Há dias atrás, quando me encontrava na rua, recebi o Destak (Segunda-feira 6 de Fevereiro de 2012) das mãos de uma jovem que distribuía jornais, e como tinha de me deslocar a um determinado local para tratar de assuntos meus, entrei num autocarro e, já sentada, abri-o e resolvi aproveitar o tempo do percurso até ao meu destino, começando a lê-lo.
Logo como notícia de 1ª página encontrei um título que me deixou muito preocupada e que passo a transcrever: "Internet está no quarto de 67% das nossas crianças. O número é muito superior à média europeia, e prova que a "Cultura do Quarto" chegou a Portugal, segundo dados do UE Kids Online. (...)". Trata-se de um artigo escrito por Isabel Stilwell, que considero muito pertinente.
Os dados mais reveladores indicam que 78% dos nossos jovens têm acesso à Internet (a maioria em casa), 67% destes, usam-na no conforto do seu quarto (a média europeia é de 49%), 13% passa algumas vezes nas redes sociais por outra pessoa e 7% confessa já ter tido "Uma experiência perturbadora na Internet", é o que se pode ler na página 03.
Apesar do artigo referir antes das gordas - A geração do "Quarto com vista para o ecrã" - INTERNET SEGURA Portugal tem a menor incidência de bullying online - não deixa de ser deveras preocupante o tempo que os nossos jovens passam dentro do quarto, ligados à Net.
Uma das explicações dos pais em relação a este facto, é que se preocupam com o sucesso dos filhos nos estudos, mas também sabemos que a maioria dos nossos jovens preferem os jogos em detrimento da pesquisa dos conteúdos curriculares.
Não quero parecer pessimista nem derrotista, mas como professora que fui até há dois anos atrás, constatei, com alguma frequência que, para a maioria dos jovens, o computador era pretexto para brincar e jogar; quando instigados a pesquisar para realização de trabalhos, e com o meu total apoio, encontrava frequentemente alunos a "brincarem" na net - com jogos, com corridas de carros... e outros entretenimentos... apesar da luta constante contra o tempo e prazos de entrega.
Outros havia que, quando se lhes pedia um trabalho de Francês, no dia da entrega, eu constatava que o trabalho estava em Inglês... era o recurso aos Translators tentando despachar o assunto, de qualquer maneira...
É uma realidade, é, sim, mas não são eles os únicos culpados!!! Acho que somos todos nós - os pais e a sociedade em geral! Tornámo-nos demasiado permissivos.
Então, em vez de nos lamentarmos ou baixarmos os braços, vamos, isso sim, educá-los e informá-los acerca dos perigos de um mau uso da Internet -e sempre que pudermos, tentar mostrar-lhes como se devem comportar perante essa "máquina" (sem a qual já não passamos), que é um mundo sem fim e que tantos benefícios nos pode trazer - é só sabermos transmitir-lhes como se separa o trigo do joio.
É um trabalho constante, de acompanhamento permanente, pois não é por simplesmente os aconselharmos, que os perigos se esgotam ou são, de imediato, ultrapassados. A escola e a família desempenham um papel fulcral neste campo, mas a comunicação entre pais e filhos é o mais importante.
Confio em nós e nos nossos jovens com vista a um futuro melhor!
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