quinta-feira, 17 de março de 2011

Um Poema de Ary dos Santos

Da Condição Humana

 

Todos sofremos.

O mesmo ferro oculto

Nos rasga e nos estilhaça a carne exposta

O mesmo sal nos queima os olhos vivos.

Em todos dorme

A humanidade que nos foi imposta.

Onde nos encontramos, divergimos.

É por sermos iguais que nos esquecemos

Que foi do mesmo sangue,

Que foi do mesmo ventre que surgimos.
             Ary dos Santos, in Liturgia do Sangue




















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