imagem in: nationalgeographic.com |
REFERÊNCIA ao livro de Marco Aurélio: "PENSAMENTOS PARA MIM PRÓPRIO" (Editorial Estampa, 1970)
Sobre os entes que lhe eram mais chegados (o que nos confessa, obriga-nos a refletir muito nas recordações do passado).
Livro I
1 - Do meu avô Verus: o exemplo da sua bondade e humor inalteráveis.
2 - Da reputação e da memória deixadas pelo meu progenitor: a reserva e o caráter viril.
3 - De minha mãe: a piedade, a liberdade e o hábito de se abster não só de fazer mal, mas até de se deter num mau pensamento; e ainda a simplicidade do modo de vida e a aversão pelo fausto dos ricos.
4 - Do meu bisavô: não ter frequentado as escolas públicas, mas ter beneficiado de bons mestres ao domicílio; e ter compreendido que, para tanto, é preciso gastar largamente.
5 - Do meu perceptor: não ter sido Verde nem Azul, nem pelos Escudos Curtos ou Compridos *1; a resistência, a sobriedade; o cuidado em fazer o meu próprio trabalho, não me sobrecarregar com uma multidão de afazeres e repelir a calúnia.
6 - De Diogneto *2: a aversão pelas futlidades; a incredulidade acerca do que contam os mágicos e os charlatães sobre os encantamentos e os meios de se preservar dos demónios, e outras bagatelas; não me ter entregado à criação de codornizes, nem se apaixonar por semelhantes manias; suportar a franqueza; ter-me familiarizado com a filosofia e ter seguido as lições, primeiro de Bacchius, depois de Tandásis *3 e de Marcianus; ter composto diálogos na minha infância; ter desejado a tarimba coberta duma simples pele e todas as outras disciplinas que se prendem à educação helénica.
*1 cores e armas de gladiadores ou cocheiros do circo.
*2 pintor e sábio filósofo
*3 desconhecidos
Sem comentários:
Enviar um comentário