quarta-feira, 1 de abril de 2015

O que é a consciência humana?

Esta é uma pergunta que colocamos a nós próprios muitas vezes,  mas que se torna muito difícil tentar defini-la, de uma maneira simples. 

Acompanha-nos em todos os instantes da nossa vida e o mistério é cada vez maior: como funcionará ela?

Será que depois de tudo o que lemos sobre a consciência, achamos que já estamos esclarecidos? Claro que não, é preciso continuar a investigar, é um tema demasiado complexo! 

Por isso, pesquisei e encontrei algumas tentativas de explicação para a consciência humana.

"A consciência é a perceção imediata do sujeito daquilo que se passa, dentro ou fora dele.
É talvez uma das maiores fontes de problemas de toda a filosofia, por ser ao mesmo tempo o facto mais básico e também o que traz mais dúvidas quanto ao que na realidade é.
A consciência pode definir-se como o conhecimento que o Homem possui dos seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. Podem-se distinguir dois tipos de consciência, a consciência imediata e a refletida. A consciência imediata ou espontânea caracteriza-se por ser a que remete para a existência do Homem perante si mesmo, no momento em que pensa ou age. A consciência refletida ou secundária é a capacidade do Homem recuar perante os seus pensamentos, julgá-los e analisá-los.
A consciência possibilita ao Homem pensar o mundo que o rodeia e é nela que estão enraizados o sentimento de existência e o pensamento de morte, por exemplo. A consciência é a essência do ser humano e fonte de conhecimento e de verdade.
De acordo com Descartes, e o seu princípio "penso, logo existo", a consciência surge como fundamento e modelo de todo o conhecimento. Através dela sabe-se que se existe e que se é, ou seja, uma coisa pensante, uma alma separada do corpo.
Para Espinosa, a consciência é a fonte de ilusões. Somos conscientes dos nossos desejos e representações, facto que torna a consciência um conhecimento incompleto, que mantém o Homem ignorante das causas que produzem conhecimento verdadeiro e total. Assim, a consciência não é de modo algum lugar de conhecimento verdadeiro, mas sim causadora de ilusões, especialmente da ilusão da liberdade.
Existe ainda a consciência moral que é a consciência que os seres humanos possuem e que os permite distinguir o que uma ação tem de moralmente prescrita ou proibida.
Segundo Nietzsche, a consciência moral, a voz da consciência, é na realidade a expressão de sentimentos que não têm nada de moral."
Referência:  in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-04-01 17:23:25]. Disponível na Internet:
 
David Chalmers, in:  philrsss.anu.edu.au



 
"David Chalmers: Como explicar a consciência?

Para tudo o mais há uma explicação ou a possibilidade de compreensão: massa, energia, espaço, tempo. Tudo que vimos e experimentamos parece ser composto desses blocos elementares.

O mesmo não se aplica à consciência e ela é, sem sombra de dúvida, nosso bem mais precioso. É a percepção de que existimos, a capacidade de viver coisas dentro de nossa própria mente que nos permite experimentar a existência, mas a consciência continua sendo um mistério.
Essa fala de David Chalmers é uma das mais ousadas que vi em muito tempo.

Quando o termo memética foi forjado dificilmente o objetivo era construir uma teoria da consciência, mas essa é uma abordagem a que devemos nos dedicar. A consciência é importante demais para simplesmente não pensarmos nela assumindo que “vem da alma” ou “é um acidente, um efeito colateral da capacidade de pensar” dependendo do seu impulso mais religioso ou materialista.

Chalmers levanta alguns pontos muito intrigantes.
Em primeiro lugar a consciência poderia ser como o espaço, o tempo, a massa: um princípio inato do nosso Universo.
Se pensarmos na consciência em seu estado mais bruto como a capacidade de perceber o meio e reagir a ele perceberemos que ela está presente em absolutamente tudo no Universo conhecido e se encaixaria perfeitamente na hipótese dos memes pois perceber e reagir também são fatores fundamentais para haver replicação e adaptação.

Ao falar em Phy, a ideia de que o nível de consciência está associado ao volume de informação processado, também nos trás para a memética visto que, quanto mais complexo o sistema que processa informação, mais dados ele absorverá, replicará, modificará criando mais informação.

Nesse caso a consciência que consideramos superior, a consciência animal, seria um fenômeno natural que ocorre quando Phy atinge uma massa crítica e, assim, um dia veríamos a consciência artificial surgir de forma aparentemente espontânea assim como aconteceu com a vida.
Nisso eu duvido…

Me parece que a consciência está ligada ao que Chalmers chamou de “filme interior”, essa sucessão de imagens, sons, sensações e até narradores internos que transitam por nossa mente o tempo todo.

Isso é como um tipo de programação produzido. Faz sentido imaginar, por exemplo, que é vantajoso para um animal que ele tenha uma percepção de individualidade, a capacidade de ter empatia por ele mesmo e responder não só a fome, frio, sede e sono, mas também ao desejo de ser percebido por outros, de experimentar coisas novas explorando novos territórios e assim espalhando tanto sua informação genética quanto a memética.

Sendo assim uma inteligência artificial jamais se tornaria consciente, jamais seria “viva” a menos que sejamos capazes de reproduzir nela esses “instintos”.

Por outro lado a consciência do tipo da nossa deverá ser encontrada em toda forma de vida que forme grupos sociais como outros macacos, felinos que tenham alguma mobilidade vantagem na interação social.

Uma abordagem científica que podemos dar para essa hipótese é construir programas que tenham que interagir com outros na busca de soluções e que sejam capazes de cumprir as normas da memética: reprodução, competição e modificação (na forma de aprendizado principalmente).

Seja como for Chalmers está certo: temos que nos arriscar e buscar hipóteses e abordar objetivamente a consciência.
Somos sete bilhões de indivíduos cada vez mais próximos uns dos outros e a compreensão do que nos torna conscientes pode ser um elemento vital para garantir um convívio edificante e impedir o avanço do medo perplexo que produz ódio e preconceitos.
in: 
memedecarbono.com.br/memes/david-chalmers-como-explicar a-consciencia
Nota: David John Chalmers (20 de abril de 1966) é um filósofo australiano, notabilizado por seus estudos em Filosofia da mente.
Chalmers é professor de filosofia e diretor do centro de estudos da consciência da Universidade Nacional da Austrália e publica artigos, ensaios e novos livros com regularidade. 
in:http://pt.wikipedia.org/

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