quarta-feira, 8 de maio de 2019

Os animais têm alma?

Não há dúvida que os progressos da ciência são inúmeros e as descobertas deixam-nos por vezes atónitos!

Ao folhear a Revista VISÃO número 1359, de 21 a 27 de março de 2019,  pude ler um artigo "A alma dos bichos", por Rosa Ruela, sobre os últimos estudos realizados por equipas de investigadores (portugueses e estrangeiros), sobre alguns aspetos da vida dos animais, entre eles "a cognição dos bichos"... 

Desde os cães deitados a velar os donos quando estes morrem, até aos corvos que não toleram situações de desigualdade apresentando um enorme sentido de justiça, passando pelos peixes, nos quais se conseguem detetar estados emocionais, citando o polvo, que consegue desenroscar tampas de fracos com comida, os macacos, que conseguem tirar selfies... é todo um conjunto de relatos maravilhosos sobre as diferentes características de algumas espécies de animais!

Podemos ler passagens sobre imensas descobertas em relação a outras espécies e o artigo deixa-nos fascinados de novo: ..."Foi no hospital que o jornalista conheceu um corvo de asa partida que, ao fim de uns dias, já usava um chamamento específico para pedir comida"...(...) "... o bando de gralhas-pretas que há mais de dez anos foi observado a partir nozes num cruzamento na cidade de Akita, no Japão. As aves esperavam que o semáforo ficasse vermelho para as pousar no chão. Os carros circulavam, partindo as cascas, e as gralhas voltavam para recolher o miolo quando o trânsito parava novamente..."... (...)..."




Sobre aquilo que pensamos se os animais são inteligentes e quais deles o são mais, o especialista europeu em bem-estar animal, Manuel Magalhães Sant'Ana, Doutorado em Ciências Veterinárias, alerta que é preciso distinguir os conceitos "consciência" e "inteligência" e "sobretudo desmistificar a inteligência": " Se a inteligência não é mais do que adaptação ao meio, então podemos dizer que a galinha é o mais inteligente, em termos evolutivos"... 

Sinceramente, fiquei espantada com tudo o que li! Os avanços científicos sobre a vida dos animais e das espécies deve levar-nos a respeitá-los cada vez mais e a ter a noção de que eles e nós, em conjunto, somos indispensáveis à vida do planeta! À guisa de conclusão, não posso deixar de citar a passagem final do referido artigo e que achei simplesmente fabulosa: 

"O medo e a raiva dos peixes 
A descoberta, levada a cabo por uma equipa de investigadores portugueses liderada por Rui Oliveira, investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência...(...)...Realizaram, então, testes em douradas e monitorizada as suas reacções, medindo os níveis de cortisol (uma hormona de stresse) e avaliando as zonas cerebrais que eram ativadas, durante a interação umas com as outras e a fuga. O estudo, publicado em 2017, na revista científica Scientific Reports, demonstra que a capacidade de avaliação de estímulos emocionais poderá estar associada a mecanismos mais simples do que se pensava. 'Dizer que os peixes têm consciência é complicado', admite Rui Oliveira, 'mas têm algo equivalente a medo e raiva'.
Os peixes também serão capazes de mentir. Trutas fêmeas foram observadas a "fingir orgasmos", aparentemente para enganar os machos indesejáveis - ao imitarem o ato de desova, elas levam-nos a libertar espermatozoides; e, ao adiarem a verdadeira desova, conseguem que outros parceiros, mais desejáveis, participem. Uma questão de sobrevivência?"

in hypescience.com
(salmo trutta)

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