devido à corrupção. Em 2014, a Ucrânia tinha, oficialmente, cerca de 168 mil militares, dos quais apenas 6 mil tinham treino militar. O resto fazia parte de uma administração gigantesca e inútil.

Tal como contou o jornalista Carlos Gonzalez no documentário "Ucrânia, a guerra esquecida", quando os territórios do leste do país se dividiram, formaram-se grupos de voluntários ucranianos. 

Alguns deles eram de extrema-direita. Também havia grupos paramilitares formados por muçulmanos ucranianos. Mas como é que essa guerra foi financiada? Através de financiamento coletivo. Surgiram organizações como "Come back alive", que conseguiram encontrar dinheiro para comprar armas para os voluntários, também graças à ajuda económica da diáspora ucraniana em todo o mundo. 

Como em em que condições é que os EUA ajudaram a Ucrânia?

Uma das condições que Washington estabeleceu para enviar armas para a Ucrânia foi que todos os voluntários deveriam estar no exército regular. Os grupos paramilitares foram então incorporados nas tropas regulares. O exército ucraniano acabou por aumentar, segundo cálculos do Ministério do Interior ucraniano, para 250 mil efetivos. 

Os EUA forneceram 2,5 mil milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia desde 2014. Essa ajuda inclui veículos e radares anti-artilharia. A NATO também enviou instrutores militares para treinar tropas ucranianas. 

Mas tudo isto tem, acima de tudo, um caráter dissuasor. A Ucrânia, por exemplo, obteve mísseis antitanque Javelin dos EUA. Trata-se de um sistema de lançador de rockets portátil. Uma arma que seria muito útil numa batalha.

O contrato de fornecimento, no entanto, proíbe o uso desses lançadores de rockets em combate.

A oferta é mais um exemplo de tentativa de dissuasão. O Ocidente não quer guerra. A Europa, que depende da Rússia para o fornecimento de gás, não quer a guerra. Moscovo não quer a Ucrânia na NATO nem como parte da União Europeia. Ninguém parece querer um conflito e, no entanto, nunca, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o continente europeu pareceu tão próximo de um.

in pt.euronews.com
A Redação de Bruxelas
De  Alberto De Filippis • Últimas notícias: 08/02/2022